segunda-feira, 23 de setembro de 2013

"Toda criança não nascida tem a face de Jesus", afirma o Papa a médicos católicos

 Rádio Vaticana






 Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira, no Vaticano, os participantes do X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas. De 18 a 22 de setembro, médicos de todo o mundo debatem em Roma o tema “Catolicismo e cuidados maternos”.
Em seu discurso, o Pontífice propõe três reflexões, sendo a primeira delas a “situação paradoxal” que se assiste hoje em relação à profissão médica. De um lado, os progressos da medicina e, de outro, o perigo de que o médico perca a sua identidade de servidor da vida.
“A situação paradoxal se constata no fato de que, enquanto se atribuem novos direitos à pessoa, nem sempre se tutela a vida como valor primário e direito primordial de todo homem. O fim último do agir médico permanece sempre a defesa e a promoção da vida.”
Neste contexto contraditório, a Igreja apela à consciência de todos os profissionais e voluntários da saúde, de modo especial aos ginecologistas, chamados a colaborar ao nascimento de novas vidas humanas.
Uma mentalidade difundida do útil, a “cultura do descartável”, que hoje escraviza o coração e a inteligência de muitas pessoas, tem um custo altíssimo: pede que se eliminem seres humanos, sobretudo se fisicamente ou socialmente mais fracos. A nossa resposta a esta mentalidade é um “sim” à vida, convicto e sem hesitações. As coisas têm preços e podem ser vendidas, mas as pessoas têm dignidade, valem mais do que as coisas e não têm preço. Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade se tornou nos últimos tempos uma prioridade do Magistério da Igreja.
No ser humano frágil, afirma ainda Francisco, cada um de nós é convidado a reconhecer a face do Senhor, que na sua carne humana experimentou a indiferença e a solidão às quais frequentemente condenamos os mais pobres, seja nos países em desenvolvimento, seja nas sociedades opulentas. Toda criança não nascida, mas condenada injustamente ao aborto, tem a face do Senhor, que antes mesmo de nascer, e logo recém-nascida, experimentou a rejeição do mundo. E cada idoso, mesmo se doente ou no final de seus dias, traz consigo a face de Cristo. Não podem ser descartados!
O terceiro aspecto, disse o Papa, é um mandato: sejam testemunhas e difusores desta “cultura da vida”. Ser católico comporta uma maior responsabilidade, antes de tudo para consigo mesmo, pelo empenho de coerência com a vocação cristã, e depois para com a cultura contemporânea, para contribuir a reconhecer na vida humana a dimensão transcendente, o vestígio da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua concepção. Trata-se de um empenho de nova evangelização que requer, com frequência, ir contra a corrente, pagando pessoalmente. O Senhor conta com vocês para difundir o “evangelho da vida”.
Nesta perspectiva, afirmou ainda o Pontífice, os departamentos de ginecologia são locais privilegiados de testemunho e de evangelização.
“Queridos médicos, vocês que são chamados a se ocuparem da vida humana em sua fase inicial, lembrem a todos, com fatos e palavras, que esta é sempre, em todas as suas fases e em todas as idades, sagrada e sempre de qualidade. E não por um discurso de fé, mas de razão e de ciência! Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, assim como não existe uma vida humana qualitativamente mais significativa de outra. A credibilidade de um sistema de saúde não se mede somente pela eficiência, mas sobretudo pela atenção e pelo amor dispensados às pessoas, cuja vida é sempre sagrada e inviolável”, concluiu Francisco, recordando aos médicos que jamais deixem de pedir ao Senhor e à Virgem Maria a força de realizar bem o seu trabalho e testemunhar com coragem o “evangelho da vida”.
(BF)

Reitor da Lateranense sobre os seis meses de Francisco: "mudança no diálogo, mas não na doutrina"

Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - "Estes seis meses foram um grande exorcismo para o Vaticano e o Papa Francisco é um grande exorcista no que tange à Igreja”. É uma imagem a que recorre o Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, Dom Enrico dal Covolo, fazendo um balanço dos primeiros seis meses de Pontificado do Papa Francisco no dia seguinte à publicação da entrevista do Santo Padre à ‘La Civiltá Cattolica’.
“O Papa liberou misericordiosamente a Igreja de seus fechamentos, dos seus medos, dos seus lugares comuns, daquelas coisas repetitivas que pareciam intocáveis e imutáveis – explicou Dom Covolo. Em tal sentido, Francisco exercitou um poderoso exorcismo - do qual não penso que se voltará mais atrás -, caracterizado pela misericórdia, pela forte recuperação do perdão, sentimento que tem uma riquíssima categoria teológica”.
Em relação a temas polêmicos, o Reitor do Ateneu do Papa afirmou que “é feita uma distinção entre abertura e mudança doutrinal: são duas coisas muito diferentes! A abertura existe através do sentimento da misericórdia e do perdão para com as feridas abertas na sociedade. De fato, porém, não existe nada de novo do ponto de vista doutrinal. Novo é o estilo, a forma como diz as coisas. A abertura, que sem dúvida alguma se revela, é no plano do diálogo, em relação aos outros, tanto do fiel como do não-crente”. (JE)

Aos comunicadores católicos, Francisco pede que transmitam calor e levem ao encontro com Cristo



2013-09-21 Rádio Vaticana






Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado os participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais (PCCS), que se encerra hoje no Vaticano, sobre o tema “A rede e a Igreja”.

Em seu discurso, o Papa falou da importância da comunicação para a Igreja, recordando de modo especial os 50 anos da aprovação do Decreto Conciliar Inter mirifica. Nas últimas décadas, analisou, os meios de comunicação evoluíram muito, mas a solicitude permanece, assumindo novas sensibilidades e formas.
Pouco a pouco o panorama da comunicação foi-se tornando, para muitos, um «ambiente de vida», uma rede onde as pessoas comunicam, alargam as fronteiras dos seus conhecimento e das suas relações. Sublinho sobretudo estes aspectos positivos, apesar de todos estarmos cientes dos limites e fatores nocivos que também existem.
Neste contexto, independentemente das tecnologias, a comunicação na Igreja deve ter como objetivo inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje, para compreender as suas expectativas, dúvidas, esperanças.
São homens e mulheres por vezes um pouco desiludidos por um Cristianismo que lhes parece estéril, com dificuldade precisamente em comunicar de forma incisiva o sentido profundo que a fé dá. Com efeito, analisou o Pontífice, assistimos hoje, na era da globalização, a um aumento da desorientação, da solidão, a dificuldade em tecer laços profundos. Assim, é importante saber dialogar, entrando, com discernimento, também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer emergir uma presença que escuta, dialoga, encoraja.
“Não tenhais medo de ser esta presença, afirmando a vossa identidade cristã ao fazer-vos cidadãos deste ambiente. Uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos!”, encorajou o Pontífice
Esta presença é necessária para levar ao encontro com Cristo. A Igreja é capaz disto?, questionou o Papa. “Também aqui no contexto da comunicação, é preciso uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração. Temos um precioso tesouro para transmitir, um tesouro que gera luz e esperança. E há tanta necessidade disso!”, afirmou, alertando para uma cuidadosa e qualificada formação de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos.
Queridos amigos, é importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro de Cristo, na certeza, porém, de que somos meios e que o problema fundamental não é a aquisição de tecnologias sofisticadas, embora necessárias para uma presença atual e válida. Esteja sempre bem claro em nós que o Deus em quem acreditamos, um Deus apaixonado pelo homem, quer manifestar-Se através dos nossos meios, ainda que pobres, porque é Ele que opera, é Ele que transforma, é Ele que salva a vida do homem.(BF)

Caminhada pela Vida pretende reunir 19 cidades em Recife

Da Redação, com Gaudium Press


A Arquidiocese de Olinda e Recife promoverá no dia 6 de outubro deste ano a 7ª edição da caminhada em defesa da vida, evento que costuma reunir milhares de pessoas na Avenida Boa Viagem, situada na Zona Sul do Recife. O ato reunirá fiéis das 19 cidades que compõem a arquidiocese, além de participantes das nove dioceses locais.
A ação promovida durante a Semana Nacional da Vida, celebrada entre os dias 1 e 8 de outubro em todo o país, deverá contar com outras atividades previstas que serão realizadas nas 112 paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife. Dias de reflexão, Vigília de Oração pela Vida e Celebração pelo Dia do Nascituro, serão as atividades durante este período.
A Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Vida e a Família iniciou neste mês de setembro nas paróquias, grupos e pastorais, a divulgação de um abaixo-assinado que, entre as reivindicações feitas está o pedido de aprovação do "Estatuto do Nascituro" (PL 478/2007), que garante o direito à vida desde a concepção.
Segundo o Arcebispo Dom Fernando Saburido, a vida deve ser defendida em toda e qualquer fase ou circunstância, pois "o motivo desta ação é que muitas são as ameaças concretas para a implantação da eliminação de vidas no Brasil, principalmente em fases de maior fragilidade, às quais precisamos reagir".
"A população brasileira é a favor da vida e este é o momento oportuno de manifestar nossa posição em proteção ao ser mais indefeso e frágil: seja a criança no ventre materno, sejam doentes e idosos", ressaltou Dom Fernando.
A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe.

Campanha pretende reunir testemunhos sobre a missão de Bento XVI


Da Redação, com padrepauloricardo.com / Rome Reports


Uma campanha chamada "Lápis para Bento XVI" pretende reunir testemunhos de pessoas ao redor do mundo que foram influenciadas pelos escritos do Papa Emérito. Segundo os organizadores, que mantêm um site dedicado ao prefeito da Casa Pontifícia - e também secretário pessoal de Ratzinger - Dom Georg Ganswein, a ideia é reunir todas as mensagens em um livro e entregá-las, juntamente com uma caixa de lápis, a Bento XVI. O predecessor de Francisco sempre preferiu o grafite na hora de escrever seus textos.

Durante o voo de retorno à Roma após a JMJ no Brasil, o Papa Francisco explicava aos jornalistas como é conviver com o Papa Emérito. Na ocasião, o Santo Padre se referiu a seu antecessor, chamando-o de avô. "Em uma família, quando o avô está em casa, ele é honrado, amado e ouvido", esclareceu o Pontífice. Ao refletir sobre essas palavras, a equipe do georgganswein.com decidiu iniciar a campanha. No site, os jovens justificam a ideia dizendo que "todos nós aprendemos de Bento XVI o real significado de ser um cristão, através de suas palavras, gestos, de todo o seu ser. Ele faz parte de nossas vidas de um jeito ou de outro".

Recentemente, correu o mundo a notícia da jovem ex-ateia que se converteu lendo os livros do Papa Emérito. Megan Hodder, então leitora ávida de Dawkins, Harris e Hitchens - os cães de caça do ateísmo militante -, esperava encontrar nos manuscritos de Ratzinger preconceitos e irracionalidades para fundamentar seu ateísmo. Feliz (e surpreendente) engano. "Ao contrário", lembra a moça, "fui colocada diante de um Deus que era o Logos (...) o parâmetro de bondade e verdade objetiva que se expressa a Si mesmo e para o qual nossa razão se dirige e no qual ela se completa"01.

Quem também se viu estimulado a redescobrir a fé, através dos ensinamentos do Papa Bento, foi o jornalista Peter Seewald, seu biógrafo. Seewald teve a oportunidade de entrevistar o então Cardeal Joseph Ratzinger para o livro entrevista "O Sal da Terra". Na época, o jornalista estava num processo de discernimento espiritual e foram as palavras de Ratzinger que lhe deram "o impulso necessário para dar o grande passo que faltava depois de inúmeros pequenos passos que já tinha dado". O que mais lhe impactou foi a agudeza do pensamento de Bento XVI; "suas respostas, expostas com precisão e simplicidade, e sobretudo com uma lógica irrefutável, compendiavam de maneira fascinante o enorme tesouro da herança cristã"02.

Bento XVI já escreveu mais de 600 artigos e uma centena de livros - traduzidos em várias línguas - ora sobre teologia, ora sobre assuntos pastorais. Seu último grande trabalho foi a trilogia "Jesus de Nazaré", na qual harmoniza a pesquisa histórica cristã com a Tradição da Igreja. Em 2008, a Editora Vaticano publicou o primeiro volume da Opera Omnia de Ratzinger, trazendo em seu escopo as principais contribuições do teólogo à discussão litúrgica.

A campanha "Lápis para Bento XVI" deseja expressar o amor, o respeito e a apreciação das centenas de pessoas que tiveram nele o auxílio necessário na busca pelo Senhor. "É uma maneira", escrevem os organizadores, "de pedir-lhe que nunca pare de escrever, a fim de que um dos mais estupendos instrumentos de Deus possa continuar a ressoar". A equipe do site georgganswein.com pede aos interessados que escrevam seus testemunhos para o e-mail info@georgganswein.com até o próximo dia 30 de setembro.

CNBB lança Curso à Distância de capacitação para acompanhantes de adolescentes e jovens


jovensedaA CNBB lançou, neste mês da Bíblia, o curso de Educação à Distância “Capacitação para Acompanhantes de Adolescentes e Jovens”. A iniciativa é das Comissões para a Juventude e para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, em parceria com a Rede Século 21, Faculdades Claretianas.
O Curso é destinado aos assessores de pastorais juvenis, movimentos, novas comunidades, congregações religiosas, animadores vocacionais, catequistas, ministros ordenados, leigos e demais educadores e evangelizadores. As inscrições para o curso estão abertas e o conteúdo estará disponível no site da EAD Século 21 a partir do dia 31 de outubro. As aulas têm duração de seis meses e o curso termina em 30 de junho de 2014.
O objetivo é capacitar esses assessores para o acompanhamento de adolescentes e jovens de grupos que se encontram em realidades paroquiais (comunidades, obras sociais, colégios e faculdades), respondendo às orientações e solicitações do Documento 85 da CNBB (Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas Pastorais – 6ª Linha de Ação) e dos Estudos 103 (Pastoral Juvenil no Brasil: identidade e horizontes).
Para o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, o curso pretende qualificar os agentes de pastorais que trabalham com os jovens. “Ao contemplar nossos jovens, desejosos de realizar um tempo novo na história da Igreja e da sociedade, nos perguntamos se, realmente, estamos preparados para entender seus sonhos, encarar sua realidade, valorizar sua presença, orientar suas energias para o bem”
O curso será realizado em seis módulos on-line com complementos presenciais em cada Regional da CNBB. As inscrições do curso estão disponíveis no www.rs21.com.br/ead

Fonte: CNBB

Dia Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas será lembrado nesta segunda-feira


Em 2014, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidará o País para discutir o tráfico de pessoas humanas. Em preparação para a Campanha da Fraternidade do próximo ano, e adiantando o debate de um crime tão sério, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Regional Recife realiza, na próxima segunda-feira, 23,  uma série de atividades voltadas para a temática. O evento que também marcará o Dia Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, acontecerá em frente ao Pátio do Carmo, área central da Capital, das 9h às 16h.
Para chamar a atenção dos transeuntes, uma tenda será armada em frente a Basílica de Nossa Senhora do Carmo. Lá serão ministradas palestras e exibidos filmes sobre o tráfico de seres humanos. Além disso, integrantes da CRB Regional Recife e da Arquidiocese farão a entrega de material informativo, como folders e panfletos. O objetivo é alertar a população sobre a gravidade do tema e a necessidade urgente de combater esse crime. O evento acontecerá simultaneamente em João Pessoa e em Maceió. As iniciativas terão o apoio da “Rede um grito pela vida”.
Serviço
Dia Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
Data: 23 de setembro 2013
Local: Pátio do Carmo, Centro do Recife
Horário: Das 9h às 16h
Da Assessoria de Comunicação AOR

Evangelho do dia

Ano C - 23 de setembro de 2013

Lucas 8,16-18

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vós sois a luz do mundo; brilhe a todos a vossa luz. Vendo eles vossas obras, deem glória ao Pai celeste! (Mt5,16


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 8 16 "Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram.
17 Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta.
18 Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A TENTAÇÃO DO SECTARISMO
As exigências do Reino e as dificuldades inerentes à sua vivência podem levar a comunidade cristã a voltar-se para si mesma, tornando-se uma espécie de gueto fechado, sem contato com o mundo. Este modo de proceder contradiz a dinâmica do Reino, tornando a comunidade infiel ao projeto cristão. O destino do Reino é que seja testemunhado a toda a humanidade; seus benefícios devem atingir cada ser humano.
A parábola da lâmpada alerta para o comportamento que se exige da comunidade cristã. Como a luz é acesa e posta no candeeiro, do modo a espargir seus raios por toda a casa, igualmente os cristãos devem procurar a posição a partir da qual seu testemunho possa atingir o maior número de pessoas. Supõe-se que seja uma comunidade capaz de acolher a todos, sem distinção, integrando-os em seu meio. Uma comunidade missionária, disposta a ir a todos os recantos da Terra para levar a mensagem do Evangelho. Uma comunidade cujo testemunho de vida corresponda às exigências do Reino, de forma a apresentá-lo como projeto de vida para os que vagueiam nas trevas do erro. Em suma, uma comunidade em que a semente do Reino produz frutos.
Assim, recusando a tentação do sectarismo, a comunidade cristã assume seu papel de fazer a luz do Evangelho chegar a todos os rincões do mundo.

Oração
Espírito que ilumina a humanidade, faze que as comunidades cristãs sejam autênticas portadoras da luz do Evangelho para os que estão perdidos nas trevas do erro ou da maldade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Esdras 1,1-6
Leitura do livro de Esdras.
1 1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a profecia posta pelo Senhor na boca de Jeremias, o Senhor suscitou o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual mandou fazer em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a proclamação seguinte: 2 "Assim fala Ciro, rei da Pérsia: o Senhor, Deus do céu, deu-me todos os reinos da terra, e encarregou-me de construir-lhe um templo em Jerusalém, que fica na terra de Judá.3 Quem é dentre vós pertencente ao seu povo, que seu Deus o acompanhe, suba a Jerusalém que fica na terra de Judá e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que reside em Jerusalém.4 Que todos os sobreviventes (de Judá) onde quer que residam, sejam providos pelos habitantes da localidade onde se encontrarem, de prata, ouro, cereais e gado, bem como de oferendas voluntárias para o templo do Deus que reside em Jerusalém".
5 Então os chefes de família de Judá e de Benjamim, bem como todos os sacerdotes e os levitas, principalmente todos aqueles cujo espírito Deus havia tocado, prepararam-se para ir reedificar o templo do Senhor em Jerusalém.6 Todos os que habitavam pelas redondezas ajudaram-nos, dando-lhes prata, ouro, bens diversos, gado, cereais e coisas preciosas, além das outras ofertas voluntárias.
Palavra do Senhor.
Salmo 125/126
Maravilhas fez conosco o Senhor!
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.

Entre os gentios se dizia: “Maravilhas
fez com eles o Senhor!”
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas,
ceifarão com alegria.

Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!
Oração
Ó Deus, que enriquecestes são Pio de Pietrelcina com o espírito de verdade e de amor para apascentar o vosso povo, concedei-nos, celebrando sua festa, seguir sempre mais o seu exemplo, sustentados por sua intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Canonizações de João Paulo II e João XXIII serão anunciadas no dia 30

Cidade do Vaticano  - O consistório sobre as próximas canonizações de dois dos antecessores do papa Francisco, João Paulo II e João XXIII, foi convocado para o dia 30 de setembro, anunciou neste sábado o Vaticano. A data de canonização destes dois pontífices, João XXIII (papa de 1958 a 1963) e João Paulo II (de 1978 a 2005) será anunciada nesta ocasião. Ela pode ocorrer antes do fim do ano.
Neste consistório estarão presentes os cardeais que estiverem em Roma no momento, disse o Vaticano. No início de julho, o papa Francisco assinou o decreto no qual reconhecia a atribuição do segundo milagre atribuído a João Paulo II, ocorrido logo após sua beatificação, em 1 de maio de 2011, condição para ser proclamado santo.
O papa polonês João Paulo II será canonizado por ter intercedido na cura milagrosa de uma mulher na Costa Rica. Já João XXIII, chamado de o "Papa Bom", alcançará, pelo contrário, a santidade sem um segundo milagre, uma decisão que cabe ao papa, mas considerada rara. Conhecido por sua atitude pastoral e por sua benevolência ao se dirigir às multidões, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II. O papa argentino é comparado frequentemente a ele, por sua simplicidade e bom-humor".
SIR

O verdadeiro desafio é a defesa dos novos pobres


Há reformas tão urgentes que deveriam ser discutidas na comissão dos cardeais. O papa Francisco encontra-se hoje diante de uma série de decisões difíceis. Até agora, deu provas de grande empatia e sensibilidade. Essas qualidades lhe permitem tomar decisões necessárias e determinantes para o futuro.

'O papa de toda a Igreja Católica não pode ignorar o fato de que, mesmo em outros lugares, há grupos humanos afligidos por outras formas de pobreza'.
Por Hans Küng*

O papa Francisco está dando provas de coragem civil e não só pela sua intrépida visita às favelas do Rio. Ele aceitou o convite a um diálogo aberto com os críticos não crentes, respondendo a um dos mais eminentes intelectuais italianos, Eugenio Scalfari. Das 12 perguntas do jornalista Eugenio Scalfari, do jornal La Repubblica, ainda em aberto, a quarta, a meu ver, sobre o tema de um guia reformador da Igreja, reveste-se de uma importância particular.

Jesus sempre afirmou que o seu reino não era deste mundo. "Deem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Mas muitas vezes a Igreja Católica cedeu à tentação do poder temporal, que suplantou a sua dimensão espiritual. Portanto, Scalfari pergunta: "O papa Francisco representa finalmente a prevalência da Igreja pobre e pastoral sobre a institucional e temporalista?".

Atenhamo-nos aos fatos: desde o início, o papa Francisco renunciou à pompa e ao fausto pontifício, buscando, ao invés, o contato espontâneo com o povo. Diante dos inúmeros escândalos financeiros e da avidez de muitos eclesiásticos, ele começou com decisão uma reforma do IOR e do Estado pontifício, postulando uma política de transparência no campo financeiro.

Agora, porém, na sua obra reformadora, o papa terá que enfrentar uma prova decisiva. O papa de toda a Igreja Católica não pode ignorar o fato de que, mesmo em outros lugares, há grupos humanos afligidos por outras formas de "pobreza", que anseiam por uma melhoria da sua condição. Trata-se sobretudo de pessoas que o papa teria a faculdade de ajudar de maneira ainda mais direta do que os habitantes das favelas, dos quais os principais responsáveis são os órgãos do Estado e a sociedade como um todo.

A ampliação do conceito de pobreza já se entrevê nos Evangelhos sinóticos. O Evangelho de Mateus chama de bem-aventurados os "pobres em espírito", mendicantes diante de Deus, na consciência da sua pobreza espiritual. E, portanto, refere-se, do mesmo modo que os restantes textos das Bem-aventuranças, não só os miseráveis e os famintos, mas todos aqueles que choram, marginalizados e oprimidos, vítimas de injustiça, rejeitados, degradados, explorados, desesperados: Jesus chama para si não só os desamparados e os necessitados no sentido exterior do termo (Lucas), mas também qualquer pessoa que sofra no seu próprio interior a dor e a aflição (Mateus), incluindo também o peso da culpa. Multiplica-se assim, desmedidamente, o número e as categorias dos pobres necessitados de serem ajudados.

Em primeiro lugar, os divorciados, que em muitos países são milhões. E quando, como muitas vezes acontece, contraíram um segundo matrimônio, são excluídos dos sacramentos da Igreja pelo resto das suas vidas. Dada a maior mobilidade, flexibilidade e liberalidade da sociedade de hoje, mas também por consequência da crescente longevidade, é muito menos fácil que uma relação de casal dure por toda a existência. Mesmo diante dessas circunstâncias mais difíceis, o papa certamente continuará insistindo na indissolubilidade do matrimônio, mas esse preceito não deveria mais ser entendido como condenação apodítica de todos aqueles que, tendo fracassado, não pode, esperar uma remissão. E é justamente em nome da compaixão postulada pelo Papa Francisco que se deveria admitir os divorciados em segunda união aos sacramentos, contanto que o desejem realmente.

Em segundo lugar, as mulheres: milhões de mulheres que, em todo o mundo, são vilipendiadas por causa da atitude da Igreja sobre as questões da contracepção, da inseminação artificial e do aborto, e muitas vezes vivem a sua condição com ânimo angustiado. Quanto à proibição papal da inseminação "artificial", quem a observa é apenas uma pequeníssima minoria, enquanto, em geral, as mulheres católicas a praticam sem nenhum remorso de consciência. Por fim, o aborto obviamente não deve ser banalizado, muito menos adotado como método de planejamento familiar; mas as mulheres que optam por abortar merecem compreensão e compaixão.

Em terceiro lugar, os padres obrigados a renunciar ao sacerdócio por ter contraído matrimônio: são dezenas de milhares, nos cinco continentes. A abolição da obrigatoriedade do celibato constituiria a medida mais eficaz para resolver a catastrófica crise das vocações sacerdotais que afetou o mundo inteiro, com o consequente colapso da atividade pastoral. Além disso, a manutenção da obrigatoriedade do celibato tornaria impensável outra desejável inovação: a do sacerdócio feminino.

Todas essas reformas são urgentes e deveriam ser discutidas acima de tudo no seio da comissão dos cardeais. O papa Francisco encontra-se hoje diante de uma série de decisões difíceis. Até agora, deu provas de grande empatia e sensibilidade para com as aflições de tantos seres humanos, demonstrando em várias ocasiões uma considerável coragem civil. Essas suas qualidades lhe permitem tomar decisões necessárias e determinantes para o futuro sobre esses problemas, que, em parte, esperam uma solução há séculos já.
La Repubblica, 20-09-2013.
* Hans Küng é teólogo e professor emérito da Universidade de Tübingen, Alemanha.