quinta-feira, 20 de março de 2014

Papa Francisco celebrará Missa pela canonização de Anchieta



Cidade do Vaticano (RV) - Papa Francisco celebrará, em 24 de abril, uma Santa Missa na igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, em ação de graças pela canonização do Beato José de Anchieta, religioso fortemente ligado à evangelização no Brasil e que será proclamado Santo no dia 2 de abril, por meio de um decreto papal.

Nascido em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), o jovem jesuíta desembarcou em solo brasileiro em julho de 1553, onde fundou junto com o Padre Manoel da Nóbrega um colégio em Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo. Assim como Anchieta, Papa Francisco é membro da Companhia de Jesus, ordem fundada por Inácio de Loyola.

A beatificação de Anchieta foi feita por João Paulo II em 1980. O Papa Francisco também vai assinar decretos de canonização de dois beatos franceses que promoveram a evangelização no Canadá: François de Montmorency-Laval e Maria da Encarnação Guyart. (SP)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Papa: "Quem confia em si mesmo, e não em Deus, está fadado à infelicidade"





Cidade do Vaticano (RV) – O homem que confia em si mesmo, nas próprias riquezas ou nas ideologias, está fadado à infelicidade: palavras do Papa na manhã desta quinta-feira, durante a Missa na Casa Santa Marta.

Em sua homilia, o Papa comentou a primeira leitura do dia, extraída do Livro de Jeremias, que declara “bendito o homem que se fia no Senhor”: “é como uma árvore plantada junto da água”, que não para de produzir frutos no ano da seca.

A nossa confiança está somente no Senhor, disse Francisco. Não precisamos de outras coisas, de outras ideologias. Do contrário, o homem se fecha em si mesmo, “sem horizontes, sem portas abertas e sem salvação”. É o que acontece ao rico do Evangelho, eu não percebeu que ao lado de sua casa havia um pobre. O pobre sabemos que se chamava Lázaro, mas o rico “não tem nome”:

E esta é a maldição mais forte de quem confia em si mesmo ou em suas forças, nas possibilidades dos homens e não em Deus: perder o nome. Qual seu nome? Conta número tal, no banco tal. Qual seu nome? Muitas propriedades, muitas casas... Qual seu nome? As coisas que temos, os ídolos. É amaldiçoado o homem que confia nisso.

“Todos nós temos esta fraqueza – afirmou o Papa –, esta fragilidade de depositar as nossas esperanças em nós mesmos ou nos amigos, ou somente nas possibilidades humanas e nos esquecemos do Senhor. E isso nos leva ao caminho da infelicidade”:

Hoje, neste dia de Quaresma, nos fará bem questionar: onde está a minha confiança? No Senhor, ou sou um pagão que confio nas coisas, nos ídolos que fiz? Ainda tenho um nome ou comecei a perder o nome e me chamo ‘Eu? Eu, mim, comigo, para mim, somente eu? Para mim, para mim… sempre aquele egoísmo: ‘Eu’. Isso não nos dá a salvação.

Todavia, observou Francisco, “no final há uma porta de esperança” para os que confiam em si mesmos e “perderam o nome”:

No final, no final sempre existe uma possibilidade. E este homem, quando percebeu que tinha perdido o nome, tinha perdido tudo, tudo, levanta os olhos e diz um só palavra: ‘Pai’. E a resposta de Deus é uma só palavra: ‘Filho!’. Se alguns de nós na vida, de tanto confiar no homem e em nós mesmos, acabamos por perder o nome, por perder esta dignidade, ainda existe a possibilidade de dizer esta palavra que é mais do que mágica, é mais forte: ‘Pai’. Ele sempre nos espera para abrir uma porta que nós não vemos, e nos dirá: ‘Filho’. Peçamos ao Senhor a graça que a todos nós dê a sabedoria de confiar somente Nele, não nas coisas, nas forças humanas, somente Nele”.

(BF)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Liturgia Diária

Dia 20 de Março - Quinta-feira

II SEMANA DA QUARESMA
(Roxo – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Provai-me, ó Deus, e conhecei meus pensamentos: vede se ando pela vereda do mal e conduzi-me no caminho da eternidade (Sl 138,23s).
Oração do dia
Ó Deus, que mamais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados, pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Jeremias 17,5-10)
Leitura do livro do profeta Jeremais.
17 5 Eis o que diz o Senhor: “Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!
6 Assemelha-se ao cardo da charneca e nem percebe a chegada do bom tempo, habitando o solo calcinado do deserto, terra salobra em que ninguém reside.
7 Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.
8 Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos.
9 Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender?
10 Eu, porém, que sou o Senhor, sondo os corações e escruto os rins, a fim de recompensar a cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 1
É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva á morte.
Evangelho (Lucas 16,19-31)
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!
Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 16 19 “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20 Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21 Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22 Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23 E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25 Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26 Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28 para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29 Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30 O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O RICO E O LÁZARO
A parábola evangélica é um alerta premente contra o perigo da riqueza e as conseqüências desastrosas para quem não sabe se servir dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à condenação.
O rico simboliza aquela pessoa cuja vida limita-se à busca de prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com Deus, nem muito menos com seus semelhantes, de modo especial, os pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode proporcionar prazer, e seus companheiros de orgias. Nada, porém, que possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas.
A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro, à sua porta, era-lhe desconhecido. Sua fome contrastava como a opulência dos banquetes que o rico oferecia. Seu corpo coberto de feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava-se com a bela aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados.
O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico farreador valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara escapar a única chance de construir sua felicidade eterna, fazendo-se solidário com o sofrimento do próximo.

Oração
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, por este sacrifício santificai nossa Quaresma, de modo que sua observância externa possa frutificar em nossos corações. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Felizes aqueles cuja vida é pura, os que andam na lei do Senhor! (Sl 118,1)
Depois da comunhão
Ó Deus, que esta eucaristia continue a agir em nós e prolongue seus efeitos em nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 20 de março de 2014

Lucas 16,19-31

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!
Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 16 19 “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20 Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21 Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22 Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23 E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25 Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26 Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28 para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29 Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30 O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O RICO E O LÁZARO
A parábola evangélica é um alerta premente contra o perigo da riqueza e as conseqüências desastrosas para quem não sabe se servir dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à condenação.
O rico simboliza aquela pessoa cuja vida limita-se à busca de prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com Deus, nem muito menos com seus semelhantes, de modo especial, os pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode proporcionar prazer, e seus companheiros de orgias. Nada, porém, que possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas.
A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro, à sua porta, era-lhe desconhecido. Sua fome contrastava como a opulência dos banquetes que o rico oferecia. Seu corpo coberto de feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava-se com a bela aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados.
O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico farreador valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara escapar a única chance de construir sua felicidade eterna, fazendo-se solidário com o sofrimento do próximo.

Oração
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Jeremias 17,5-10
Leitura do livro do profeta Jeremais.
17 5 Eis o que diz o Senhor: “Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!
6 Assemelha-se ao cardo da charneca e nem percebe a chegada do bom tempo, habitando o solo calcinado do deserto, terra salobra em que ninguém reside.
7 Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.
8 Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos.
9 Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender?
10 Eu, porém, que sou o Senhor, sondo os corações e escruto os rins, a fim de recompensar a cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações”.
Palavra do Senhor.
Salmo 1
É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva á morte.
Oração
Ó Deus, que mamais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados, pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

A canonização do papa da bondade


Pense num papa extraordinário e, ao mesmo tempo, surpreendente. Eis o papa João XXIII.
Por Geovane Saraiva*

No dizer do papa Francisco, a "boa nova da salvação é uma pessoa: Jesus de Nazaré", que o papa João XXIII tinha na mente e no coração, ao assumir a mais elevada função da Igreja Católica, aos 28 de outubro de 1958, o qual logo veio com a grande e surpreendente inspiração, que indelevelmente marcou o Século XX, a de convocar em 1959 o Concílio Vaticano II. Sua realização se deu de (1962-1965). Foi um sopro do Espírito Santo de Deus a penetrar e ecoar, alegremente, no mundo inteiro.

Chegou numa hora certa e oportuna, porque a Igreja precisava, sem dúvida, perceber os sinais dos tempos, necessitava de uma renovação, de um rejuvenescimento, o “aggiornamento”, assim chamado pelo o povo italiano. Foi um acontecimento tão profundo, tão rico e precioso, desejando a Igreja, na feliz iniciativa do Romano Pontífice, esposa de Cristo, como era chamado, usar de novos meios e novos métodos – uma nova pedagogia: “O remédio do perdão e da misericórdia e não o da severidade”, no dizer do Papa.

Na mensagem aos padres conciliares (20/10/1962), o papa João XXIII, conhecido como o papa da “bondade”, anunciou: “Procuremos apresentar aos homens do nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender (...)”. Pense num papa extraordinário e, ao mesmo tempo, surpreendente: amigo de todos e com um carinho todo particular para com as crianças, chegando a dizer aos padres conciliares: “Quando vocês voltarem para casa encontrarão crianças. Deem a elas um carinho e digam: este é o carinho do Papa”.

Ele morreu no dia 3 de junho de 1963, terminada a primeira sessão conciliar. Veio em seguida o Papa Paulo VI para continuar os trabalhos do “Papa bom”. No seu discurso de abertura da segunda sessão (29/9/1963), fez questão de reafirmar a finalidade pastoral do Concílio Vaticano II, com as mesmas palavras de seu predecessor. Depois de tudo concluído ele disse palavras belíssimas: “Para que foi celebrado um Concílio? Para despertar, para renovar, para modernizar, para intensificar, para dilatar a vida da Igreja (...). De fato nós observamos, felizmente, e disto damos graças a Deus de todo coração, que toda a Igreja está em fermentação” (Paulo VI, 7/9/1966).

O Concílio Vaticano II quis acentuar que a Igreja é ação, é acima de tudo obra do Espírito Santo, com uma energia divina profundamente trabalhada por dentro, passando de uma Igreja-Instituição, de uma Igreja Sociedade Perfeita, para uma Igreja Comunidade, inserida no mundo e a serviço do Reino de Deus; de uma Igreja poder para uma Igreja pobre, despojada, peregrina; de uma Igreja autoridade para uma Igreja serva, servidora e toda ministerial; de uma Igreja piramidal para uma Igreja-povo; de uma Igreja pura e sem mancha para uma Igreja santa e pecadora, sempre necessitada de conversão e de reforma; de uma Igreja cristandade para uma Igreja Comunhão e Missão, uma Igreja toda missionária (Cardeal Lorscheider).

O Concílio reafirmou evidentemente que a Igreja é Mãe e deseja com empenho cuidar da reforma geral da Sagrada Liturgia, a fim de que o povo cristão consiga perceber com mais segurança e graças abundantes, através do emprego da língua vernácula, hoje tão útil e imprescindível ao povo. Os fiéis são favorecidos com lugares e ambientes mais amplos, principalmente para as leituras e admoestações, também em algumas orações e cânticos... (cf. SC, 579). A criatura humana se abre para Deus e o reconhece como Pai, doador de todos os dons, favores e benefícios recebidos.

A liturgia é a fonte da vida da Igreja. É a celebração do sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, no altar, pelo ministério do sacerdote. É ação do povo e em favor do povo. Daí as iniciativas surgidas, muito a enriquecer a vida da Igreja. O grande avanço é incontestável, porque de fato, o Concílio Vaticano II renovou a liturgia da missa, modificando-a no sentido da simplificação e da participação dos fiéis e de todo povo de Deus.

De modo que precisamos sempre mais ter uma visão clara da grandeza incomensurável do Vaticano II e, ao mesmo tempo, deixar-nos guiar pelo Espírito do Senhor, para que deste modo, percebamos os sinais de Deus nesta iniciativa muito feliz e na qual dela emana até hoje. Que o nosso anseio maior seja o de conhecer sempre mais a vontade e os sinais de Deus no mundo.

Graças a Deus tivemos enormes avanços e a Igreja se empenhou fortemente em anunciar com grande esperança o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo, valorizando, as diversidades de dons, talentos e carismas, e aqui no nosso continente, com expressões, ações e gestos, indo ao encontro da nossa realidade cultural. Experimentamos e vivenciamos uma grande riqueza, a partir de Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e a Conferência de Aparecida (2007). Que beleza! Que maravilha!

Daí nossa ação graças ao bom Deus pela decisão do Papa Francisco, que a exemplo do ‘papa da bondade’, quando surpreendeu o mundo, ao anunciar sua canonização juntamente com João Paulo II, no dia 27 de abril de 2014. As pessoas presentes, lá no Vaticano, irão ficar profundamente marcadas e fascinadas, pela excelsa cerimônia patrocinada pela Igreja, na sorte grandiosa em participar de um novo capítulo, na qual acumulará na sua história, através da vida destes dois homens, de importância inenarráveis, bem como na admiração que se nutre por eles, dentro do seio da Igreja e também os amigos de fora.

Temos, portanto, o grande e o maior desafio, que é acolher nos dias de hoje, o sopro do Espírito Santo de Deus, que quer de nós todos, uma convivência fraterna em relação ao mundo, a natureza e a própria humanidade, tendo diante dos nossos olhos aquele remédio que estava no coração de João XXIII, o remédio do perdão e da misericórdia.
* Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.

Secretários se reúnem para formação sobre Processo Matrimonial


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A Arquidiocese de Olinda e Recife promoveu nesta segunda-feira, 17, o 1º Encontro de Formação para os secretários (as) paroquiais de 2014. O evento foi realizado na Cúria Metropolitana no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
O chanceler da Cúria, padre Cícero Ferreira, ministrou a manhã de formação, que teve como tema “Processo Matrimonial”. O sacerdote apresentou por meio de slides as regras, impedimentos para a realização do processo matrimonial e tirou as dúvidas dos 68 participantes.
Clique no link para fazer o download dos slides apresentados no Encontro
Processo matrimonial religioso católico
DSC02698Padre Cícero ficou feliz pelo número de inscritos e pela participação com perguntas e exemplos práticos. “Foi importante para esclarecer a preparação do Processo de Habilitação Matrimonial ao mesmo tempo todos enriquecem com as dúvidas esclarecidas em conjunto. A Igreja tem normas a serem seguidas e quando fazemos de modo unificado facilita a vida das paróquias”, ressaltou o chanceler.
A secretária da Paróquia São José, no centro do Recife, Wilde Miguel, gostou do encontro. “Foi maravilhoso. Nós tiramos nossas dúvidas e também aprendemos com os questionamentos das outras pessoas. Queria que tivessem outros porque nós só temos a ganhar com isso”, disse Wilde.

Da Assessoria de Comunicação AOR

Papa Francisco acolhe a renúncia de Dom Genival e nomeia Bispo de Palmares


Dom genivalFoi
 comunicado na manhã desta quarta feira (19/03) no Boletim de Imprensa da Santa Sé, que o Papa Francisco acolheu o pedido de renúncia de Dom Genival Saraiva de França do ofício de Bispo da Diocese de Palmares, de acordo com os cânones 411 e 401 (Parágrafo 1o) do Código do Direito Canônico. Dom Genival completou 75 anos em abril de 2013, idade em que o bispo deve apresentar a sua renúncia.
Além de Bispo de Palmares, Dom Genival foi também Secretário do Regional Nordeste 2 e, atualmente, preside o Regional.
O Santo Padre nomeou Bispo da Diocese de Palmares (PE), Dom Henrique Soares da Costa, até agora titular de Acúfida  e Bispo Auxiliar de Aracaju.
 
Bispo Henrique Soares da Costa
 
dom_henrique_3Bispo Soares da Costa, que nasceu 11 abril de 1963, na cidade de Penedo (Alagoas). Estudou Filosofia na Universidade Federal de Alagoas (1981-1983) e de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, obtendo a licenciatura em Teologia Dogmática (1990-1994).
Em 15 de agosto de 1992, foi ordenado sacerdote e foi incardinado na Arquidiocese de Maceió, onde ele foi, então, os seguintes cargos: Seminário Arquidiocesano instrutor, professor de teologia em vários seminários e institutos, capelão do Mosteiro da Santíssima Trindade das Irmãs Servas da Santíssima Trindade de Rovigo, Vigário Episcopal para os Leigos da Arquidiocese de Maceió, Reitor da Igreja de Nossa Senhora do Livramento , em Maceió, a Canon do subsolo Catedral capítulo; Membro Suplente do Conselho de Cultura do Estado de Alagoas, Membro do Conselho Presbiteral, Chefe para os diáconos permanentes e diaconal Colégio Arquidiocesano, Coordenador da Comissão Arquidiocesana para a Educação Política.

Em 1 de abril de 2009, ele foi nomeado Bispo titular de Acúfida e bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju. Recebeu a sua consagração episcopal em 19 de junho do mesmo ano.
Fonte: CNBB NE 2

Campanha da Fraternidade será lançada na Assembleia Legislativa de Pernambuco


campanhadafraternidade2014_p_pkNesta quinta-feira (20) o legislativo pernambucano terá a oportunidade de debater a Campanha da Fraternidade de 2014, com o tema Fraternidade e Tráfico Humano e o lema É para a liberdade que Cristo nos libertou. O evento é aberto para quaisquer interessados.
O Grande Expediente Especial, de iniciativa das deputadas estaduais Teresa Leitão (PT) e Terezinha Nunes (PSDB) será às 10h, no Plenário da Assembleia Legislativa, em Recife.
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, estará presente na cerimônia, na qual também será divulgada mensagem do papa Francisco para a Campanha da Fraternidade e haverá uma palestra sobre o tema. Também está confirmada a presença de representantes do judiciário, das várias esferas de governo e de entidades dos direitos humanos.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade é identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-l como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal.
Grande Expediente Especial sobre a Campanha da Fraternidade 2014
Dia: 20 de março
Horário: 10h
Local: Plenário da Assembleia Legislativa
Rua da Aurora, s/n, Boa Vista, Recife-PE
Informações: (81) 3183.2442
Aberto ao público

Fonte: Assessoria de Comunicação da deputada Teresa Leitão

O que é a verdade e como alcançá-la na vida


Agir de forma autêntica supõe sempre mudança de mentalidade, uma nova relação com o próximo.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
No dicionário, podemos encontrar que a verdade significa “estar de acordo com os fatos ou com a realidade”. Pode ser também fidelidade às origens ou a um determinado padrão. Ela aparece dentro de um sistema de valores, que não admite nenhuma mentira e tem a certeza com o critério de sua própria e real identidade.

Dizemos que Deus é a verdade absoluta e, com isso, nos damos certeza na realização de seus planos, conduzindo-nos para a chamada "terra prometida". São planos de vida verdadeira, contra a exploração e as atitudes que levam à morte. Planos de libertação e não de opressão e condenação. Construir a verdade é conquistar um mundo novo, sem mentiras e nem exploração.

A verdade é diferente de legalismo, porque não dificulta a aproximação e nem o diálogo, proporcionando possibilidades de vida comunitária. Podemos dizer que a pessoa justa é também verdadeira e, com isso, consegue amar com mais profundidade, provocando em todas as pessoas um mundo de mais esperança para o futuro.

Para se ter uma vida saudável, é necessário superar todos os tipos de escravidão, vivendo em processo de libertação constante. Acima de tudo deve estar a verdade, a identidade do cristão e do cidadão. Sabemos que não é fácil ser verdadeiro numa cultura marcada pela força da mentira, que causa desânimo nos que querem ser verdadeiros.

O itinerário da vida, com honestidade, pode causar insegurança, perigo, cansaço, tensão, mas não podemos perder a resistência e o ânimo na caminhada. Chegamos até a dizer de uma "utopia da verdade", mas deve ser sempre uma conquista. Somente a certeza da presença de Deus será capaz de nos garantir a vida assentada na verdade.

Agir de forma verdadeira e autêntica supõe sempre total mudança de mentalidade, de entrar em uma nova relação com o próximo, derrubando barreiras e diferenças e se deixando guiar pelo Espírito da verdade. Nesse contexto, a esperança não nos decepciona, porque firma os nossos passos e não nos deixa na confusão e nem desapontados, perdidos na história da vida.

CNBB, 19-03-2014.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).