quarta-feira, 28 de maio de 2014

Liturgia Diária

Dia 28 de Maio - Quarta-feira

VI SEMANA DA PÁSCOA *
(Branco – Ofício do dia)

Antífona da entrada: Senhor, eu vos louvarei entre os povos, anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia! (Sl 17,50; 21,23)
Oração do dia
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso filho, concedei que nos alegremos com todos os santos quando ele vier na sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 17,15.22-18,1)
Leitura dos Atos dos apóstolos.
17 15 Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível.
22 Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: “Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos.
23 Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘A um Deus desconhecido’. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!
24 O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas.
25 Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas.
26 Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação.
27 Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.
28 Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça...
29 Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens.
30 Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem.
31 Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos”.
32 Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: “A respeito disso te ouviremos outra vez”.
33 Assim saiu Paulo do meio deles.
34 Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros.
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 148
Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

Louvai o Senhor Deus nos altos céus,
louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
louvai-o, legiões celestiais!

Reis da terra, povos todos, bendizei-o,
e vós, príncipes e todos os juízes;
e vós, jovens, e vós moças e rapazes,
anciãos e criancinhas, bendizei-o!

Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos,
porque somente o seu nome é excelso!
A majestade e esplendor de sua glória
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.

Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
é um hino para os filhos de Israel,
este povo que ele ama e lhe pertence.
Evangelho (João 16,12-15)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
16 12 Assim falou Jesus: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
SEM MEDO DE SER ODIADO
O Mestre Jesus procurou consolar e encorajar os seus discípulos diante da perspectiva do ódio e da perseguição. Sem criar neles o complexo de vítima, levou-os a encarar o futuro, com realismo: assim como o seu testemunho despertou a fúria de seus adversários, o mesmo aconteceria com os seus enviados.
Que tipo de personalidade pressupõe-se que o discípulo deva ter, se considerarmos as palavras de Jesus?
Antes de tudo, o discípulo deve ser alguém inabalavelmente comprometido com o Mestre, colocando-o como centro de sua vida, e com o Reino. Supõe-se que deva possuir uma personalidade destemida, se não audaciosa, alheia às influências negativas e pessimistas, perspicaz para detectar e denunciar as artimanhas do maligno, precavendo-se delas, predisposta a testemunhar a sua fé até o martírio, se for o caso.
Sem isto, o discípulo não terá a mínima condição de defrontar-se com o mundo, e sair vitorioso. Sua vida será sempre uma batalha, pois foi arrancado do mundo. Por isso, o mundo não o perdoa. Sua missão consistirá em desmontar as estruturas contrárias ao projeto de Deus, saneando-as com o amor e a justiça. Seu destino será como Jesus: levar adiante esta luta sem tréguas, da qual deverá sair vencedor.
Basta ao discípulo contemplar a vida do Mestre, e, por ela, pautar a sua.

Oração
Espírito de encorajamento, diante da perspectiva de ser odiado e perseguido, reveste-me de coragem, para eu não permitir que as forças do mal tenham poder sobre mim.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, que, pelo sublime diálogo deste sacrifício, nos fazeis participar de vossa única e suprema divindade, concedei que, conhecendo vossa verdade, lhe sejamos fiéis por toda a vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Diz o Senhor: Fui eu que vos escolhi do mundo e enviei para produzirdes fruto e o vosso fruto permaneça, aleluia! (Jo 15,16.19)
Depois da comunhão
Ó Deus de bondade, permanecei junto ao vosso povo e fazei passar da antiga à nova via aqueles a quem concedestes a comunhão nos vossos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

BEATO LUDOVICO PAVONI
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Ó Deus, que escolhestes o bem-aventurado Ludovico Pavoni, sacerdote, inflamado de caridade evangélica, como pai dos adolescentes e mestre da doutrina cristã, concedei-nos, benignamente, por sua intercessão, seguir seu exemplo, animados pelo mesmo espírito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Sejam aceitos por vós, ó Pai clementíssimo, estes dons, como aceitastes a oferta do bem-aventurado Ludovico Pavoni, sacerdote, que, com a maior alegria, vos consagrou a sua vida para o bem dos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Nutridos com o pão do céu, nós vos suplicamos, Senhor: imitando os exemplos do bem-aventurado Ludovico Pavoni, sacerdote, possamos também nós realizar os desígnios da vossa divina providência. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (BEATO LUDOVICO PAVONI):

Evangelho do Dia

Ano A - 28 de maio de 2014

João 16,12-15

Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
16 12 Assim falou Jesus: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
SEM MEDO DE SER ODIADO
O Mestre Jesus procurou consolar e encorajar os seus discípulos diante da perspectiva do ódio e da perseguição. Sem criar neles o complexo de vítima, levou-os a encarar o futuro, com realismo: assim como o seu testemunho despertou a fúria de seus adversários, o mesmo aconteceria com os seus enviados.
Que tipo de personalidade pressupõe-se que o discípulo deva ter, se considerarmos as palavras de Jesus?
Antes de tudo, o discípulo deve ser alguém inabalavelmente comprometido com o Mestre, colocando-o como centro de sua vida, e com o Reino. Supõe-se que deva possuir uma personalidade destemida, se não audaciosa, alheia às influências negativas e pessimistas, perspicaz para detectar e denunciar as artimanhas do maligno, precavendo-se delas, predisposta a testemunhar a sua fé até o martírio, se for o caso.
Sem isto, o discípulo não terá a mínima condição de defrontar-se com o mundo, e sair vitorioso. Sua vida será sempre uma batalha, pois foi arrancado do mundo. Por isso, o mundo não o perdoa. Sua missão consistirá em desmontar as estruturas contrárias ao projeto de Deus, saneando-as com o amor e a justiça. Seu destino será como Jesus: levar adiante esta luta sem tréguas, da qual deverá sair vencedor.
Basta ao discípulo contemplar a vida do Mestre, e, por ela, pautar a sua.

Oração
Espírito de encorajamento, diante da perspectiva de ser odiado e perseguido, reveste-me de coragem, para eu não permitir que as forças do mal tenham poder sobre mim.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Atos 17,15.22-18,1
Leitura dos Atos dos apóstolos.
17 15 Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível.
22 Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: “Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos.
23 Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘A um Deus desconhecido’. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!
24 O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas.
25 Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas.
26 Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação.
27 Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.
28 Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça...
29 Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens.
30 Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem.
31 Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos”.
32 Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: “A respeito disso te ouviremos outra vez”.
33 Assim saiu Paulo do meio deles.
34 Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros.
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
Palavra do Senhor.
Salmo 148
Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

Louvai o Senhor Deus nos altos céus,
louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
louvai-o, legiões celestiais!

Reis da terra, povos todos, bendizei-o,
e vós, príncipes e todos os juízes;
e vós, jovens, e vós moças e rapazes,
anciãos e criancinhas, bendizei-o!

Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos,
porque somente o seu nome é excelso!
A majestade e esplendor de sua glória
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.

Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
é um hino para os filhos de Israel,
este povo que ele ama e lhe pertence.
Oração
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso filho, concedei que nos alegremos com todos os santos quando ele vier na sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Festa em homenagem a Frei Damião começa nesta quinta-feira


LILITHOs 17 anos da morte de Frei Damião, o Apóstolo do Nordeste, serão celebrados pelos frades capuchinhos no Convento de São Félix de Cantalice, no bairro do Pina. A comemoração acontecendo dia 29 de maio a 1ª de junho.
Durante os quatro dias de evento, os romeiros e fiéis participarão de várias atividades religiosas, como: missas, vigílias, bênçãos e procissão. Segundo o frei Jociel Gomes, Vice-Postulador da Causa de Frei Damião, a expectativa do público durante todos os dias do evento é de  100 mil pessoas.
A abertura da Festa de Frei Damião, na quinta-feira (29), acontece com uma missa na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário do Pina. Em seguida, será realizada a Procissão luminosa com o Santíssimo Sacramento até o Convento de São Félix.
O momento mais esperado pelos fiéis será o domingo (1) quando acontece logo de manhã, às 8 horas, o show do padre Antônio Maria. Logo depois será celebrada a  Missa solene da Santíssima Trindade, presidida, este ano, pelo arcebispo de Vitória da Conquista-BA, Dom Luís Gonzaga Silva Pepeu, OFMCap.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (29/05)
19h – Missa de abertura da festa na Igreja Matriz de N. Sra. do Rosário do Pina.
Presidente: Dom Fernando Saburido, OSB (Arcebispo de Olinda e Recife).
Procissão luminosa com o Santíssimo Sacramento até o Convento São Félix.
Louvor com Frei Damião Silva.
Sexta-feira (30/05)
Missas às 6h e 11h
Bênção de São Félix (dia todo)
Atendimento às Confissões (dia todo)
17h – Missa presidida por Frei Marconi Lins, OFM (ministro provincial)
Sábado (31/05)
Aniversário de morte de Frei Damião (17 anos)
6h– Missa
16h30- Ofício de Nossa Senhora
17h- Missa Presidida por Dom Paulo Cardoso, OC (bispo emérito de Petrolina-PE)
20h- Apresentação Cultural
Domingo (01/06)
Solenidade da Ascensão do Senhor
4h – Alvorada festiva e orações marianas
6h- Missa
8h- Louvor com o padre Antônio Maria
10h – Missa solene presidida por Dom Severino B. de França (bispo de Nazaré-PE)
14h – Missa presidida por Frei Francisco Barreto OFMCap. (ministro provincial)
17h – Missa presidida por Dom Magnus H. Lopes (bispo de Salgueiro- PE)
SERVIÇO:
Frades Capuchinhos
Convento São Félix de Cantalice
Rua José Rodrigues, 160 – Pina
Próximo ao antigo Aeroclube
Fonte: Assessoria de Comunicação da Festa de Frei Damião

A juventude e o desafio do matrimônio


Jovens, não tenham medo de fazer escolhas definitivas. Para formar uma família, é preciso coragem.
Por Dom Anuar Battisti*
No trabalho com a juventude, percebe-se uma grande atração pela novidade. A rotina e a mesmice não atraem a atenção e nem mesmo fazem os jovens sair da mesmice e da rotina em que vivem. Não querem a novidade pela novidade e sim a novidade que leva ao compromisso carregado de desafios. Ao lado da busca do novo, também existe uma grande tentação em permanecer no imediato, no prazeroso, fugaz, momentâneo.
A paciência em esperar, crescer e ver os frutos do trabalho, parece impossível, porque a velocidade da técnica faz com que tudo seja imediato. O mundo da juventude hoje é o mundo do transitório, do aqui e agora, do momentâneo, por isso as palavras "permanente", "para sempre", "por toda a vida" assustam e causa medo.
Nessa última sexta-feira (23), vivemos um fato histórico em nossa Arquidiocese. Quatro jovens assumiram para sempre o compromisso de doar a própria vida para servir. Na entrega total a exemplo de Jesus e Bom Pastor, se prepararam durante sete anos de estudos, experiências pastorais, convivência em comunidade, para dar um sim definitivo na vida consagrada.
Esses jovens vieram das famílias, famílias com todas as alegrias e tristezas, formam educados nos ambientes normais, viveram e se integraram nas comunidades paroquiais e nestes ambientes sentiram o chamado.
A resposta foi construída a cada etapa da formação, entre dúvidas e certezas, entre o medo e a beleza do ministério, foram capazes de chegar e ao mesmo tempo sair em missão, para servir e dar a vida para sempre.
Jovens, não tenham medo de fazer escolhas definitivas! Também para formar uma família, é preciso ter coragem. Mais do que nunca a falta de fidelidade é o que mais ameaça a vida a dois.
O papa Francisco dizia aos jovens: “O matrimônio é uma verdadeira vocação, assim como o sacerdócio e a vida religiosa. Dois cristãos que se casam reconheceram em sua história de amor o chamado do Senhor, a vocação a se tornarem de dois, homem e mulher, uma só carne, uma só vida. O Sacramento do Matrimônio envolve esse amor com a graça de Deus, enraíza essa união no próprio Deus."
A complexidade do mundo moderno, marcadamente voltada para satisfazer o indivíduo, e a sua privacidade, os seus gostos e desejos, descarta em segundo ou terceiro plano a necessidade de ser feliz fazendo o outro feliz antes de tudo.
Na vocação presbiteral, como na vocação matrimonial, o fundamental está em amar e dar a vida. É uma entrega para ser mais, doando. O meu senhor é o outro; o dono da minha vida é alguém pelo qual decidi doar a vida.
Nesta perspectiva, está o sentido de uma escolha definitiva. O “eu” deu lugar para ao “tu” e na medida que este compromisso se trona realidade, encontra-se o sentido de ter deixado tudo.
O Consagrado e a consagrada são pessoas que vivem aqui o eterno. A experiência do paraíso, não é outra coisa do que viver para sempre a reciprocidade de amar e ser amado, sem esperar nada em troca. Tanto o casado como o consagrado pode antecipar, aqui e agora a experiência do céu.
A Igreja louva e agradece a Deus pelo chamado dos jovens, que souberam reconhecer a voz interior e responder com coragem e generosidade. Ao mesmo tempo vamos continuar rezando como Jesus pediu: “Enviai, Senhor, operários a Vossa messe, pois a messe é grande e os operários são poucos” (Mt 9,37). Rezemos e muito, pelas vocações e pelas famílias, principalmente pela perseverança de todos nós até o fim. Deus abençoe você e sua família!
CNBB, 27-05-2014.
*Dom Anuar Battisti é arcebispo de Maringá (PR).

O mandamento 11: honrar as crianças


O que um pai aprendeu do filho sobre a vida.
Por William Van Ornum

Como todos os pais sabem, qualquer acontecimento pode desencadear a torrente das nossas lembranças. Algumas semanas atrás, eu estava imobilizado em uma sala de emergência, refém do cateter. Meu filho de 29 anos, que tem síndrome de Down, considerou que o meu estado de incapacidade me manteria ocupado e impedido de dizer "não" aos seus planos de explorar o hospital.

Duas horas mais tarde, quando eu já estava ficando realmente preocupado com o seu sumiço, ele voltou com um sorriso enorme. Tinha ido até a cafeteria fazer um lanche, que incluiu pelo menos duas fatias de bolo. Depois, foi para o laboratório, onde se apresentou a todos na esperança de encontrar um amigo que trabalhava por lá. Finalmente, subiu até o sétimo andar para explorar a unidade de neurocirurgia ("Pai, eu queria ver onde eles trabalham com os cérebros").

Lembranças de vinte anos atrás, quando o paciente era ele, voltaram de repente. Estávamos em outra sala de emergência e meu filho delirava com uma febre de 40 graus. Os médicos tentavam segurá-lo para enfiar uma agulha em seu pulso. "Socorro! Abuso! Abuso!".
Alguns seguranças chegaram correndo. Mas foi bom, para mim, constatar que ele sabia muito bem como conseguir ajuda...

Com alguma experiência em situações hospitalares caóticas, eu pedi ajuda a nada menos que quatro médicos para segurarem, cada um, com cuidado e com firmeza, as pernas e braços do meu filho. Apoiei a cabeça dele nas minhas mãos e sussurrei: "Agora nós temos que descobrir que tipo de germe está deixando você doente. Os médicos vão ter que colocar uma agulha no seu pulso. Vai doer. Vai doer mais do que qualquer dor que você já sentiu. Mas, se não fizermos isso, os médicos não vão saber que tipo de remédio eles têm que dar para você melhorar".

Houve alguns gritos em alto e bom som e alguns gemidos incoerentes, mas tudo acabou bem. E os seguranças não vieram correndo dessa vez.

Duas semanas depois, um amigo psicólogo me deu a entender que eu tinha causado um transtorno de estresse pós-traumático no meu filho ao segurá-lo daquele jeito. E seria bom para mim, completou ele, participar de um grupo de apoio que me ajudasse a ser um pai melhor para uma criança com necessidades especiais...

Então eu perguntei ao meu filho: "O papai fez alguma coisa no hospital que deixou você chateado?".

"Sim", disse ele.

"O que foi que o papai fez?".

"Você me fez dividir os vídeos no quarto com as outras crianças quando eu estava ficando melhor. Eu queria os vídeos para mim".

"Você ficou chateado quando o papai ajudou os médicos a segurar você?".

"Não, papai, você tinha que descobrir sobre os germes malvados. Mas, da próxima vez, não deixe os outros pegarem os vídeos".

Um pensamento leva ao outro e eu me lembrei do nascimento dele, às 3 da manhã de uma festa de Halloween. Eu o segurava nos braços e dizia: "Meu Deus, o meu bebê tem síndrome de Down!". Não era uma queixa, e sim uma aceitação imediata, mas eu fui repreendido na hora por todos na sala de parto, porque os pais não têm experiência nessas coisas, não é?

Meu filho presta bastante atenção na igreja. Alguns anos atrás, o padre deu um sermão maravilhoso sobre o quarto mandamento, com muitas coisas boas para as crianças presentes na missa se lembrarem pela vida afora. Mas, depois, o meu filho foi se queixar com o padre: "Padre, por que o senhor não falou do mandamento onze?". O padre sorriu e perguntou qual era o "mandamento onze", esperando alguma resposta infantil daquele jovem com síndrome de Down.
"Honrar as crianças!".

Eu espero que isso não tenha levado ninguém a pensar que o meu filho não estava sendo bem tratado em casa, mas recebi mais do que uma... digamos... olhada crítica.

Eu sempre achei que a socialização e o controle dos impulsos eram duas das coisas prioritárias em que a escola precisava ajudar o meu filho. As notas dele eram sempre elogiadas, embora pudessem ser mais altas. Uma vez, fui chamado à escola.

"As notas do seu filho subiram de repente. É como se ele tivesse subido de nível em tudo. O que está acontecendo?".

"Meu Deus, eu não tenho ideia!".

E resolvi perguntar a ele, em casa. "Pai", ele me disse, "você botou meu irmão de castigo na semana passada por causa das notas. Eu não quero ficar de castigo como ele".

(Se você tiver em casa uma criança com necessidades especiais, certifique-se de que você tem as expectativas certas quanto ao rendimento dele: nem exigentes demais, nem frouxas demais. Alguns deles podem se sair com essas...).

É difícil, para mim, quando o meu filho está envolvido em atividades com seus colegas e com os pais deles. É que alguns dos outros jovens têm deficiências muito mais severas que o meu filho. Muitos têm dificuldades até para dizer as palavras mais simples. Outros têm sérios problemas motores, que os obrigam a usar cadeiras de rodas. Eu tento perguntar sobre as coisas boas que eles estão fazendo, em vez de ficar falando das realizações do meu filho.

Não reajo com muita paciência quando os outros, especialmente pessoas que eu acabei de conhecer, me perguntam o seguinte: "Qual é o planejamento de vocês para o futuro? Ele vai ficar em algum local especializado?". Eu não sei por quê, mas muita gente pergunta isso. Eu resmungo nervosamente por dentro. Estou prestes a responder à próxima pessoa que me perguntar isso: "Qual é o seu planejamento para quando o seu marido/mulher ficar velho? Você já escolheu um bom asilo?". Ainda não respondi isso porque seria grosseiro; talvez, seja até assunto para o confessionário.

Na semana passada, meu filho visitou, uma por uma, as minhas turmas na faculdade. Bateu papo com os alunos durante meia hora. Quando eu sugeri que era hora de terminar, ele se virou calmamente para a turma e disse: "Eu nem sempre dou bola para o que esse cara fala".

Todo mundo ficou chocado e alguns queixos até caíram, mas eu estou acostumado: já ouvi isso várias vezes.

"Ele é um grande bobo", prosseguiu meu filho, impassível. E completou: "Mas eu o amo muito!".
SIR

A estratégia de Francisco


Desde o começo do pontificado, o papa elegeu a estratégia dos gestos para abrir debates.
Por Washington Uranga*
Desde o começo de seu pontificado, Francisco elegeu a estratégia dos gestos para estabelecer temas, abrir debates, impulsionar perspectivas. E esses gestos são logo seguidos de iniciativas políticas com sentido estratégico. Os exemplos são abundantes. Disse que quer “uma Igreja pobre e dos pobres”. Sua primeira viagem foi a Lampedusa, para encontrar-se com os migrantes ilegais que brigam para entrar na Europa. Prega a austeridade, contudo também mostra austeridade pessoal em meio a um contexto vaticano que contradiz este olhar. Reafirma a ideia de colegialidade da Igreja e cria uma comissão de cardeais que, ultrapassando a formalidade da normativa eclesiástica, tem como atribuição pensar outras formas de governo da Igreja. “Façam bagunça”, foi o que disse aos jovens no Rio e ele mesmo “faz bagunça” quando deixa transcender mensagens pastorais que não se ajustam exatamente nas rígidas normas da instituição católica.

Pode-se concordar ou discordar com o papa Bergoglio, estar em acordo ou não com sua perspectiva sobre o mundo e a Igreja. Porém é inquestionável que Francisco é um eclesiástico que sabe lidar com os gestos e também o com os tempos e a arte da política, que tem objetivos e que está disposto a cumpri-los passo a passo, com uma disciplina estratégica, com habilidade política (que também inclui o fator surpresa) e o sentido da oportunidade.

A viagem a Terra Santa não escapa desta lógica. A imagem de Francisco com a cabeça apoiada sobre o muro que cerca Belém, no mesmo lugar que os palestinos reivindicam com pichações sua ânsia por liberdade, não pode ser pensado, de maneira alguma, como resultado de um improviso ou uma inspiração do momento. Não estava no itinerário oficial, mas pode-se ter certeza, sem medo de errar, que Bergoglio imaginou esse instante, refletiu sobre ele e o executou com perfeição.

Talvez até sonhou (e programou) a reza conjunta e o quadro resultante frente ao Muro das Lamentações ao lado de seus amigos argentinos, o rabino Abraham Skorka e o muçulmano Omar Abboud. A exclamação com que os três selaram esse momento (“Nós fizemos!”) fala, nitidamente, do propósito que os levou até ali.

Toda a viagem esteve marcada por alguns objetivos chaves: instalar o tema da paz com justiça, sustentado pelo diálogo com a diferença, e consolidar o papel que as grandes religiões podem ter para a paz no mundo, em todos os cenários. Mesmo nos mais conflituosos e onde tudo parece ser difícil. Para isso utilizou todas as suas habilidades para dizer e fixar posição, sem ferir os sentimentos de interlocutores sensibilizados. Nesse cenário, Francisco também escolheu uma estratégia discursiva: no lugar de julgar, repreender e advertir, optou por sempre pregar a força do diálogo e centrar, nesta habilidade dos homens, a possibilidade de superar as diferenças.

Cinquenta anos atrás, Paulo VI chegou a Terra Santa para fomentar o diálogo entre as religiões. Francisco está covencido de que no mundo atual as grandes religiões têm que ter um papel fundamental para construir e consolidar a paz. A viagem a Terra Santa se inscreve neste propósito. Objetivo que o Papa também traduziu em ações concretas como sua participação ativa no caso da Síria e agora na proposta para comprometer aos presidentes palestino e israelense, Mahmud Abbas e Shimon Peres, para irem ao Vaticano para “rezarem juntos”.

Francisco também utiliza o cenário midiático para desenvolver sua estratégia. Gera gestos que comprometem a terceiros, mesmo sabendo que ele mesmo também se compromete. Está convencido de que colaborar com a paz no mundo pode ser uma contribuição que a Igreja Católica e ele, como Papa, podem fazer hoje para a humanidade. É também o caminho para aumentar (resgatar? Recuperar?) o prestígio da Igreja e crescer o seu próprio, consolidando-se como figura e referência no cenário internacional. Para isso continuará afirmando que a busca da paz deve estar sobre “as diferenças de ideias, língua, cultura ou religião”. Este é seu lema e haverá novos gestos e mais feitos nessa mesma linha.
Página/12, 27-05-2014.

Católicos aumentam 10,2% entre 2005 e 2012


Segundo Vaticano, quase metade dos católicos batizados vive no continente americano.
Cidade do Vaticano  – O jornal do Vaticano divulgou nessa terça-feira (27) os dados da mais recente edição do Anuário Estatístico da Igreja, o qual revela que entre 2005 e 2012, o número de católicos passou de 1 bilhão e 115 milhões para 1 bilhão e 229 milhões, o que representa um aumento de 10,2%.

O 'Annuarium Statistitucm Ecclesiae' mostra que quase metade dos católicos batizados (49%) vive no continente americano e que o maior crescimento aconteceu na África, que passou a representar 16,2% do total mundial de católicos (13,8% em 2005); a Ásia continua a representar cerca de 11%.

A Europa confirma a tendência de ser a área com menor dinâmica de crescimento (pouco mais de 2%) neste período. A publicação da Central de Estatísticas da Igreja (Santa Sé) mostra ainda que o número de sacerdotes teve um aumento de 1,9%: de 406 mil em 2005 para 414 mil em 2012 (279.561 diocesanos e 134 752 religiosos); os religiosos professos não sacerdotes passaram de 54.708 para 55.314.

Um aumento maior (4,9%) foi registrado no número de seminaristas - mais de 114 mil em 2005, 120 mil em 2012 – crescimento suportado por um maior dinamismo na África e na Ásia. Em sentido contrário, o número de religiosas desceu 7,6% (702.529 em 2012) em relação a 2005. O Anuário Estatístico da Igreja procura oferecer um quadro dos principais aspetos que caracterizam a atividade pastoral da Igreja Católica.
SIR