sábado, 16 de fevereiro de 2013

Campanha da Fraternidade é lançada em centro de acolhimento de jovens infratores



Missa de Cinzas
A Arquidiocese de Olinda e Recife lançou durante a Missa de Cinzas, na quarta-feira, 13, a Campanha da Fraternidade 2013.  No ano em que a Igreja no Brasil volta seu olhar, de modo especial, para a juventude, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, escolheu o Centro de Internação Provisória para Menores Infratores (Cenip), no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, para a realização da celebração.
16520_490539401009441_1935107771_n“A juventude está crescendo cada vez mais no nosso país e, assim, também cresce a violência, as drogas e os tantos desafios que  envolvem a juventude. De modo que nós escolhemos propositalmente este local porque aqui tem jovens infratores. Queremos levantar esta questão para que as pessoas conversem mais sobre este assunto e encontrem saídas para os problemas ligados à juventude, destacou Dom Fernando. O arcebispo visitou as dependências do Cenip antes do início da missa. O encontro com adolescentes que cometeram algum delito e aguardam a sentença com a pena a ser cumprida. ‘É triste ver a juventude sem o brilho da esperança no olhar”, disse. Os relatos de envolvimento com tráfico e o uso de drogas são constantes.
Confira a reportagem sobre a Missa de Cinzas e o Lançamento da Campanha da Fraternidade exibida na Rede Vida de Televisão
A Missa de Cinzas marca o início do período quaresmal tempo litúrgico de profunda reflexão da Palavra de Deus, prática de jejum e penitências. O local reapresenta o grande desafio da Igreja de resgatar os jovens encarcerados e dependentes químicos. O evento contou com a presença do secretário da Criança e Juventude do Estado de Pernambuco, Pedro Eurico, e do governador, Eduardo Campos. “Este ano, a Igreja Católica de maneira acertadíssima abraça na Campanha da Fraternidade, a juventude como tema. A juventude, hoje, é a maior expressão da nossa população.  Nós precisamos construir com muita fraternidade políticas inclusivas, políticas para que se possam evitar que se precise de unidades como estas (de acolhimento de menores infratores) para guardar jovens. Lugar de jovem é na escola podendo se preparar para construir uma sociedade mais equilibrada, mais justa e a mais fraterna”, ressaltou o governador.

 Fonte: Assessoria de Comunicação AOR

"A Igreja convida os jovens a serem verdadeiros discípulos missionários no mundo de hoje"


A afirmação foi feita por Dom Leonardo Steiner (foto), Secretário-Geral da CNBB, no lançamento da Campanha da Fraternidade 2013.

Brasília, 16 fev (CNBB/SIR) - No último dia 13 de fevereiro, aconteceu na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013. Veja a íntegra do discurso feito pelo secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.

Brasília, 13 de fevereiro de 2013

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2013
Fraternidade e Juventude
"Eis-me aqui, envia-me!" (Is 6,8)

O cristão vive da esperança e do amor! Amor visibilizado na pessoa de Jesus Cristo, no seu modo de viver e conviver. Esperança despertada pela morte e ressurreição do Filho de Deus. A vida, morte-ressurreição de Jesus Cristo concede ao cristão a vida do amor e a esperança do Reino definitivo! Iniciamos hoje nosso caminho pascal. Os quarenta dias que precedem a Cruz e a Ressurreição sinalizam o caminho que a Igreja, na liturgia, nos oferece como possibilidade de sermos atingidos pela experiência salvadora de Jesus Cristo. Nas celebrações, as leituras nos provocarão a seguir o Senhor até o “clarear do novo dia”. O clarear no “novo dia” surge do processo da conversão que a quaresma nos possibilita. Durante esse tempo especial, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB nos apresenta a Campanha da Fraternidade como itinerário de conversão pessoal, comunitária e social. Esta experiência começou há 50 anos, em Nísia Floresta, na Arquidiocese de Natal, e, desde então, vem propondo temas de grande relevância para a Igreja e a sociedade brasileira. Para a quaresma deste ano, o tema escolhido é Juventude e Fraternidade. O lema é inspirado no profeta Isaías 6,8: “Eis-me aqui! Envia-me”.

A Campanha da Fraternidade de 1992 abordou o tema da Juventude. Igreja no Brasil, ao repropor aJuventude como tema da Campanha da Fraternidade, nesse tempo de mudança de época, deseja refletir, rezar com os jovens, reapresentando-lhes o Evangelho como sentido de vida e, ao mesmo tempo, como missão. A Campanha é um convite para nos convertermos e irmos ao encontro dos jovens e, ao mesmo tempo, é um convite aos jovens para se deixarem encontrar por Jesus Cristo,caminho, verdade e vida (Jo 14,6) e serem protagonistas da civilização do amor.

A Campanha deste ano abre a possibilidade de refletirmos e mesmo nos questionarmos a partir do Evangelho e da realidade dos jovens. Por um lado, admirar a generosidade, a criatividade, a disponibilidade, os ideais dos nossos jovens. Por outro lado, perguntarmos por que tantos assassinados, porque tanta violência contra os jovens? Por que a maioria da população carcerária é jovem? E ainda questionar por que a maioria dos jovens assassinados e encarcerados é afrodescendente? O que realizamos a favor dos jovens das comunidades originais, como indígenas e quilombolas? Qual a nossa contribuição pessoal, comunitária, social, governamental, eclesial, no enfrentamento desta realidade? O que estamos fazendo, quais as nossas iniciativas para dar horizonte, sentido de vida, dignidade aos jovens? O que oferecemos aos nossos filhos e filhas em casa, nas escolas, na universidade? Vale lembrar que apenas informações não plenificam uma vida. São as relações maduras e livres, critérios e valores perenes que iluminam a vida de toda a pessoa, por isso também dos jovens.

A Campanha deseja ser uma palavra de ânimo aos nossos jovens que participam ativamente nas nossas Comunidades de Fé, no cuidado dos pobres e idosos, no anúncio do Reino de Deus manifestado e realizado em Jesus Cristo. Ela convida a juventude a ocupar e usar os novos ambientes digitais para o anúncio e exercício da liberdade e da verdade que o Evangelho propõe. Animar nossos jovens para participarem da política na luta contra a corrupção e na busca de uma sociedade mais fraterna, justa e iluminada pelos direitos da pessoa. Uma vida animada pelo belo, pelo bem, pela verdade e pela liberdade.

A Campanha da Fraternidade é o início da peregrinação próxima para a Jornada Mundial da Juventude. A Semana Missionária e o encontro dos jovens peregrinos de todo o mundo no Rio de Janeiro serão a expressão da vitalidade da Igreja e da sociedade. Ao assumir como lema o espírito missionário da JMJ 2013 indicado pelo Santo Padre Bento XVI, Ide e fazei discípulos entre todas as nações (cf. Mt 28,19),  a Igreja no Brasil deseja convidar os jovens a serem verdadeiros discípulos missionários no mundo de hoje. Jovens colocando-se a serviço da evangelização, também através dos novos ambientes de comunicação. Vivendo e testemunhando a graça e a beleza de ser cristãos. Beleza, porque partícipes da vida do Reino e, por isso, tocados por Deus que alegra a nossa juventude. Alegra a nossa juventude, pois tomados pelo vigor de Deus: amar sem medida, gratuitamente! Os nossos jovens deixam transparecer o que é próprio de toda a pessoa humana: amar na gratuidade, tomados pela esperança!

Agradecemos com carinho filial o cuidado do Santo Padre Bento XVI que, a cada ano, durante seu pontificado, enviou à Igreja no Brasil palavras de orientação e incentivo para que a Campanha da Fraternidade frutificasse em amor e solidariedade para com os menos favorecidos da sociedade.

Aproveitemos o tempo da Quaresma para rezar pela Igreja que vive este momento especial de eleição do novo papa, sucedendo a Bento XVI cuja renúncia ele próprio anunciou na última segunda-feira. Supliquemos à Mãe Aparecida abençoá-lo, protegê-lo e ampará-lo, e que ele continue ajudando a Igreja com suas preces.

Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Depois de 30 anos de diálogo, Ratzinger dá "ultimato" a conservadores



Os conservadores "passearam" nos jardins da Igreja durante a era Ratzinger-Wojtyla. (Foto: )

Cidade do Vaticano, 15 fev (SIR) - O Vaticano fez um ultimato à Sociedade de São Pio X, o grupo fundado pelo Arcebispo Marcel Lefebvre, que recusa certas reformas do Concílio Vaticano II e que se encontra em situação irregular desde 1988, quando Lefebvre ordenou quatro novos bispos sem autorização papal.
Depois de no ano passado o processo de reunificação ter ficado quase resolvido, ao ponto de ter sido dado como garantido por especialistas, para redundar afinal num fracasso que, segundo o atual líder do grupo, fez regressar tudo à estaca zero, o Vaticano dá agora mais uma oportunidade à SSPX para regressar à mesa do diálogo antes de Bento XVI renunciar.
Diferentemente da agilidade com que tem condenado Teólogos da Libertação, Ratzinger tem feito um grande esforço para reintegrar a Sociedade, que se separou de Roma enquanto ele era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e segundo o seu irmão Georg Ratzinger este processo tem sido um dos que mais lhe custou durante o seu pontificado.
Para além do aparente fracasso dos seus esforços o Santo Padre teve ainda de lidar com críticas internas de bispos que não querem a reunificação. A carta enviada pelo Vaticano aos responsáveis da SSPX não é pública, mas segundo alguns sites especializados dá aos tradicionalistas até ao dia 22 para concordar voltar ao diálogo. Caso essa data não seja respeitada o Vaticano afirma que irá fazer propostas de reintegração individuais aos sacerdotes que pertencem à sociedade.

Bispo português: Bento XVI deixa um pontificado de «diálogo»


Lisboa, 16 fev (SIR/Ecclesia) – D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa, disse à ECCLESIA que Bento XVI vai ser lembrado pelo combate ao “relativismo” e pela “defesa da vida”, num pontificado com “muito para contar” para lá da renúncia final.
“É um pontificado marcado por uma tentativa de reconciliação com todos, que avançou muito no diálogo ecumênico. Creio, sobretudo, que é um pontificado que marcou muito no diálogo com o mundo”, declarou o prelado, para quem o atual Papa “aproximou muito a Igreja e razão, o mundo da cultura”. O sucessor de João Paulo II, refere D. Nuno Brás, apresentou um “magistério claro, profundo” e o seu pontificado “não é absolutamente de transição, muitas coisas foram feitas”. Para o bispo auxiliar de Lisboa, as posições de Bento XVI foram importantes para entender que “o mundo ocidental está a embarcar por situações que se irão revelar muito difíceis se não houver uma mudança. Em relação à renúncia ao pontificado, apresentada esta segunda-feira, o professor de Teologia admite que “em termos de tradição, há uma interrupção, não há nos séculos mais próximos nenhum caso em que o Papa tenha resignado”. “Este é um precedente que poderá ter consequências no futuro, o próximo Papa poderá dizer ‘como Bento XVI fez, também eu faço’”, acrescentou.
D. Nuno Brás, vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, considera que “ninguém estava à espera, o mundo inteiro foi completamente surpreendido por esta decisão, tanto mais que ela não tinha nenhum precedente, de fato”. O prelado recordou o gesto realizado pelo Papa em abril de 2009, ao depositar o pálio – insígnia pessoal e de autoridade - que lhe fora imposto no dia do início de pontificado junto da porta santa da Basílica de de Collemaggio, de L’Aquila (Itália), em cima do relicário com os restos mortais do Papa Celestino V (1215-1296), pontífice que governou a Igreja Católica apenas durante uns meses, em 1294, antes de apresentar a sua renúncia. “É uma forma simbólica de uma certa identificação com alguns dos dramas do próprio Celestino V”, afirma. D. Nuno Brás assinala que, após a apresentação da renúncia, é possível “encontrar alguns indícios de que esta situação poderia vir a acontecer”.
O Papa, que apresentou a renúncia ao cargo na segunda-feira, admitiu essa possibilidade num livro publicado em 2010, frisando que esse é um direito e, nalguns casos, mesmo um “dever”. A posição foi assumida no livro «Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos», que resultou de uma entrevista ao jornalista alemão Peter Seewald. Segundo Bento XVI, quando um Papa tem a consciência de que “já não está em grau de cumprir os deveres do seu ofício, fisicamente, psicologicamente e espiritualmente, então tem o direito, e nalgumas circunstâncias, também o dever de se demitir”. D. Nuno Brás aludiu ainda ao fato de o Papa não ter visitado a Cidade do México, em março de 2012, por motivos de saúde e ao consistório de novembro do último ano, quando foram criados seis cardeais de países nãoeuropeus. “Creio que [a renúncia] está muito naquilo que é a própria personalidade do Papa”, conclui. Bento XVI, eleito em abril de 2005, vai concluir o seu pontificado a 28 de fevereiro, abrindo caminho à eleição de um sucessor.

"Bento XVI fez transição para novo ciclo histórico na Igreja"


Lisboa, Portugal, 16 fev (SIR) - O pontificado de Bento XVI completou a obra do antecessor João Paulo II e "é a transição para um novo ciclo histórico na vida da Igreja", afirma Marcelo Rebelo de Sousa. “Eu diria que o pontificado [de Bento XVI] completa o pontificado de João Paulo II.
São duas personalidades muito diferentes, para não dizer em muitos aspectos totalmente diferentes, mas que conviveram e trabalharam lado a lado durante muito tempo e que se completaram”, argumenta o professor de Direito. Marcelo Rebelo de Sousa, que falava à margem do lançamento de um livro que assinala os 50 anos de carreira literária de Vasco Graça Moura, esta quinta-feira, em Lisboa, compreende os argumentos que levaram Bento XVI a renunciar. “
É um fato que traduz a mudança dos tempos. As exigências físicas a um Papa hoje, de presença em todo o mundo, de solicitação, de desafios, são muito maiores do que eram há 20, 30, 40, 50 ou cem anos e o próprio Papa não foge a essa mudança no mundo”, afirma o comentador político. Marcelo Rebelo de Sousa considera o período da Quaresma, que começou na quarta-feira, o ideal para uma reflexão.
“A coincidência no tempo com o começo da Quaresma é para os católicos um momento único, porque permite fazer uma Quaresma em percurso de unidade e mobilização acrescida.” Em relação ao próximo Papa, Marcelo Rebelo de Sousa diz que vai ter um “grande começo” de pontificado, com as Jornadas Mundiais da Juventude de Julho, no Rio de Janeiro, o encerramento do Ano da Fé e “a apoteose dos 50 anos do Concílio” Vaticano II. “Certamente, procura-se a melhor pessoa para encarnar esse novo ciclo e até o fato de se saber que o Conclave  não começará antes do dia 15 de Março dá umas semanas, que são umas semanas importantes, provavelmente o Conclave pode ser muito mais curto. Não se trata de chegarem pessoas que se vão ver, contactar e em conjunto meditar pela primeira vez, mas não: andaram fazendo esse processo nas últimas semanas”, conclui Marcelo Rebelo de Sousa.

Arcebispo de Curitiba: “A Igreja cumprirá a sua missão até o fim dos tempos”


Curitiba, PR, 16 fev (SIR/Gaudium Press) - O arcebispo metropolitano de Curitiba (PR), dom Moacyr José Vitti, fez um pronunciamento sobre a renúncia do Papa Bento XVI na manhã do último dia 12, em uma coletiva de imprensa na Cúria Metropolitana da capital paranaense.
O padre Rivael de Jesus Nascimento, coordenador da ação evangelizadora na arquidiocese, e o padre Alex Cordeiro, assessor eclesiástico do Setor Juventude, também participaram da coletiva. Dom Moacyr afirmou que a notícia da renúncia os pegou de surpresa, assim como o mundo todo. No entanto, para ele, com esta atitude frente às suas condições de saúde, o papa nos deu um testemunho de coragem e humildade diante da ganância pelo poder percebida nos dias de hoje, também em âmbito religioso. O arcebispo explicou também que a Igreja continua normalmente a sua caminhada, orientada pelo Espírito Santo, pois é Cristo quem está no comando da barca. "A Igreja cumprirá a sua missão até o fim dos tempos", acrescentou. Com relação a grande preocupação que surge agora com a escolha do próximo sucessor de Bento XVI, o prelado avaliou que não tem como saber se será um brasileiro, um italiano ou asiático. Segundo ele, isto é um mistério, pois somente dentro do conclave, que é o processo da eleição do papa, que os cardeais entrarão em um acordo e escolherão o novo pastor da Igreja de Cristo.
"É grande a expectativa. Por isso, nós católicos, devemos nos colocar em clima de oração e fé para que o Espírito Santo ilumine o próximo sucessor do Papa. Devemos ter fé e tranquilidade." Sobre a possibilidade do novo papa ser da América Latina ou de algum outro país de fora do continente europeu, dom Moacyr acredita que existe uma chance disso acontecer. Ele ainda enfatizou que seria interessante esta escolha para evidenciar o aspecto missionário da Igreja, que hoje é forte em muito outros países. "Fica aqui a torcida. Acredito que o novo papa atenderá aos desafios dos nossos tempos. Convoco também todos os jovens para rezarem pelo novo papa, principalmente porque estamos neste clima de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude", ressaltou o arcebispo.
A respeito da Jornada Mundial da Juventude, que está prevista para ocorrer no mês de julho, no Rio de Janeiro, o assessor eclesiástico do Setor Juventude, padre Alex Cordeiro, reforçou a declaração do arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, que confirmou que os preparativos para a JMJ continuarão sem interrupções. Para o sacerdote, não há motivo para preocupações de que a Jornada não se realizará, pois tudo continuará normalmente até que se tenha uma nova orientação da Santa Sé. "A Jornada já é um evento estabelecido na Igreja. O que muda com relação a JMJ em nível nacional é que não virá mais Bento XVI, e tínhamos a expectativa de acolhê-lo, já que a juventude criou uma afinidade com o papa. No entanto, cresce a expectativa de quem virá, pois acreditamos ser ele o sucessor de São Pedro", salientou o assessor.

Rumo ao Conclave: a Agenda Martini


Há uma "Agenda Martini" para o novo pontificado, cuja síntese pode ser encontrada na célebre "última entrevista", publicada depois da sua partida. A opinião é do cientista político e leigo católico italiano Christian Albini, em artigo publicado no blog Sperare per Tutti, 12-02-2013.

Fiquei muito impressionado que a renúncia de Bento XVI ao papado tenha ocorrido seis meses depois da morte do seu contemporâneo Carlo Maria Martini. Eles representaram duas almas na Igreja Católica. Paradoxalmente, a influência de Martini poderia ser mais forte no conclave de março do que naquele em que ele participou em 2005. Refiro-me, naturalmente, a uma influência espiritual, ideal.
Os longos anos de João Paulo II haviam deixado, depois do tempo da sua doença, uma série de questões não resolvidas para o catolicismo, questões que a cobertura do seu carisma permitira deixar de lado. Bento XVI também as enfrentou, com o seu estilo e a sua abordagem (balanços meditados virão com o tempo), mas a sua escolha de renunciar, motivada pelo reconhecimento de "não ter mais as forças", deixa muitos problemas em aberto.
A interpretação do Vaticano II, o desafio que o mundo em mudança põe à Igreja Católica, o ecumenismo e a relação com as outras religiões, a Cúria com as suas rivalidades: são alguns dos principais capítulos abertos que o novo papa encontrará pela frente.
Ratzinger foi eleito no sinal da continuidade com Wojtyla, do qual era o principal colaborador. Hoje, não há um Ratzinger, e eleger um "imitador" seria uma escolha de curto alcance e deletéria.
Independentemente de quem for eleito, contará muito a percepção da tarefa que o espera como pontífice, a consciência dos nós que devem ser desfeitos, a adoção de um estilo pastoral. Torna-se importante o papel daquela "opinião pública na Igreja" (já invocada por Pio XII), que se torna a contribuição para o discernimento por parte de todos os batizados.
No entanto, a autoridade de Carlo Maria Martini, que, com o seu retorno ao Pai, aumentou ainda mais, se possível, pode ser uma grande fonte de inspiração para os cardeais e para o papa eleito. De fato, há uma "agenda Martini" para o novo pontificado, cuja síntese pode ser encontrada na célebre "última entrevista", publicada depois da sua partida:

Como o senhor vê a situação da Igreja?
A Igreja está cansada na Europa do bem-estar e na América. A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes, as nossas casas religiosas estão vazias, e o aparato burocrático da Igreja aumenta, os nossos ritos e os nossos hábitos são pomposos. Essas coisas expressam o que nós somos hoje? (...)
O bem-estar pesa. Nós nos encontramos como o jovem rico que, triste, foi embora quando Jesus o chamou para fazer com que ele se tornasse seu discípulo. Eu sei que não podemos deixar tudo com facilidade. Menos ainda, porém, poderemos buscar pessoas que sejam livres e mais próximas do próximo, como foram o bispo Romero e os mártires jesuítas de El Salvador. Onde estão entre nós os nossos heróis para nos inspirar? Por nenhuma razão devemos limitá-los com os vínculos da instituição.
Quem pode ajudar a Igreja hoje?
O padre Karl Rahner usava de bom grado a imagem das brasas que se escondem sob as cinzas. Eu vejo na Igreja de hoje tantas cinzas sobre as brasas que muitas vezes me assola uma sensação de impotência. Como se pode livrar as brasas das cinzas de modo a revigorar a chama do amor? Em primeiro lugar, devemos procurar essas brasas. Onde estão as pessoas individuais cheias de generosidade como o bom samaritano? Que têm fé como o centurião romano? Que são entusiastas como João Batista? Que ousam o novo como Paulo? Que são fiéis como Maria de Mágdala? Eu aconselho o papa e os bispos a procurar 12 pessoas fora da linha para os postos de direção. Pessoas que estejam perto dos pobres e que estejam cercadas por jovens e que experimentam coisas novas. Precisamos do confronto com pessoas que ardem, de modo que o espírito pode se difundir por toda parte.
Que instrumentos o senhor aconselha contra o cansaço da Igreja?
Eu aconselho três instrumentos muito fortes. O primeiro é a conversão: a Igreja deve reconhecer os próprios erros e deve percorrer um caminho radical de mudança, começando pelo papa e pelos bispos. Os escândalos da pedofilia nos levam a tomar um caminho de conversão. As questões sobre a sexualidade e sobre todos os temas que envolvem o corpo são um exemplo disso. Estes são importantes para todos e, às vezes, talvez, são até importantes demais. Devemos nos perguntar se as pessoas ainda ouvem os conselhos da Igreja em matéria sexual. A Igreja ainda é uma autoridade de referência nesse campo ou somente uma caricatura na mídia?
O segundo é a Palavra de Deus. O Concílio Vaticano II restituiu a Bíblia aos católicos. (...) Somente quem percebe no seu coração essa Palavra pode fazer parte daqueles que ajudarão a renovação da Igreja e saberão responder às perguntas pessoais com uma escolha justa. A Palavra de Deus é simples e busca como companheiro um coração que escute (...). Nem o clero nem o Direito eclesial podem substituir a interioridade do ser humano. Todas as regras externas, as leis, os dogmas nos foram dados para esclarecer a voz interior e para o discernimento dos espíritos.
Para quem são os sacramentos? Estes são o terceiro instrumento de cura. Os sacramentos não são uma ferramenta para a disciplina, mas sim uma ajuda para as pessoas nos momentos do caminho e nas fraquezas da vida. Levamos os sacramentos às pessoas que precisam de uma nova força? Eu penso em todos os divorciados e nos casais em segunda união, nas famílias ampliadas. Eles precisam de uma proteção especial. A Igreja sustenta a indissolubilidade do matrimônio. É uma graça quando um casamento e uma família conseguem isso (...).
A atitude que temos com relação às famílias ampliadas irá determinar a aproximação à Igreja da geração dos filhos. Uma mulher foi abandonada pelo marido e encontra um novo companheiro que cuida dela e dos seus três filhos. O segundo amor prospera. Se essa família for discriminada, não só a mãe é cortada fora, mas também os seus filhos. Se os pais se sentem fora da Igreja, ou não sentem o seu apoio, a Igreja perderá a geração futura. Antes da Comunhão, nós rezamos: "Senhor, eu não sou digno...". Nós sabemos que não somos dignos (...). O amor é graça. O amor é um dom. A questão sobre se os divorciados podem comungar deve ser invertida. Como a Igreja pode ajudar com a força dos sacramentos aqueles que têm situações familiares complexas?
O que o senhor faz pessoalmente?
A Igreja ficou 200 anos para trás. Como é possível que ela não se sacuda? Temos medo? Medo ao invés de coragem? No entanto, a fé é o fundamento da Igreja. A fé, a confiança, a coragem. Eu sou velho e doente e dependo da ajuda dos outros. As pessoas boas ao meu redor me fazem sentir o amor. Esse amor é mais forte do que o sentimento de desconfiança que às vezes eu percebo com relação à Igreja na Europa. Só o amor vence o cansaço. Deus é Amor. Eu ainda tenho uma pergunta para você: o que você pode fazer pela Igreja?

Recolher ou acolher? Qual o seu papel diante das drogas?


Por Rocélia Santos – Rio de Janeiro
Essa é a indagação que o padre Renato Chiera, fundador e diretor da Casa do Menor, faz a toda a sociedade diante da problemática da dependência química, principalmente do crack. Aos 70 anos de idade e 26 deles dedicados ao trabalho com crianças e adolescentes em situação de risco, o religioso tem acompanhado de perto o drama das cracolândias, em especial nas áreas de Manguinhos e do Jacarezinho.  Com um grupo de voluntários da Casa do Menor e de outras instituições, o padre visita os dependentes químicos que agora se concentram no que ele chama de “cracolândia volante”, formada na Avenida Brasil e na entrada da Ilha do Governador.  Padre Renato encaminhou uma carta à ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, em que denuncia a realidade sobre a remoção dos moradores de rua e cobra uma solução que devolva a dignidade a essas pessoas. 

Jornal Testemunho de Fé – Qual sua análise sobre as políticas governamentais de combate às drogas?

Padre Renato Chiera – O problema das drogas, que considero a doença do século, está sendo colocado como prioridade pelos governos, mas é preciso preparo e profissionalismo. Despertou-se, de repente, para este problema por um simples motivo: mostrar uma cidade maravilhosa e segura para eventos importantíssimos. Por causa disso, se justifica, então, uma limpeza étnica e social? Espero que não seja dessa forma e que, no Rio, possa nascer algo de referência para o Brasil.

TF – Como o senhor avalia, em específico, o trabalho de combate ao crack no Rio?

Padre Renato – O governo do Rio está de parabéns em encarar esta tragédia. Porém, ele não está preparado, pois não conta com estruturas de apoio necessárias. Não se começa uma ação com esta complexidade sem programar antes uma metodologia, os passos a serem dados e as estruturas indispensáveis para sua realização. Não se começa uma guerra (contra o crack) sem os soldados, sem os equipamentos e sem retaguarda. Não se recolhe uma pessoa, se acolhe uma pessoa. O resto é superficialidade inadmissível e irresponsabilidade.

TF – Qual é sua opinião sobre a instalação de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) para controlar o tráfico nos morros?

Padre Renato – Em 2010, começou-se a entrar nas favelas, o que diminuiu a visibilidade das armas dos traficantes, mas aumentou a visibilidade de armas dos policiais, dando a dura sensação de áreas de guerra. O aumento da violência em São Paulo e a violência que retorna ao Complexo do Alemão deveriam ensinar: não se resolve violência com violência. O estado usa a mesma violência dos bandidos, ou mesmo maior.

TF – Houve redução no tráfico após as UPPs?

Padre Renato – As UPPs diminuíram o tráfico ostensivo nas favelas, mas não a organização do tráfico, que migrou para outros lugares, se espalhando pela Baixada Fluminense e pelo Brasil afora, aumentando assustadoramente a violência. O tráfico continua, mas em formas mais disfarçadas, nas mesmas favelas, encobertado agora por parte da polícia, ou assumido pelos milicianos, que são piores de que os traficantes. Eles contam com a cobertura da polícia e até do governo, que ainda não invadiu nenhuma favela ocupada pelos milicianos. Sabemos que os milicianos estão impondo uma verdadeira máfia e terror, com aparência de uma falsa paz e libertação do tráfico, agora controlado por eles.

TF - Como é o trabalho que o senhor realiza nas cracolândias?

Padre Renato – Há mais de um ano, estamos visitando as comunidades de Manguinhos e Jacaré, cemitérios de vivos que esperam a morte e se juntam para superar a solidão, a rejeição, o abandono e se consolam queimando pedras. Entramos nestes lugares de morte e de desespero para levar esperança, simplesmente ouvindo e partilhando seus sofrimentos, para mostrar que elas são muito amadas por Deus e por nós, que têm direito a uma vida digna, e que nós estamos à disposição para ajudá-las. Sem recolhimento compulsório ou presença maciça de guardas e policiais, um bom número de homens e mulheres já conseguiu sair deste inferno, através de nossa presença silenciosa e sem armas.

TF – Durante essas visitas, quais os relatos que se escuta com mais frequência?

Padre Renato – São muitas histórias de abandono por parte dos pais, violência doméstica e sexual, falta de amor, de atenção, de emprego, falta de perspectiva futura de vida. Confesso que é difícil falar com estes meninos que parecem loucos atrás de pedras. Quando eu perguntava se alguém já tinha entrado lá para encontrá-los e simplesmente ouvir o sofrimento que os levaram a entrar nesta vida escrava, a resposta era: “não padre. Aqui só entra a polícia para dar tiros na gente. Não se vê médico, nem assistência de qualquer tipo. Muita gente, lá fora, quer mesmo que morramos”. Nunca na minha vida vi realidades tão horrorosas e desumanas, piores que os campos de concentração nazistas que já visitei.

TF – Tem-se realizado diversas ações de recolhimento e internação compulsória nas cracolândias. Qual sua visão sobre essas ações?

Padre Renato – Iniciou-se este processo antidroga na pior das formas: expulsando com violência e tirando os usuários compulsivamente das ruas. Eles não são criminosos, mas doentes, excluídos em mil formas, rejeitados, não amados, fruto e retrato de uma sociedade que gera, mas não cria, não educa e, sobretudo, não ama. Uma sociedade que os criminaliza e quer eliminar para calar a boca de quem nos acusa e interpela. Eles expressam um sofrimento do qual não são os culpados; entram nas drogas para preencher carências, rejeições, abandonos, perdas e para suportar dores infinitas. São violentos porque não são amados. A maior violência é não ser um filho amado. Ao grito por presença e por amor, que não queremos escutar, respondemos com violência, desprezo e punição, e queremos que eles ainda nos agradeçam, pois os salvamos do crack. São eles que devem nos dizer o que precisam para sair do crack. Sem esta percepção e consciência fundamental, não iremos para canto nenhum e não encontraremos soluções.

TF – Qual seria, então, a melhor saída para esta problemática?

Padre Renato – Acredito nas boas intenções, mas é estranho que um governo que deseja resolver problemas tão complexos e difíceis não preparou nada ou quase nada, a não ser o aparato militar para expulsão. Pela nossa experiência, precisa-se de espaços para acolhimento e recuperação da identidade e reestruturação da pessoa, infraestrutura sanitárias, centros de desintoxicação, comunidades terapêuticas, pessoas com vocação e preparo profissional, capazes de amar e acolher e perspectivas concretas de futuro. É estranho que estas ações e decisões não tenham sido vistas e partilhadas com a sociedade e segmentos mais experientes neste campo. Nossos deputados nunca se debruçaram para ajudar a encarar a problemática e encontrar soluções verdadeiras. Agora, todos estão de acordo com o recolhimento de qualquer jeito. Temos medo dos filhos que geramos e os demonizamos para nos sentirmos inocentes.

TF – Quais os fatores que contribuem para o aumento do consumo de crack no país?

Padre Renato – O crack não é só caso de polícia, mas é problema de saúde, de políticas públicas que visem às famílias dessas pessoas; é problema de perdas de valores na sociedade, nas famílias e nas escolas (“estado” laicista, não leigo, que quer banir a religião com seus valores); é problema de rejeição e falta de amor, de educação e de escola; é problema, no primeiro momento, de desintoxicação, de tratamento e recuperação em comunidades terapêuticas e, depois, de escolarização, de profissionalização, de inserção na sociedade e no mercado de trabalho. Precisa-se, nisso tudo, de pessoas “vocacionadas”, capazes de escutar, acolher e amar. Além disso, ao invés de insistir em políticas ineficazes, precisa-se investir em prevenção, tratamento e reabilitação. A internação compulsória é condenada internacionalmente como ineficiente, estigmatizadora e que viola os direitos humanos. É preciso ousadia e criatividade para explorar novas soluções. Ainda temos esperança.
Jornal Testemunho de Fé

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 16/02/2013



Jesus veio para os necessitados
Leitura Orante


Lc 5,27-32

Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: "Segue-me". Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi preparou-lhe um grande banquete na sua casa. Lá estava um grande número de publicanos e de outras pessoas, sentadas à mesa com eles. Os fariseus e os escribas dentre eles murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e com os pecadores?" Jesus respondeu: "Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores".

Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante
seguindo a sugestão do Peregrino Russo:
Senta-te em silêncio e na solidão.
Inclina a cabeça. Fecha os olhos.
Respira suavemente, e olha
através da imaginação,
para dentro do teu coração.
Repete, respirando:
"Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim".

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Tomo o texto do dia e leio com atenção: Lc 5,27-32.
Jesus chama um cobrador de impostos para segui-lo: Levi. E vai tomar refeição em sua casa. Isto não foi bem visto pelos fariseus que se escandalizavam de Jesus comer com os pecadores. Jesus então, diz-lhe que veio para salvar os pecadores.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
Posso me colocar no lugar de Levi e ouvir o convite de Jesus, como também convida-lo para vir tomar refeição comigo. Posso ainda colocar-me no meio dos fariseus e escribas que ficam observando e julgando as atitudes pensando que sempre são os melhores.
Posso também colocar-me entre os "doentes" que precisam do "médico", dos pecadores que precisam de conversão.

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Oração oficial da CF 2013

Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para...

4. Contemplação/ Missão (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Viverei hoje como Levi, aceitando o convite de Jesus e convidando-o a vir à minha casa, ao meu coração.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

16 de fevereiro

José Allamano
Ele nasceu em Castelnuovo d'Asti, Itália, em 21 de janeiro de 1851. Também a cidade natal de São João Bosco, "o apóstolo da juventude"; e de seu tio São José Cafasso, irmão de sua mãe. Ambos foram seus orientadores e educadores desde a infância. Assim, José Allamano viveu no seio de uma família extremamente cristã.

Com vontade própria e decidido, ingressou no Oratório do Seminário Diocesano de Turim, onde recebeu a ordenação sacerdotal aos 22 anos e se formou em teologia um ano depois. Com 25 anos, foi convocado para continuar no mesmo seminário, como Diretor espiritual, demonstrando ter, apesar de jovem, excelentes qualidades de formador. Repetiu e inculcou, biblicamente aos noviços, a seguinte frase: "Fazer bem o Bem".

Quando padre Allamano foi nomeado Reitor do conceituado Santuário Mariano da "Consolata", tinha apenas 29 anos e permaneceu na função durante quarenta e seis anos, quando faleceu. A "Consolata" se tornou o campo de ação para todas as suas atividades sacerdotais. Muito atento, e com a mente aberta às necessidades e exigências pastorais do seu tempo, direcionou todas as iniciativas da diocese em favor da promoção da ação social da Igreja, da imprensa católica, da defesa e assistência ao clero, das associações operárias.

Também foi o Cônego da catedral, Superior de comunidades religiosas, membro de comissões e comitês diocesanos. Fundou em 1901 o Instituto Missões Consolata, composto de sacerdotes e de irmãos leigos. Em 1910 iniciou o Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata.

Padre José Allamano tinha uma saúde frágil, mas este servo de Deus era de uma fortaleza heróica. Sem abandonar as atividades da diocese, priorizou e se ocupou da formação do clero, dos missionários e missionárias. O ideal que propunha era de servir as missões com dedicação total de mente, palavra e coração.

Este mestre e benfeitor do clero morreu serenamente na sua residência, junto ao Santuário da Consolata, a 16 de fevereiro de 1926. Seu corpo repousa em paz na Capela da Casa Mãe dos Missionários da Consolata, em Turim, Itália.

Em Roma, no dia 7 de outubro de 1990, o papa João Paulo II beatificou José Allamano. Nesta ocasião os dois Institutos missionários da "Consolata", fundados por ele, contavam com mais de dois mil membros espalhados em vinte e cinco países.

Beato José Allamano foi um visionário de pensamento avançado para seu tempo, sua beatificação teve um significado de especial reconhecimento, não apenas pelo exemplo de sua vida santificada, mas por ter antecipado que era obrigação de cada Igreja local se abrir à missão universal.

Mensagens



Um cientista muito preocupado com os problemas do mundo passava dias em seu laboratório, tentando encontrar meios de minorá-los.

Certo dia, seu filho de 7 anos invadiu seu santuário decidido a ajudá-lo.
O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer o filho brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível removê-lo, procurou algo que pudesse distrair a criança. De repente, deparou-se com o mapa do mundo. Estava ali o que procurava. Recortou o mapa em vários pedaços e, junto com o rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:

- Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar:
Aqui está ele todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho!
Mas faça tudo sozinho!

Pelos seus cálculos, a criança levaria dias para recompor o mapa. Passadas algumas horas, ouviu o filho chamando-o calmamente.

- Papai, pai, já terminei tudinho!

A princípio, o pai não deu credito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade conseguir recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?

- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como consegiu?

- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da
revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem.
Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui.
Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o
homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a
folha e vi que havia consertado o mundo.


Autor desconhecido