sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um caminho para as três religiões


Não se combate o Islã. Há, ao contrário, um terrorismo que se diz inspirado pelo seus fundamentos.
Papa com líderes judeu e muçulmano: 'Há um caminho a fazer da parte de todos os monoteísmos'.
Por Enzo Bianchi*

A estima e amizade que há décadas nutro por Giuseppe Laras, ex-rabino-chefe de Milão, me levam a fazer uma interlocução com suas reflexões no jornal italiano "Corriere della Sera" em reação aos eventos de Paris e dirigidas como apelo a todo o Ocidente. Gostaria de precisar melhor o que faz parte como necessidade e tarefa para nós cristãos e para os judeus, no diálogo compartilhado. Na verdade, o que são hoje judeus e cristãos? São irmãos gêmeos nascidos de um único tronco, o da Bíblia hebraica, por nós cristãos definida como Antigo Testamento.

No I século a.C. eram diversos os hebraísmos presentes (saduceus, fariseus, essênios) e judeus eram também Jesus e seus discípulos. No I século d.C., respectivamente após a histórica parábola de Jesus e após a destruição do templo por obra dos romanos em 70 d.C., eis afirmarem-se os dois grupos dos fariseus (o judaísmo rabínico) e dos cristãos (definidos também como nazarenos galileus, minim): os primeiros puseram no centro de sua fé a Tora; os outros, ao invés, mediante uma leitura do cumprimento das profecias, puseram no centro o Messias prometido, isto é, Jesus de Nazaré, reconhecido como Mestre, Profeta, Justo e, em virtude de sua ressurreição, Senhor e Messias.

É esse o grande, originário cisma, uma divisão que – como afirmou Joseph Ratzinger – era legítima a partir das próprias Escrituras interpretadas de modo diverso. Os judeus não são “irmãos mais velhos” (expressão carregada de afeto e simpatia, mas teologicamente não correta), são irmãos que compartilham conosco o único Pai, Deus, e os pais na fé: Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e Davi. Entre judeus e cristãos há certamente uma assimetria: nós não podemos viver como cristãos sem o Antigo Testamento, enquanto os judeus podem viver sem o Novo Testamento. No nosso diálogo, que o apóstolo Paulo corajosamente define também como “zelo” (Ro 11,11.14), as relações são de emulação, e por isso não fáceis, mas nós somos chamados à reconciliação sabendo, como escreve o mesmo Paulo, que “sua readmissão no final dos tempos será uma ressurreição dos mortos” (Ro 11,15).

Mas, nesta nossa relação há um tema candente sobre o qual não parece haver compreensão: o tema da terra e do Estado de Israel. Segundo as Escrituras do Novo Testamento existe um Israel de Deus que são os judeus em aliança com Deus, mas nem todo Israel é o Israel de Deus, é descendência de Abraão. Assim como nem todos os nascidos em contexto de cristandade são cristãos. É certo que espontaneamente a Igreja se sente ligada aos judeus que creem, os quais estão com Deus numa aliança jamais revogada e vivem segundo suas exigências, mas não identifica esta aliança, que pertence ao âmbito da fé, com uma dimensão étnica, cultural ou política.

Nós, cristãos, que já não temos mais terra nem pátria, porque toda terra estrangeira é para nós pátria – como se lê no A Diogneto, um esplêndido texto das origens cristãs -, sendo cidadãos do mundo em condições de fazer escolhas políticas, podemos querer ou não querer o Estado de Israel, mas, teologicamente não temos palavras em mérito. Isso não significa deixar os judeus na metade do vau. Pessoalmente auguro o mais rápido possível a presença de um estado de Israel e de um palestinense, em paz entre eles e reconhecidos pelo mundo, mas, teologicamente minha fé não me autoriza a levantar a hipótese de um estado de Israel.

E é complementar a esta reflexão pronunciar uma palavra sobre os eventos da última semana. Temos falado demasiado e não sabíamos o que dizíamos: palavras como armas, palavras de guerra, desprezo lançado para o Islã... Temos desfigurado uma religião, o Islã, deixamo-la confundida com extremismos que fazem referência a ela, mas que não são muito diversos daqueles presentes ainda hoje em diversas religiões e em ideologias não religiosas.

Sem dúvida, temos a consciência da natureza manipuladora do fundamentalismo, sabemos que não custa nada apropriar-se de Deus como de uma bandeira (e que Deus será aquele na mente dos terroristas?), sabemos que não é verdade que todos os muçulmanos são inclinados à violência. Sabemos também que por ora há um choque de civilizações, isto é, não se combatem Islã e o cristianismo, não há uma guerra em curso e declará-la tal é irresponsável. Há, ao invés, um terrorismo que se diz inspirado pelo Islã, que individua como inimigos alguns lugares ou sujeitos precisos do Ocidente e que ceifa também muitíssimas vítimas muçulmanas no Oriente Médio.

Hoje, mais do que nunca, ocorre que haja responsabilidade, ocorre racionalizar os temores que nos invadem e não deixar que sejam cavalgados, com o efeito de aumenta-los e torná-los ingovernáveis, da parte de forças políticas bárbaras e prontas a declarar guerra porque só se têm diante de si um inimigo, ao custo de criá-lo, encontram uma forte identidade que não têm em si mesmas, desprovidas como são de humanismo. O recente discurso do presidente egípcio Al Sisi na universidade al-Azhar do Cairo traçou para os muçulmanos uma via que contém muitas deixas e perguntas. Queremos ajudar estes fermentos, queremos fazer algo para que se abra um caminho diverso, na insígnia da escuta e do respeito recíproco? Porque não começar pelo preceito universal da regra de ouro: “Não faças aos outros o que não queres que seja feito a ti”, quem sabe vetando-nos caricaturas ofensivas para o Islã, conjugando a nossa liberdade com o respeito pelo outro, sobretudo nesta hora histórica na qual nos sentimos ameaçados por um terrorismo que recorre ao nome de Deus e se pretende islâmico? É verdade: uma caricatura, também ofensiva, jamais pode ser vingada com a violência e o homicídio, esta é uma barbárie criminal! Mas, com a metáfora da reação espontânea do punho fechado a quem ofende a mãe, o Papa Francisco se fez entender pelas pessoas mais simples e cotidianas.

Ora, se é verdade que judaísmo e cristianismo são principalmente formas de fé e não somente religiões, é preciso reconhecer também ao Islã a capacidade de ser uma religião tendo no próprio coração a fé. A única coisa que me ouço dizer – e uso as palavras de Marcel Gauchet – é que “o cristianismo é a religião que requer a saída da religião”, por ser capaz de uma crítica, de uma distância da própria religião. No cristianismo, de fato, não é o livro que está no centro, mas um homem, Jesus Cristo, que os cristãos confessam como Senhor que foi morto condenado precisamente por suas tomadas de posição que rompiam com a religião existente. Nesta relação entre religião e fé, relação que o cristianismo soube por em foco e distinguir, continua verdade que o Islã, em sua não contemporaneidade com a nossa cultura, tem uma lenta evolução e ainda deve fazer um longo caminho de confronto com a modernidade, isto é, com a crítica literária e teológica dos escritos sagrados em primeiro lugar, mas também com a racionalidade humana, exercício absolutamente necessário para purificar toda e qualquer religião. Além disso, os próprios judeus “religiosos” de Mea Shearim, que são uma minoria significativa, ainda não elaboraram a possibilidade de um estado que não seja teocrático e de uma lei civil distinta da religiosa... E, análoga tentação golpeia ainda franjas fundamentalistas de cristãos americanos.

Há um caminho a fazer da parte de todos os monoteísmos que no passado, embora em formas, modos e intensidade diversas, combateram guerras de religião, perseguiram os hereges, foram intolerantes. Neste caminho, é urgente uma leitura interpretativa diversa do Antigo Testamento e do Corão, sobretudo nas páginas carregadas de violência e de vinganças ameaçadas e consumadas. Nem seja esquecido que no decurso da história também algumas páginas do Novo Testamento conheceram interpretações violentas e intolerantes, tornadas praxes violentas e intolerantes. Quanto à relação entre judeus e cristãos – que não pode ser comparada àquela com o Islã ou com as outras religiões porque de natureza intrínseca e iniludível – é preciso permanecer sempre vigilantes para não judaizar da parte dos cristãos e para não ceder à indiferença com os cristãos da parte dos judeus. São para sempre irmãos gêmeos.
La Stampa, 18-01-2015.
Enzo Bianchi é prior e fundador da Comunidade de Bose. A tradução é de Benno Dischinger.

Liberdade e respeito


A contemporaneidade exige um aprendizado a respeito de como valer-se das conquistas alcançadas ao longo da história para se construir um mundo melhor.  Há uma ciência própria que deve auxiliar o exercício da liberdade para que prevaleça também o respeito inegociável aos direitos e às autonomias. Deve-se considerar sempre a ética da alteridade, que exige uma específica competência cidadã. Somente assim é possível ver a vida e avaliar cenários não apenas a partir do próprio lugar e de interesses particulares, mas considerando perspectivas capazes de contemplar o bem maior, da coletividade.  
 
Sem esse discernimento interpretativo, continuará a prevalecer o risco de autoritarismos e imposições que provocam desastres fatais e atingem não apenas contextos específicos, mas toda humanidade.   Por isso mesmo, o ponto de partida será sempre uma vívida responsabilidade quanto àquilo que se fala, os juízos emitidos sobre o outro, a respeito de culturas e de confissões religiosas. A liberdade individual e também a de imprensa não dão a ninguém o direito de posicionamentos que ultrapassem o limite delineado pelo respeito a identidades e diferenças.
 
O uso abusivo da liberdade de expressão, sem medir as consequências, não raramente gera outros absurdos. Equívocos provocados por uma sucessão de irracionalidades. A liberdade não pode ser compreendida como perda do sentido de alteridade. Sempre deve haver respeito ao outro, às culturas e às confissões religiosas. Merece atenção específica o contexto digital e midiático, que tem papel decisivo na definição de comportamentos e escolhas, influencia a formação de juízos a partir da disseminação de todo o tipo de opinião. Muitos, de modo covarde, valem-se do anonimato possível na internet para perpetrar uma sentença algoz até contra quem não merece.
 
A perda de parâmetros é um perigo e produz desastres que dividem a opinião pública, criando os chamados “lados opostos”. Assim, inviabiliza a abertura de uma nova e indispensável perspectiva que favorece diálogos construtivos. A liberdade, portanto, não pode se transformar em arma, usada irresponsavelmente para desferir golpes contra os outros. Utilizá-la desse modo é provocar reações também arbitrárias que geram cenários de perdas irreversíveis. A conduta irresponsável de simplesmente dizer o que se quer e bem entende não é caminho para se construir a sociedade do diálogo. Ora, é preciso ponderar antes de emitir opiniões. Trata-se de exercer o princípio ético, particularmente porque se sabe que a palavra tem força construtiva e demolidora.
 
O mundo não é um pequeno espaço, um “canto”, e, por isso, ninguém deve se posicionar sem a devida consideração da pluralidade existente entre povos, culturas e grupos. A “palavra dita” e a “palavra dada” precisam ser balizadas pelo princípio ético.  A globalização das informações, o direito de juízos e o uso de liberdades não permitem desconsiderar o respeito moral e cidadão ao outro. Portanto, é uma irresponsabilidade falar sem pensar e sem as indispensáveis ponderações. É um grave equívoco desprezar a avaliação daquilo que se diz pelos meios digitais, pela mídia, nas rodas de conversas, nas reuniões, nos parlamentos, onde for. Esse erro é cometido, muitas vezes, por governantes, empresários, líderes diversos e, também, pelo cidadão mais simples. 
 
Torna-se urgente mobilizar sensibilidades para se aprender, ou reaprender, que é indispensável refletir, antes de dizer. Caso contrário, a palavra não será veículo do diálogo, mas arma que provoca arbitrariedades e gera a violência. O exercício de ponderação exige que a palavra a ser dita seja planejada no silêncio que está em falta em nossa sociedade, muito inquieta e barulhenta.   A geração qualificada da palavra tem tudo a ver com a fonte da ética que forja moralidades necessárias a decisões, posturas e escolhas. A ética em defasagem produz a permissividade doentia que alimenta a corrupção, seduz mentes e corações pelo afã do dinheiro e cega muitos no exercício do poder.
 
É hora de investir, em todo lugar e de formas variadas, como prioridade, na compreensão de que liberdade e respeito são indissociáveis. Isto significa reconhecer a grande pluralidade que caracteriza o mundo, uma urgência cultural e ética. Sem boa articulação entre liberdade e respeito, a sociedade contemporânea, mesmo com seus avanços, vai sofrer com os ataques e vandalismos, continuará a pagar altos preços.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

EVANGELHO DO DIA

ANO B - DIA 23/01

Jesus constitui os apóstolos - Mc 3, 13-19
Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele. Ele constituiu então doze, para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a Boa-Nova, com o poder de expulsar os demônios. Eram: Simão (a quem deu o nome de Pedro); Tiago, o filho de Zebedeu, e João, seu irmão (aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “filhos do trovão”); e ainda André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, 
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
 
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me ao encontro com Deus mediante sua Palavra, rezando: Vem, Espírito Santo, nos nossos corações,
e concede-nos, por intercessão de Maria,
a graça de ler e reler as Escrituras.
Concede-nos, Espírito Santo,
a graça de reconhecer a obra de Deus atuante na História
e a sua presença de misericórdia.
Amém.
1- LEITURA (VERDADE)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mc 3, 13-19, e observo pessoas que Jesus chama e o que lhes recomenda.
Jesus não chamou para seu grupo os mais preparados do seu tempo, mas, os mais disponíveis. Há um provérbio popular que diz: “Deus não chamou os mais capacitados, mas capacitou os que chamou”. Chamou simples pescadores – Pedro, André, Tiago, João. Chamou o cobrador de impostos. Chamou gente simples. Não significa que discriminou. Apenas, significa que o coração mais simples está livre de muitas preocupações. Estes chamados recebem o mesmo poder de Jesus: anunciar o Reino, autoridade para expulsar os espíritos maus e curar todas as doenças, missão de libertar as pessoas de todos os males.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)
O que o texto diz para mim, hoje?
Sou livre para seguir Jesus? Pelo batismo todo cristão é chamado a seguir Jesus de acordo com seu estado de vida. Os bispos, em Aparecida, falam deste chamado:
“ A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57). (DAp 136).
3- ORAÇÃO (VIDA)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Senhor Jesus, eu creio que estou na tua presença
e te adoro profundamente.
Ilumina a minha inteligência e fortifica a minha vontade,
de modo que a minha vida seja, aos poucos,
transformada pelo encontro contigo.
Liberta-me de tantas coisas que me oprimem,
ensina-me a evitar a dispersão
 
em muitos interesses superficiais;
ajuda-me na busca contínua da tua vontade.
Espírito Santo, cria em mim um coração novo,
capaz de amar todas as pessoas.
Que a minha oração seja sustentada
pela intercessão de Maria, Mãe da Igreja
e modelo de disponibilidade à voz de Deus.
Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
“Somos chamados a encarnar o Evangelho no coração do mundo”(DGAE 2008-2009, no 21). Como vou vivê-lo na missão?
Meu novo olhar me leva a viver a missão de apóstolo e missionário.
BÊNÇÃO
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


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COMENTÁRIOS
A escolha dos Doze é fruto da liberdade e da vontade do Senhor
É o terceiro relato de vocação do evangelho de Marcos. Encontramos dois outros relatos em 1,16-20 e 2,13-14. Nos três relatos a iniciativa é de Jesus; é o Mestre quem chama os seus discípulos, e não os discípulos que escolhem o seu Mestre. A montanha é o lugar do encontro, da revelação de Deus, da manifestação da sua vontade (cf. Ex 19,1ss). Isso significa que a escolha dos Doze é fruto, poderíamos dizer, da oração de Jesus. “Chamou a si os que ele quis”, isto é, a escolha dos Doze é, ainda, fruto da liberdade e da vontade do Senhor. Por isso, ele poderá dizer: “não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi...” (Jo 15,16). O que deve caracterizar a vida dos Doze é a união com Jesus e a missão. A eleição dos Doze, fazendo referência às doze tribos de Israel, aponta para a perspectiva do novo povo de Deus, constituído não pela descendência do sangue, mas pela adesão livre à pessoa de Jesus Cristo. A missão dos Doze é dupla e indissociável: anunciar a Boa-Nova e expulsar demônios. O mal que desfigura o ser humano não pode dominar quem recebe de coração o anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo.
Pe. Carlos Alberto Contieri
ORAÇÃO
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
LEITURA
Hb 8, 6-13
SALMO
Misericórdia e fidelidade se encontram. Sl85 (84)

O que é Igreja:

O que é Igreja:    Informativo  Litúrgico-  Ano B  2015

  Paróquia Nossa Senhora da Candeias -  31  anos

Igreja, do latim ecclesia, é um templo cristão, é o local da pregação dos ensinamentos de Cristo, obedecendo os princípios da ética cristã.

Igreja é o conjunto de fiéis unidos pela mesma fé e que celebram as mesmas doutrinas religiosas.

Em sociologia Igreja é um grupo religioso organizado e institucionalizado. É uma sociedade cujos membros representam da mesma maneira o mundo sagrado e suas relações com o mundo profano. Como grupo, uma igreja abrange uma comunidade dos que creem e, geralmente um corpo de sacerdotes, hierarquizado ou não. Como instituição, a igreja representa um sistema de preceitos dogmáticos, ritos e crenças.

Igreja Católica

Igreja Católica ou,  Igreja Católica  Apostólica Romana, é uma Igreja Cristã, que tem por objetivo pregar o Evangelho de Jesus Cristo. A estrutura da Igreja foi formada pela Bíblia, pelos ensinamentos e pela doutrina cristã. Através de uma interação dinâmica entre a Bíblia e a tradição, a Igreja desenvolveu seus ensinamentoss, crenças e credos, além da litúrgia, sacramentos e festividades, concedendo aos fiéis a essência da fé cristã.
Dois ritos ou sacramentos, foram instituídos pelo próprio Jesus: o batismo e a eucaristia. Outros ritos incluem o crisma, o casamento, a ordenação para o sacerdócio, a confissão e a extrema unção. O clero católico é masculino e celibatário. É formado pela classe eclesiástica dos sacerdotes, sendo o papa o chefe supremo de toda a Igreja e do Estado do Vaticano, além dos cardeais, dos bispos e dos padres. A Igreja Católica possui seu santuário onde se localiza o altar, além de oferecer locais para a devoção da comunidade.

Igreja Ortodoxa

A maior parte das igrejas Ortodoxas deriva do antigo cristianismo grego do Mediterrâneo Oriental. O elo direto com as Igrejas fundadas pelos apóstolos e a memória do Império Romano cristão (o Império Bizantino), que durou até 1453, aumentam a importância da tradição como guia da Igreja. Essa tradição inclui as escrituras, os antigos concílios e os escritos dos padres, a liturgia e a veneração de imagens sagradas. A Igreja Ortodoxa não reconhece o papa como autoridade. O Patriarca Ecumênico de Constantinopla é a mais alta autoridade da Igreja Ortodoxa, a russa é a maior delas. Cada Igreja autônoma tem seu próprio patriarca, sendo autogovernante. Além da Rússia, o cristianismo Ortodoxo é também importante na Ucrânia, na Grécia, na Romênia, na Bulgária, na Sérvia entre outros.

 Pastoral  Liturgica 2015  PNSC. Ano  B
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   Nossa reunião acontece as terças-feiras  as  19,30 h.