terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal




Brasão_Dom_Saburido
“É preciso que saibamos reconhecer o momento em que vivemos,
pois já é hora de despertarmos do sono. Agora, a salvação está mais próxima de nós do que quando abraçamos a fé”
(Rm 13, 11)
Queridos irmãos e irmãs,
Estas palavras de São Paulo nos convidam a vivermos, de forma renovada, as celebrações do ciclo do Natal. Celebrar o mistério da vinda de Jesus, em nossa carne, pede que renovemos em nós a capacidade de sermos solidários e compassivos com toda humanidade, especialmente os mais empobrecidos. Assim, nas relações com os irmãos, nos tornamos humanos como Jesus e podemos dar o testemunho de que Deus está presente e atua nesse mundo.
O Natal contém sempre um forte teor de poesia e emoção, que convida as pessoas a se humanizarem mais. A ternura singela, representada por nossos presépios, expressa o rosto terno de Deus. E a fé confirma: Não fomos nós que procuramos a Deus. Ele é quem nos procurou e, ao entrar na nossa história, “nos amou primeiro” (1Jo 4,19).
No último dia 12 de novembro, pouco antes de iniciar o Tempo do Advento, tivemos a grata surpresa da nomeação de Dom Antônio Tourinho Neto para Bispo Auxiliar de nossa Arquidiocese de Olinda e Recife, verdadeiro presente de Deus para nossa Igreja Particular. Em sua carta dirigida a todos nós, assim se expressou: “Neste momento tão importante de minha vida, sinto a necessidade de agradecer imensamente ao Santo Padre, o papa Francisco, por tamanha confiança depositada em mim. Tenho plena consciência daquilo que ele evidenciou a respeito do ministério episcopal, em sua catequese, na audiência geral, dia cinco deste mês: ‘O episcopado não é uma posição de privilégio, nem é uma honra, mas um serviço… Não se procura, não se pede, não se compra, mas se acolhe, em obediência, não para se elevar, mas para se rebaixar, como Jesus que ‘humilhou a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte de cruz’ (Fl 2,8)’’. Alegra-nos, portanto, perceber que nosso Bispo Auxiliar eleito está chegando com disposição de fazer-se servo, muito dentro do espírito que nos propõe o Natal.
Estas festas do Natal nos farão entrar no ano de 2015. A Campanha da Fraternidade deste ano será sobre o tema “Igreja e Sociedade”. O objetivo é recordar os 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II e da promulgação da Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje, “Gaudium et Spes”. Por isso, é importante que, como nos pede o papa Francisco, não tenhamos receio, nem hesitação, em nos inserir na realidade humana, nas questões sociais e políticas da humanidade. Ao fazer isso, estamos seguindo Jesus, que, “ungido pelo Espírito Santo, passou por esse mundo fazendo o bem” (At 10, 38).
O ano de 2014 foi marcado pelas eleições de outubro e pela consciência, mais ou menos geral, da necessidade de uma corajosa reforma política. Esta campanha está mobilizando a CNBB, a OAB e muitas outras organizações da sociedade civil. Quando o país se encontra tão polarizado e muitas pessoas se enfrentam em posições opostas, é importante que os cristãos se coloquem como referência de diálogo e como instrumentos de reconciliação e unidade. Ao fazer-se pobre e pequeno no Natal, Jesus nos recorda de que, por mais importante que seja eleger pessoas idôneas e justas para os cargos de poder, as mudanças mais profundas no mundo não virão das cúpulas e, sim, das bases. No movimento de evangelização que o arcebispo Dom Helder Câmara inspirou e promoveu, em nossa Arquidiocese, ele espalhou um cântico que diz: “Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”.
Iniciamos, com o primeiro domingo do Advento, o “Ano da Vida Consagrada”, convocado pelo papa Francisco, na intenção de mobilizar e motivar os religiosos/as para maior animação missionária e pastoral, de acordo com os respectivos carismas. São convidados a viver e testemunhar “a alegria do Evangelho”, com entusiasmo e profetismo, através da vivência dos conselhos evangélicos. Nessa mesma ocasião, iniciamos também o Ano da Paz, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Com o lema “A paz é fruto da justiça” (Is 32,17), o Ano da Paz propõe um período de reflexão e ação, para a superação da violência em nosso país. “Precisamos ajudar a reconstruir relações de harmonia, amor, fraternidade e respeito”, disse o Cardeal Raimundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB.
Concluindo, desejo a todos/as que este Natal nos fortaleça no caminho da fé e do amor pastoral, e nos renove no diálogo com o mundo que, por sua encarnação, Jesus assumiu como seu. Que 2015 seja um verdadeiro ano de paz, repleto de alegrias e avanços pessoais e comunitários.
Deus abençoe e ilumine a cada um/a de vocês.

 Dom Antônio Fernando Saburido
Arcebispo metropolitano de Olinda e Recife

O que o papa aprendeu com Papai Noel


Em 2010, Jorge Mario Bergoglio compartilhou uma experiência inesquecífel de vida.
Por Esteban Pittaro

Na Missa do Galo de 2010, o papa Francisco, que naquele então era cardeal em Buenos Aires, compartilhou uma experiência inesquecível da sua vida:

“Esta é a noite das surpresas. Alguns podem pensar: como podemos buscar surpresas nesta cidade? Anteontem, tive uma que me comoveu. Os meninos de rua estavam no Obelisco, organizados pelo arcebispado, montando um presépio vivente, e na outra esquina do Obelisco estava um Papai Noel que cumprimentava as pessoas e recebia cartas. Em um determinado momento, ele atravessou a rua e disse ao organizador do presépio: ‘Posso me sentar aqui? Quero sentir o espírito do Natal’. Ele se sentou, tirou a fantasia de Papai Noel e assumiu a realidade".

O cardeal Bergoglio continuou sua homilia convidando a uma mudança de atitude. "Não se cubra ou fantasie nem de soberbo, nem de orgulhoso, nem de bravo, nem de dominador. Isso não o levará a ganhar nada na vida. Incline-se, cubra-se de mansidão, de bondade, e assim você vai entender o que ninguém entendia: um Menino deitado em uma manjedoura. É assim que Jesus está todos os dias".

E completou: "Será que eu sei buscar Jesus, abaixar-me para encontrá-lo, ou me perco nas mil e uma propostas desta cidade pagã? Porque realmente esta é uma cidade pagã. E vocês sabem que ninguém cobra entrada para encontrar Jesus. Se você quiser, basta entrar. Ele precisa da sua liberdade, precisa que você assuma a gratuidade da salvação. Porque não há outra explicação para este mistério do Natal, a não ser a gratuidade com a qual Deus vem ao nosso encontro".

 A iniciativa solidária que comoveu o Papai Noel foi somente uma das muitas com as quais Buenos Aires vive o Natal. Numerosas iniciativas solidárias, muitas delas organizadas nas paróquias, buscam comunicar o Natal, ao mesmo tempo em que respondem às necessidades dos que mais sofrem.
SIR

As mudanças e os desafios da família


As transformações rápidas dos últimos tempos têm afetado positiva e negativamente o ambiente familiar.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*

A família é dom de Deus, tem valor inestimável e é espaço privilegiado para o desenvolvimento das virtudes da vida humana. Para os novos tempos, os desafios que a envolvem são muito grandes. Foi por isso que o papa Francisco, preocupado com a família, convocou um Sínodo Extraordinário para tratar de temas pertinentes que envolvem a vida familiar.

As mudanças rápidas dos últimos tempos têm afetado positiva e negativamente a família. Não podemos negar que as novas tecnologias vieram facilitar muito a vida das pessoas. Os meios de comunicação encurtaram distâncias e a mobilidade acontece com muito mais rapidez, mesmo com os imbróglios do intenso trânsito nas cidades.

As influências negativas no contexto familiar são cada vez mais evidentes. Apesar do positivo esforço de valorização dos direitos da pessoa humana, o que conduziu a uma crescente mudança nos relacionamentos, houve como consequência um aumento do individualismo, gerando uma desorganização da natural fraternidade e da convivência das pessoas em suas casas.

Alguns valores foram colocados em crise: a compaixão, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência. Perdemos o sentido da unidade e do sagrado, devido à falta de amor, pois tal unidade só acontece na medida em que os membros se amam, porque, onde existe verdadeiro amor, Deus aí está. Parece que tais realidades não têm sido mais levadas em conta hoje.

O cotidiano da vida familiar é marcado por uma sabedoria divina, fundamentada no respeito e no amor, que está presente no relacionamento existente entre pais e filhos. A ausência disso corresponde a uma ofensa a Deus. No dizer bíblico, esse relacionamento vem acompanhado por uma promessa: “... para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra” (Ef 6,2-3).

Entre os contravalores na vida familiar, Paulo cita alguns que são condenáveis: “ira, furor, malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente” (Cl 3,8). No nosso modo de agir deve estar o valor da dignidade, agradável a Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança. A Família de Nazaré foi modelo no relacionamento, na convivência e no cumprimento dos valores familiares.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba.

Evangelho do Dia

Ano A - 23 de dezembro de 2014

Lucas 1,57-66

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.

OraçãoPai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Malaquias 3,1-4.23-24
Leitura da profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 3 1 "Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros.
3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm.
4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
23 Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor,
24 e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra".
Palavra do Senhor.
Salmo 24/25
Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima! 


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do Natal do vosso filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 23 DE DEZEMBRO - TERÇA-FEIRA

IV SEMANA DO ADVENTO *
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO II – OFÍCIO DO DIA)

Antífona de entrada:
Nascerá para nós um pequenino: ele será chamado Deus e forte; nele serão abençoados todos os povos da terra (Is 9,6; Sl 71,17).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do Natal do vosso filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Malaquias 3,1-4.23-24)
Leitura da profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 3 1 "Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros.
3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm.
4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
23 Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor,
24 e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra".
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 24/25
Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima! 


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Evangelho (Lucas 1,57-66)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.

OraçãoPai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, que esta oblação, pela qual vos prestamos um culto perfeito, restabeleça nossa amizade convosco, ara que possamos celebrar de coração purificados o nascimento do nosso redentor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir eu entrarei e cearemos junto (Ap 3,20).
Depois da comunhão
Ó Deus, concedei a vossa paz aos nossos corações que acabastes de saciar com o pão dos céus, para que possamos esperar com lâmpadas acesas a chegada do vosso Filho que se aproxima. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO JOÃO CÂNCIO
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia:
Deus eterno e todo-poderoso, concedei-nos progredir no conhecimento de vosso mistério a exemplo de são João Câncio, a fim de que, praticando a caridade para com todos, possamos conseguir o vosso perdão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas:
Deus de majestade, nós vos suplicamos que estas oferendas em honra de vossos santos, manifestando a glória do vosso poder, nos tragam os frutos da redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão:
Alimentados, ó Pai, à vossa mesa, fazei que, seguindo o exemplo de são João Câncio, celebremos com amor o vosso culto e sirvamos a todos com incansável caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOÃO CÂNCIO):
Considerado um dos santos mais representativos e queridos da heróica Polônia, são João Câncio é chamado, pelo povo, de a "glória da nação polonesa" e o "pai da pátria". Isso num país que sempre teve orgulho de sua fé no cristianismo e da fidelidade à cátedra de Pedro. João Câncio nasceu em 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, e viveu sempre em sua cidade, Cracóvia. Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em sua principal universidade até morrer. A grande preocupação de seu magistério era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus". Mesmo depois de ordenar-se sacerdote, continuou a cultivar a ciência, ao mesmo tempo que fazia seu trabalho pastoral como vigário da paróquia de Olkusz. Homem de profunda vida interior, jejuava e penitenciava-se semanalmente, ao mesmo tempo que espalhava o amor pelo próximo entre os estudantes e os pobres da cidade. Há um exemplo claro de sua personalidade em sua biografia, que remonta às inúmeras peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires em Roma, bem como aos lugares santos da Palestina. Numa dessas incontáveis viagens, foi assaltado. Os bandidos exigiram que João Câncio lhes desse tudo que tinha, depois perguntaram ainda se não estava escondendo mais nada. Ele afirmou que não. Depois que os ladrões partiram, ele se lembrou de que ainda tinha algumas moedas no forro do manto. Achou-as, correu atrás dos bandidos, deu-lhes as moedas e ainda pediu desculpa pelo esquecimento. Anos depois, ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal de 1473. Foi canonizado por Clemente II em 1767. São João Câncio era celebrado no dia 20 de outubro, mas agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte. Para homenagear o "professor santo", que foi modelo para gerações inteiras de religiosos, o papa João Paulo II foi à Polônia em 1979. Na ocasião, consagrou uma capela em memória do padroeiro da Polônia, são João Câncio, na igreja de São Floriano. Nela, na metade do século XX, o mesmo papa, então um jovem sacerdote, iniciava o seu serviço de vigário paroquial.

Confraternização do final de ano 2014 da Paróquia Nossa Senhora das Candeias


A ganhadora da joia na confraternização do final de ano 2014 da Paróquia Nossa Senhora das Candeias