segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ecumenismo: Encontro entre Comunhão de Igrejas evangélicas e Vaticano



Viena, Áustria, 04 fev (SIR) – O tema da eclesiologia estará no centro do primeiro encontro de uma série de consultas entre a Comunhão das Igrejas protestantes europeias (Ccpe) e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, previsto de 7 a 10 deste mês de fevereiro em Viena, capital da Áustria.
“Não se trata de um diálogo oficial – explica mons. Matthias Türk, que para o dicastério vaticano segue o diálogo com as Igrejas evangélicas -, mas de uma série de conversas”. “O objetivo – acrescenta – é o de chegar a um texto comum sobre o que é a Igreja e estabelecemos um tempo de cinco anos”. As conversas serão animadas por um grupo de 16 peritos convidados pelas duas delegações.
A eclesiologia é entre os temas mais controversos no atual debate ecumênico e se começará pela análise de um documento preparado pelas Igrejas protestantes “Igreja de Jesus Cristo”. O grupo da Igreja católica será liderado por dom Karl-Heinz Wiesemann, bispo de Speyer (Alemanha). A delegação da Ccpe será coordenada pelo bispo Friedrich Weber. A Itália será representada por Fúlvio Ferrário, professor de teologia sistemática da Faculdade Valdense de Roma.
“O que de novo traz esta série de consultas – destacou Ferrário à agência Nev – é que pela primeira vez o Pontifício Conselho pela promoção da unidade dos cristãos assume como interlocutor não uma Igreja – como acontece nos diálogos bilaterais – mas uma Comunhão de Igreja como é a Ccpe”.

Lefebvrianos não podem mais celebrar nas igrejas católicas


Por Andrea Tornielli


Cidade do Vaticano, 04 fev (Vatican Insider / Tradução SIR) – É dele a decisão significativa e indicadora: o Bispo de Lousanne-Genebra-Fribugo, no oeste da Suíça, dom Charles Morerod - teólogo dominicano, ex-reitor do Angelicum e ex-secretário da Comissão teológica internacional bem como membro da delegação da Congregação para a Doutrina da Fé no diálogo com a Fraternidade São Pio X – publicou um decreto proibindo aos padres lefebvrianos de celebrar a missa nas igrejas e nas capelas de sua Diocese.
E destacou que os padres da Fraternidade estão suspensos «a divinis». O documento, assinado a 20 de janeiro último, diz respeito à «admissão das outras religiões, confissões ou grupos religiosos, como também da Fraternidade São Paio X e dos ‘teólogos independentes’ nas igrejas e nas capelas romano-católicas». Dom Morerod, um prelado que Ratzinger conhece bem, no documento explica que as comunidades pertencentes a religiões não cristãs receberão uma resposta negativa se pedirem a utilização de uma igreja católica.
Com relação, no entanto, às comunidades e confissões cristãs, como estabelece o «Diretório para a aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo» de 1993, o Bispo explica que a licença pode ser dada «por razões de necessidade pastoral». «Se esta necessidade pastoral se apresenta, as igrejas e as capelas podem ser colocadas à disposição só paras comunidade de fé católico-cristã, evangélico-reformada, ortodoxa e anglicana». Os sacerdotes da Fraternidade São Paio X, de acordo com aquilo que se lê no decreto, não entram nestas categorias.
Morerod, de fato, dedica três breves parágrafos aos lefebvrianos, lembrando, primeiramente que a excomunhão decretada pela Santa Sé a Lefebvre e aos bispos por ele ordenados em 1988 «foi tirada por decreto da Congregação dos Bispos a 21 de janeiro de 2009». Em seguida cita um trecho da carta de 10 de março de 2009 escrita por Bento XVI aos Bispos do mundo todo após a tempestade do caso Williamson: «O fato que a Fraternidade São Pio X não possua uma posição canônica na Igreja, não tem razões, afinal, disciplinares, mas doutrinárias. Até que a Fraternidade não tiver uma posição canônica na Igreja, também seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja».
Morerod insiste, portanto, sobre a existência da suspensão «a divinis», isto é a proibição de celebrar. «Por estas razões – conclui o bispo suíço – é proibido aos padres da Fraternidade sacerdotal São Pio X o uso das igrejas e das capelas católicas para qualquer sérico sacerdotal e, em particular, para a administração dos sacramentos».

A redescoberta da sexualidade na senescência humana


(Primeira Parte)
A cultura tende a menosprezar a “novidade” que a terceira idade pode trazer para a vivência da humanização, da personalização e da socialização da sexualidade.


(Foto: )
Por Nilo Ribeiro Junior*
Desde que a reflexão do corpo voltou à baila graças aos últimos avanços, seja das ciências biológicas, da informática, seja das ciências humanas e da filosofia, temos sido surpreendidos pela redescoberta de algo fundamental a respeito da própria condição humana. A saber, estamos a ouvir vozes uníssonas a insistir de que o ser humano não “tem” um corpo, mas “é” seu corpo, isto é, ele é um ser-no-mundo-com-os-outros e sua inserção no mundo se expressa culturalmente na sua configuração “como” corpo e não “apesar” ou “contra” o corpo. E que, portanto, o corpo humano não se reduz a um objeto ou a um conjunto de órgãos ou à mera fisiologia. Antes, a corporeidade diz respeito à condição existencial, relacional, cultural, social, política, religiosa etc. do ser humano. Toda a experiência humana passa, portanto, pelo crivo do corpo e o corpo diz em profundidade quem é o ser humano na sua identidade feita de diversidade e pluralidade. Em suma, na corporeidade se inscreve a humanidade do ser humano na sua unicidade e integralidade aberta.
Nesse horizonte vemo-nos também interpelados a ter de ressignificar o sentido do sexo (humano) a partir do “gênero”. Afinal, se o ser humano é eminentemente corporeidade, seria inconcebível tratá-lo como alguém que apenas “tem” sexo. Ao contrário, o ser humano traz a marca da sexualidade em todos os poros de seu corpo e a narrativa de sua carnalidade condensa sua história sexuada, de modo que a sexualidade emerge como categoria de gênero genuinamente humanizante da condição do ser humano no mundo. Por isso, desde o fio de cabelo passando pela pele e descendo aos dedos dos pés, tudo no ser humano remete a uma dimensão eminentemente sexual porque o sexo não se refere a uma região do corpo e não poderá jamais ser identificado simplesmente com uma função ou uma pulsão, nem com a mera plasticidade genital. Ela remete à complexidade e ao enigma da pessoalidade do indivíduo que, por sua vez ultrapassa a materialidade do corpo/sexo de modo que graças à carnalidade humana se plasma a sexualidade de gênero na cultura, na história, na linguagem e na vida do corpo social.
É baseado, portanto, nessa visão filosófica que privilegia a abordagem do ser humano a partir da corporeidade e da sexualidade como gênero em detrimento da tradicional visão do ser humano como “animal racional” na qual se acostumou a separar corpo de alma ou a contrapor corpo e espírito – nova visão inaugurada pela Fenomenologia, escola filosófica que nasceu no início do século XX na Alemanha, com Edmund Husserl –, que se tem procurado repensar ou reinventar uma nova percepção da senescência ou do envelhecimento (do ser humano) que supere toda visão depreciativa, preconceituosa ou que tenda a considerar a sexualidade como algo já dado, pronto e acabado e, que por isso mesmo chegue a tratá-la como secundária e relativizada no contexto da experiência humana da denominada “terceira idade”.
Ora, as pessoas que se experimentam em plena senescência e cuja sexualidade é vivida a partir do gênero ou de sua corporeidade que não se restringe ao corpo biológico, deparam com certo “paradoxo” diante da nova cultura somática contemporânea. Essa cultura do corpo tem suas exigências que se impõem também às pessoas que estão em pleno envelhecimento. Nesse sentido a cultura tende a menosprezar a “novidade” que a terceira idade – idade existencial e não meramente biológica e cronológica de pessoa que envelhece – pode trazer para a vivência da humanização, da personalização e da socialização da sexualidade.
Por um lado, a cultura somática atual valoriza sobremaneira o corpo e a saúde a partir do ideal da bem estar físico, isto é, do acento exacerbado na performance em detrimento da construção da interioridade, do desenvolvimento da dimensão psíquico-espiritual da subjetividade e da tessitura relacional e social da sexualidade calcadas no “bem viver com os outros no mundo”.

Por outro, essa cultura não poucas vezes acaba por depreciar o corpo, sobretudo aquele que não corresponda aos novos padrões do avanço da biologia e da informática. Desse modo, tende a considerar obsoleto aquilo que não adeque ao “mito do corpo e do sexo perfeitos” retroalimentado, concomitantemente, pela visão cientificizante do sexo na sua aversão aos corpos envelhecidos. A cultura do corpo performático tende a menosprezar outras dimensões da corporeidade e da vida humana que só se revelam como tais no corpo senescente. Por vezes essa mentalidade acaba por lançar os indivíduos senescentes no afã de uma “moral do espetáculo” à medida que sem veem “obrigados” (moral) a ter de consumir e promover a todo custo o corpo e o sexo da recém-inaugurada “cultura do viagra”. Nesse caso, o envelhecimento e a fecundidade da experiência sexual das pessoas na terceira idade, ambas correm o risco de serem banalizadas ou renegadas naquilo que elas têm de mais significantes do ponto de vista existencial, a saber, o fato de que a corporeidade possui uma dimensão constitutivamente senescente como qualidade e não como defeito.
O autor é Professor e pesquisador lotado no curso de filosofia e no mestrado em Ciências da religião da Universidade Católica de Pernambuco.

Celebrações litúrgicas devem ser mais do que manifestações de emoção



Lisboa, Portugal, 04 fev (SIR/Ecclesia) – O subsecretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos disse à ECCLESIA que as celebrações das comunidades católicas têm de ser mais do que manifestações de “emoção” e deve levar a uma “transformação da vida”.
“Um cristão tem de emocionar-se na Liturgia, se a viver em profundidade, mas não pode ficar apenas pela emoção, porque esta é um fator humano. É preciso integrar outras dimensões do humano, a vontade, a racionalidade”, disse monsenhor Juan Miguel Ferrer Grenesche, que esteve em Portugal para falar da constituição ‘Sacrosanctum Concilium’ (1963), sobre a Liturgia, aprovada pelo Concílio Vaticano II.
O responsável da Santa Sé admite que alguns movimentos dentro da Igreja sublinham a dimensão da emotividade, esquecida por outros, convidando-os a aprender com a tradição “plurissecular” a “irradiação do ato de fé sobre a razão humana, o conhecimento, e sobre a vontade, a transformação da vida que se ordena para Deus”.
Num mundo de imagens, destaca monsenhor Grenesche, é preciso recuperar a dimensão da contemplação face à “sucessão de impressões” que marca as sociedades contemporâneas. “Os sentidos e a imagem são algo fundamental, mas desde uma perspectiva contemplativa. O mundo da imagem da cultura contemporânea ajuda-nos a não descurar o aspeto dos sinais sensíveis da Liturgia, mas esta convida o mundo a não deixar-se arrastar pela corrente de imagens”.
Quanto à ‘Sacrosanctum Concilium’, primeira constituição aprovada pelo Vaticano II (1962-1965), o especialista espanhol sublinha que os 50 anos que passaram sobre o Concílio são como “uma gota de água num grande mar” na vida da Igreja, sendo ainda necessário assimilar a novidade “teológica” que o encontro mundial de bispos trouxe à Liturgia. “O principal é pôr em evidência a ação de Deus, que se destina a que os homens entrem em diálogo com Ele”, explicou. Para que exista esse diálogo, acrescentou, é preciso “facilitar o acesso dos fiéis” ao que é celebrado, para que possam “expressar-se de modo mais completo, mais rico”.
As mudanças visíveis na língua e nos ritos, assume o subsecretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, desvalorizaram aos aspetos ligados à “formação” no campo litúrgico, conclui.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 04/02/2013



Jesus liberta um possesso
Leitura Orante


Mc 5,1-20

Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do lago, na região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo. [...] Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. Ao ver Jesus, o homem gritou: "Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!" Jesus, porém, disse-lhe: "Espírito impuro, sai deste homem!" E perguntou-lhe: "Qual é o teu nome?" Ele respondeu: "Legião é meu nome, pois somos muitos". [...] Estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. Os espíritos impuros suplicaram então: "Manda-nos entrar nos porcos". Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. [...] Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo - aquele que tivera o Legião. [...]O homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. Jesus disse-lhe: "Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti". O homem foi embora e começou a anunciar tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 

1. Leitura (Verdade)
Leio o texto inteiro de uma vez. Mc 5, 1-20. Releio, devagar, versículo por versículo. Pergunto-me: O que diz o texto em si?
Ajudando a compreender...
Jesus entrou em Gerasa, território pagão, onde cuidavam de animais impuros, conforme a concepção da época. Aí encontrou um homem que estava dominado por um espírito mau e que vivia escondendo-se no cemitério. Este homem dominado pela "Multidão" de espíritos maus é liberto por Jesus e toda impureza foi para o fundo do mar. Os moradores daquela região não agradecem a Jesus por esta purificação. O homem, antes endemoninhado, recuperou sua dignidade individual e social. Os moradores assustam-se com o poder de Jesus e se sentem incomodados. A eles pesa mais o custo do rebanho de porcos do que a cura do homem. Jesus é mandado embora. O homem liberto quer segui-lo, mas Jesus não o permite. Quer que ele seja testemunha do que Deus lhe fez.

2. Meditação (Caminho)
Paro onde Deus me fala interiormente, sem pressa, aprendendo a aprofundar. Pergunto-me: O que o texto diz para mim? Acolho o que vier à mente, o que tocar o meu coração: desejos, luzes, apelos, lembranças, inspirações. Meus valores dão prioridade à ação de Deus na minha vida e na vida das demais pessoas?
Os bispos, em Aparecida, falaram sobre este tema: "os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da contemplação de quem nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de seu sentido. Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprende d'Ele, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar. Em Cristo Palavra, Sabedoria de Deus (cf. 1 Cor 1,30), a cultura pode voltar a encontrar seu centro e sua profundidade, a partir de onde é possível olhar a realidade no conjunto de todos seus fatores, discernindo-os à luz do Evangelho e dando a cada um seu lugar e sua dimensão adequada." (DA 41 ).
Existe "conversão pastoral" na minha comunidade?

3. Oração (Vida)
Deus é o Pai que nos ama muito mais do que imaginamos. Pergunto-me: O que o texto me faz dizer a Deus? Faço oração com louvores, pedidos, ação de graças, adoração, silêncio.
Jesus Mestre,
ao meu coração, se substitua o teu.
Ao meu amor a Deus, ao próximo, a mim mesmo,
se substitua o teu.
(Bem-aventurado Alberione)

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus. Vou viver este dia como discípulo e missionário de Jesus Mestre Verdade, Caminho e Vida.
E rezo, finalizando:
"Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém".

Jesus e Maria, dai-me a vossa bênção:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém


Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

4 de fevereiro

Santo André Corsini
Um sonho anunciou o inicio da vida religiosa de Santo André Corsini, outro sonho anunciou seu fim. O primeiro quem o teve foi sua mãe. O outro, que lhe indicou a data da morte, sonhou ele próprio. André nasceu em Florença, na Itália, em 1301, filho de família nobre e famosa. Antes de o dar à luz, sua mãe sonhou que seu filho nascia lobo, mas se transformava em cordeiro ao entrar numa igreja carmelita.

Até os dezessete anos André viveu sem preocupações morais ou espirituais, cercado de vícios e dando seguidos desgostos aos pais. Com essa idade, ao encontrar a mãe chorando por tudo que ele aprontava, André percebeu que estava no caminho errado. Ela lhe contou sobre o sonho e o rapaz, caindo em si, chorou com ela e prometeu se corrigir.

Prometeu e cumpriu, procurou uma igreja carmelita, iniciou-se na Ordem e começou nova vida. Concluiu os estudos religiosos em Paris, ordenou-se sacerdote e, ainda em vida, operou vários prodígios, portador que era do dom da cura e da profecia. Curou um tumor maligno que ameaçava levar um primo para a morte e previu o destino de um menino, que batizou.

Seus feitos o levaram a ser nomeado bispo de Fiesoli, em Florença, Itália. No entanto, ele recusou o cargo e se escondeu para não ter de assumi-lo. Mas, uma criança de apenas seis anos revelou seu esconderijo, dizendo ser a vontade de Deus que ele encabeçasse a diocese e, assim, o convenceu a aceitar essa tarefa apostólica.

Durante os anos em que ali atuou, foi amado pelo povo e respeitado pelas autoridades. André conseguiu apaziguar divergências mortais entre inimigos e até aproximar a aristocracia e o povo, missão que recebeu do Papa Urbano V e desempenhou com louvor.

Na noite de Natal de 1372 teve um desmaio e recebeu, em sonho, a notícia de que morreria em 6 de janeiro. A partir daí foi dominado por uma febre que não mais o deixou até que a profecia se cumpriu.

Foi sepultado na igreja dos Carmelitas de Florença, onde suas relíquias podem ser veneradas, ainda hoje. Santo André Corsini é o padroeiro da cidade de Florença e a Igreja designou o dia 04 de fevereiro para a sua festa litúrgica.

Mensagens








Agora vale
A alegria de viver.
Agora e sempre só a vida vai valer.

A alegria do mundo inteiro se precipitou para formar meu corpo.
As estrelas me beijaram e beijaram, até que eu despertei.
As flores dos verões fugitivos sopraram o seu perfume em minha boca, e as vozes do vento e da água cantaram em meus movimentos.
Nuvens e florestas fluíram em maré de cores apaixonadas, entrando em minha vida, e a música de todas as coisas me acariciou, dando forma aos meus membros.

Uma fonte suave brota do coração do meu coração.
A alegria lava os meus olhos como o orvalho banhando a manhã e a vida estremece em meus membros como as cordas de uma guitarra.

Foi apenas ontem que eu vim à tua terra, Senhor nu e sem nome, com um grito choroso.
Hoje, a minha voz é alegre, e tu ficas de lado, abrindo espaço para que eu possa tornar plena a minha vida.

Senhor, garante que eu não seja tão covarde para sentir a tua misericórdia apenas no meu triunfo.
Permite-me encontrar o teu aperto de mão no meio do meu fracasso.
Que eu nunca peça para ficar livre dos perigos, mas coragem para enfrentá-los.
Que eu nunca peça para ficar livre dos perigos, mas coragem para enfrentá-los.
Que eu nunca mendigue paz para a minha dor, mas coração forte para dominá-la.
Que eu nunca procure aliados na batalha da vida, mas a minha própria força.
Que eu não anseie medrosamente pela salvação, mas tenha esperança e paciência para conquistar a minha liberdade.

Sinto que todas as estrelas brilham em mim.
O mundo irrompe em minha vida como inundação, e as flores desabrocham em meu corpo.
Toda a juventude da terra e da água fumega em meu coração, como incenso, e o sopro de todas as coisas brinca em meus pensamentos, como numa flauta.

Senhor, como gotas de descobrir que eu amo este mundo para onde me trouxeste!
Teu mundo é um feixe de luz, que se derrama e enche as tuas mãos.
Mas o teu céu está escondido em meu coração.
E, pouco a pouco, ele vai abrindo as suas flores em botão, com timidez de amor.

Ó meu Mestre, derrama o teu coração nas cordas da minha vida com as melodias que nascem das tuas estrelas.


R. Tagore (Seleção de Poemas de "A Colheita")