quarta-feira, 2 de outubro de 2013

7ª Caminhada “Sim à Vida” reunirá milhares de pessoas em defesa da vida plena


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A vida deve ser defendida em toda e qualquer situação por ser um bem supremo concedido por Deus. Para fazer o grito pelo “Sim à Vida” ecoar mais forte, a Arquidiocese de Olinda e Recife promove no dia 6 de outubro a 7ª edição da caminhada em defesa da vida. O evento reúne anualmente milhares de pessoas na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A concentração será em frente ao antigo Castelinho e tem início previsto para às 8h.
Pela segunda vez, o ato público reunirá além de fiéis das 19 cidades que compõem o território arquidiocesano, as nove dioceses (Palmares, Caruaru, Nazaré, Afogados da Ingazeira, Garanhuns, Pesqueira, Petrolina, Salgueiro e Floresta) do Estado .Elba-Ramalho-critica-abortoDurante o percurso, sete trios elétricos representando os Vicariatos Episcopais (regiões administrativas) da arquidiocese animarão os participantes. Entre as atrações estão alguns cantores e bandas religiosas. Entre eles, frei Damião Silva e Guerreiros na Fé, Tribos de Jacó, Chama, Pão dos Anjos, Chiquinho de Jesus, Betsaida, Adeã e Coração Novo. Além da cantora Elba Ramalho engajada na luta contra a legalização do aborto.
O arcebispo metropolitano, Dom Fernando Saburido, dará início ao evento em cima de um dos trios com uma mensagem em prol da vida. Junto dele estará outros bispos da Província Eclesiástica de Olinda e Recife.
Dom Fernando Saburido convida fiéis para a 7ª Caminhada Sim à Vida
Abaixo-assinado - A caminhada é uma das ações promovidas durante a Semana Nacional da Vida celebrada entre os dias 1 e 8 de outubro em todo o Brasil. Há outras atividades previstas que serão realizadas nas 112 paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife. O período contará com dias de reflexão, Vigília de Oração pela Vida e Celebração pelo Dia do Nascituro (bebê ainda no ventre materno).
A Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Vida e a Família está recolhendo assinaturas para o ‘Abaixo-assinado em defesa da vida humana’. A iniciativa está sendo realizada desde o início do mês de setembro nas paróquias, grupos e pastorais. Após recolhido o documento será encaminhado à bancada de deputados e senadores de Pernambuco. Entre as reivindicações feitas está a aprovação do Estatuto do Nascituro (PL 478/2007), garantindo o direito à vida desde a concepção.cartaz-sim-a-vida-2013
Dom Fernando Saburido reafirma a posição da Igreja em defender a vida em toda e qualquer fase ou circunstância. “O motivo desta ação é que muitas são as ameaças concretas para a implantação da eliminação de vidas no Brasil, principalmente em fases de maior fragilidade, às quais precisamos reagir. A população brasileira é a favor da vida e este é o momento oportuno de manifestar nossa posição em proteção ao ser mais indefeso e frágil: seja a criança no ventre materno, sejam doentes e idosos”, ressaltou o religioso.
Quem não conseguir assinar o documento nas igrejas poderá fazer no dia da caminhada. Jovens voluntários da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude estarão ao longo do trajeto devidamente identificados e com cópias do abaixo-assinado para que desejar aderir à campanha. Quem quiser colaborar com a captação de assinaturas pode baixar o documento e entregá-lo preenchido no dia do evento.

1240510_581150341948346_283530292_nVoluntários - Os jovens que quiserem ajudar a colher assinaturas no dia do Sim à Vida poderá fazer a inscrição no próximo dia 29 de setembro durante o encontro Pós-Jornada Mundial da Juventude. O evento será na Basílica Sagrado Coração de Jesus, no Colégio Salesiano, bairro da Boa Vista, centro do Recife.
Camisas - As camisas da caminhada custam R$ 15,00 e podem ser adquiridas nas 112 paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife através da Pastoral Familiar, na Coordenação de Pastoral que fica na sede da Cúria Metropolitana, bairro das Graças ou na Livraria Paulinas, no centro do Recife. Mais informações pelo telefone: 3271-4270.
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Instagram - Para os internautas usuários das Redes Sociais, a Arquidiocese de Olinda e  Recife divulga uma novidade. Foi criado um perfil da instituição no Instagram e os que possuírem conta no aplicativo poderá publicar fotos do evento em tempo real ou de formas criativas de divulgação da caminhada. Nas fotos, os usuários devem marcar o perfil da arquidiocese (@arqolindarecife) e usar as hastags #simàvidape #eudigosimàvida.


7ª Caminhada “Sim à Vida”Local: Orla de Boa Viagem – Recife (em frente ao Castelinho)
Dia: 6 de outubro de 2013
Horário: 8h – Concentração
9h – Saída
Da Assessoria de Comunicação AOR

"Deus não é um juiz, Ele nos espera de braços abertos", diz o Papa na audiência


Cidade do Vaticano (RV) – Nesta ensolarada quarta-feira, 02, o Papa Francisco recebeu dezenas de milhares de pessoas na Praça São Pedro. Fiéis de todo o mundo, turistas e romanos participaram com entusiasmo da audiência geral. Como sempre, o encontro semanal começou com a volta do Papa em jipe aberto por toda a Praça. O automóvel parou diversas vezes para Francisco pegar crianças levadas pelos seguranças.

Do palanque, o Papa fez um discurso intitulado “A Igreja santa”, introduzido pelo Pe. Bruno Lins, que trabalha na Secretaria de Estado, com a leitura da Carta de São Paulo aos cristãos de Éfeso. Tomando como exemplo as relações familiares, ele afirma:

Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela. Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra; para a apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

Inspirando-se neste trecho do cap. 5, o Papa começou a catequese com a pergunta:

Como pode a Igreja ser santa se é feita de seres humanos, de pecadores? Vimos na história homens, mulheres, sacerdotes, freiras, bispos, cardeais e até Papa pecadores! Somos todos pecadores!”, começou.

Sob os aplausos do público presente, Francisco asseriu que a Igreja é santa porque procede de Deus, que é santo, lhe é fiel e não a abandona ao poder da morte e do mal. É santa porque Jesus Cristo é unido de modo indissolúvel a ela; é santa porque é guiada pelo Espírito Santo que purifica, transforma e renova.

Não é santa graças aos nossos méritos, mas porque Deus a torna santa, é fruto do Espírito Santo e de seus dons”.

Prosseguindo, o Pontífice ressalvou que “a Igreja é feita de pecadores, como vemos todo dia; mas somos chamados a nos deixar transformar, renovar, santificar por Deus”. Lembrou que alguns dizem que a Igreja é só para os puros, os totalmente coerentes, e que os outros devem ser afastados.

Isto não é verdade, é uma heresia! A Igreja, que é santa, não rejeita os pecadores; ao contrário, os acolhe. Chama todos a se deixarem-se envolver pela misericórdia, pela ternura e pelo perdão do Pai, que dá a todos a chance de encontrá-lo e caminhar rumo à santidade”.

O Papa disse que na Igreja, encontramos um Deus que não é juiz, mas um Pai, como o da parábola do filho pródigo:

Quando você tem a força de dizer: quero voltar para casa, encontrará sempre a porta aberta. Deus lhe espera sempre, lhe abraça e lhe beija, faz festa para você. A Igreja nos faz encontrar Jesus Cristo nos sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia; nos comunica a Palavra de Deus, nos faz viver na caridade, no amor de Deus por todos”.

Depois de convidar a Igreja a fazer uma autocrítica e a se questionar se realmente acolhe os pecadores, doa coragem e esperança, na qual se vive o amor de Deus e se reza uns pelos outros, Francisco terminou seu discurso com outra pergunta:

O que posso fazer quando me sinto fraco, frágil, pecador?

E respondeu que Deus nos assegura que não devemos ter medo da santidade, de nos deixarmos amar e purificar por Ele. “A santidade – concluiu – não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas em deixar Deus agir. É o encontro da nossa fraqueza com a força da sua graça, é ter confiança na sua ação que nos permite viver na caridade, fazer tudo com alegria e humildade, para a glória de Deus e o serviço ao próximo”.

A seguir, leitores repetiram o resumo da catequese em diversas línguas e o Papa saudou algumas delegações, como um grupo de budistas japoneses, os membros da Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre e os brasileiros. Aos peregrinos de língua portuguesa, disse que “ao retornarem a seus países, devem levar a certeza de que a misericórdia de Deus é mais poderosa que qualquer pecado!”.

No final do encontro, o Papa concedeu a todos a sua benção.
(CM)



Texto proveniente da página 
do site da Rádio Vaticano

http://pt.radiovaticana.va/news/2013/10/02/deus_n%C3%A3o_%C3%A9_um_juiz,_ele_nos_espera_de_bra%C3%A7os_abertos,_diz_o_papa_na/bra-733586
 

Inscrições abertas para o 9º Conage


Acontece neste mês, entre os dias 22 e 25, a nona edição do Congresso Nacional de Gestão Eclesial (Conage). O evento deverá reunir, em Aparecida (SP), centenas de Sacerdotes, diáconos, seminaristas, secretárias(os), ecônomos, administrador(a) de comunidade e congregação, religiosas(os), membros de conselhos, agentes de pastoral, ligados à gestão de diocese, paróquia ou congregação. As inscrições podem ser feitas pelo site www.conage.com.br.
Com o tema Inovação na paróquia: Novas atitudes são indispensáveis para renovar e estar a serviço dela; e o lema “Quanto a mim, de boa vontade me entregarei a favor de vocês” (2Cor 12,15) os participantes vão conhecer estratégias, métodos, conceitos que possam ser aplicados na gestão da paróquia e da comunidade religiosa. Além de articular elementos primordiais nas ações de cada gestor e gestora, atribuindo ainda condições para que os agentes, secretárias, ecônomos e todos envolvidos com a administração eclesial possam aprimorar seus conhecimentos, contribuindo para um trabalho sempre organizado.
O objetivo, portanto, do Conage é pensar e refletir de forma concreta aperfeiçoando os modelos de gestão e questionando quais processos criam e desenvolvem a prática gestora nas comunidades, onde todos os profissionais da Igreja, procurem desempenhar suas funções e ministérios com dedicação.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Diáconos são ordenados e iniciam trabalho nas paróquias


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Uma noite para celebrar vocações. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, ordenou na última sexta-feira, 27 de setembro, cinco novos diáconos transitórios. A celebração foi realizada na Igreja Catedral, Sé de Olinda e contou com a presença de sacerdotes, familiares e amigos dos diáconos.
O arcebispo ressaltou a alegria pela ordenação. “Graças a Deus temos cinco novos diáconos para ajudar e servir à Igreja. Daqui a pouco serão presbíteros. São quatro da arquidiocese e um da Pia Sociedade Padre Mazza. De modo que isso é um reforço pastoral muito importante para a arquidiocese que tem um desafio pastoral. São Muitas paróquias e estamos precisando de mais ministros. Agora, vamos ficar mais tranquilos contando com a participação desses irmãos”, destacou Dom Fernando.
Durante o Rito de Ordenação, em sinal de total entrega a Deus, se prostraram diante do altar. Após a imposição das mãos e Oração Consecratória do arcebispo, receberam o primeiro grau do Sacramento da Ordem.
Assista a reportagem exibida na Rede Vida de Televisão
O neo diácono, Givanildo Lima, destacou o significado do diaconato. “A gente se prepara por tantos anos para chegar a um momento como esse. Com certeza, primeiramente, é uma ação de graças a Deus. O diaconato é sempre um serviço à Igreja de Jesus Cristo e nós nos ordenamos para isso: para servir a Igreja com todo amor, com todo empenho e com toda a dedicação”, afirmou.
Os diáconos receberam ao final da celebração, as provisões e ficaram sabendo a paróquia em que irão servir a partir de agora.
Diácono Davi Gonçalves - Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Beberibe com atuação nas comunidades de Dois Unidos
Diácono Edivaldo Manoel - Paróquia Nossa Senhora do Ó – Pau Amarelo
Diácono Givanildo Lima - Paróquia Nossa Senhora do Ó – Ipojuca
Diácono Luiz Gustavo - Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Iputinga
Diácono Rogério José - Paróquia Santo Antônio – Cabo de Santo Agostinho

Da Assessoria de Comunicação AOR

Evangelho do dia

Ano C - 02 de outubro de 2013

Mateus 18,1-5.10

Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis suas vontade! (Sl 102,21).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
18 1 Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: “Quem é o maior no Reino dos céus?”
2 Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse:
3 “Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus.
4 Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus.
5 E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.
10 Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
AMAR OS PEQUENINOS
O amor aos pequeninos deve ser um ponto de honra para a comunidade cristã. Trata-se, aqui, de atitudes concretas de apreço, incentivo e estima, mormente em relação a quem está dando os primeiros passos na fé, uma vez que, nem sempre, é capaz de superar os obstáculos com que se defronta. Corre-se o grande perigo de assumir, diante desses pequeninos, uma atitude farisaica de rigorismo, apresentando-lhes exigências descabidas, a ponto de jogá-los fora da comunidade cristã e afastá-los da salvação.
A exortação de Jesus - "Cuidem de não desprezar um só destes pequeninos" - revela que a fé é uma dinâmica, cujos passos vão sendo dados pouco a pouco. É inútil querer impor-se aos demais, e determinar o ritmo que devem seguir.
Quem está dando os primeiros passos deve ser objeto de especial atenção. O abandono de certos hábitos e a acolhida do modo de ser próprio do discípulo do Reino, muitas vezes, é muito penoso. A simples força de vontade ou a firme decisão de ser diferente podem mostrar-se insuficientes quando se trata de mudar de vida. O efetivamente conseguido não corresponde àquilo que se deseja. Nem por isso, a comunidade tem o direito de desfazer-se de quem vai caminhando com dificuldade. Pelo contrário, este deve ser objeto de atenção redobrada, para não vir a esmorecer na sua opção pelo Reino.

Oração

Espírito de apreço e estimulo, torna-me especialmente atento em relação a quem dá os primeiros passos na fé, buscando, penosamente, trilhar os caminhos da fidelidade ao Reino.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Êxodo 23,20-23
Leitura do livro do Êxodo.
Assim diz o Senhor: 23 20 “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei.
21 Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está nele.
22 Mas, se lhe obedeceres pontualmente, se fizeres tudo o que eu te disser, serei o inimigo dos teus inimigos, e o adversário dos teus adversários.
23 Porque meu anjo marchará adiante de ti e te conduzirá entre os amorreus, os hiteus, os ferezeus, os cananeus, os heveus e os jebuseus, que exterminarei”.
Palavra do Senhor.
Salmo 90/91
O Senhor deu uma ordem aos seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.


Quem habita ao abrigo do altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente
diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”.

Do caçador e do seu laço ele te livra.
Ele te salva da palavra que destrói.
Com suas asas haverá de proteger-te,
com seu escudo e suas armas, defender-te.

Não temerás terror algum durante a noite
nem a flecha disparada em pleno dia;
nem a peste que caminha pelo escuro
nem a desgraça que devasta ao meio-dia.

Nenhum mal há de chegar perto de ti,
nem a desgraça baterá à tua porta;
pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Oração
Ó Deus, que na vossa misteriosa providência mandais os vossos anjos para guardar-nos, concedei que nos defendam de todos os perigos e gozemos eternamente do seu convívio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Pastoral da Criança colabora para a melhoria da saúde infantil no Brasil


Brasília - Uma queda de 77% na taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos do Brasil em apenas duas décadas foi um dos destaques do relatório da Unicef, divulgado no dia 13 de setembro de 2013. A taxa brasileira caiu de 62 para 14 por mil nascidos vivos entre 1990 e 2012. O país apresenta uma das quedas mais significativas entre 196 nações monitoradas, e ocupa a 7ª posição no ranking mundial.

O relatório ainda indica a redução da mortalidade em outras duas faixas etárias: para crianças menores de 1 ano, a queda foi de 75% e para o período neonatal, nos primeiros 28 dias de vida, o índice caiu 68%. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que a região nordeste foi a que registrou maior queda na mortalidade de crianças até 5 anos: 77,5%. Entre os estados que se destacam na redução estão Alagoas, Ceará e Paraíba.

Contribuição da Pastoral da Criança

As ações preventivas de saúde e nutrição das crianças pobres realizadas pelos voluntários da Pastoral da Criança estão entre os principais programas e iniciativas que contribuíram para melhorar a saúde infantil no Brasil, nas últimas três décadas. O reconhecimento é confirmado no artigo “Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios”, do professor Cesar G. Victora, da Universidade Federal de Pelotas (RS) e outros autores, que integra a série Saúde no Brasil, publicada online pela revista The Lancet.
A saúde e a nutrição das crianças brasileiras melhoraram rapidamente a partir dos anos 1980, avalia o estudo. Além do crescimento econômico, urbanização e evolução para o sistema de saúde único, contribuíram para elevar os indicadores nesta área os programas voltados para a saúde materna e nutrição infantil.
A primeira Meta do Milênio (redução pela metade do número de crianças subnutridas entre 1990 e 2015) já foi alcançada. A Meta número quatro (redução de dois terços dos coeficientes de mortalidade de crianças menores de 5 anos) provavelmente será alcançada dentro de dois anos, de acordo com os autores.
Segundo o artigo, entre mais de 50 programas e iniciativas para melhorar a saúde infantil, sua fonte de dados aponta que os melhores efeitos foram atribuídos “a programas específicos (promoção de imunização, amamentação e alojamento conjunto) e a melhorias no acesso aos cuidados preventivos e curativos de saúde, incluindo o SUS, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde e a Pastoral da Criança.”
Para o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufler, este é mais um reconhecimento ao trabalho realizado pelo organismo e seus voluntários. Em sua missão de promover o desenvolvimento integral das crianças pobres, da concepção aos seis anos de idade, a Pastoral da Criança vem alcançado resultados concretos.
“A mortalidade infantil, entre as crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança, é de 9,5 óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos, muito abaixo da taxa nacional divulgada pelos órgãos oficiais”, observa Boufleur.
SIR/CNBB

O desafio de seguir rumo a novas fronteiras


Disse o papa: "Procuremos mesmo ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que seja capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta, de quem a abandonou ou lhe é indiferente". Isso não é um lugar-comum; essa é a sua estratégia.

Por Chris Lowney
Eu acredito que o papa Francisco está tentando inflamar uma massiva mudança de cultura dentro da Igreja Católica. E eu vejo as impressões espirituais de Santo Inácio de Loyola por toda a espiritualidade e o estilo de liderança do papa.

"Quem é Jorge Mario Bergoglio?", perguntou o padre jesuíta Antonio Spadaro ao papa durante as suas já famosas entrevistas de agosto. Enquanto a maioria dos políticos ou celebridades teria dado uma resposta autopromocional a essa pergunta simples, aqui está o que o papa disse: "Eu sou um pecador". Ele estava tomando uma página dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola, que inclui algumas meditações contundentes sobre o pecado pessoal: "Olhar para mim mesmo como uma chaga e abscesso de onde saíram tantos pecados".

Mas não há nenhum "desalento" na espiritualidade de Francisco e inaciana; ela é franca e direta sobre a condição humana. E mesmo que os pós-modernos aqui da cosmopolita Nova York possam rejeitar a "conversa católica sobre o pecado", todos podem ressoar juntos com a visão do papa de uma Igreja "hospital de campanha" que foca em primeiro lugar a cura. Somos todos profundamente imperfeitos, inclusive os papas, mas inerentemente dignificados e incondicionalmente amados por Deus, apesar de tudo.

Esse tem sido um refrão ao longo de toda a vida de Bergoglio. Enquanto eu escrevia Pope Francis: Why He Leads the Way He Leads, eu me comunicava com vários jesuítas que foram formados com ele quando ele era reitor de um grande seminário jesuíta. O padre jesuíta Hernán Paredes me disse: "Era importante para Bergoglio que nos amássemos como nós somos". Paredes compartilhou uma curiosa anedota sobre um colega equatoriano que, um dia, orgulhosamente, vestiu uma jaqueta tradicional, com imagens de lhamas tecidas por toda parte. Um seminarista argentino impiedosamente ridicularizou a roupa do rapaz como se ele fosse um caipira recém-chegado à cidade grande.

Então, Bergoglio convidou o argentino a vestir a jaqueta por um dia como uma meditação ambulante para toda a comunidade: cada pessoa é fundamentalmente dignificada, digna de respeito como um direito inato; o amor constante de Deus não é contingente ao que os outros pensam de nós, do nosso status ou da nossa pecaminosidade. Essa mensagem-chave do catolicismo e dos Exercícios Espirituais de Inácio é fundamental para a visão de Francisco sobre a Igreja. Nas entrevistas, ele falou sobre uma Igreja que "é a casa de todos, não uma pequena capela que só pode conter um grupinho de pessoas selecionadas".

Quando ele visita os refugiados em Lampedusa, abraça as pessoas com deficiência na Praça do Vaticano, diz que quer uma Igreja que seja "para os pobres" ou nos encoraja a espalhar a palavra da misericórdia de Deus, ele está dizendo implicitamente que a nossa capela ainda é muito pequena. Nós ainda não fizemos dela uma casa para todos, e fixar isso é o trabalho de todos os católicos, porque, na visão de mundo inaciana do papa, nós não somos apenas pecadores amados, cada um de nós é pessoalmente chamado de pecador, chamado a trabalhar ao lado de Jesus e a espalhar a boa notícia de Jesus. Isso leva a um segundo poderoso tema inaciano nas entrevistas de Spadaro: o espírito de fronteira.

Francisco disse que inicialmente foi atraído pelos jesuítas por três razões, sendo uma delas o seu "espírito missionário". Inácio de Loyola exortou os jesuítas a viverem "com um pé levantado", sempre prontos para aproveitar a próxima oportunidade. Ele também instituiu um quarto voto especial de obediência para muitos jesuítas plenamente formados: estar sempre disponíveis para serem enviados em missão pelo papa.

Essa mentalidade desencadeou uma extraordinária energia centrífuga entre as primeiras gerações jesuítas, que, renomadamente, procuraram as fronteiras do mundo então conhecido pelos europeus. A própria pátria argentina do papa, por exemplo, ainda está repleta de ruínas de assentamentos notavelmente inovadores – as chamadas reduções do Paraguai – dos quais os jesuítas foram pioneiros ao lado dos índios.

Mas Francisco está nos convidando a compreender a "fronteira" de uma forma muito mais abrangente. As fronteiras do catolicismo do século XXI têm menos a ver com geografia e mais com aqueles que não veem muito valor na religião organizada ou que foram esquecidos ou excluídos. O papa disse ao seu entrevistador que ele admira o "diálogo com todos (...) mesmo com os adversários" de um dos primeiros padres jesuítas, Pedro Fabro. E, disse o papa, "procuremos mesmo ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que seja capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta, de quem a abandonou ou lhe é indiferente".

Isso não é um lugar-comum; essa é a sua estratégia. Outro jesuíta entrevistado para o meu projeto do livro disse que o Padre Bergoglio foi convidado uma vez a assumir a responsabilidade por uma nova paróquia em uma comunidade pobre e destacou alguns voluntários seminaristas para ajudá-lo. A fazer o quê? Bem, a caminhar pelo bairro. Encontrar todos, não apenas os fiéis. Procurar os mais pobres e ver o que poderia ser feito para ajudá-los. Quando os seminaristas voltaram dessas visitas, Bergoglio costumava verificar quais sapatos estavam empoeirados – quem estava mostrando o espírito de fronteira para se encontrar com as pessoas onde elas realmente vivem.

Depois que a equipe descobriu o quão pobres eram os seus vizinhos, um jesuíta lembra que Bergoglio disse algo como: "Nós não podemos simplesmente sentar aqui com os nossos braços cruzados enquanto temos tudo, e essas pessoas nem sequer têm comida suficiente para comer". Então eles se puseram em ação, colocando uma panela grande em um campo para lançar uma primitiva cozinha comunitária.

Esse estilo incansavelmente enérgico, expansivo, inovador é fundamental para o "espírito de fronteira" que Francisco quer incutir. Em sua homilia no dia seguinte à sua eleição, ele disse: "A nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, algo está errado". A fronteira é agora o nosso próprio bairro, e não está a meio mundo de distância. Veremos isso claramente ao abraçar o grande mantra da espiritualidade inaciana referenciada pelo papa: encontrar Deus em todas as coisas. Isso significa encontrar Deus presente não só na nossa refeição eucarística, mas ao assistir esses "hospitais de campanha" que irão curar o sofrimento, a alienação, a desesperança ou a pobreza dos nossos vizinhos.

No início deste ensaio, eu afirmei que Francisco está tentando inflamar uma massiva mudança de cultura dentro da nossa Igreja. Massiva mudança de cultura? Hipérbole? Bem, considere um punhado de palavras e frases extraídas dos comentários das entrevistas do papa sobre a Igreja, os jesuítas ou a vida católica: "viver na fronteira e ser audazes", "estar à procura, a ser criativo, generoso", "encontrar novos caminhos", "diálogo com todos (...) mesmo com os adversários".

Infelizmente, poucos observadores objetivos associariam plenamente essas características com a nossa Igreja hoje. Francisco está pedindo que todos nós ajudemos a liderar a mudança de cultura que vai fazer com que essas características se tornem mais plenamente vivas. Sim, todos nós ajudando a liderar. Afinal, ele disse que os bispos "devem ser capazes de acompanhar o rebanho que tem o faro para encontrar novos caminhos". Empoeiremos os nossos sapatos e comecemos a encontrar novos caminhos.
National Catholic Reporter, 27-09-2013.
*Chris Lowney é autor de "Pope Francisco: Why He Leads the Way He Leads (Loyola Press)", ex-diretor da J.P. Morgan & Co. e atual presidente do conselho da Catholic Health Initiatives, nos Estados Unidos.

Contra as três 'libidos': resistir, resistir, resistir


Há três dominantes fundamentais que atuam sobre as esferas humanas do amar, do ter e do querer: a dominante do eros (libido amandi), a dominante da posse (libido possidendi), a dominante do poder e da afirmação de si (libido dominandi).

Por Enzo Bianchi

Não é possível a edificação de uma personalidade humana e espiritual robusta sem a luta interior, sem um exercício ao discernimento entre bem e mal, de modo a chegar a dizer "sins" convencidos e "nãos" eficazes: "sim" ao que podemos ser e fazer para viver uma vida humana digna desse nome; "não" às pulsões idolátricas e egocêntricas que nos alienam e contradizem as nossas relações com nós mesmos, com os outros e com as coisas e, para quem crê, com Deus: relações chamadas a ser marcadas por liberdade e amor.

Nesse sentido, eu gostaria de analisar três dominantes fundamentais que atuam sobre as esferas humanas do amar, do ter e do querer: a dominante do eros (libido amandi), a dominante da posse (libido possidendi), a dominante do poder e da afirmação de si (libido dominandi).

O homem encontra o sentido da sua vida no amar, e o eros é a pulsão fundamental que o habita, é parte integrante da sua fome de amor. No entanto, ele também deve encontrar limites, isto é, deve ser atravessado pela dinâmica do desejo. O eros deve aceitar a diferença e a distância: não é por acaso que o interdito primário fundamental em todas as culturas é o do incesto.

Em um tempo em que a imagem é galopante, enquanto se perdeu o valor do símbolo, o eros é mais espetacularizado do que vivido na suas profundidade. E talvez esteja aqui, na atual tirania da imagem, a raiz da idolatria da esfera erótica: a idolatria é construção de uma imagem para substituir a realidade, é fuga no imaginário, perdendo a adesão à realidade e evitando também as dificuldades, os sofrimentos, as angústias que ela traz consigo. Na imagem publicizada, a sexualidade é vivida sem angústias, sem conflitos: eis a ilusão sedutora do erotismo tornado ídolo, às custas de uma sexualidade despersonalizada, sem mais nenhum valor simbólico, sem o outro, sem o seu rosto. Nesse sentido, não se pode esquecer o imperante exercício da sexualidade virtual, consumida online, além da pornografia disponível na rede sob várias formas...

Como lutar nesse âmbito? O dominante do eros deve fugir da coisificação do outro e da perversão do desejo, para voltar a ser dinamismo de encontro e imersão no mistério de comunhão em que o homem e a mulher expressam o seu amor, até celebrá-lo naquela que João Paulo II ousava chamar de "liturgia dos corpos". Nesse caminho, é preciso se exercitar na ascese humana, na luta contra a despersonalização da pulsão e a reificação da sexualidade.

O ser humano não tem só o direito, mas também o dever de viver uma relação com as coisas e com os bens: sem essa relação que lhe permite satisfazer a necessidade de pão, de casa e de roupas, o homem não constrói a si mesmo e não vive aquela plenitude que lhe cabe como homem e que a fé cristã lê como vocação para ser pastor, rei e senhor dentro da criação.

No entanto, nessa relação com as coisas, é grande a tentação idolátrica, a sedução do anseio pela posse. Mas quando a relação com as coisas se torna idolátrica? Quando a posse se torna um fim em si mesmo, justificando também qualquer meio a fim de obtê-lo, quando se quer afirmar "o meu" e "o teu" – essas frias palavras, diziam os Padres da Igreja! –, contradizendo uma elementar exigência de justiça e desconhecendo o destino universal dos bens. Há, portanto, um claro discernimento a ser feito: ou sermos guiados pelo dinamismo da comunicação e da comunhão, ou sermos alienados pela dominante da posse, tertium non datur.

Neste tempo de crise da interioridade, de remoção da interioridade da esfera da existência, grande é a tentação de se deixar definir por aquilo que se tem, ou, correlativamente, por que se faz, em suma, por aquilo que é visível e quantificável, por aquilo que é exterior: pela imagem que o outro vê. Cada vez mais, nesse pseudocultura, o outro é entendido não como diferente com o qual se pode comunicar, mas como espectador: em particular espectador do meu sucesso, da minha riqueza.

Certamente, o anseio por possuir responde a uma forma de angústia e de luta contra a morte, a uma busca de onipotência e de tranquilização que vêm da sensação de poder adquirir tudo, eliminar as necessidades satisfazendo-as imediatamente. Afinal, vivemos em um canto do mundo em que é possível a satisfação de qualquer necessidade, mas em que se perdeu o sentido da autêntica necessidade, da necessidade real: muitas vezes, as necessidades são induzidas, criadas, mas exigem, com toda a força do ídolo, uma força que repousa em uma radical inconsistência, a satisfação.

Começa-se a desejar a posse de uma coisa e, pouco a pouco, o anseio por possuir leva a não considerar os outros: quer-se tudo e já, mesmo às custas dos outros. Esse aspecto surge com força particular da constatação do sentimento generalizado de irresponsabilidade com relação àqueles que virão depois de nós. O "tudo e já" se torna também "tudo é meu", "tudo é nosso".

Aqui, a luta exige da parte de cada um a capacidade de pôr uma distância entre si mesmo e as riquezas, para não cair no terrível equívoco daqueles que se deixam definir por aquilo que possuem. É preciso sair da lógica estreita e angustiada do "meu" e do "teu", para entrar na liberdade da partilha e da comunhão dos bens.

A última tentação "mãe" é a do poder, da afirmação de si sobre os outros: a libido dominandi, talvez o ídolo que requer a adoração mais total, quando chega até a exigir o sangue dos outros nossos irmãos e irmãs em humanidade. Não por acaso, para o Apocalipse de João, esse ídolo chega a assumir os traços do próprio Deus (cf. Ap 13), a se travestir de Deus para ver voltadas a si a adesão e a adoração que devem ir somente a Deus.

Ora, é evidente que o homem é um ser-em-relação e, por conseguinte, exerce uma influência sobre os outros, pelos quais, por sua vez, é influenciado: desse jogo relacional brota a criação de uma vida comum, a construção de uma cidade, de uma polis, a edificação de uma convivência. Mas quando se passa da lógica da inter-relação e da troca – em que a presença dos outros é vista como positiva e sentida como essencial – a uma afirmação de si contra ou acima dos outros, quando se transforma o próprio eu em absoluto, quando nos deixamos inebriar pela sede de poder, então se precipita na idolatria.

Se não for freada e se não receber um limite, a libido dominandi se torna o ídolo mais devastador em nível social e político. Segundo Julia Kristeva, ele é a forma culminante do narcisismo e leva o indivíduo ou o sujeito político ou institucional a olhar para si mesmo como para Deus. Mas o resultado sociopolítico de um narcisismo extremo é o poder totalitário, ditatorial. Uma instituição, um partido, um sistema que faça de si mesmo e da sua própria sobrevivência o único fim ou, melhor, que se considere depositário do único e verdadeiro bem para todos, bem que, portanto, poderá e deverá ser imposto a todos, torna-se liberticida. Isto é, incapaz de aceitar que haja quem tome e mantenha uma distância dele, que conserve uma alteridade, uma diversidade.

Não por acaso, uma sociedade como a nossa, em forte condição de instabilidade e de crise, carente de ideais coletivos, esfacelada no seu tecido social, com perda de confiança nas instituições políticas, vê surgir o culto à personalidade e crescer os fenômenos de personalização e de espetacularização de todos os poderes. E torna-se assim terreno de possíveis soluções políticas "idolátricas".

Diante desses riscos decisivos, a luta interior é o caminho através do qual, no espaço da liberdade e do amor, aprende-se a arte da resistência à tentação e da arte da escolha. Ter um coração unificado, um coração puro, sensível e capaz de discernimento, um coração que cuide e gere pensamentos de amor: eis o objetivo do combate e da resistência interior, arte realmente apaixonante. É necessária uma grande luta anti-idolátrica para sermos livres para servir e amar cada homem, cada mulher, cada criatura; em suma, para chegar a fazer da nossa vida humana uma obra-prima.
La Stampa, 29-09-2013.
*Enzo Bianchi é monge, teólogo, prior e fundador da Comunidade de Bose.

Um olhar para o futuro, a proposta de Francisco


Francisco: "Devemos dar novamente esperança aos jovens, ajudar os anciãos, abrir para o futuro, difundir o amor. Pobres entre os pobres. Devemos incluir os excluídos e pregar a paz".
Por Giovanni M. Vian

Da conversa do Papa Francisco com Eugenio Scalfari, narrada no jornal italiano La Repubblica, impactam imediatamente o tom da confrontação aberta e amigável, o desejo de entendimento recíproco e o fato, cada vez mais evidente, de que o pontífice não duvida em colocar-se em jogo em primeira pessoa. “Posso abraçá-lo por telefone?”, prorrompe o fundador do jornal romano. “Certamente, abraço-o igualmente. Depois o faremos pessoalmente; até logo”, replica com simplicidade o papa Francisco.

O encontro é uma consequência da carta que o pontífice dirigiu a Scalfari e ajuda ainda mais a compreender o coração do papa Francisco. “É preciso conhecer-se, ouvir” e – acrescenta – “acontece comigo que, depois de um encontro, tenho vontade de fazer outro, porque nascem novas ideias e se descobrem novas necessidades. Isto é importante: conhecer-se, ouvir, ampliar o horizonte dos pensamentos”. Eis aqui: a atenção às pessoas e à sua unicidade é a característica que dele impacta e atrai.

Um clima simpático recheado de brincadeiras sobre a tentativa recíproca de conversão permite ao Pontífice aludir à questão do proselitismo: não faz sentido, porque – como quis recordar aos catequistas com as palavras de Bento XVI – "a Igreja não cresce por proselitismo, mas pelos testemunhos", um “fermento que serve para o bem comum". Trata-se, em síntese, do testemunho que cada cristão deve dar, assim como deve brotar da Igreja em seu conjunto: é uma minoria, sem dúvida, mas também uma força de transformação.

"O ideal de uma Igreja missionária e pobre” anima como um fogo escondido as palavras do papa Francisco, que, sem reticências, responde às perguntas de Scalfari e olha o caminho dos cristãos na história falando significativamente dos santos – Paulo, Agostinho, Francisco, Inácio – e repetindo que o objetivo é “a escuta das necessidades, dos desejos, das desilusões, do desespero, da esperança. Devemos dar novamente esperança aos jovens, ajudar os anciãos, abrir para o futuro, difundir o amor. Pobres entre os pobres. Devemos incluir os excluídos e pregar a paz".

Palavras que, não por acaso, recordam o início do documento conciliar sobre a Igreja no mundo contemporâneo: “As alegrias e as esperanças (gaudium et spes), as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração”. O papa Francisco olha de fato para o Vaticano II, "inspirado por João XXIII e por Paulo VI", porque, por sua vez – destaca com clareza o Pontífice – o concílio "decidiu olhar para o futuro com espírito moderno e abrir-se à cultura moderna".

Não são afirmações vazias as daquele que na entrevista se define, além de com o título tradicional de bispo de Roma, como "o Papa da catolicidade". No colóquio fala de fato com acentos muito pessoais dele mesmo, revelando a iluminação serena que o invadiu imediatamente depois da eleição no conclave e que o induziu a aceitá-la. Precisamente este colocar-se em jogo lhe permite falar das realidades mais profundas: a graça, a alma, Deus e o futuro, sobre o qual abre o olhar. Porque "também a nossa espécie acabará, mas não a luz de Deus".
L’Osservatore Romano, 02-09-2013.