A teologia é o corpo teórico e disciplinar que
estuda as relações entre o “sagrado e o profano”, tanto quanto, o estudo
sistemático dos textos e materiais religiosos existentes, estabelecendo uma
harmonia, na interpretação dos escritos religiosos – em especial o referente ao
cristianismo – sob a investigação científica, que lhe é peculiar.
O termo teologia vem do grego – Theos que
significa “Deus, divino, divindade” e logia (logos) que siginifica “estudo,
pesquisa". Os teólogos são os especialistas em conhecimentos referentes
aos estudos dessas relações.
Os teólogos são formados em seminários,
faculdades, institutos, formando-se em bacharéis, licenciados, mestres e
doutores. Porém, tais cursos, não são indicativos de que sejam ou estejam
preparados para dar explicações acerca de fenômenos sobrenaturais ou de gêneros
próximos ao tema. Também, não é uma característica primordial, que sejam os
teólogos sacerdotes de nenhuma denominação religiosa, muito embora, seja essa a
exigência de muitas religiões, para o exercício efetivo desse cargo.
A maioria das denominações religiosas cristãs e
não-cristãs, possuem as suas escolas de formação de seus sacerdotes, onde são
formados os teólogos, de acordo com a doutrina particular de cada uma delas,
credenciando dessa forma, os seus sacerdotes para o exercício de suas funções.
Os teólogos são formados dentro de um ambiente, onde se ministram matérias das
mais variadas à sua formação, entre elas: A psicologia, sociologia, história,
filosofia, teologias sistemáticas, comparadas, mitologia, etc.
O teólogo, não tem nenhuma obrigação em explicar
os chamados fenômenos extrafísicos ou sobrenaturais, pois, não é de sua
competência fazê-lo, muito embora, possua recursos técnicos para realizar tais
exercícios; porém, tornamos a enfatizar: ”Não é a sua função específica”.
O objeto de estudo e atenção dos teólogos, é o
estudo sistemático e comparado dos fenômenos históricos, sociais, filosóficos,
antropológicos, psicológicos, das relações entre o sagrado e o profano e, das
relações daí decorrentes. A comparação entre as diversas doutrinas, mitologias,
dos dogmas, das liturgias das diversas manifestações religiosas existentes,
também, é matéria de sua investigação, enquanto agente investigativo.
As diversas escrituras e os seus possíveis
significados, tanto quanto as suas diferenças, são também alvo de suas
investigações técnicas. As questões espirituais fazem parte de suas pesquisas,
muito embora, não esteja interessado em oferecer explicações tácitas e definitivas
sobre o tema, tendo na verdade, um comprometimento com a busca de uma possível
“verdade” científica sobre esses elementos. As questões que interessa ao
teólogo de perto, são na verdade as possíveis relações existentes entre os
diversos textos religiosos, assim como, todo o acervo existente que possa
trazer conhecimento, sobre a relação entre os fatos históricos e as relações
entre o religioso (sentimento) e as práticas místicas e espirituais dos povos,
ao longo da existência humana.
Do ponto de vista de uma possível vertente
científica, a teologia tem relação direta com a preocupação com os efeitos,
mais do que com a essência dos fatos em si. Portanto, a teologia em si é mais
uma ciência “investigativa” e não conclusiva, quando trata de “traçar” uma abordagem
de entendimento dos fenômenos espirituais. Conclusiva, poderemos considerar,
portanto, as escrituras sagradas, que afirmam a sua essência, baseadas na
palavra de DEUS.
A teologia, portanto, jamais poderá ser
manipulada por interesses pessoais ou denominacionais de qualquer corrente
religiosa, pois deve seguir e servir, aos interesses da pesquisa dos fenômenos
religiosos e espirituais, porém, sem conotação particular, como um fenômeno
abrangente e universalista. Isso não significa, que não possa existir teólogos
cristãos, muçulmanos, budistas ou mesmo ateus.
Teologia, não é matéria ou doutrina particular
mas: “livre”; estando por isso a serviço do conhecimento. Trata-se portanto, de
um conjunto de conhecimentos pluralista, normativo de caráter universal. Dentro
do ambiente cristão, serve como elemento retificador dos princípios cristãos,
já que foi dentro desse ambiente que a teologia tomou forma. Mas, como elemento
de pesquisa, deverá abordar a todo o universo de estudo comparado das diversas
religiões.
Um teólogo pode ser um cristão, um muçulmano, um
hinduísta, ou até mesmo um ateu, pois, não está em sua essência servir a nenhum
grupo de opinião em particular, enquanto ciência empírica. Ser um teólogo,
portanto, é estar em sintonia com o pensamento universal, com as causas
“primárias” de manifestações espirituais e religiosas dos diversos povos, ao
longo da história da civilização. Deverá o teólogo compreender, as diversas
manifestações de religiosidade das pessoas e ter em mente que: “A teologia, não
é doutrina religiosa, nem tão pouco, deve estar a serviço de interesses
particulares, mas, ao conjunto instrumental, que permita aos seus
especialistas, compreenderem os mistérios da criação divina, tanto quanto, as
questões históricas dos diversos cultos religiosos”.
Portanto, fica patente que: “Existe uma teologia
cristã, muçulmana, budista, hinduísta, judaica, e que, os estudiosos desse
campo, não podem e nem devem estar submetidos a caprichos pessoais ou amarrados
por correntes de intolerância de nenhuma espécie”.
Existindo uma teologia variada como a que temos
assistido ao longo da história da civilização, então, temos a oportunidade de
estudarmos as mais variadas formas de cultos e crenças existentes, levando a
sociedade, uma possível compreensão dessas diferenças.
Deve também, o conjunto de acervo teológico
existente, ir conduzindo os homens para uma compreensão salutar, do que venha a
ser à vontade de DEUS para os homens, pois, é uma tarefa do teólogo, propiciar
esse encontro, ou seja: ”Entre o homem e a sua origem”. Portanto, o teólogo,
deve de certa maneira, conduzir o estudioso ao encontro de uma compreensão do
mundo espiritual, propiciando o surgimento de uma cultura a DEUS, como o
elemento fundamental da existência humana. A causa final do estudo teológico
será evidentemente, “tentar” desvendar e tornar conhecido aos homens, a
verdadeira relação entre eles e o seu princípio e essência: “DEUS, como o seu
criador”.