segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Outubro, mês missionário


É tempo de promover uma conscientização para lembrar os fiéis cristãos da missão de cada um.
Por Dom Orani João Tempesta*
A missão é parte constitutiva da identidade da Igreja, chamada pelo Senhor a evangelizar todos os povos. Sua razão de ser e agir como fermento e como alma da sociedade, que deve renovar-se em Cristo e transformar-se em família de Deus. Por isso, a missão que se realiza deve, antes de tudo, animar a vocação missionária dos cristãos, fortalecer as raízes de sua fé e despertar sua responsabilidade para que todas as comunidades cristãs ponham-se em estado de missão permanente. Trata-se de despertar, nos cristãos, a alegria e a fecundidade de serem discípulos de Jesus Cristo, celebrando com verdadeiro gozo o “estar-com-Ele” e o “amar-com-Ele” para serem enviados para a missão.
A missão nos leva a viver o encontro com Jesus num dinamismo de conversão pessoal, pastoral e eclesial, capaz de impulsionar os batizados à santidade e ao apostolado, e de atrair os que abandonaram a Igreja, os que estão distantes do influxo do Evangelho e os que ainda não experimentaram o dom da fé.
Outubro é o Mês das Missões, um dos meses temáticos do ano, como os dois últimos, agosto e setembro. Outubro é um tempo forte para se intensificar as orações e os trabalhos de missão. A dimensão missionária é a mais profunda identidade da Igreja. Ela existe para continuar a missão de Cristo aqui na terra.
No primeiro dia do mês, a Igreja celebrou o dia de Santa Terezinha do Menino Jesus, a padroeira das missões. Uma santa doutora da Igreja que faleceu aos 24 anos, no convento, é conhecida por ser uma santa com vida simples, sem feitos extraordinários. Por ser a padroeira das missões, o exemplo da vida de Santa Terezinha faz com que todos os cristãos se sintam compromissados com a evangelização, em levar a Palavra de Deus a todos os lugares e a todas as pessoas.
A intenção em outubro é promover uma conscientização para lembrar os fiéis cristãos da missão de cada um. Os religiosos, religiosas, sacerdotes, membros de novas comunidades são missionários e assim denominados, mas os leigos também têm o dever de evangelizar. Devido a este caráter missionário da Igreja, no Brasil este ano temos como tema do mês missionário: “Missão para libertar” e lema: “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4,18). “A Missão do Messias vem do Deus da vida e, por isso, traz libertação para quem sofre algum tipo de escravidão. Hoje, Jesus nos desafia a assumirmos essa mesma Missão”.
O objetivo é criar comunhão entre os diversos aspectos da Missão e incentivar para o compromisso. Todas as famílias e comunidades são convidadas a viver com maior intensidade o Mês das Missões. Com isso, a nossa Igreja no Brasil se fortalece e se abre com maior generosidade para a Missão Universal além-fronteiras. Conforme o apelo do Papa Francisco, “não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” (EG 80).
Façamos a oração do mês missionário: Pai de bondade, nós te agradecemos pelo teu Filho Jesus enviado para dar vida plena a toda criatura. Dá-nos teu Espírito para que, libertos do egoísmo e do medo, lutemos com coragem contra toda forma de escravidão. Como Igreja missionária, renovamos nosso compromisso de anunciar o Evangelho em toda parte. E, com a intercessão de Maria, alcançar a libertação prometida. Amém!
CNBB, 03-10-2014.
*Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

A missão de Maria, na visão patrística


Texto aborda forma como a Mãe de Deus foi concebida por estudiosos da Igreja antiga.
Por Dom Vital Corbellin*
A missão que Maria, a mãe de Jesus desempenhou junto à humanidade, recebeu doutrina considerável na época dos padres da Igreja. Esses autores tiveram presentes os dados bíblicos e sempre consideraram Maria à luz do Verbo Encarnado. Ainda que esse período não desenvolvesse um tratado específico a respeito de Maria, no entanto os elementos encontrados na patrística iluminam a doutrina mariana eclesial posterior. Num período de círios, romarias, devoções, orações a Maria, é importante analisar a doutrina mariana pelos padres da Igreja. A seguir, nós veremos a forma como Maria foi conhecida como a Mãe do Filho de Deus a partir de alguns autores cristãos da Igreja antiga.
1. Maria na concepção dos padres dos três primeiros séculos
Um dos primeiros a falar de Maria foi Inácio de Antioquia ao afirmar diante dos docetas que negavam a humanidade de Jesus, que o Senhor tinha uma dupla geração, a eterna e a terrena através de Maria sendo o mesmo Verbo, palavra eterna do Pai.  Uma afirmação mais sistematizada é percebida em Justino de Roma.  Seguindo o paralelo de São Paulo, Cristo-Adão contrapõe o de Maria-Eva. Na obra Diálogo com Trifão (100) encontramos esta afirmação: "De fato, quando ainda era virgem e incorrupta, Eva, tendo concebido a palavra que a serpentes lhe disse, deu à luz a desobediência e a morte. A virgem Maria, porém concebeu fé e alegria, quando o anjo Gabriel lhe deu a boa noticia de que o Espírito do Senhor viria sobre ela e a força do Altíssimo a cobriria com sua sombra, através do que o santo que dela nasceu seria o Filho de Deus. Maria foi obediente ao plano de salvação de Deus de modo que ela foi instrumento da graça pela presença do Salvador na humanidade e em cada um de nós.
Orígenes, autor cristão que viveu em Alexandria e depois na Palestina foi bem mais ousado. Segundo o historiador bizantino Zózimo, ele usou a palavra Theotókos, titulo aplicado a Maria, Mãe de Deus. É fundamental dizer que Deus não possui uma mãe, porque é eterno e é o Criador de todas as coisas e dos seres humanos, mas pelo fato de que Maria gerou na carne o Filho de Deus, a ela lhe é dada este titulo. Esse título não foi encontrado nos livros de Orígenes que chegaram até nós, mas certamente estaria nos livros que foram destruídos. Além disso, a Escola de Alexandria usava por muito tempo este titulo para exprimir a maternidade divina de Maria, quando se tornou objeto de polêmicas na primeira metade do século quinto contra o nestorianísmo até a sua definição no Concilio de Éfeso (431).
Irineu de Lião desenvolveu um duplo tema da recapitulação colocando o papel de Maria como graça de Deus, pois enquanto Eva tornou-se causa de morte, Maria é causa de salvação, porque obedeceu à palavra de salvação de Deus recebendo em seu seio por obra do Espírito Santo, Jesus Cristo, o Filho do Pai.
Tertuliano estabeleceu a realidade da humanidade de Cristo, realçando o fato de que o Senhor possuía não um corpo celeste, mas um corpo verdadeiramente nascido da mesma substância de Maria; ex Maria. Ele afirmava a virgindade perpétua de Maria, pois ele tinha que confutar os docetas, que negavam ao Cristo um verdadeiro corpo humano e pretendiam que a sua concepção e o seu nascimento não fossem que aparentes. Para Tertuliano, Maria é a segunda Eva: "Eva era ainda virgem quando concebeu a palavra sedutora que erigiria o edifício da morte. Ocorria da mesma forma que fosse introduzido em uma virgem o Verbo de Deus que devia reconstruir o monumento da vida, de modo que aquilo que foi arruinado pelo mesmo sexo, pudesse ser recuperado para a salvação".
2. A visão de Maria a partir dos séculos IV e V
O século quarto ganhou um sentido mais profundo pela cristologia ligada à soteriologia, porque com a crise ariana os autores cristãos definiram com maior clareza a missão de Jesus Cristo e consequentemente a mariologia. Ário negava em Jesus a sua divindade, de modo que era preciso reforçar a pessoa na sua total unidade com o Pai, gerado desde sempre por ele e por isso Deus como o Pai é Deus. O Concílio de Nicéia de 325 dirá que o Filho é consubstancial ao Pai, tem a mesma substância dele(do Pai), sendo gerado por Ele, não criado. Como ele é Deus, é o redentor da humanidade e de cada pessoa humana. Nesse periodo a mariologia foi bem desenvolvida em relação aos seculos anteriores, porque realçava-se a doutrina de que o Verbo feito carne tornou-se igual a nós em tudo menos o pecado e que em Maria o mistério da encarnação gerou uma humanidade nova, livre da corrupção do pecado, a partir de Jesus, seu Filho.
Um dos grandes autores nesse periodo foi Atanásio de Alexandria colocando o Verbo de Deus feito carne, nascido do seio virginal de Maria. Outro autor que se destacou no século quarto foi Gregório Nazianzeno, no qual o termo Theotókos tornou-se a pedra de ortodoxia. Ele dizia que se alguém não admite que a bem-aventurada Maria é a Mãe de Deus  é separado da divindade. Se alguém pretende dizer que o Cristo não nasceu através da Virgem, é ateu porque nao manifesta a fé no Filho de Deus encarnado. Considera o dogma da maternidade divina de Maria como o eixo da doutrina eclesiática sobre Cristo e a salvação.
Nesse mesmo período surgiu a figura de Gregório de Nissa ao defrontar Apolinário de Laodicéia porque este negava uma alma racional em Jesus. Gregório defendeu o caráter completo da humanidade do Cristo: Ele tinha uma alma e uma vontade livre. O Filho de Deus formou para si uma natureza humana pela carne da Virgem, assim devemos chamá-la Mãe de Deus e não só mãe do homem, Jesus. Gregório coloca a relação Adão-Cristo: se a morte veio por meio de um homem, a redenção veio por meio de outro homem, Jesus Cristo. O primeiro caiu no pecado; o segundo reergueu o homem; a mulher encontrou a sua advogada em outra mulher: Maria é "advocata Evae", a advogada de Eva.
No final do século quarto apareceu também a presença de João Crisóstomo bastante influenciado pela escola de Antioquia. Ele não aplicou à santa Virgem o título de Theotókos,  mas ensina a virgindade perpétua de Maria.
No século quinto Agostinho ensinava que em Cristo há duas naturezas. Ele é Deus e homem, mas uma só Pessoa, um só Cristo. Nesta única Pessoa, a do Lógos e a do homem Jesus, existem as duas substâncias, sem mistura, permanecendo imutáveis. Mesmo em sua natureza humana, Jesus era Filho de Deus por natureza e não seu Filho adotivo. Agostinho ensina a virgindade perpétua de Maria e também a sua isenção do pecado original.
Nesse mesmo século temos a figura de Leão Magno, Papa que governou a Igreja de 440 a 461. Ele enfrentou as heresias, sobretudo a do docetismo de Estiques, que negava em Cristo a sua humanidade. Leão afirmava o duplo nascimento de Cristo a partir do símbolo apostólico, demonstrando que são distinguíveis duas naturezas em Cristo com as suas propriedades e as suas atividades respectivas, ainda que unidas em um só sujeito de atribuição. Cristo nasceu verdadeiramente de Deus e de Maria. Sendo Cristo consubstancial ao Pai e à Mãe, Ele é também solidário seja com Deus, seja com os seres humanos. Próprio por isso nenhuma pessoa obtém a salvação se não acredita à dupla consubstancialidade de Cristo (Serm. 64,2). Graças à esta unidade Cristo permaneceu obediente até a morte, sacrificou-se livremente pelo gênero humano e tornou-se o modelo da nossa ressurreição.
Ainda no século quinto surgiu a questão de Nestório, Patriarca de Constantinopla na qual a sua cristologia profundamente antioquena, era influenciado por Teodoro de Mopsuéstia. Quando ele chegou naquela cidade tinha notado que uns defendiam o Theotókos(Maria como aquela que concebeu Deus) contra aqueles que defendiam o termo: Αnthropotókos, (Maria como aquela que concebeu o homem Jesus). Ele deveria pronunciar-se a respeito dessa controvérsia. Ele preferiu o Christotókos(Maria como aquela que concebeu Cristo), pois assim ele achava que essa definição não suscitasse problemas. No entanto a sua posição feriu a religiosidade popular mariana. Nestório será acusado de dizer que Maria concebeu um homem comum e de dividir o Deus-Homem em duas pessoas distintas. É claro que Nestório recusou esta acusa. Ultimamente foi descoberto um livro dele, intitulado Heráclide, escrito 20 anos após a controvérsia, no exílio, aonde ele se declarava satisfeito pela cristologia de Leão, assumida no Concílio de Calcedônia(451), a qual distinguia as duas naturezas na única pessoa de Cristo.
Cirilo insurgiu-se contra Nestório afirmando a verdade de fé de que Maria é mãe de Deus pela encarnação do Filho de Deus. Ele considerava o encarnado o Verbo divino que vivia sobre a terra como verdadeiro homem; este dado era para ele o ponto de vista soteriológico. O Senhor da história era Deus mesmo em carne humana que vivia, morria e ressuscitava pelos homens. Por isto o título de Theotókos tinha sentido, ponto doutrinal que Nestório recusava; para ele(Cirilo) o Verbo era Filho de Deus por natureza, mas também ele era filho de Maria do momento que Maria o gerou na humanidade.  
Cirilo de Alexandria chegou à conclusão que a alma racional de Jesus tinha uma parte decisiva no seu ato de obediência e de oferta de si. A alma era o principio do sofrimento do Redentor. A realidade da natureza humana após a união era vital para ele numa perspectiva soteriológica, de salvação.  Ele afirmava que Jesus Cristo dignou-se nascer como nós, e veio ao mundo como o homem ao nascer de uma mulher, sem cessar de ser aquilo que era: Deus em natureza e em verdade. Porque a Santa Virgem colocou ao mundo segundo a carne Deus unido em pessoa à carne, nós a dizemos Mãe de Deus. Não que a natureza do Verbo tenha se originado da carne, uma vez que ele era em princípio e o Verbo era Deus, o Verbo era com Deus e ele é o autor do mundo, coeterno com o Pai,  o Criador do universo, mas como dizemos em precedência dignou-se  nascer na carne pelo seu seio(Ep. 17,11). Aos olhos dos alexandrinos, surgiu uma nova heresia a partir de Nestório e Cirilo tornou-se o seu adversário. Os dois recorreram a Roma. Um sínodo romano, realizado em 430, deu mais atenção a Cirilo de modo que ele teve autoridade para admoestar Nestório.
Em 431 houve o Concílio de Éfeso aonde se definiu que Maria é a mãe de Deus, não pelo fato de que Deus tenha uma mãe, porque é o Criador de todas as coisas e dos seres humanos, mas pelo fato de que o Verbo encarnado é Filho de Deus, Maria carrega este titulo que a Igreja o reconheceu devido a doutrina da salvação trazida por Cristo, enviado do Pai à humanidade.
Conclusão
A doutrina mariana foi se desenvolvendo nos primeiros séculos pelos padres, devido aceitação de Maria no plano de salvação à humanidade realizado por Deus Pai ao enviar o seu Filho ao mundo na qual nasceu de uma mulher. Devido as controvérsias cristológicas que surgiram era fundamental reforçar a idéia de que o Filho de Deus gerado na carne é Deus e por isso Maria carrega o titulo de mãe de Deus. Maria está presente na vida do povo de Deus, pois ela está ligada a Jesus Cristo, a primeira discípula missionária do Senhor. A homenagem que é dada a Maria não é de adoração, mas de veneração, porque sendo criatura privilegiada por Deus, sem o pecado original gera na carne o Filho de Deus sem o pecado. Maria sempre nos leva a Jesus, o seu Filho. Por isso supliquemos as graças necessárias para viver o seguimento a Jesus, a alegria de testemunhar para os outros, o Senhor. A doutrina mariana na patrística influenciou toda a mariologia posterior, de modo que Maria nos ajude a viver no momento atual o amor a Deus e o amor ao próximo, como a nós mesmos, o mandamento verdadeiro que Cristo deixou para os seus discípulos, as suas discípulas, seus missionários e suas missionárias.
CNBB, 03-10-2014.

Liturgia Diária

DIA 7 DE OUTUBRO - TERÇA-FEIRA

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
(BRANCO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona da entrada: Ave, Maria, Cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre (Lc 1,28.42).
Oração do dia
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da virgem Maria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 1,12-14)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
1 12 Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.
13 Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago.
14 Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial Lc 1
Bendita sejais, ó virgem Maria;
trouxestes no ventre a palavra eterna!

A minha alma engrandece ao Senhor,
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.

Pois ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!

Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.

Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, sem nada, os ricos.

Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Evangelho (Lucas 1,26-38)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
CONCEBIDA SEM PECADO
A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar em Maria como a perfeita discípula que correspondeu plenamente aos anseios de Deus, movida pela graça. A fidelidade de Maria decorreu de um especial dom divino, o dom de nascer mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e de acolher a proposta divina.
O anjo Gabriel alude a este dom divino quando a saudou como “repleta de graça”. Toda envolvida pelo amor divino, Maria soube colocar-se, em total disponibilidade, nas mãos de Deus, para cumprir sua santa vontade: “Eis a serva do Senhor, faça-me em mim conforme a tua palavra”. Uma tal comunhão com Deus excluía qualquer traço de egoísmo e de pecado. Só a plenitude da graça permitiu-lhe ser totalmente despojada de si para cumprir o projeto de Deus. Daqui brota a fé de que Maria, mesmo antes de nascer, foi preservada do pecado.
A condição de agraciada por Deus não a eximiu do esforço de ser peregrina na fé, necessitada de crescer e de aprender, como acontece com todo ser humano. Sua originalidade consistiu em ter trilhado um caminho sempre positivo, sem fazer concessões às paixões desordenadas, ou ao próprio querer. A grandeza de seu testemunho de fé expressou-se na humildade com que o viveu, num contínuo esforço de discernir a vontade de Deus e em ser solícita em cumpri-la.

Oração
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Fazei, ó Deus que a nossa vida corresponda às nossas oferendas e dai-nos contemplar de tal modo os mistérios do vosso Filho, que mereçamos alcançar as suas promessas. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O anjo disse à Maria: Vais conceber e dar à Luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus! (Lc 1,31)
Depois da comunhão
Senhor nosso Deus, anunciamos neste sacramento a morte e a ressurreição do vosso Filho, pedindo-vos que nos associeis às suas dores, para merecermos participar também das suas alegrias e glórias. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO)
Nossa Senhora do Rosário (ou Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário) é o título recebido pela aparição Mariana a São Domingos de Gusmão em 1208 na igreja de Prouille, em que Maria dá o rosário a ele.

Como bom filho de São Domingos, que havia inculcado tal devoção em seus frades pregadores, o papa recitava cotidianamente o assim chamado Saltério da Virgem, oração simples mas não monótona - assim como não aborrece uma simples palavra de amor repetida seguida e imutavelmente à pessoa amada.

Em agradecimento pela vitória da Batalha de Muret, Simon de Montfort construiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitória. Em 1572 Papa Pio V instituiu "Nossa Senhora da Vitória" como uma festa litúrgica para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto. A vitória foi atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário naquele dia na Praça de São Pedro, em Roma, para o sucesso da missão da Liga Santa contra os turcos otomanos no oeste da Europa. Em 1573, o Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para "Festa do Santo Rosário" e esta festa foi estendida pelo Papa Clemente XII à Igreja Universal. Após as reformas do Concilio Vaticano Segundo a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário. A festa tem a classificação litúrgica de memória universal e é comemorada dia 7 de outubro, aniversário da batalha.

A recitação do rosário, já apoiada pelo santo pontífice Pio V, foi estendida à Igreja universal em 1716, porque ela compreende, em certo sentido, todas as festas da Virgem e a vida do Redentor, ao qual Maria foi associada como Co-Redentora. Nos 15 mistérios são propostos aos cristãos outros tantos temas de meditação sobre a vida de Jesus e de Maria. O rosário foi chamado também "o breviário do povo de Deus", que deve ser recitado preferivelmente à noite por toda a família reunida, animada de um único espírito de oração.

Evangelho do Dia

Ano A - 07 de outubro de 2014

Lucas 1,26-38

Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
CONCEBIDA SEM PECADO
A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar em Maria como a perfeita discípula que correspondeu plenamente aos anseios de Deus, movida pela graça. A fidelidade de Maria decorreu de um especial dom divino, o dom de nascer mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e de acolher a proposta divina.
O anjo Gabriel alude a este dom divino quando a saudou como “repleta de graça”. Toda envolvida pelo amor divino, Maria soube colocar-se, em total disponibilidade, nas mãos de Deus, para cumprir sua santa vontade: “Eis a serva do Senhor, faça-me em mim conforme a tua palavra”. Uma tal comunhão com Deus excluía qualquer traço de egoísmo e de pecado. Só a plenitude da graça permitiu-lhe ser totalmente despojada de si para cumprir o projeto de Deus. Daqui brota a fé de que Maria, mesmo antes de nascer, foi preservada do pecado.
A condição de agraciada por Deus não a eximiu do esforço de ser peregrina na fé, necessitada de crescer e de aprender, como acontece com todo ser humano. Sua originalidade consistiu em ter trilhado um caminho sempre positivo, sem fazer concessões às paixões desordenadas, ou ao próprio querer. A grandeza de seu testemunho de fé expressou-se na humildade com que o viveu, num contínuo esforço de discernir a vontade de Deus e em ser solícita em cumpri-la.

Oração
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Atos 1,12-14
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
1 12 Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.
13 Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago.
14 Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.
Palavra do Senhor.
Salmo Lc 1
Bendita sejais, ó virgem Maria;
trouxestes no ventre a palavra eterna!

A minha alma engrandece ao Senhor,
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.

Pois ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!

Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.

Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, sem nada, os ricos.

Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Oração
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da virgem Maria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

A Paróquia Nossa Senhora das Candeias informa:

Formação para  Proclamadores da Palavra e para aqueles que deseja ser Proclamador da Palavra, dias 06 - 07 e 08/10,  às 19h30 , na matriz.
Ainda dá tempo, extensivo a todos, 
Venham participar  jovens  da Comunidade Timóteo.

Outubro, mês missionário


É tempo de promover uma conscientização para lembrar os fiéis cristãos da missão de cada um.
Por Dom Orani João Tempesta*
A missão é parte constitutiva da identidade da Igreja, chamada pelo Senhor a evangelizar todos os povos. Sua razão de ser e agir como fermento e como alma da sociedade, que deve renovar-se em Cristo e transformar-se em família de Deus. Por isso, a missão que se realiza deve, antes de tudo, animar a vocação missionária dos cristãos, fortalecer as raízes de sua fé e despertar sua responsabilidade para que todas as comunidades cristãs ponham-se em estado de missão permanente. Trata-se de despertar, nos cristãos, a alegria e a fecundidade de serem discípulos de Jesus Cristo, celebrando com verdadeiro gozo o “estar-com-Ele” e o “amar-com-Ele” para serem enviados para a missão.
A missão nos leva a viver o encontro com Jesus num dinamismo de conversão pessoal, pastoral e eclesial, capaz de impulsionar os batizados à santidade e ao apostolado, e de atrair os que abandonaram a Igreja, os que estão distantes do influxo do Evangelho e os que ainda não experimentaram o dom da fé.
Outubro é o Mês das Missões, um dos meses temáticos do ano, como os dois últimos, agosto e setembro. Outubro é um tempo forte para se intensificar as orações e os trabalhos de missão. A dimensão missionária é a mais profunda identidade da Igreja. Ela existe para continuar a missão de Cristo aqui na terra.
No primeiro dia do mês, a Igreja celebrou o dia de Santa Terezinha do Menino Jesus, a padroeira das missões. Uma santa doutora da Igreja que faleceu aos 24 anos, no convento, é conhecida por ser uma santa com vida simples, sem feitos extraordinários. Por ser a padroeira das missões, o exemplo da vida de Santa Terezinha faz com que todos os cristãos se sintam compromissados com a evangelização, em levar a Palavra de Deus a todos os lugares e a todas as pessoas.
A intenção em outubro é promover uma conscientização para lembrar os fiéis cristãos da missão de cada um. Os religiosos, religiosas, sacerdotes, membros de novas comunidades são missionários e assim denominados, mas os leigos também têm o dever de evangelizar. Devido a este caráter missionário da Igreja, no Brasil este ano temos como tema do mês missionário: “Missão para libertar” e lema: “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4,18). “A Missão do Messias vem do Deus da vida e, por isso, traz libertação para quem sofre algum tipo de escravidão. Hoje, Jesus nos desafia a assumirmos essa mesma Missão”.
O objetivo é criar comunhão entre os diversos aspectos da Missão e incentivar para o compromisso. Todas as famílias e comunidades são convidadas a viver com maior intensidade o Mês das Missões. Com isso, a nossa Igreja no Brasil se fortalece e se abre com maior generosidade para a Missão Universal além-fronteiras. Conforme o apelo do Papa Francisco, “não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” (EG 80).
Façamos a oração do mês missionário: Pai de bondade, nós te agradecemos pelo teu Filho Jesus enviado para dar vida plena a toda criatura. Dá-nos teu Espírito para que, libertos do egoísmo e do medo, lutemos com coragem contra toda forma de escravidão. Como Igreja missionária, renovamos nosso compromisso de anunciar o Evangelho em toda parte. E, com a intercessão de Maria, alcançar a libertação prometida. Amém!
CNBB, 03-10-2014.
*Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

Sínodo: Vigília de oração com o Papa


A Praça S. Pedro acolhe na tarde deste sábado a vigília de oração pelo Sínodo, que será inaugurado no domingo, 5, pelo Papa Francisco. A vigília é promovida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), com o tema “Acende uma luz na família". No momento introdutivo consta o testemunho de três casais italianos que se encontram em fases diferentes da vida: noivado, a prole e a reconciliação depois de seis anos de separação. No final do evento, está prevista a participação do Santo Padre. O Programa Brasileiro da Rádio Vaticano transmite a vigília ao vivo, com comentários em português, a partir das 12h50 (hora de Brasília).
O Brasil participará do Sínodo com os Cardeais Raymundo Damasceno Assis (um dos três Presidentes-delegados, responsável por coordenar as atividades na ausência de Francisco), João Braz de Aviz (Prefeito da Congregação para as os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica), Odilo Pedro Scherer (Arcebispo de São Paulo), Orani Tempesta (Arcebispo do Rio de Janeiro) e o Arcebispo da comunidade maronita no Brasil, Dom Edgard Madi. Como auditores, participará o casal Hermelinda e Arturo Zamperlini, representando as Equipes de Nossa Senhora. A expectativa para o início do Sínodo é grande, mas maior ainda é o entusiasmo para os resultados que poderá produzir. O Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto, faz votos de “produtividade” aos padres sinodais, para que promovam passos concretos em favor da família. Em visita à sede da Rádio Vaticano, Dom Paulo falou também da realidade de sua Arquidiocese, onde se verificam mais separações do que casamentos. Clique acima para ouvir.

Liturgia Diária

DIA 6 DE OUTUBRO - SEGUNDA-FEIRA

XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Oração do dia
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a nossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Gálatas 1,6-12)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
Irmãos, 1 6 estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente.
7 De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.
9 Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!
10 É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo.
11 Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano.
12 Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 110/111
O Senhor se lembra sempre da aliança. 

Eu agradeço a Deus, de todo o coração,
junto com todos os seus justos reunidos!
Que grandiosa são as obras do Senhor,
elas merecem todo o amor e admiração!

Suas obras são verdade e são justiça,
seus preceitos, todos eles, são estáveis,
confirmados para sempre e pelos séculos,
realizados na verdade e retidão.

Enviou libertação para o seu povo,
confirmou sua aliança para sempre.
Seu nome é santo e é digno de respeito.
Permaneça eternamente o seu louvor.
Evangelho (Lucas 10,25-37)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 10 25 levantou-se um doutor da lei e, para pôr Jesus à prova, perguntou: “Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?”
26 Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na lei? Como é que lês?”
27 Respondeu ele: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo”.
28 Falou-lhe Jesus: “Respondeste bem; faze isto e viverás”.
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?”
30 Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto.
31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante.
32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante.
33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão.
34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: ‘Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei’.
36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?”
37 Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A PRÁTICA DA MISERICÓRDIA
A parábola do bom samaritano mostra-nos o amor misericordioso como o único meio de obter a vida eterna. Engana-se quem pretende alcançar este objetivo mediante a prática minuciosa dos mandamentos, a busca da pureza ritual, o respeito às tradições, se tudo isto carecer do respaldo da vivência da misericórdia. Seguramente, o primeiro a ser questionado pelo ensinamento de Jesus e ver-se obrigado a mudar de mentalidade foi o mestre da Lei, que pretendia colocá-lo à prova.
A parábola apresenta-nos alguns aspectos da misericórdia, como Jesus a entendia. O samaritano põe-se a ajudar um judeu, sem se importar com as rixas que sempre existiram entre os dois povos, mostrando, assim, que a verdadeira misericórdia é dirigida a todas as pessoas, sem exceção. O assistido pelo samaritano é alguém expoliado, vítima da maldade humana, jogado à beira do caminho, como algo sem valor. Isto mostra que a misericórdia deve dirigir-se mormente aos pobres e deserdados deste mundo.
O samaritano muda todos os seus planos, ao deparar-se com alguém necessitado de sua assistência. Essa atitude indica que a misericórdia exige que deixemos de lado nossos programas e esquemas, ao nos depararmos com o irmão carente. O samaritano faz todo o possível e ainda se oferece para custear a hospedagem de seu assistido. Isto sugere que a misericórdia desconhece limite, indo além de quanto se possa previamente imaginar.

Oração
Espírito de amor misericordioso, que a indigência e o sofrimento de meus semelhantes levem-me a manifestar-lhes meu amor, com gestos concretos de misericórdia.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, nós vos pedimos, o sacrifício que instituístes e, pelos mistérios que celebramos em vossa honra, completai a santificação dos que salvastes. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Bom é o Senhor para quem confia nele, para aquele que o procura (Lm 3,25).
Depois da comunhão
Possamos, ó Deus onipotente, saciar-nos do pão celeste e inebriar-nos do vinho sagrado, para que sejamos transformados naquele que agora recebemos. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO BRUNO
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, que chamastes são Bruno a vos servir na solidão, dai que, por suas preces, estejamos sempre voltados para vós em meio à agitação do mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Sejam aceitos por vós, ó Deus, os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de são Bruno, e concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Deus, pela força deste sacramento, conduzi-nos constantemente no vosso amor, a exemplo de são Bruno, e completai, até a vinda do Cristo, a obra que começastes em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO BRUNO):
Em meados do primeiro milênio depois de Cristo, Hugo, o bispo da diocese francesa de Grenoble, sonhou certa vez com sete estrelas que brilhavam sobre um lugar escuro, muito deserto. Achou estranho. Algum tempo depois, foi procurado por sete nobres e ricos, que queriam converter-se à vida religiosa e buscavam sua orientação, por causa da santidade e do prestígio do bispo. Hugo, reconhecendo na situação o sonho que tivera, ouviu-os com atenção e ofereceu-lhes fazer sua obra num lugar de difícil acesso, solitário, árido e inóspito. Assim, tiveram todo o seu apoio episcopal. Esses homens buscavam apenas o total silêncio e solidão para orar e meditar. Tudo o que desejavam, ou seja, queriam atingir a elevação espiritual, cortando definitivamente as relações com as coisas mundanas. Eles eram Bruno e seus primeiros seis seguidores e a ordem que fundaram foi a dos monges cartuxos. Bruno era um nobre e rico fidalgo alemão, que nasceu e cresceu na bela cidade de Colônia. Sua família era conhecida pela piedade e fervorosa devoção cristã. Cedo aquele jovem elegante resolveu abandonar a vida de vaidades e prazeres, que considerava inútil, sem sentido e improdutiva. Como era propício à nobreza, foi estudar na França e Itália. No primeiro país concluiu os estudos na escola da diocese de Reims, onde também se ordenou e posteriormente lecionou teologia. Como aluno, teve até mesmo um futuro papa. Mas também conhecia a fama de santidade do bispo de Grenoble, por isso decidiu procurá-lo. Assim, no lugar indicado por ele, Bruno liderou a construção da primeira Casa de Oração, com pequenas celas ao redor. Nascia a Ordem dos monges Cartuxos, cujas Regras foram aprovadas em 1176, mas ele já havia morrido. Lá, ele e seus discípulos se obrigaram ao silêncio permanente e absoluto. Oravam, trabalhavam, repousavam e comiam, mas no mais absoluto e total silêncio. Em 1090, o sumo pontífice era seu ex-aluno, que, tomando o nome de papa Urbano II, chamou Bruno para ser seu conselheiro. Ele, devendo obediência, abandonou aquele lugar ermo que amava profundamente. Porém não resistiu muito em Roma. Logo obteve aprovação do papa para construir seu mosteiro de Grenoble e também a autorização para fundar outra Casa da Ordem dos Cartuxos, na Calábria, num local ermo chamado bosque de La Torre, hoje chamado Serra de São Bruno, província de Vito Valentia. Viveu assim recolhido até que adoeceu gravemente. Chamou, então, os irmãos e fez uma confissão pública da sua vida e reiterou a profissão da sua fé, entregando o espírito a Deus em 6 de outubro de 1101. Gozando de fama de santidade, seu culto ganhou novo impulso em 1515. Na ocasião, o seu corpo, enterrado no cemitério no Convento de La Torre, foi exumado e encontrado completamente intacto, tendo, assim, sua celebração confirmada. Em 1623, o papa Gregório XV declarou Bruno santo da Igreja. Seguindo o carisma de seu fundador, a Ordem dos Cartuxos é uma das mais austeras da Igreja Católica e seguiu assim ao longo dos tempos, como ele mesmo previu: "Nunca será reformada, porque nunca será deformada". Entretanto, atualmente, conta apenas com dezenove mosteiros espalhados pelo mundo todo.

Evangelho do Dia

Ano A - 06 de outubro de 2014

Lucas 10,25-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 10 25 levantou-se um doutor da lei e, para pôr Jesus à prova, perguntou: “Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?”
26 Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na lei? Como é que lês?”
27 Respondeu ele: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo”.
28 Falou-lhe Jesus: “Respondeste bem; faze isto e viverás”.
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?”
30 Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto.
31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante.
32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante.
33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão.
34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: ‘Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei’.
36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?”
37 Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A PRÁTICA DA MISERICÓRDIA
A parábola do bom samaritano mostra-nos o amor misericordioso como o único meio de obter a vida eterna. Engana-se quem pretende alcançar este objetivo mediante a prática minuciosa dos mandamentos, a busca da pureza ritual, o respeito às tradições, se tudo isto carecer do respaldo da vivência da misericórdia. Seguramente, o primeiro a ser questionado pelo ensinamento de Jesus e ver-se obrigado a mudar de mentalidade foi o mestre da Lei, que pretendia colocá-lo à prova.
A parábola apresenta-nos alguns aspectos da misericórdia, como Jesus a entendia. O samaritano põe-se a ajudar um judeu, sem se importar com as rixas que sempre existiram entre os dois povos, mostrando, assim, que a verdadeira misericórdia é dirigida a todas as pessoas, sem exceção. O assistido pelo samaritano é alguém expoliado, vítima da maldade humana, jogado à beira do caminho, como algo sem valor. Isto mostra que a misericórdia deve dirigir-se mormente aos pobres e deserdados deste mundo.
O samaritano muda todos os seus planos, ao deparar-se com alguém necessitado de sua assistência. Essa atitude indica que a misericórdia exige que deixemos de lado nossos programas e esquemas, ao nos depararmos com o irmão carente. O samaritano faz todo o possível e ainda se oferece para custear a hospedagem de seu assistido. Isto sugere que a misericórdia desconhece limite, indo além de quanto se possa previamente imaginar.

Oração
Espírito de amor misericordioso, que a indigência e o sofrimento de meus semelhantes levem-me a manifestar-lhes meu amor, com gestos concretos de misericórdia.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Gálatas 1,6-12
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
Irmãos, 1 6 estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente.
7 De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.
9 Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!
10 É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo.
11 Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano.
12 Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo.
Palavra do Senhor.
Salmo 110/111
O Senhor se lembra sempre da aliança. 

Eu agradeço a Deus, de todo o coração,
junto com todos os seus justos reunidos!
Que grandiosa são as obras do Senhor,
elas merecem todo o amor e admiração!

Suas obras são verdade e são justiça,
seus preceitos, todos eles, são estáveis,
confirmados para sempre e pelos séculos,
realizados na verdade e retidão.

Enviou libertação para o seu povo,
confirmou sua aliança para sempre.
Seu nome é santo e é digno de respeito.
Permaneça eternamente o seu louvor.
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a nossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.