segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Arquidiocese promove Natal de cidadania para os moradores de rua do Recife


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Pelo quarto ano consecutivo a Arquidiocese de Olinda e Recife realiza o Natal dos moradores de rua. A partir das 14h, desta segunda-feira, dia 9, voluntários leigos e religiosos promoverão ações de cidadania. O evento acontecerá no Pátio do Carmo, bairro de Santo Antônio, centro do Recife. O arcebispo, dom Fernando Saburido, estará presente no jantar que será servido para homens, mulheres e crianças que vivem em situação de miséria pelas ruas da Capital.
Durante toda a tarde, os moradores de rua receberão serviços de corte de cabelo, confecção de carteira de identidade e de trabalho, exames de HIV e tuberculose, inscrição no Cadastro Único e cadastramento e recadastramento no programa Bolsa Família.
A partir das 18h, as atividades se concentrarão no claustro da Basílica de Nossa Senhora do Carmo. Lá, os moradores de rua terão atividades culturais com a apresentação de peças e espetáculos de dança. Para as crianças, os voluntários farão um momento especial de recreação.
O Natal antecipado dos moradores de rua será concluído com um jantar. Depois da refeição eles receberão um kit higiene com toalha de banho, escova e creme dental e sabonetes. As crianças receberão, também, brinquedos. Todo o material foi doado à arquidiocese.
Parceiros – O Natal dos moradores de rua é uma realização da Igreja, por meio da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz. Entretanto, o evento conta com o apoio da Gerência de Prevenção e Articulação Comunitária (GPAC), da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Pernambuco, além de órgãos voltados para a cidadania da Prefeitura da Cidade do Recife e do Paulista.
 Da Assessoria de Comunicação AOR

Movimento dos Focolares pede beatificação de Chiara Lubich


chiaraA presidente dos Focolares, Maria Voce, pediu a abertura do processo de beatificação da fundadora do movimento, Chiara Lubich. O documento é datado de 7 de dezembro, último sábado, e foi apresentado ao bispo de Frascati, na Itália, Dom Rafaello Martinelli.
“Este ato convida todos nós a uma santidade ainda maior, a construí-la dia após dia na nossa vida, para contribuir para o surgimento daquela ‘santidade coletiva’, santidade de povo’ à qual tendia Chiara”, declarou Maria Voce.
A data 7 de dezembro é simbólica para os focolares: recorda o nascimento do Movimento, em 1943, e em 2013 celebra os 70 anos ao longo dos quais foram colhidos vários frutos, como o reconhecimento do carisma de Chiara.
No dia do funeral da fundadora do movimento, 18 de março de 2008, milhares de pessoas do mundo inteiro lhe renderam homenagem. Os depoimentos de pessoas de várias Igrejas cristãs, fiéis de outras religiões, expoentes da cultura e do mundo civil e político evidenciaram o impacto do carisma de Chiara em suas vidas e no mundo que cada um representava.
“A herança de Chiara é uma das maiores bençãos espirituais para o nosso tempo”, afirmou o rabino de Jerusalém, David Rosen. “Chiara não é só de vocês, é também nossa. Aliás, ela pertence ao mundo inteiro”, foram as palavras de Phramaha Thongratana Thavorn, monge budista tailandês.
Na Igreja católica, é habitual apresentar aos próprios fiéis, como estímulo de vida cristã, pessoas que se distinguiram por terem dado um particular testemunho de fé e de amor por Deus. Isso acontece após um processo canônico de verificação, que analisa também o patrimônio de vida, de doutrina e de ação da pessoa, e que só pode ser iniciado após cinco anos da sua morte.
Nestes anos, pensando em Chiara e na sua herança, católicos e membros de outras igrejas, religiões e culturas – mesmo na diversidade das respectivas visões – exprimiram o desejo de que pudesse acontecer o mesmo em relação a ela.
Esse reconhecimento visa encorajar mais os cristãos e não cristãos a um sucessivo empenho moral e espiritual para o bem da humanidade. Um estímulo para assumir o desejo que a própria Chiara repetiu várias vezes de alcançar a santidade juntos, propondo à Igreja não só a santidade de um indivíduo, mas a santidade de um povo.
Fonte: Canção Nova

Iniciativas de oração marcam início da Campanha Mundial de combate à fome



campanhaO presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Andrés Rodrigues Maradiaga, enviou um convite aos bispos, dioceses e comunidades de todo o mundo para um gesto de oração, que marcará o início da Campanha Mundial contra a fome e a pobreza. O evento ocorre no próximo dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, e tem como tema “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”.  No Brasil, a campanha é promovida pela CNBB e pela Cáritas Brasileira e o lançamento será sede da Conferência dos Bispos, a partir das 14h, em Brasília (DF).
“O elemento essencial desses recursos é a oração, especialmente o ‘Pai Nosso’, que o próprio Senhor nos ensinou e acima de tudo, a Eucaristia. Portanto, espero que a oração acompanhe esta campanha, a fim de inspirar a conversão necessária e novas iniciativas nas nossas dioceses, paróquias, comunidades cristas e religiosas, escola e familiares”, explica o cardeal.
Os regionais e dioceses da CNBB são convidados a participar da “onda de oração” que percorrerá várias partes do mundo, dando início às atividade da campanha. A mobilização internacional quer debater a realidade da pobreza no Brasil e no mundo. No lançamento da campanha, será divulgada uma mensagem do papa Francisco de apoio à iniciativa mundial.
Motivações
O cardeal Oscar Andrés pede, na carta, que os bispos promovam o lançamento da campanha em âmbito diocesano, envolvendo as paróquias, sob a supervisão da Cáritas local e com ajuda as pastorais das dioceses. Outra sugestão é que a campanha seja apresentada durante as celebrações e missas. “Esta luta agora deve ser intensificada por uma maior mobilização dos agentes pastorais e dos fiéis, e ação em todos os níveis, de modo que todos possam contribuir para eliminar a desgraça da fome no mundo”, comenta o presidente da Cáritas Internacional.
A campanha integra uma mobilização mundial da Caritas Internationalis que articulou as 164 organizações em favor da vida, dos direitos humanos e da justiça social. A onda de oração iniciará na ilha de Samoa, na Polinésia, prosseguindo por todo o mundo. Veja o mapa o roteiro de orações: clique aqui
A Cáritas e a CNBB pretendem com a campanha, que vai até 2015, sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a realidade da fome, da miséria e das desigualdades no Brasil e no mundo, garantindo esse direito a todos os cidadãos de forma igualitária. Saiba mais: www.caritas.org.br
Confira a oração sugerida:
Oração da Campanha Mundial
Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas
Senhor Nosso Deus, que nos confiaste os frutos da criação para que cuidássemos da Terra e nos alimentássemos de sua generosidade. Enviaste teu Filho para partilhar sua própria carne e sangue e para ensinar-nos a Lei do Amor. Por Sua morte e ressurreição, nos tornamos  uma única família humana. Jesus teve grande preocupação com as pessoas que não tinham  o  que comer. Transformou cinco pães e dois peixes em um banquete que alimentou mais de cinco mil pessoas. Viemos diante de Ti, Senhor, conscientes de nossas fraquezas, mas com muita esperança, para  compartilhar o alimento com todas as pessoas da grande família humana. Na Tua sabedoria, ilumina os governantes e todos os cidadãos e cidadãs a encontrar soluções justas e solidárias para acabar com a fome no mundo e garantir o direito de cada ser humano à alimentação. Por isso Te pedimos, Senhor  Nosso Deus,  que  ao nos apresentarmos diante de Ti,  possamos nos proclamar como parte de “Uma Família Humana” com “Pão e Justiça para todas as pessoas”. Amém! Axé! Hawere! Aleluia!
 Fonte: CNBB

A Igreja terá três novos Beatos


Cidade do Vaticano (RV) - Nesta segunda-feira, 9 de dezembro, o Papa Francisco recebeu em audiência particular o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Durante o encontro o Pontífice autorizou a Congregação a promulgar os Decretos referentes:

- o milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Giovannina Franchi, Fundadora da Congregação das Servas Enfermeiras de Nossa Senhora das Dores; nasceu em Como (Itália) no dia 24 de junho de 1807 e faleceu no dia 23 de fevereiro de 1872;

- o martírio dos Servos de Deus Mario Vergara, Sacerdote do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras, e Isidoro Ngei Ko Lat, Leigo e Catequista, assassinados, por ódio à Fé, em Shadaw (Birmania, hoje Mianmar) no dia 24 de maio de 1950:

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Maurizio Maria Matteo Garrigou, Sacerdote, Fundador do Instituto de Nossa Senhora da Compaixão; nasceu em Gudanes (Ariège, França) no dia 21 de setembro de 1766 e faleceu em Toulouse (França) no dia 27 de setembro de 1852;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Clemente (seu nome era Vincenzo Fuhl), Sacerdote da Ordem de Santo Agostinho; nasceu em Aidhausen (Alemanha) no dia 18 de junho de 1874 e faleceu em La Paz (Bolívia) no dia 31 de março de 1935;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Marcello da Virgem do Carmo (seu nome era, Boldizsár Marton), Sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços; nasceu em Kiskomárom (hoje Zalakomár, Hungria) no dia 9 de setembro de 1887 e faleceu em Budapeste (Hungria) no dia 29 de maio de 1966;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Romano Bottegal, Sacerdote da Ordem dos Cistercienses da Estreita Observância (Trapistas); nasceu em San Donato di Lamon (Belluno, Itália) no dia 28 de dezembro de 1921 e faleceu em Beirute (Líbano) no dia 19 de fevereiro de 1978;

- as virtudes heróicas da Serva de Deus Rosalia Cadron-Jetté (Madre da Natividade), Fundadora do Instituto da Irmãs da Misericórdia; nasceu em Lavaltrie (Montreal, Canadá) no dia 27 de janeiro de 1794 e faleceu em Montreal (Canadá) no dia 5 abril de 1864;

- as virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Rosa Teresa Gay Tibau, Fundadora do Instituto das Irmãs de São José hoje Religiosas de São José de Gerona; nasceu em Llagostera (Gerona, Espanha) no dia 24 de outubro de 1813 e faleceu em Gerona (Espanha) no dia 18 de março de 1884;

- as virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Oliva do Corpo Místico (seu nome era: Maria Oliva Bonaldo), Fundadora do Instituto das Filhas da Igreja; nasceu em Castelfranco Veneto (Treviso, Itália) no dia 26 de março de 1893 e faleceu em Roma no dia 10 de julho de 1976;

- as virtudes heróicas da Serva de Deus Orsola Mezzini, Religiosa e Superiora Geral da Congregação das Irmãs da Pequena Missão para os surdos-mudos; nasceu em Campeggio di Monghidoro (Bolonha, Itália) no dia 12 de dezembro de 1853 e faleceu em Bolonha (Itália) no dia 23 de março de 1919;

- as virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Scolastica da Divina Providência (seu nome era: Orsola Maria Rivata), Religiosa Professa e Primeira Superiora Geral das Pias Discípulas do Divino Mestre; nasceu em Guarene (Cuneo, Itália) no dia 12 de julho de 1897 e faleceu em Sanfré (Cuneo, Itália) no dia 24 de março de 1987;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Raffaele Cordero Molina, Leigo; nasceu em San Juan de Puerto Rico (Porto Rico) no dia 24 de outubro de 1790 e ali faleceu no dia 5 de julho de 1868. (SP)




Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Papa celebra com o Patriarca Sidrak: apelo pela paz e liberdade religiosa na Terra Santa


Cidade do Vaticano (RV) - Coloque-se um fim nas divisões e inimizades na Terra Santa e no Oriente Médio. Este o apelo feito nesta manhã de segunda-feira pelo Papa Francisco, na Casa Santa Marta durante a Eucaristia. A missa foi concelebrada pelo Patriarca de Alexandria dos Coptas Católicos, Ibrahim Isaac Sidrak, por ocasião da manifestação pública da “comunhão eclesiástica” com o Sucessor de Pedro. O Papa reiterou a sua proximidade aos cristãos que no Egito estão experimentando a insegurança e a violência, por isso renovou o apelo pela liberdade religiosa em todo o Oriente Médio.

O Bispo de Roma e o Patriarca de Alexandria juntos, como sinal de comunhão eclesial e em oração pela paz no Oriente Médio. Na Casa Santa Marta viveu-se, nesta manhã, um momento de grande intensidade espiritual. Em sua homilia, o Papa Francisco imediatamente quis dirigir o seu pensamento aos fiéis coptas, retomando as palavras do Profeta Isaías na Primeira Leitura, que falam de um despertar dos corações na espera do Senhor:

“O encorajamento aos fracos de coração” sentimos dirigido para aqueles que na sua amada terra egípcia experimentam insegurança e violência, e às vezes por causa da fé cristã. ‘Coragem: não tenham medo!’: eis as palavras consoladoras que são confirmadas pela fraterna solidariedade. Sou grato a Deus por este encontro, que me dá a oportunidade de reforçar a sua e a nossa esperança, porque é a mesma”.

O Evangelho, - prosseguiu o Papa -, apresenta “Cristo que vence as paralisias da humanidade”. E, além disso, observou, “as paralisias da consciência são contagiosas”. “Com a cumplicidade das pobrezas da história e do nosso pecado podem se expandir e entrar nas estruturas sociais e nas comunidades chegando a bloquear povos inteiros”. Mas, - foi o seu encorajamento -, “o comando de Cristo pode reverter a situação: 'Levante-se, e caminhe!'”:

“Vamos rezar com confiança, para que na Terra Santa e em todo o Oriente Médio a paz possa sempre ressurgir das paradas muito recorrentes e às vezes dramáticas. Acabem, no entanto, para sempre as inimizade e divisões. Retomem rapidamente os acordos de paz frequentemente paralisados por contrapostos e obscuros interesses. Sejam dadas finalmente reais garantias de liberdade religiosa para todos, junto com o direito aos cristãos de viverem serenamente lá onde nasceram, na pátria que amam como cidadãos há dois mil anos, para contribuir, como sempre, para o bem de todos”.

O Papa lembrou em seguida que Jesus experimentou com a Sagrada Família a fuga e foi acolhido na “terra fértil” do Egito. Então Francisco invocou o Senhor para que “cuide dos egípcios que nas estradas do mundo buscam dignidade e segurança”:

“E vamos sempre avante, buscando o Senhor, à procura de novas formas, novas maneiras de chegar mais perto do Senhor. E se for preciso abrir um buraco no teto para chegar mais perto do Senhor, que a nossa imaginação criativa da caridade nos leva a isso: a encontrar e a fazer caminhos de encontro, caminhos de fraternidade, caminhos de paz”.

Por sua vez, o Patriarca Sidrak expressou sua alegria pela possibilidade de celebrar com o Papa, e enfatizou que a Igreja no Egito, neste delicado momento histórico, “precisa do apoio” paterno do Sucessor de Pedro. Então, como o Papa Francisco, também ele invocou o dom da paz:

“Possa a luz do Santo Natal ser a estrela que revela o caminho do amor, da unidade, da reconciliação e da paz, dons que a minha terra tem tanta necessidade. Pedindo a sua bênção, Santo Padre, nós o aguardamos no Egito”. (SP)




Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Jesus Cristo, Centro da História


Para que caminhemos com Cristo, é necessário que experimentemos e tenhamos misericórdia.
Por Dom Orani João Tempesta*
Com o final do ano litúrgico e o início de um novo, a liturgia nos ajuda a buscar o sentido último de nossas vidas e a nos perguntar sobre o centro de nossa existência. Quando celebramos na véspera da Solenidade de Cristo Rei a nossa Festa da Unidade foi justamente com o enfoque de salientar como a centralidade de Jesus Cristo nos leva à comunhão e à fraternidade. Ele nos dá o Espírito Santo, que nos une a todos.

Nesses dias em que nos preparamos para o ano da “caridade social” em nossa Arquidiocese, somos instados a refletir sobre o Reino de Deus. O Reino de Cristo é, antes de tudo, o reino de verdade, o reino de graça, o reino de justiça e o reino de misericórdia, como tem insistido, cotidianamente, o Santo Padre Francisco. O Reino de Deus é reino em que nos inserimos com adesão livre e pessoal, e nós devemos deixar que Nosso Senhor Jesus Cristo reine sempre na nossa vida; devemos abrir-Lhe com alegria a porta do nosso espírito, fazê-Lo entrar na nossa vida acolhendo a sua Palavra e respondendo a ela com a nossa diária fidelidade aos nossos empenhos, com um posicionamento de vida que se baseie em efetivas opções coerentes com a fé.

Em Jesus Cristo, Deus – o Alfa e o Ômega – é Aquele que é, e que era, mas ao mesmo tempo O que há de vir. O Reino de Deus, que mediante a criação permanece inabalável no universo inteiro, ao mesmo tempo tem na humanidade, mediante a obra da redenção, o seu passado, presente e futuro. Tem a sua história, que se desenvolve juntamente com a história da humanidade. No centro desta história, como já salientamos, encontra-se Jesus Cristo.

São João, no seu livro do Apocalipse, nos ensina que: "Jesus Cristo, Aquele que nos ama e que com o Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, Seu Pai" (Apoc 1, 5-6). Jesus Cristo é um Rei que ama. O Seu Reino não passará jamais. Não passará o Reino d´Aquele "que nos ama e que com o Seu sangue nos lavou dos nossos pecados e nos fez reis e sacerdotes para Deus, Seu Pai". Não passará o Reino da verdade, do amor, da graça e do perdão.

Nosso Senhor Jesus Cristo foi elevado na cruz como um Rei singular: como a eterna Testemunha da verdade. Se nasci, se vim a este mundo, foi para dar testemunho da verdade. Este testemunho é a medida das nossas obras. A medida da vida. A verdade por que Cristo deu a vida, e que confirmou com a ressurreição, é o princípio fundamental da dignidade do homem.

O reino de Jesus Cristo manifesta-se, como ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II, na "realeza" do homem. É necessário que, a esta luz, nós saibamos participar em todas as esferas da vida contemporânea e saibamos formá-la. Nos nossos tempos não faltam, de fato, propostas dirigidas ao homem, não faltam programas que se apregoam fomentarem o seu bem. Saibamos relê-los à luz da plena verdade sobre o homem, da verdade confirmada com as palavras e com a cruz de Cristo! Saibamos discerni-los bem! Especialmente neste Ano da Caridade necessitaremos muito dessa luz.

Jesus, o Filho do Homem, o juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto daqueles que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou presos, dos que não têm moradia, ou dos que são subjugados pelas guerras urbanas ou nacionais… enfim, de todas as pessoas que sofrem ou são marginalizadas ou não conseguem viver a paz que vem do Evangelho. Jesus, o Filho de Deus, tornou-Se homem, partilhou a nossa vida mesmo nos detalhes mais concretos, fazendo-Se servo do mais pequenino dos seus irmãos. Ele que não tinha onde repousar a cabeça seria condenado a morrer numa cruz.

Para que caminhemos com Cristo e com Ele cheguemos à visão beatífica é necessário que experimentemos e tenhamos misericórdia. A misericórdia é a nota fundamental que abre as portas do Reino do Céu. Vamos viver bem este tempo do Advento com atos de unidade e de evangelização, indo ao encontro dos que estão detidos, dos que estão doentes, dos que estão afastados e que desejam voltar para a unidade com Cristo e com a Igreja. Preparemo-nos para abrir o novo ano civil com a trezena e festa de São Sebastião como Ano da Caridade. O tema será “São Sebastião, discípulo do amor e da caridade”, inspirado no texto bíblico: “Se eu não tiver caridade, de nada adianta” (1Cor, 13,3).

Na Festa da Unidade Arquidiocesana demos testemunho do Reino de Deus e da comunhão entre nós reconhecendo a ação de Deus em nossa vida e história. Isso significa fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes. Vivamos como imitadores de Jesus, que manifestou a sua glória: a glória de amar até ao fim, dando a própria vida!
CNBB, 06-12-2013.
*Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

Evangelho do dia

Ano C - 09 de dezembro de 2013

Lucas 5,17-26

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o rei há de vir, Senhor da terra, ele mesmo e nós afastará o jugo do nosso cativeiro.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
5 17 Um dia estava ele ensinando. Ao seu derredor estavam sentados fariseus e doutores da lei, vindos de todas as localidades da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor fazia-o realizar várias curas.
18 Apareceram algumas pessoas trazendo num leito um homem paralítico; e procuravam introduzi-lo na casa e pô-lo diante dele.
19 Mas não achando por onde o introduzir, por causa da multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o arriaram com o leito ao meio da assembléia, diante de Jesus.
20 Vendo a fé que tinham, disse Jesus: "Meu amigo, os teus pecados te são perdoados".
21 Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer consigo mesmos: "Quem é este homem que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão unicamente Deus?"
22 Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, replicou-lhes: "Que pensais nos vossos corações?
23 Que é mais fácil dizer: ‘Perdoados te são os pecados’; ou dizer: ‘Levanta-te e anda?’
24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados" (disse ele ao paralítico), "eu te ordeno: ‘levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa’".
25 No mesmo instante, levantou-se ele à vista deles, tomou o leito e partiu para casa, glorificando a Deus.
26 Todos ficaram transportados de entusiasmo e glorificavam a Deus; e tomados de temor, diziam: "Hoje vimos coisas maravilhosas".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
MANIFESTOU-SE O PODER DE DEUS
A religiosidade de Israel ansiava por manifestações espetaculares do poder de Deus na história humana. As antigas tradições referiam-se a grandiosos gestos salvíficos de Javé, em favor de seu povo. Os profetas, por sua vez, referiam-se às ações que o Messias realizaria, quando de seu advento. Todas elas formidáveis!
O ministério de Jesus consistiu numa contínua manifestação do poder divino, sem, contudo, se enquadrar nos esquemas tradicionais vigentes. Já por sua origem e condição social distanciava-se das esperanças de um Messias de estirpe sacerdotal ou régia. Seu despojamento e sua opção pela pobreza impediam que o identificassem com o esperado Messias glorioso e poderoso.
O modo como manifestava o poder divino tinha alguns traços característicos: visava sempre recuperar a dignidade humana, de tantas formas aviltada; estava a serviço da libertação do ser humano, de toda sorte de opressão; buscava reconciliá-lo com Deus, por meio do perdão dos pecados; protegia-o da rigidez das tradições religiosas. Consistia em possibilitar ao ser humano caminhar com os próprios pés, liberto de todas as amarras que o impedem de pôr-se à disposição de Deus e do próximo. É a libertação para o amor!
O episódio da cura do paralítico, colocado diante de Jesus através de um buraco aberto no teto da casa, é uma das muitas maravilhosas manifestações do poder de Deus.

Oração
Pai, teu poder divino manifestou-se, de modo admirável, no ministério de Jesus. Torna-me também beneficiário deste poder que me abre para o amor misericordioso.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Isaías 35,1-10
Leitura do livro do profeta Isaías.
35 1 O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio
2 ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus.
3 Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes.
4 Dizei àqueles que têm o coração perturbado: "Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos".
5 Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
6 então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe.
7 A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros.
8 E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali.
9 Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele; mas por ali caminharão os remidos,
10 por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará sua cabeça; a alegria e o gozo possuí-los-ão; a tristeza e os queixumes fugirão.
Palavra do Senhor.
Salmo 84/85
Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar.

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
A paz para que o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Oração
Cheguem à vossa presença, ó Deus, as nossas orações suplicantes, e possamos celebrar de coração puro o grande mistério da encarnação do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Jesus Cristo, Centro da História


Para que caminhemos com Cristo, é necessário que experimentemos e tenhamos misericórdia.
Por Dom Orani João Tempesta*
Com o final do ano litúrgico e o início de um novo, a liturgia nos ajuda a buscar o sentido último de nossas vidas e a nos perguntar sobre o centro de nossa existência. Quando celebramos na véspera da Solenidade de Cristo Rei a nossa Festa da Unidade foi justamente com o enfoque de salientar como a centralidade de Jesus Cristo nos leva à comunhão e à fraternidade. Ele nos dá o Espírito Santo, que nos une a todos.

Nesses dias em que nos preparamos para o ano da “caridade social” em nossa Arquidiocese, somos instados a refletir sobre o Reino de Deus. O Reino de Cristo é, antes de tudo, o reino de verdade, o reino de graça, o reino de justiça e o reino de misericórdia, como tem insistido, cotidianamente, o Santo Padre Francisco. O Reino de Deus é reino em que nos inserimos com adesão livre e pessoal, e nós devemos deixar que Nosso Senhor Jesus Cristo reine sempre na nossa vida; devemos abrir-Lhe com alegria a porta do nosso espírito, fazê-Lo entrar na nossa vida acolhendo a sua Palavra e respondendo a ela com a nossa diária fidelidade aos nossos empenhos, com um posicionamento de vida que se baseie em efetivas opções coerentes com a fé.

Em Jesus Cristo, Deus – o Alfa e o Ômega – é Aquele que é, e que era, mas ao mesmo tempo O que há de vir. O Reino de Deus, que mediante a criação permanece inabalável no universo inteiro, ao mesmo tempo tem na humanidade, mediante a obra da redenção, o seu passado, presente e futuro. Tem a sua história, que se desenvolve juntamente com a história da humanidade. No centro desta história, como já salientamos, encontra-se Jesus Cristo.

São João, no seu livro do Apocalipse, nos ensina que: "Jesus Cristo, Aquele que nos ama e que com o Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, Seu Pai" (Apoc 1, 5-6). Jesus Cristo é um Rei que ama. O Seu Reino não passará jamais. Não passará o Reino d´Aquele "que nos ama e que com o Seu sangue nos lavou dos nossos pecados e nos fez reis e sacerdotes para Deus, Seu Pai". Não passará o Reino da verdade, do amor, da graça e do perdão.

Nosso Senhor Jesus Cristo foi elevado na cruz como um Rei singular: como a eterna Testemunha da verdade. Se nasci, se vim a este mundo, foi para dar testemunho da verdade. Este testemunho é a medida das nossas obras. A medida da vida. A verdade por que Cristo deu a vida, e que confirmou com a ressurreição, é o princípio fundamental da dignidade do homem.

O reino de Jesus Cristo manifesta-se, como ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II, na "realeza" do homem. É necessário que, a esta luz, nós saibamos participar em todas as esferas da vida contemporânea e saibamos formá-la. Nos nossos tempos não faltam, de fato, propostas dirigidas ao homem, não faltam programas que se apregoam fomentarem o seu bem. Saibamos relê-los à luz da plena verdade sobre o homem, da verdade confirmada com as palavras e com a cruz de Cristo! Saibamos discerni-los bem! Especialmente neste Ano da Caridade necessitaremos muito dessa luz.

Jesus, o Filho do Homem, o juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto daqueles que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou presos, dos que não têm moradia, ou dos que são subjugados pelas guerras urbanas ou nacionais… enfim, de todas as pessoas que sofrem ou são marginalizadas ou não conseguem viver a paz que vem do Evangelho. Jesus, o Filho de Deus, tornou-Se homem, partilhou a nossa vida mesmo nos detalhes mais concretos, fazendo-Se servo do mais pequenino dos seus irmãos. Ele que não tinha onde repousar a cabeça seria condenado a morrer numa cruz.

Para que caminhemos com Cristo e com Ele cheguemos à visão beatífica é necessário que experimentemos e tenhamos misericórdia. A misericórdia é a nota fundamental que abre as portas do Reino do Céu. Vamos viver bem este tempo do Advento com atos de unidade e de evangelização, indo ao encontro dos que estão detidos, dos que estão doentes, dos que estão afastados e que desejam voltar para a unidade com Cristo e com a Igreja. Preparemo-nos para abrir o novo ano civil com a trezena e festa de São Sebastião como Ano da Caridade. O tema será “São Sebastião, discípulo do amor e da caridade”, inspirado no texto bíblico: “Se eu não tiver caridade, de nada adianta” (1Cor, 13,3).

Na Festa da Unidade Arquidiocesana demos testemunho do Reino de Deus e da comunhão entre nós reconhecendo a ação de Deus em nossa vida e história. Isso significa fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes. Vivamos como imitadores de Jesus, que manifestou a sua glória: a glória de amar até ao fim, dando a própria vida!
CNBB, 06-12-2013.
*Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).