sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Formações

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Conheça o significado da Quaresma

Por que a Igreja utiliza a cor roxa nesse tempo?
Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".
Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo.

Por que a cor roxa?
 
A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitênica e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.
Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas igrejas. Na nossa cultura, o roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a caminho do Calvário

Qual o significado destes 40 dias?
 
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O Jejum 
 
A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.
Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

Qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e a Quaresma?
 
A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.

Quais são os rituais e tradições associados com este tempo? 
 
As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da semana santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.
Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira Santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.
Depois, vem a missa da Sexta-feira da paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa, que celebra a morte do Senhor, às 15h00. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no Domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.
CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Liturgia Diária

Dia 28 de Fevereiro - Sexta-feira

VII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Oração do dia
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Tiago 5,9-12)
Leitura da carta de são Tiago.
5 9 Não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta.
10 Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor.
11 Vós sabeis que felicitamos os que suportam os sofrimentos de Jó. Vós conheceis o fim em que o Senhor o colocou, porque o Senhor é misericordioso e compassivo.
12 Antes de mais nada, meus irmãos, abstende-vos de jurar. Não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem empregueis qualquer outra fórmula de juramento. Que vosso sim, seja sim; que vosso não, seja não. Assim não caireis ao golpe do julgamento.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 102/103
O Senhor é indulgente, é favorável.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Pois ele te perdoa toda culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.

O Senhor é indulgente, é favorável,
é paciente, é bondoso e compassivo.
Não nos trata como exigem nossas faltas
nem nos pune em proporção às nossas culpas.

Quanto dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.
Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Evangelho (Marcos 10,1-12)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 1 saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.
2 Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.
3 Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"
4 Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."
5 Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;
6 mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;
8 e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."
10 Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.
11 E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.
12 E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE
O Reino anunciado por Jesus visava restabelecer entre os seres humanos as relações primitivamente queridas por Deus. O pecado havia contaminado a humanidade, pervertendo-lhe as relações. Era preciso reverter este quadro em todos os níveis.
No âmbito familiar, era preciso superar a mentalidade divorcista, onde o marido se sobrepunha à esposa, podendo despedi-la quando lhe conviesse. A situação da esposa, nestas circunstâncias, era de grande instabilidade. Ela jamais podia estar certa da profundidade dos laços matrimoniais. Por qualquer motivo, o marido tinha o direito de despedi-la.
Jesus foi buscar nas primeiras páginas das Escrituras o pensamento de Deus a respeito do matrimônio, anterior à Lei mosaica divorcista. O homem e a mulher foram criados em vista do matrimônio que os uniria de modo tão profundo, a ponto de fazer dos dois uma só carne. Trata-se de uma união espiritual onde os esposos se mútuo assumem, fazendo suas existências se interpenetrarem inseparavelmente. Só Deus pode ser o autor da união conjugal, assim entendida. E, quando Deus une, nenhum ser humano pode se arvorar o direito de desfazer sua obra. Deus une para sempre.
Quem adere ao Reino é chamado a refazer seus esquemas mentais. E não se deixar levar pela dureza de coração, mas sim pelos desígnios de Deus.

Oração
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas mentais contaminados pelo pecado.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).

Sobre as oferendas
Ao celebrar com reverência vossos mistérios, nós vos suplicamos, ó Deus, que os dons oferecidos em vossa honra sejam úteis à nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas narrarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 9,2s).
Depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos alcançar a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 28 de fevereiro de 2014

Marcos 10,1-12

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 1 saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.
2 Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.
3 Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"
4 Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."
5 Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;
6 mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;
8 e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."
10 Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.
11 E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.
12 E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE
O Reino anunciado por Jesus visava restabelecer entre os seres humanos as relações primitivamente queridas por Deus. O pecado havia contaminado a humanidade, pervertendo-lhe as relações. Era preciso reverter este quadro em todos os níveis.
No âmbito familiar, era preciso superar a mentalidade divorcista, onde o marido se sobrepunha à esposa, podendo despedi-la quando lhe conviesse. A situação da esposa, nestas circunstâncias, era de grande instabilidade. Ela jamais podia estar certa da profundidade dos laços matrimoniais. Por qualquer motivo, o marido tinha o direito de despedi-la.
Jesus foi buscar nas primeiras páginas das Escrituras o pensamento de Deus a respeito do matrimônio, anterior à Lei mosaica divorcista. O homem e a mulher foram criados em vista do matrimônio que os uniria de modo tão profundo, a ponto de fazer dos dois uma só carne. Trata-se de uma união espiritual onde os esposos se mútuo assumem, fazendo suas existências se interpenetrarem inseparavelmente. Só Deus pode ser o autor da união conjugal, assim entendida. E, quando Deus une, nenhum ser humano pode se arvorar o direito de desfazer sua obra. Deus une para sempre.
Quem adere ao Reino é chamado a refazer seus esquemas mentais. E não se deixar levar pela dureza de coração, mas sim pelos desígnios de Deus.

Oração
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas mentais contaminados pelo pecado.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).

Leitura
Tiago 5,9-12
Leitura da carta de são Tiago.
5 9 Não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta.
10 Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor.
11 Vós sabeis que felicitamos os que suportam os sofrimentos de Jó. Vós conheceis o fim em que o Senhor o colocou, porque o Senhor é misericordioso e compassivo.
12 Antes de mais nada, meus irmãos, abstende-vos de jurar. Não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem empregueis qualquer outra fórmula de juramento. Que vosso sim, seja sim; que vosso não, seja não. Assim não caireis ao golpe do julgamento.
Palavra do Senhor.
Salmo 102/103
O Senhor é indulgente, é favorável.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Pois ele te perdoa toda culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.

O Senhor é indulgente, é favorável,
é paciente, é bondoso e compassivo.
Não nos trata como exigem nossas faltas
nem nos pune em proporção às nossas culpas.

Quanto dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.
Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Papa Francisco: "O bispo deve ser testemunha humilde e corajosa de Cristo"



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco reuniu-se nesta quinta-feira, no Vaticano, com os membros da Congregação para os Bispos.

"A Igreja precisa de pastores autênticos que cuidem de seu rebanho", afirmou o Santo Padre em seu discurso, traçando o modelo ideal de um bispo:

"Precisamos de alguém que vele por nós. Precisamos de alguém que nos olhe com a amplidão do coração de Deus. Não precisamos de um dirigente, um administrador de empresa e não precisamos de uma pessoa que esteja no nível de nossa pequenez ou pequenas pretensões. Precisamos de alguém que saiba estar à altura do olhar de Deus sobre nós para nos conduzir a Ele. Somente no olhar de Deus existe futuro para nós."

Segundo o Papa Francisco, é preciso reconhecer que "não existe Pastor padrão para todas as Igrejas". "Cristo conhece o pastor que cada Igreja possui. O nosso desafio é entrar na perspectiva de Cristo, levando em conta a singularidade das Igrejas particulares", disse ainda o pontífice.

"Para escolher esses ministros precisamos ir além das preferências, afinidades, pertenças ou tendências e entrar na amplidão do horizonte de Deus. Precisamos de pastores dotados de parresía (audácia de anunciar com coragem o Evangelho, ndr), não condicionados pelo medo", frisou o Papa Francisco, convidando a Congregação para os Bispos a desempenhar a sua tarefa com "profissionalismo, serviço, santidade de vida e santa inquietação".

O Papa frisou que "o futuro da Igreja vive sempre em suas origens", e destacou a importância da unidade eclesial e da sucessão ininterrupta dos bispos. O Santo Padre sublinhou que o bispo deve ser uma testemunha humilde e corajosa de Cristo.

"Quem é testemunha do Ressuscitado? É aquele que seguiu Jesus desde o início e foi constituído com os Apóstolos testemunha de sua Ressurreição. Também para nós este é o critério unificador: o bispo é aquele que sabe tornar atual tudo o que aconteceu com Jesus, e sabe, sobretudo, junto com a Igreja, ser testemunha de sua ressurreição".

"O bispo é um mártir do Ressuscitado. Não é uma testemunha isolada, mas junto com a Igreja. A sua vida e seu ministério devem tornar crível a Ressurreição", disse ainda o Papa Francisco que acrescentou:

"A coragem de morrer, a generosidade de oferecer a própria vida e dedicação total ao rebanho estão inscritos no DNA do episcopado. A renúncia e o sacrifício são conaturais à missão episcopal. Quero enfatizar isso: a renúncia e o sacrifício são conaturais à missão episcopal. O episcopado não é para si, mas para a Igreja, para o rebanho, para os outros, sobretudo para aqueles que, segundo a lógica do mundo, devem ser descartados".

O Santo Padre frisou que o perfil de um bispo não é a soma algébrica de suas virtudes. O bispo deve se destacar por sua integridade, solidez cristã, fidelidade à verdade, transparência e capacidade de governar.

"Os bispos devem ser antes de tudo kerigmáticos, porque a fé vem do anúncio. Precisamos de homens guardiões da doutrina não para avaliar como o mundo vive longe da verdade que a doutrina contém, mas para fascinar o mundo com a beleza do amor, para seduzi-lo com a oferta de liberdade doada pelo Evangelho", disse ainda o pontífice.

"A Igreja não precisa de apologistas de suas causas, mas de semeadores humildes e confiantes da verdade. Os bispos devem ser homens pacientes, conscientes de que a cizânia nunca será capaz de preencher o campo. A missão do bispo requer assiduidade e cotidianidade", disse ainda Francisco.

O Santo Padre concluiu dizendo que os bispos devem ser homens de oração e que a Igreja precisa de pastores autênticos, não donos, mas servos da Palavra de Deus. (MJ)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Padre José de Anchieta será canonizado em abril

Cerimônia será realizada no início do mês e será presidida pelo papa, diz presidente da CNBB.
O padre José de Anchieta, apóstolo do Brasil, será declarado santo pelo papa Francisco no início do  mês de abril. A informação foi dada, nesta quinta-feira (27), pelo arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno, durante entrevista nos estúdios da Rádio Vaticano.

"José de Anchieta deixou marcas profundas no início da colonização do Brasil, como também na sua evangelização. Eu creio que ele merece ser cultuado por toda a Igreja", disse o cardeal.

Dom Raymundo se encontrou o papa Francisco recentemente para falar sobre o beato José de Anchieta. Segundo ele, a canonização será feita em uma cerimônia mais simples, menos solene e que consiste na assinatura de um decreto pelo próprio papa, em que ele declara santo o padre jesuíta Anchieta.

Sobre o porquê de não ser realizada uma grande cerimônia, na Praça São Pedro, para a canonização do beato, Dom Damasceno explica que foi uma decisão do próprio papa. “Ele quis uma cerimônia mais simples, discreta, mas tem o mesmo valor, evidentemente, que quando a canonização é feita de modo mais solene”, salientou.

A canonização será comemorada com uma missa celebrada pelo papa Francisco e com a presença de bispos e representantes do povo canadense e do Brasil. Isso porque, segundo Dom Damasceno, a canonização de padre Anchieta será feita junto com outros dois beatos canadenses importantes para a história da Igreja no Canadá ( Marie de l´Encarnação, conhecida como a Mãe da Igreja canadense, e François de Laval, primeiro bispo de Quebec).

“Depois, nós pretendemos também celebrar, de uma forma mais solene, agradecendo a Deus pelo dom desse santo para nós no Brasil, na Assembleia dos Bispos, em Aparecida (SP), quando vamos realizar a próxima assembleia geral, no fim de abril, começo de maio. Será uma celebração nacional, com a presença, portanto, de todo o episcopado e convidados especiais. Depois, cada estado fará também a sua celebração solene e com grande participação do povo, sobretudo aqueles Estados que têm muito a ver com a vida de Anchieta”, pontuou.

O Cardeal também informou que se pretende fazer uma celebração mais restrita no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, mas ainda não há uma data estabelecida, porque depende da agenda do Papa. O Santo Padre já aceitou um convite para visitar o colégio, que vai comemorar 80 anos em 3 de abril. Segundo Dom Damasceno, os jesuítas estão deixando a direção do colégio, que será assumida pela
CNBB.

História

José de Anchieta (1534-1597) foi um padre jesuíta espanhol, beatificado pelo Papa João Paulo II em 1980. Com 14 anos de idade, estudou no Real Colégio das Artes em Coimbra. Ingressou na Companhia de Jesus em 1551 e dois anos depois embarcou com destino ao Brasil, na comitiva de Duarte da Costa - segundo Governador Geral - para catequizar os índios.

Em 25 de janeiro de 1554 fundou, junto com o padre Manoel da Nóbrega, um colégio em Piratininga; aos poucos se formou um povoado ao redor da instituição de ensino, batizado por José de Anchieta, de São Paulo. Foi aclamado por portugueses e índios como "apóstolo do Brasil".

Padre José de Anchieta também  foi professor dos noviços que entravam para a Companhia de Jesus no Brasil. Viveu em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em 1595, escreveu Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil, a primeira gramática do Tupi - Guarani.

Escreveu diversas poesias, cartas e autos. A poesia de José Anchieta é marcada por conceitos morais, espirituais e pedagógicos. Compôs primeiro em sua língua materna, o castelhano, e em latim e posteriormente traduziu para o português e para o tupi. Faleceu em 9 de junho de 1597 no Espírito Santo.

'Cristãos que vivem na incoerência causam muitos estragos', diz papa


Cidade do Vaticano – O cristão incoerente dá escândalo e o escândalo mata: são palavras muito fortes as que Papa Francisco falou nessa quinta-feira (27), durante a missa presidida em Santa Marta e durante a qual administrou o sacramento do Crisma.

Quem recebe esse Sacramento, afirmou o Santo Padre, cujas palavras foram divulgadas pela Rádio Vaticano, "manifesta a vontade de ser cristão. Ser cristão significa dar testemunho de Jesus Cristo. Esta é a coerência de vida de um cristão".

De outro modo, manifesta-se a incoerência e os cristãos "que vivem normalmente, todos os dias, na incoerência causam muitos estragos". "Se tu estás diante de um ateu e te diz que não acredita em Deus, tu podes lhe ler toda uma biblioteca onde se afirma que Deus existe e também provar que Deus existe, e ele não vai acreditar. Mas se tu, diante deste ateu - explicou papa Francisco - deres testemunho de coerência de vida cristã, algo começará a se mexer em seu coração. Será exatamente o testemunho teu o que incutirá nele essa inquietação sobre a qual trabalha o Espírito Santo. É uma graça que todos nós, toda a Igreja deve pedir: ´Senhor, que sejamos coerentes´".

Portanto, concluiu o papa, é preciso rezar, "porque, para viver na coerência cristã, é necessária a oração, porque a coerência cristã é um dom de Deus e precisamos pedi-lo... Todos somos pecadores, todos, mas todos temos a capacidade de pedir perdão. E Ele nunca se cansa de nos perdoar! Ter a humildade de pedir perdão: ´Senhor, não fui coerente aqui. Perdão!´"
SIR

A Palavra de Deus no cuidado com os filhos

Os pais são os administradores dos mistérios de Deus, destacando o dom da benção para os filhos.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
Podemos dar diversos significados para a palavra "cuidar", mas aqui ela está direcionada especialmente para os filhos, para aqueles que devem ser assistidos, educados e acompanhados por alguém. Dizemos que Deus, Pai e Mãe, cuida com carinho de seus filhos. Isso acontece, de forma especial, para com os acometidos de sofrimento.

Cuidar dos filhos significa praticar um amor atento e fiel, colocando como preocupação primeira a educação para a vida de cidadania, de responsabilidade e capacidade para o enfrentamento das exigências da sociedade. Não podemos desprezar os princípios da fé, capazes de construir uma espiritualidade necessária para o bem viver nos novos tempos.

Sabemos dos desafios enfrentados pelos pais no processo da educação. "Palavras não convencem", principalmente quando não são confirmadas pelo testemunho concreto de vida. A tendência é seguir as influências que chegam de fora do lar. É o caso da mídia, colocando os pais numa situação caracterizada como "sem saída".

No caminhar da história, os compromissos familiares vão se diluindo, necessitando de um "ecoar novo" da Palavra de Deus. Até parece que Deus abandonou a família, ou é a humanidade que se distanciou dos ensinamentos divinos. Os pais devem ter ternura para com aqueles que são frutos de suas entranhas.

Para o cuidado dos filhos, os educadores têm que abrir mão de "formas" que não falam mais. O mundo mudou, mas o amor deve conservar sua identidade e continuar sendo doação e esvaziamento para fazer o outro feliz. Os pais são os administradores dos mistérios de Deus, destacando o dom da benção para os filhos.

Pais e filhos necessitam de coerência e autenticidade. Não só usarem da sabedoria humana, mas também a de Deus para harmonizar a convivência. Com isto, o cuidado deve ser de ambos os lados sem se deixarem levar por ideologias do momento. Não podem faltar a fraternidade e a justiça, como diz a Escritura: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas em acréscimo" (Mt 6, 33).
CNBB, 25-02-2014.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).