sexta-feira, 4 de abril de 2014

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Via Sacra Vicariato Recife Sul 2



Arcebispo recebe os novos candidatos ao diaconato permanente


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No próximo dia 14, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, se reunirá com as esposas dos nove candidatos que estão aptos a receber o Sacramento da Ordem, no grau do diaconato permanente. O encontro antecede a reunião do Conselho Presbiteral marcada para dia 24 deste mês, que deverá decidir quem serão os novos diáconos da arquidiocese.
O grupo selecionado pela direção da Escola Diaconal São José foi apresentado ao arcebispo na última quinta-feira, 27. Dom Fernando ouviu um pouco de como é a vida de cada um no ambiente familiar e no trabalho, bem como a participação na Igreja. Na audiência, o pastor reforçou a importância da missão do diácono na construção do Reino de Deus.
“O diácono tem um papel muito importante no presbitério. Ele deve estar sempre em comunhão com o padre, ser companheiro e ajudar na condução das atividades pastorais, contribuindo assim com a evangelização do povo de Deus”, declarou dom Saburido.
O religioso lembrou também do compromisso que o diácono assume com a Igreja de participar dos momentos comuns ao clero, como a reunião mensal e o retiro todos os anos, além das atividades permanentes na paróquia para qual for designado.
“O fato de vocês serem apresentados hoje é sinal que de foram escolhidos pela equipe de formação. Não quero assustá-los, mas que vocês coloquem nas mãos de Deus suas vidas. Todos podem ser ordenados ou apenas alguns, o importante é que vocês nunca desistam, pois há muitas formas de servir a Deus”, declarou dom Saburido.
O candidato ao diaconato permanente, Jaime Bomfim, da Paróquia Nossa Senhora do Pilar, em Itamaracá, avaliou o encontro como positivo. “Muito bom poder estar com o senhor dom Fernando nesse momento importante para nossas vidas. Sabemos que somos serventes na construção do Reino de Deus e é assim que queremos contribuir”, afirmou.
Para Maurício de Oliveira, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Torre, a audiência reforçou a certeza da decisão que o grupo tomou desde que entrou na Escola Diaconal São José. “Foi um conversa muito boa pois reforçou aquilo que já está dentro do nosso coração e nós vivenciamos. Mesmo não sendo ordenado partilhamos da missão com os nossos irmãos diáconos”, disse.
CANDIDATOS APTOS À ORDENAÇÃO DIACONAL
  • Luis Albérico, 53 anos, Paróquia Nossa Senhora da Apresentação – Escada
  • Jaime Bomfim, 41 anos, Paróquia Nossa Senhora do Pilar – Itamaracá
  • Hugo da Silva, 43 anos, Paróquia São Sebastião – Vasco da Gama
  • Severino Delfino, 64 anos, Paróquia Nossa Senhora do Livramento – Vitória de Santo Antão
  • Maurício de Oliveira, 40 anos, Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Torre
  • Florismundo Roderick, 51 anos, Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Paratibe
  • Ipojucan Rocha, 64 anos, Paróquia Nossa Senhora das Candeias – Candeias
  • João Alves, 58 anos, Paróquia do Sagrado Coração de Jesus – Curado
  • Edvaldo Caetano, 52 anos, Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Jardim São Paulo
Da Assessoria de Comunicação AOR

Presidência da CNBB comemora canonização de Anchieta e divulga notas


IMG_0773 - CpiaO presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, e o secretário geral da entidade e bispo auxiliar de Brasília (DF), dom Leonardo Ulrich Steiner, concederam entrevista coletiva, na manhã de hoje, dia 3, após o encerramento da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep). Na coletiva, foram tratados assuntos como a canonização do beato José de Anchieta e os preparativos para a 52ª Assembleia Geral dos Bispos (AG). Também foram divulgadas a nota sobre o projeto de lei de iniciativa popular Saúde+10 e a declaração sobre os 50 anos do golpe cívico-militar de 1964.
Após 417 anos do primeiro pedido de canonização do “Apóstolo do Brasil, o decreto de canonização do beato foi assinado hoje, 3, pelo papa Francisco. São José de Anchieta foi proclamado pela CNBB como o padroeiro dos catequistas.
O cardeal Raymundo Damasceno manifestou alegria e gratidão a Deus e ao papa pela canonização. Ele explicou que o motivo do adiamento da assinatura do decreto teve a ver com a agenda do papa , o que foi avisado pelo prefeito da Congregação para a causa dos Santos, cardeal Angelo Amato.
Em celebração à canonização, o papa Francisco presidirá uma missa no dia 24 deste mês na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma (Itália). Autoridades e religiosos foram convidados a participar. No dia 4 de maio, às 8 horas, durante a 52ª AG, os bispos do Brasil celebrarão, na basílica nacional de Aparecida (SP), uma missa em ação de graças pelo novo santo.
Assembleia Geral
O presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno, falou sobre os preparativos da 52ª Assembleia Geral dos bispos, que acontecerá em Aparecida (SP), entre os dias 30 de abril e 9 de maio.
Dom Damasceno destacou o tema central que será debatido pelos bispos “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” e lembrou a importância de tratar do assunto. “O papa tem falado muito que a igreja tem que ser uma Igreja que sai, que vai ao encontro das pessoas, daí a importância dessas comunidades, onde se dá mais espaço também à missão do leigo nas comunidades”, disse o cardeal. Ele também lembrou temas prioritários que serão discutidos. Um será a reflexão sobre o cristão leigo. “É o início de um processo que vai culminar, numa futura assembleia, em um documento sobre os cristãos leigos na Igreja e na sociedade”, disse. O outro tema prioritário aborda a questão agrária. “A questão de uma melhor distribuição das terras para aqueles que querem trabalhar e para aqueles que se dedicam ao cultivo da terra em nosso país”, disse o cardeal.
Golpe de 1964
A declaração da CNBB sobre os 50 anos do golpe cívico-militar de 1964 alerta as gerações pós-ditadura a manterem-se “atuantes na defesa do Estado Democrático de Direito”. No texto, intitulado “Por tempos novos com liberdade e democracia”, os bispos recordaram as vítimas “de um dos períodos mais sombrios” da história do Brasil.
Na declaração, a CNBB afirma o compromisso com uma democracia participativa e com justiça social para todos e conclama a sociedade brasileira a ser “protagonista de uma nova história, livre do medo e forte na esperança”, consta na nota.
Os bispos ainda recordaram o posicionamento da Igreja no Brasil em relação ao regime. “Se é verdade que, no início, setores da Igreja apoiaram as movimentações que resultaram na chamada ‘revolução’ com vistas a combater o comunismo, também é verdade que a Igreja não se omitiu diante da repressão tão logo constatou que os métodos usados pelos novos detentores do poder não respeitavam a dignidade da pessoa humana e seus direitos”, afirmam.
Saúde+10
O Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP) 321/2013 foi entregue ao Congresso Nacional há oito meses, após recolher mais de dois milhões de assinaturas de eleitores, devidamente identificadas. Anota da CNBB manifesta indignação com o descaso do poder público em relação ao projeto. “Lamentamos que, até agora, nenhum esforço tenha sido feito para iniciar sua tramitação, num total desrespeito à vontade popular”, descreve a nota.
Para os bispos do Consep, “a urgência do projeto exige que tanto o Congresso quanto o Executivo tenham conduta mais respeitosa à sua tramitação” e “o silêncio, nesse caso, é uma omissão com graves consequências para os cidadãos brasileiros”, afirmam.
Para o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, os poderes públicos não estão olhando para a realidade concreta. “A impressão que nós temos é que não existe interesse do executivo e do legislativo em torno de um financiamento necessário para a saúde pública”, disse.
A Campanha da Fraternidade de 2012, que refletiu o tema saúde pública foi motivadora para o projeto Saúde+10 e, segundo a nota, sonhava com difusão da saúde sobre a terra. “Aos legisladores de nosso país não é permitido matar esse sonho”, conclui.

Liturgia Diária

Dia 4 de Abril - Sexta-feira

IV SEMANA DA QUARESMA *
(Roxo – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Salvai-me, ó Deus, por vosso nome, libertai-me por vosso poder. Deus, ouvi a minha oração, escutai as palavras que vos digo (Sl 53,3s).
Oração do dia
Ó Deus, que preparastes para a nossa fraqueza os auxílios necessários à nossa renovação, dai-nos recebê-los com alegria e vê-los frutificar em nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Sabedoria 2,1.12-22)
Leitura do livro da Sabedoria.
2 1 Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: “Curta é a nossa vida, e cheia de tristezas; para a morte não há remédio algum; não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos.
12 Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação.
13 Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo ‘filho do Senhor!’
14 Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar.
15 Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes.
16 Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nossos caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai.
17 Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte,
18 porque, se o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários.
19 Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência.
20 Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir”.
21 Eis o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega:
22 eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade seja recompensada, e não acreditam na glorificação das vidas puras.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 33/34
Do coração atribulado está perto o Senhor.

O Senhor volta a sua face contra os maus
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta
e de todas as angústias os liberta.

Do coração atribulado ele está perto
e conforta os de espírito abatido.
Muitos males se abatem sobre os justos,
mas o Senhor de todos eles os liberta.

Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege,
e nenhum deles haverá de se quebrar.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,
e castigado não será quem nele espera.
Evangelho (João 7,1-2.10.25-30)
Glória a Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
7 1 Depois disso, Jesus percorria a Galiléia. Ele não queria deter-se na Judéia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida.
2 Aproximava-se a festa dos judeus chamada dos Tabernáculos.
10 Mas quando os seus irmãos tinham subido, então subiu também ele à festa, não em público, mas despercebidamente.
25 Algumas das pessoas de Jerusalém diziam: “Não é este aquele a quem procuram tirar a vida?
26 Todavia, ei-lo que fala em público e não lhe dizem coisa alguma. Porventura reconheceram de fato as autoridades que ele é o Cristo?
27 Mas este nós sabemos de onde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja”.
28 Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou: “Ah! Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou! Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis.
29 Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou.
30 Procuraram prendê-lo, mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
MINHA HORA NÃO CHEGOU!
A vida de Jesus estava toda colocada nas mãos do Pai. Com esta consciência, ele enfrentava os desafios do ministério, sem se deixar abater pelos mal-entendidos, pelas hostilidades evidentes ou veladas ou mesmo pela ameaça de morte que pairava sobre a sua cabeça. Sua coragem manifestava-se na maneira aberta com que proclamava sua doutrina, em plena Jerusalém – no Templo –, mesmo sabendo que os judeus buscavam matá-lo.
Importava-lhe unicamente manter-se fiel a quem o enviou, pois não tinha vindo por si mesmo, nem proclamava uma doutrina de sua autoria e propriedade. As hostilidades contra ele provinham do desconhecimento do Pai. Logo, fruto da ignorância! Bastava que se abrissem para o Pai, para estarem em condições de compreender a veracidade do testemunho de Jesus.
A vida do Filho estava nas mãos do Pai. Isto impedia que os adversários assumissem o controle do destino de Jesus. Por isso, em vão, procuravam detê-lo e infligir-lhe a pena capital. "Sua hora ainda não chegara".
A coragem do Mestre serviu de exemplo para os discípulos, sobretudo nos momentos difíceis de seu ministério apostólico. Também a vida deles estava nas mãos do Pai. Sendo assim, nenhum inimigo, por pior que fosse, haveria de se transformar em senhor de seus destinos. Somente o Pai pode determinar a hora de cada um!

Oração
Pai, minha vida está colocada em tuas mãos, pois tu és o Senhor do meu destino. Movido por esta certeza, dá-me a graça de testemunhar, com coragem, o teu Reino.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus onipotente, que este sacrifício, santificando-nos pelo seu poder, leve-nos, cada vez mais puros, àquele que é a sua fonte. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Temos a redenção em Cristo pelo seu sangue e, pela riqueza de sua graça, o perdão dos pecados (Ef 1,7).
Depois da comunhão
Senhor Deus, tendo já passado da antiga para a nova criação, despojemo-nos agora do homem velho, renovando-nos para santidade do homem novo. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SANTO ISIDORO
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Ouvi, ó Deus, as nossas preces na comemoração de santo Isidoro, para que sua intercessão ajude a Igreja, por ele alimentada com a vossa doutrina. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Seja do vosso agrado, ó Pai, este sacrifício, celebrado na festa de santo Isidoro, e, seguindo seu exemplo, seja plena a nossa dedicação ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Pai, instruí pelo Cristo mestre aos que saciastes com o Cristo que é pão da vida, para que, na festa de santo Isidoro, possamos aprender a verdade e vivê-la com amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO ISIDORO):
Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em 560, em Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito cristã. Seu pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade dentro dos mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos os filhos igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria de ter quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração dos altares da Igreja. Isidoro começou a estudar a religião desde muito pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo. Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores, mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se sacerdote. Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são considerados os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres ao estudo e às boas leituras. Depois, retirou-se para um convento, onde poderia praticar suas obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos estudos. Por seus profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importantes para a Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por isso foi chamado de "Pai dos Concílios" e "mestre da Igreja" da Idade Média. Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa vivia cheia de mendigos e necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril de 636, sentindo que a morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu. Ele nos deixou uma obra escrita sobre cultura, filosofia e teologia considerada a mais valorosa do século VII. Nada menos que uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada Etimologias, considerada o primeiro dicionário escrito, um livro com a biografia dos principais homens e mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e conventos, além de muitos comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo que mais lhe agradava. Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A divina comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito ardente" nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro de Sevilha doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua morte.

Evangelho do Dia

Ano A - 04 de abril de 2014

João 7,1-2.10.25-30

Glória a Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
7 1 Depois disso, Jesus percorria a Galiléia. Ele não queria deter-se na Judéia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida.
2 Aproximava-se a festa dos judeus chamada dos Tabernáculos.
10 Mas quando os seus irmãos tinham subido, então subiu também ele à festa, não em público, mas despercebidamente.
25 Algumas das pessoas de Jerusalém diziam: “Não é este aquele a quem procuram tirar a vida?
26 Todavia, ei-lo que fala em público e não lhe dizem coisa alguma. Porventura reconheceram de fato as autoridades que ele é o Cristo?
27 Mas este nós sabemos de onde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja”.
28 Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou: “Ah! Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou! Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis.
29 Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou.
30 Procuraram prendê-lo, mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
MINHA HORA NÃO CHEGOU!
A vida de Jesus estava toda colocada nas mãos do Pai. Com esta consciência, ele enfrentava os desafios do ministério, sem se deixar abater pelos mal-entendidos, pelas hostilidades evidentes ou veladas ou mesmo pela ameaça de morte que pairava sobre a sua cabeça. Sua coragem manifestava-se na maneira aberta com que proclamava sua doutrina, em plena Jerusalém – no Templo –, mesmo sabendo que os judeus buscavam matá-lo.
Importava-lhe unicamente manter-se fiel a quem o enviou, pois não tinha vindo por si mesmo, nem proclamava uma doutrina de sua autoria e propriedade. As hostilidades contra ele provinham do desconhecimento do Pai. Logo, fruto da ignorância! Bastava que se abrissem para o Pai, para estarem em condições de compreender a veracidade do testemunho de Jesus.
A vida do Filho estava nas mãos do Pai. Isto impedia que os adversários assumissem o controle do destino de Jesus. Por isso, em vão, procuravam detê-lo e infligir-lhe a pena capital. "Sua hora ainda não chegara".
A coragem do Mestre serviu de exemplo para os discípulos, sobretudo nos momentos difíceis de seu ministério apostólico. Também a vida deles estava nas mãos do Pai. Sendo assim, nenhum inimigo, por pior que fosse, haveria de se transformar em senhor de seus destinos. Somente o Pai pode determinar a hora de cada um!

Oração
Pai, minha vida está colocada em tuas mãos, pois tu és o Senhor do meu destino. Movido por esta certeza, dá-me a graça de testemunhar, com coragem, o teu Reino.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Sabedoria 2,1.12-22
Leitura do livro da Sabedoria.
2 1 Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: “Curta é a nossa vida, e cheia de tristezas; para a morte não há remédio algum; não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos.
12 Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação.
13 Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo ‘filho do Senhor!’
14 Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar.
15 Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes.
16 Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nossos caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai.
17 Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte,
18 porque, se o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários.
19 Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência.
20 Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir”.
21 Eis o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega:
22 eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade seja recompensada, e não acreditam na glorificação das vidas puras.
Palavra do Senhor.
Salmo 33/34
Do coração atribulado está perto o Senhor.

O Senhor volta a sua face contra os maus
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta
e de todas as angústias os liberta.

Do coração atribulado ele está perto
e conforta os de espírito abatido.
Muitos males se abatem sobre os justos,
mas o Senhor de todos eles os liberta.

Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege,
e nenhum deles haverá de se quebrar.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,
e castigado não será quem nele espera.
Oração
Ó Deus, que preparastes para a nossa fraqueza os auxílios necessários à nossa renovação, dai-nos recebê-los com alegria e vê-los frutificar em nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Como superar a intolerância com a proximidade


Na internet, o contato com o outro se torna muito mais fácil, simples e cômodo: com um clicar de botões, instantaneamente temos acesso ao mundo – e o mundo pode ter acesso a nós. E o que era para ser uma inter-relação – uma ação com o outro –, muitas vezes, acaba desmoronando para uma ação sobre o outro e, facilmente, para uma ação contra o outro.

A opinião é de Moisés Sbardelotto, jornalista, doutorando em Ciências das Comunicação pela Unisinos e autor do livro E o Verbo se fez bit: A comunicação e a experiência religiosas na internet (Ed. Santuário, 2012).


Eis o texto:

“Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo e o espancaram. Depois foram embora e o deixaram quase morto” (Lc 10, 25-37). A parábola contada por Jesus é bastante conhecida e, infelizmente, muito atual em tempos de internet. São muitas as pessoas, especialmente crianças e jovens, que caem nas mãos de “assaltantes digitais”, que lhes arrancam tudo, espancam-nas, vão embora e as deixam quase mortas – em termos pessoais, familiares, comunitários e sociais.

A intolerância, a agressividade, a humilhação e o ódio na internet (formas de violência também chamadas de ciberbullying) não são uma novidade e se tornam cada vez mais crescentes e alarmantes. A organização britânica Ditch the Label, que combate as diversas formas de bullying, realizou em 2013 a maior pesquisa sobre ciberbullying feita até hoje, com mais de 10 mil jovens. O resultado: 7 em cada 10 entrevistados (ou 69%) são vítimas de agressões na internet. Do total, 37% sofrem as agressões em um nível considerado “altamente frequente”, e 20% experimentam modalidades de “ciberbullying extremo” diariamente. De acordo com a pesquisa, redes sociais digitais como Facebook e Twitter são as principais fontes de agressões.

Essas agressões envolvem questões de gênero, política, economia, etnia... e também religião. Até mesmo no interior de sites e páginas autodenominados católicas, a intolerância e a agressividade se fazem presentes: o “ser católico” se torna uma propriedade exclusiva de alguns poucos guardiões ferrenhos da doutrina e da moral, que se arrogam o direito de apontar “ateus”, “pagãos” e “hereges” por toda a parte, sempre com um mesmo destino: a excomunhão (ou mesmo o inferno). Pessoas que só se sentem “católicas” se tiverem um inimigo explícito a combater, sempre entrincheiradas contra eles. E, assim, a autêntica catolicidade – a universalidade do ser cristão – dá lugar ao sectarismo mais canhestro.

Há muitos elementos que colaboram com esse fenômeno, principalmente a facilidade de acesso e de uso das tecnologias digitais, e sua abrangência e disseminação como ambientes de interação pessoal e de comunicação social. Na internet, o contato com o outro se torna muito mais fácil, simples e cômodo: com um clicar de botões, instantaneamente temos acesso ao mundo – e o mundo pode ter acesso a nós. Expormo-nos e expor os outros, para o bem ou para o mal, passa a estar ao alcance das mãos. A facilidade da interação também pode se somar ao anonimato das conversas, que esconde o pior de cada um. A tecnologia que nos aproxima, ao mesmo tempo, nos distancia. Estamos “juntos”, mas às vezes não nos reconhecemos. E o que era para ser uma inter-relação – uma ação com o outro – acaba desmoronando para uma ação sobre o outro e, facilmente, para uma ação contra o outro.

E não se trata de “coisas do mundo virtual”. Bento XVI já afirmava que “o ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens”. Não existe oposição entre “mundo real” e “mundo virtual”. Há apenas um ambiente digital (ou seja, mediado por uma tecnologia específica) dentro de uma mesma realidade humana. A culpa não é da internet. O ciberbullying é apenas a versão digital de algo que já existe na vida cotidiana. A dor da ofensa recebida na internet tem o mesmo peso se fosse dita face a face – ou é até mais forte, já que na internet ela pode ser pública e acessível por qualquer pessoa, a qualquer momento, em qualquer lugar.

E aqui voltamos à parábola de Jesus. O homem ferido foi ignorado pelo sacerdote e pelo legista, que passaram “pelo outro lado”. Quem o socorreu foi um samaritano (um desconhecido, estranho, forasteiro, diferente), que “se aproximou dele, viu, e teve compaixão” (v. 33). O Papa Francisco, em sua mensagem ao 48º Dia Mundial das Comunicações, chama esse relato evangélico de “parábola do comunicador”. Na comunicação também, portanto, o desafio é superar a intolerância e a agressividade dos assaltantes, e a indiferença e o preconceito do sacerdote e do legista. Para isso, o papa propõe a proximidade: pois “comunicação é proximidade”, e “quem comunica faz-se próximo”.

Para entender o valor da proximidade, podemos recorrer a uma antiga parábola da cultura tibetana. Ela conta que um viajante caminhava sozinho pelo deserto. Lá ao longe, percebeu que algo de confuso se mexia. Começou a ter medo: na solidão absoluta, esse ser obscuro e misterioso talvez pudesse ser um animal, uma fera. Porém, o viajante avançou, se aproximou um pouco mais e entreviu que não se tratava de uma fera, mas sim de uma pessoa. O medo, contudo, não passou: ao contrário, aumentou com o pensamento de que aquela pessoa podia ser um ladrão. Mas o viajante continuou, avançou ainda mais, até estar frente a frente com o outro. Foi então que o viajante o reconheceu e, com surpresa e comoção, exclamou: “Meu irmão! Há tantos anos não nos víamos!”.

A distância gera medo. Por medo do desconhecido e do diferente, preferimos ficar longe, muitas vezes encastelados em indiferença e preconceito, ou abrindo espaço apenas para a intolerância e a agressividade. Mas, para superar o temor, é preciso me aproximar do outro. Reconhecer esse outro que me desafia – e que não era nem percebido, ou era percebido negativamente. Colocar-me frente a frente dele para reconhecer nossas semelhanças e diferenças. E também para me dar conta de que a alteridade e a heteronomia do outro são fundamentais para a constituição da minha própria identidade e autonomia pessoais.

Proximidade, portanto, não é mera tolerância ao outro. Muitas vezes, somos tolerantes porque somos indiferentes. Toleramos o diferente porque todos são indiferentes para mim: “Que façam o que quiserem, contanto que não interfiram na minha vida!”.

Proximidade também não é “ter pena” do outro. Sentir pena é tornar o outro inferior a mim, vitimizando-o e fragilizando-o ainda mais. “Eu, que estou ‘ótimo, obrigado’, sinto pena de você, que se encontra na pior”.

Proximidade não é apenas viver uma comunicação de “conto de fadas”: o conflito também é uma forma de interação. Comunica-se algo no conflito. Mas – para que não se esvazie na indiferença ou não exploda no ódio – ele deve ser superado e vivido como reconhecimento do outro na sua diferença. Trata-se de dia-logar: permitir que dois saberes diferentes se encontrem. No encontro dialógico, já dizia Paulo Freire, não há um ignorante absoluto, nem um sábio absoluto: há duas pessoas que, em comunhão, buscam saber o que ainda não sabem, ou saber mais do que já sabem. Trata-se de passar do duelo ao dueto: o outro que me assusta e me questiona se torna desafio positivo para a minha própria superação, e não obstáculo a ser ignorado ou destruído.

Na parábola evangélica, ao contrário do sacerdote e do legista, o samaritano viu no homem ferido e jogado pela estrada um ser humano. Reconheceu um “outro” semelhante a ele e “teve compaixão”. Com-padeceu-se. Viveu junto com ele aquele padecimento, aquela paixão, aquele sofrimento. Sentiu na sua própria carne a agressão dos assaltantes. E assim pôde cuidar do homem ferido, porque se fez semelhante a ele. O samaritano foi ao encontro, se fez próximo, sentiu compaixão e cuidou dele, como Jesus, que tinha a condição divina, mas não se apegou a ela. Ao contrário, esvaziou-se e assumiu a condição de servo, de ser humano, por puro amor a nós (cf. Fil 2, 6-7).

Com a parábola do bom samaritano, afirma o papa, “Jesus inverte a perspectiva”. “Não se trata de reconhecer o outro como um semelhante meu, mas da minha capacidade de me fazer semelhante ao outro”. Fazer-me próximo é ir além do mero reconhecimento indiferente ou tolerante do outro. É “fazer-me semelhante ao outro”. O maior desafio de qualquer processo comunicativo não é apenas reconhecer o outro na sua diferença – mas sim aceitá-lo e amá-lo nessa diferença. É reconhecer que somos iguais na diferença, e por isso nos “aproximamos”, criamos “proximidade”, nos fazemos próximos e nos comunicamos.

Hoje, embora nos achemos tão “desenvolvidos” tecnologicamente, precisamos resgatar com urgência alguns aspectos básicos e milenares dos processos comunicativos, como o encontro e a proximidade. Ainda temos muito a aprender com as culturas originais. As tribos africanas, nesse sentido, nos deixaram como legado o valioso princípio ético do ubuntu, que significa: “Eu sou porque nós somos”. Existo porque existimos juntos. Coexistimos. Por isso, destruir a existência do outro, na internet ou não, é destruir a todos nós. Cuidar do outro, como o bom samaritano, é cuidar de todos nós. Pois, como diz o ditado, “se todos portarem uma faca, é fácil surgir a violência. Mas, se todos carregarem violões, é fácil surgir música”.
O Mensageiro de Santo Antônio




'A oração é luta'


'A oração muda o nosso coração. Faz-nos entender melhor como é o nosso Deus'.
"A oração muda o nosso coração. Faz-nos entender melhor como é o nosso Deus." Aqui, somos conduzidos ao coração da experiência da oração, que é luta, relação, trabalho do coração na escuta da Palavra de Deus.

A reflexão é do teólogo leigo italiano Christian Albini, coordenador do Centro de Espiritualidade da diocese de Crema, na Itália, e sócio-fundador da Associação Viandanti.
Eis o texto:

Rezar não é dizer orações, não é recitar fórmulas. A homilia do Papa Francisco dessa quinta-feira, 3 de abril, é extraordinária, porque é um pequeno tratado espiritual sobre a oração à luz da Palavra de Deus.

O diálogo de Moisés com Deus no Monte Sinai esteve no centro da homilia do papa. Deus quer punir o seu povo porque se fez um ídolo, o bezerro de ouro. Moisés reza com força ao Senhor para que repense: "Essa oração é uma verdadeira luta com Deus. Uma luta do líder do povo para salvar o seu povo, que é o povo de Deus. E Moisés fala livremente diante do Senhor e nos ensina como rezar, sem medo, livremente, até mesmo com insistência. Moisés insiste. É corajoso. A oração deve ser também um negociar com Deus, trazendo "argumentações", explica o Papa Francisco.

No fim, Moisés convence Deus, e a leitura diz que "o Senhor se arrependeu do mal que tinha ameaçado fazer ao seu povo". "Mas – pergunta-se o papa – o que mudou aqui? O Senhor mudou? Acho que não."

"O que mudou foi Moisés, porque Moisés acreditava que o Senhor faria isto: acreditava que o Senhor destruiria o povo, e ele busca, na sua memória, como o Senhor tinha sido bom com o seu povo, como o tinha tirado da escravidão no Egito e levado adiante com uma promessa. E, com essas argumentações, busca convencer a Deus, mas, nesse processo, ele reencontra a memória do seu povo e encontra a misericórdia de Deus. Esse Moisés, que tinha medo, medo de que Deus fizesse tal coisa, no fim, desce do monte com uma coisa grande no coração: o nosso Deus é misericordioso. Sabe perdoar. Volta atrás nas suas decisões. É um Pai."

"Tudo isso Moisés sabia, mas o sabia mais ou menos obscuramente e, na oração, o reencontra. É isso que a oração faz em nós: muda-nos o coração", observa o Papa Francisco.

"A oração muda o nosso coração. Faz-nos entender melhor como é o nosso Deus."

Aqui, somos conduzidos ao coração da experiência da oração, que é luta, relação, trabalho do coração na escuta da Palavra de Deus.
Sperare per Tutti, 03-04-2014

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