terça-feira, 17 de junho de 2014

A Copa e o respeito às diferenças


É preciso respeitar as diferenças, a fim de se viver na fraternidade e na solidariedade.

Por Dom Orani Tempesta*
Com o início da Copa do Mundo, algumas mensagens chamam nossa atenção: o papa Francisco nos recordou que é um tempo de ser solidário e ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano reciproco. Ele lembra que o futebol deveria ser "uma escola para a construção de uma cultura de encontro, que permita a paz e a harmonia entre os povos".
A nossa Conferência Episcopal, em sua mensagem “jogando pela vida”, recorda que a sociedade brasileira é convidada a aderir ao projeto “Copa da Paz” e à campanha “jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”. Recorda que “somos convocados para formar um único time, no qual todos seremos titulares para o jogo da vida que não admite espectadores.”
A nossa Arquidiocese, detentora dos símbolos cristãos das Olimpíadas (recebemos de Londres), iniciou a campanha pelos 100 dias de paz que, embora seja um tema para 2016, já começamos a trabalhar neste ano.
Por isso, diante de tanta intolerância que assistimos nos estádios, tanta violência de uns contra outros, creio que seria bom refletir sobre essa questão ao vivermos este tempo de Copa do Mundo e a nossa missão neste tempo de tantas mudanças.
A Copa do Mundo de Futebol é um grande evento que chama a atenção de muitas pessoas desejosas de acompanharem as partidas desse esporte surgido, em sua atual modalidade, na Inglaterra do século XIX.
Não obstante à festa, existem, de modo ora mais explícito ora mais velado, episódios de racismo contra torcedores ou jogadores estrangeiros que acompanham ou participam de algumas pelejas futebolísticas. Daí a oportunidade de abordarmos a questão neste artigo à luz do documento “A Igreja e o racismo” que, publicado pela Pontifícia Comissão de Justiça e Paz, da Santa Sé, em 3 de novembro de 1988, conserva plena atualidade.
Entende-se por racismo “a consciência de pretensa superioridade biológica de determinada raça em relação às outras”, atitude que, sem dúvida, gera disputas irracionais entre seres humanos feitos à imagem e semelhança de Deus a fim de serem co-construtores de um mundo de harmonia, fraternidade, justiça e paz, em benefício de todos, e não fratricidas, como querem as ideologias racistas.
O Documento da Santa Sé historia para nós a vergonhosa chaga do racismo, demonstrando que a questão tem início, em linguagem bíblica, em Gênesis 11, quando, como fruto do pecado, os homens, desligados de Deus, mas cheios de si, tentam construir uma torre, a de Babel, cujo vértice toque os céus. Esse gesto insano, mas fracassado, de uma pretensa superioridade que desafia o Criador se voltará, em breve, também contra o próximo, pois pensa o orgulhoso: “não preciso de Deus, nem do meu semelhante. Sou autossuficiente, superior a tudo e a todos. O mundo, por conseguinte, está em minhas mãos e tudo o que há nele me é inferior e está sob o meu poderoso domínio”.
Registra-se, por exemplo, que na antiguidade Greco-romana não pareceu reinar o mito defensor de raças superiores e inferiores, embora existisse por parte dos povos vencedores a escravidão de povos vencidos em guerra. A ocorrência se dava, no entanto, devido a questões militares e não raciais.
Entre os hebreus havia a consciência de que Deus os amava de modo especial devido à escolha gratuita que fizera por eles. Era um povo diferente de grande parte dos seus vizinhos idólatras, mas mesmo assim a separação não podia ser considerada racismo, pois se fundava em motivos religiosos e não biológicos. Ao contrário, os profetas, embora conscientes da eleição de Israel, entendem a mensagem de Deus como universal e, por isso, apta a chamar todos os homens e mulheres da Terra à mesma fé.
O Cristianismo confirmou e plenificou essa universalidade, uma vez que a mensagem do Evangelho devia chegar a todos os povos (cf. Mt 28,19). Daí, a Idade Média não conheceu um racismo propriamente dito, mesmo que os povos se dividissem entre cristãos, judeus e outros, isso levou os judeus a sofrerem muitos desprezos, mas por critérios mais uma vez religiosos, não biologicistas.
Nos séculos XV e XVI, ocorreram as descobertas de novas terras do chamado “Novo Mundo”, que levou a abusos de alguns comerciantes para com os povos recém-encontrados. Sim, alegando a inferioridade dos indígenas e negros, se recorreu à escravização dessas pessoas. O tema da escravidão ganhou forças e mereceu a condenação de homens da Igreja, como Bartolomeu de Las Casas, bispo dominicano; Francisco de Vitória e Francisco Soarez, renomados teólogos, que muito insistiram na doutrina da igualdade fundamental entre todos os homens e mulheres do mundo.
Em nome da Igreja, o Papa Paulo III, na Bula Sublimis Deus, de 2 de junho de 1537, denunciava aqueles que afirmavam serem os habitantes das novas terras considerados como animais irracionais e que, por isso, poderiam ser usados para proveito de terceiros. Textualmente, o mesmo Pontífice afirmava: “No desejo de remediar o mal que foi causado, Nós decidimos e declaramos que os chamados indígenas, bem como todas as outras populações com que no futuro a cristandade entrará em relação, não deverão ser privados de sua liberdade e dos seus bens – não obstante as alegações contrárias –, ainda que eles não sejam cristãos e que, ao contrário, deverão ser deixados em pleno gozo da sua liberdade e dos seus bens”.
Esse documento foi quase ignorado, pois devido à Lei do Padroado, que fazia do poder temporal (O Estado) ser como que um protetor do poder espiritual (A Igreja), o governo civil invadia, por interesses escusos, o campo de ação eclesiástica e sabotava a publicação e a difusão dos pronunciamentos dos Papas ou Bispos.
No século XVIII, aparece a ideologia racista contrária aos ensinamentos da Igreja, pois se justificaria na cor da pele e nos caracteres corporais do indivíduo, devido a heranças hereditárias, a existência de raças inferiores e superiores. Aqui aparece pela primeira vez o termo “raça”, a fim de promover classificações de acordo com pressupostos biológicos a dividir os seres humanos entre raças fortes e raças fracas, de cuja mistura resultaram as quedas das grandes civilizações, dizia-se.
Fundamentado nessa tese, pretensamente científica, surgiu a eugenia, que alimentou o nazismo alemão do século XX menosprezador das consideradas raças inferiores, tais como judeus e ciganos, exterminados aos milhões em campos de concentrações junto a pessoas deficientes físicas ou mentais. Ora, a Igreja mais uma vez ergueu sua voz pelas palavras do Papa Pio XI, na Encíclica Mit Brennender Sorge (Com candente preocupação), de 1937, ao asseverar que “todo aquele que toma a raça ou o povo ou o Estado..., ou qualquer outro valor fundamental da comunidade humana... para os retirar da sua escala de valores... e os divinizar com um culto idolátrico, perverte e falsifica a ordem das coisas por Deus criada e estabelecida” (Acta Apostolica Sedis XXIX, 149).
Também o Papa Pio XII, em sua Radiomensagem de Natal de 1942, afirmou que entre as pretensões do positivismo jurídico, o direito que de o homem seja a instância máxima de legislação, “se deve incluir uma teoria que reivindica para uma determinada nação, raça ou classe o instituto jurídico, imperativo supremo e norma sem apelo... O anseio de uma ordem social nova e melhor, a humanidade o deve a centenas de milhares de pessoas que, sem culpa alguma, mas simplesmente porque pertencem a tal raça ou nacionalidade, estão destinadas à morte ou a um definhamento progressivo” (Acta Apostolica Sedis XXXV, 1943, 14.23).
Ainda hoje, essa forma de pensamento não está erradicada e se associa a outras não menos nocivas, dentre as quais o “apartheid”, que oprimiu e dizimou muitos negros sob o poder branco na África e gerou fortes desavenças também nos Estados Unidos; a perseguição a populações nativas de alguns países contra as quais se praticou ou se tenta praticar um verdadeiro genocídio; a limitação dos direitos de minorias à prática religiosa (lembremo-nos das perseguições aos cristãos em terras do Oriente); o etnocentrismo, prática que leva um povo a se autoafirmar, tentando menosprezar ou mesmo aniquilar o outro, ato que, infelizmente, acontece também em não poucas torcidas de futebol dentro de um mesmo país ou no confronto de uma nação para com a outra; populações que foram desinstaladas de seus terrenos e vivem, forçadamente, como nômades em outros locais ou, então, sofrem segregação dos antigos habitantes locais ao se mudarem de uma região para outra dentro do mesmo país ou para o estrangeiro, ou também a tentativa, já consumada, de se criarem cidadãos de primeira e segunda classe por meio de manipulações genéticas em laboratórios, separando os que merecem viver e os que não merecem devido às suas características físicas e psíquicas, pré-selecionadas, lamentavelmente, às vezes, pelos próprios pais.
Ora, após a apresentação desse quadro sombrio e o perigo, pensamos em atos mais ou menos contundentes e vergonhosos de racismo que possam ocorrer, de algum modo, na Copa do Mundo. Daí, importa saber que a Igreja defende a dignidade do gênero humano independentemente do país em que ele viva, da posição social, cultural ou de saúde que tenha. Ensina que todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27) e, em Deus, há acolhida para com todos, conforme fez o Senhor Jesus (cf. Mt 25,38-40), e não distinções segregatórias (Gl 3,11.28), de modo a não haver mais discriminações devido à raça, nacionalidade ou sexo, haja vista que a mulher também foi marginalizada na história (cf. Lumen Gentium n. 1 e n. 32).
Contudo, a Igreja está ciente de que não é só com discursos que se caminha na eliminação do racismo, mas, sim, com o combate constante da fonte onde ele nasce e cresce, ou seja, no coração humano. É aí que devem ser fortalecidas as convicções de que é preciso respeitar as diferenças a fim de se viver em fraternidade que leva, necessariamente, à prática da solidariedade ou da ajuda ao outro, independentemente de quem seja ele.
No dia a dia, a Igreja pede disponibilidade para a ajuda mútua entre todos, a defesa das vítimas de racismo e a denúncia dessa prática desumana, a conscientização de que somos todos iguais em nossa dignidade humana, e isso deve ser ensinado na família, na escola ou nos meios de comunicação, defende a criação ou a manutenção de leis que se oponham ao menosprezo do próximo por razões raciais, além de estimular a elaboração de grandes documentos em nível internacional, nos meios civis e eclesiásticos, denunciando a prática das segregações raciais ou prevenindo-as.
Possam, pois, esses dados históricos e doutrinários levar-nos a entender que somos, apesar das diferenças acidentais, todos irmãos e devemos encontrar, como tem insistentemente lembrado nosso querido Papa Francisco, muito mais o que nos une para o diálogo do que aquilo que nos desune e pode levar a graves contendas.
Nesse contexto, em que pesem todas as manifestações legítimas contra os gastos com a construção de estádios para a Copa do Mundo em nosso país e as justas aspirações do povo brasileiro por maior transparência na administração pública, não se deve hostilizar os estrangeiros que aqui vêm, uma vez que não têm culpa de nossos problemas internos.
Façamos, pois, jus aos nossos dotes peculiares de sermos bons acolhedores dentro de nossa cordialidade, que faz caber nesta nação-continente, de modo harmonioso, uma parcela do mundo, e isso muito nos enriquece social e culturalmente.
Peçamos a Deus, por intercessão da Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil que, sem deixarmos de cobrar nossos direitos dos que realmente nos devem explicações, saibamos não misturar as coisas e acolhermos bem nossos visitantes, tendo presente a obra de misericórdia ensinada pelo Cristo Jesus: “Fui peregrino e me hospedastes” (Mt 25).
CNBB, 13-06-2014.
*Dom Orani João Tempesta é cardeak e arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

Liturgia Diária

Dia 17 de Junho - Terça-feira

XI SEMANA COMUM
(Verde – Ofício da III Semana)

Antífona da entrada: Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo: tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor: não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26,7.9)
Oração do dia
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Reis 21,17-29)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
21 17 Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita:
18 “Vai; desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que mora em Samaria, ei-lo que desce a tomar posse da vinha de Nabot.
19 Dir-lhe-ás: ‘Isto diz o Senhor: Mataste, e agora usurpas!’ - E ajuntarás: ‘Eis o que diz o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu’”.
20 Acab exclamou: “Encontraste-me de novo, ó meu inimigo?” “Sim!”, respondeu Elias. “Porque te vendeste para fazer o mal aos olhos do Senhor.
21 Farei cair o mal sobre ti, varrer-te-ei, exterminarei da família de Acab em Israel todo varão, seja escravo ou livre.
22 Farei de tua casa o que fiz da de Jeroboão, filho de Nabat, e da de Baasa, filho de Aías, porque me provocaste à ira e arrastaste Israel ao pecado.
23 E eis agora o que diz o Senhor contra Jezabel: Os cães devorarão Jezabel na terra de Jezrael.
24 Todo membro da família de Acab que morrer na cidade será devorado pelos cães, e o que morrer no campo será comido pelas aves do céu.
25 Com efeito, não houve ninguém que praticasse tanto o mal aos olhos do Senhor como Acab, excitado como era por sua mulher Jezabel.
26 Levou a abominação ao extremo, seguindo os ídolos dos amorreus, que o Senhor tinha expulsado de diante dos israelitas”.
27 Ouvindo estas palavras, Acab rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e jejuou; dormia, envolto no saco e andava a passos lentos.
28 Então a Palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos:
29 “Viste como Acab se humilhou diante de mim? Pois que ele assim procedeu, não mandarei o castigo durante a sua vida, mas nos dias de seu filho farei vir a catástrofe sobre a sua casa”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 50/51
Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!
Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
Evangelho (Mateus 5,43-48)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 43 Disse Jesus: “Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A PERFEIÇÃO DO AMOR
A exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos.
Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica.
O amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas - "Bendizei aqueles que vos maldizem".
O amor recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o bem.
A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras.
A perfeição do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus.

Oração
Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

Sobre as oferendas
Ó Deus, que pelo pão e vinho alimentais a vida dos seres humanos e os renovais pelo sacramento, fazei que jamais falte este sustento ao nosso corpo e à nossa alma. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Pai santo, guarda no teu nome os que me deste, para que sejam um como nós, diz o Senhor (Jo 17,11).
Depois da comunhão

Ó Deus, esta comunhão na eucaristia prefigura a união dos fiéis em vosso amor; fazei que realize também a comunhão na vossa Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 17 de junho de 2014

Mateus 5,43-48

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 43 Disse Jesus: “Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A PERFEIÇÃO DO AMOR
A exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos.
Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica.
O amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas - "Bendizei aqueles que vos maldizem".
O amor recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o bem.
A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras.
A perfeição do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus.

Oração
Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

Leitura
1 Reis 21,17-29
Leitura do primeiro livro dos Reis.
21 17 Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita:
18 “Vai; desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que mora em Samaria, ei-lo que desce a tomar posse da vinha de Nabot.
19 Dir-lhe-ás: ‘Isto diz o Senhor: Mataste, e agora usurpas!’ - E ajuntarás: ‘Eis o que diz o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu’”.
20 Acab exclamou: “Encontraste-me de novo, ó meu inimigo?” “Sim!”, respondeu Elias. “Porque te vendeste para fazer o mal aos olhos do Senhor.
21 Farei cair o mal sobre ti, varrer-te-ei, exterminarei da família de Acab em Israel todo varão, seja escravo ou livre.
22 Farei de tua casa o que fiz da de Jeroboão, filho de Nabat, e da de Baasa, filho de Aías, porque me provocaste à ira e arrastaste Israel ao pecado.
23 E eis agora o que diz o Senhor contra Jezabel: Os cães devorarão Jezabel na terra de Jezrael.
24 Todo membro da família de Acab que morrer na cidade será devorado pelos cães, e o que morrer no campo será comido pelas aves do céu.
25 Com efeito, não houve ninguém que praticasse tanto o mal aos olhos do Senhor como Acab, excitado como era por sua mulher Jezabel.
26 Levou a abominação ao extremo, seguindo os ídolos dos amorreus, que o Senhor tinha expulsado de diante dos israelitas”.
27 Ouvindo estas palavras, Acab rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e jejuou; dormia, envolto no saco e andava a passos lentos.
28 Então a Palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos:
29 “Viste como Acab se humilhou diante de mim? Pois que ele assim procedeu, não mandarei o castigo durante a sua vida, mas nos dias de seu filho farei vir a catástrofe sobre a sua casa”.
Palavra do Senhor.
Salmo 50/51
Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!
Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

'Hora da Vida' celebra a dignidade humana


Programação irá mobilizar dioceses, paróquias e comunidades de todo o país.
Brasília - Em sua 4ª edição, a "Hora da Vida" faz um convite à sociedade para a celebração da Semana Nacional da Vida, de 1º a 7 de outubro, e Dia do Nascituro, comemorado na quarta-feira, 8 de outubro. Trata-se de uma mobilização em todo o país, com intensa programação nas dioceses, paróquias e comunidades, com objetivo de propor à sociedade o debate sobre os cuidados, a proteção e a dignidade da vida humana, em todas as suas fases, desde a concepção até seu fim natural.
De acordo com o bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Carlos Petrini, "compreender e admirar são passos necessários para acolher e respeitar a vida, para superar a visão da cultura dominante que tende a banalizá-la e a considerá-la de maneira superficial". A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro celebra o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio.

Vida e missão
O Hora da Vida 2014 é organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e Comissão Nacional da Pastoral Familiar, com a finalidade de auxiliar na  vivência das atividades de evangelização destas datas. A edição 2014 traz como tema de reflexão "Vida e Missão: lançar as redes em águas mais profundas", propondo sete encontros, com diferentes abordagens. O primeiro tema é "Vida e cultura do encontro", tendo como base os ensinamentos da primeira Exortação Apostólica do papa Francisco, "Evangelli Gaudium".
Outras temáticas são sugeridas para as reuniões em grupos como responsabilidade política e social, educação para o amor, memória e gratidão; todos eles voltados para a reflexão sobre a vida. Dom Petrini explica que o material "constitui em uma preciosa ajuda para compreender; com fundamento em conhecimentos científicos e teológicos, a beleza da vida, sua grandeza e dignidade, seu incomparável amor; numa linguagem acessível, mesmo para quem não é especialista".
A"Hora da Vida" deste ano tem a colaboração da Comissão da Pastoral Familiar do regional Sul 4 da CNBB. No texto de apresentação, o bispo de Caçador (SC) e referencial da Pastoral Familiar, dom Severino Clasen, explica sobre o tema escolhido. "Queremos uma pátria livre de opressão, contra toda espécie de exploração e atitudes que machucam a vida". O bispo lembrou que todos são "chamados a cuidar e preservar a vida como dom maior", e ainda, "santificar a vida".

Como adquirir
O subsídio está disponível para venda com os casais coordenadores paroquias, diocesanos e regionais da Pastoral Família e pelo site www.lojacnpf.org.br. Pedidos também podem ser feitos pelos telefones (61) 3443 2900 / Fax: (61) 3443-4999 ou por e-mail vendas@cnpf.org.br
SIR/CNBB

Vaticano confirma encíclica sobre o meio ambiente


Informação foi dada pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Lisboa  - A próxima encíclica do papa Francisco será sobre o meio ambiente. Foi o que confirmou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, citado pela agência Ecclesia, à margem do encontro de assessores de imprensa e porta-vozes do episcopado europeu que concluída no último sábado (14), em Lisboa.
A preocupação do papa Francisco com a salvaguarda da Criação sempre esteve presente nos seus pronunciamentos e mensagens desde o início do seu pontificado. A perspectiva de uma Encíclica sobre o tema, no entanto, ficou mais evidente em 24 de janeiro do corrente, quando o pontífice recebeu em audiência o presidente francês François Hollande.
Após a audiência privada com o papa, que durou 35 minutos, o Hollande participou de uma coletiva de imprensa, onde revelou o teor dos colóquios com o Pontífice. Em relação ao Tratado sobre o Meio Ambiente, ele comentou que o papa Francisco sentenciou: “Deus perdoa sempre, o homem às vezes, a natureza nunca, se não é cuidada”. “Trabalhemos – acrescentou – para que a Conferência sobre o Clima de 2015 tenha um bom êxito”.
Naquela ocasião, padre Lombardi já havia declarado que o papa trabalhava no projeto de um texto sobre temas da ecologia. “A perspectiva é de uma Encíclica. Mas atualmente se trata de um projeto, em estado ainda inicial, de forma que é prematuro fazer previsões sobre tempos de uma possível publicação. Em todo o caso, é importante observar que o papa Francisco pretende dar um particular destaque ao tema da "ecologia do homem", afirmou na época.
Em abril deste ano, o bispo do Xingu, Dom Erwin Kräutler, havia adiantado à RV de que iria colaborar com o papa na redação da próxima encíclica sobre os pobres e a custódia da Criação. O presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, Dom Cláudio Hummes, afirmou, por sua vez, que “todos vemos a necessidade de um documento sobre o ambiente”.
Neste sentido, o cuidado com a Criação e temas voltados ao meio-ambiente tem estado na pauta de diversos encontros, mesmo informais, realizados pelo papa Francisco, que vem sendo assessorado de diversas maneiras. Reflexões, cartas de ecologistas e professores que se preocupam realmente com a defesa do meio-ambiente foram enviadas ao papa, afirmou o ativista argentino Gustavo Vera. “Sei que o papa recebeu tudo e gostou”, observou.
“A questão do planeta como casa da humanidade, a ecologia centrada no ser humano... serão temas chaves, e acredito que o papa esteja trabalhando neles”, afirmou.

SIR

Papa envia mensagem ao Dia Mundial das Missões




papajordania

Por ocasião do Dia Mundial das Missões a ser celebrado em 19 de outubro, o papa Francisco enviou mensagem aos organismos, pastorais, movimentos e demais serviços engajados na dimensão missionária da Igreja. No texto, o papa recorda a criação da data, em 1926, proposta por Pio XI que desejou proclamar um dia anual em favor da atividade missionária da Igreja universal. A celebração ocorre sempre no penúltimo domingo de Outubro de cada ano, tradicionalmente reconhecido como o mês missionário.
“Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial das Missões, dirijo o meu pensamento a todas as Igrejas locais: Não nos deixemos roubar a alegria da evangelização! Convido-vos a mergulhar na alegria do Evangelho e a alimentar um amor capaz de iluminar a vossa vocação e missão”, disse o papa Francisco na mensagem.
Leia o texto na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs! Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída». O Dia Mundial das Missões é um momento privilegiado para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma ocorrência permeada de graça e alegria: de graça, porque o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua ação; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária. E, justamente sobre a alegria de Jesus e dos discípulos missionários, quero propor um ícone bíblico que encontramos no Evangelho de Lucas (cf. 10, 21-23).
1. Narra o evangelista que o Senhor enviou, dois a dois, os setenta e dois discípulos a anunciar, nas cidades e aldeias, que o Reino de Deus estava próximo, preparando assim as pessoas para o encontro com Jesus. Cumprida esta missão de anúncio, os discípulos regressaram cheios de alegria: a alegria é um traço dominante desta primeira e inesquecível experiência missionária. O Mestre divino disse-lhes: «Não vos alegreis, porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu. Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: “Bendigo-te, ó Pai (…)”. Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que vêem o que estais a ver”» (Lc 10, 20-21.23).
As cenas apresentadas por Lucas são três: primeiro, Jesus falou aos discípulos, depois dirigiu-Se ao Pai, para voltar de novo a falar com eles. Jesus quer tornar os discípulos participantes da sua alegria, que era diferente e superior àquela que tinham acabado de experimentar.
2. Os discípulos estavam cheios de alegria, entusiasmados com o poder de libertar as pessoas dos demónios. Jesus, porém, recomendou-lhes que não se alegrassem tanto pelo poder recebido, como sobretudo pelo amor alcançado, ou seja, «por estarem os vossos nomes escritos no Céu» (Lc 10, 20). Com efeito, fora-lhes concedida a experiência do amor de Deus e também a possibilidade de o partilhar. E esta experiência dos discípulos é motivo de jubilosa gratidão para o coração de Jesus. Lucas viu este júbilo numa perspectiva de comunhão trinitária: «Jesus estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo», dirigindo-Se ao Pai e bendizendo-O. Este momento de íntimo júbilo brota do amor profundo que Jesus sente como Filho por seu Pai, Senhor do Céu e da Terra, que escondeu estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelou aos pequeninos (cf. Lc 10, 21).
Deus escondeu e revelou, mas, nesta oração de louvor, é sobretudo a revelação que se põe em realce. Que foi que Deus revelou e escondeu? Os mistérios do seu Reino, a consolidação da soberania divina de Jesus e a vitória sobre satanás. Deus escondeu tudo isto àqueles que se sentem demasiado cheios de si e pretendem saber já tudo. De certo modo, estão cegos pela própria presunção e não deixam espaço a Deus. Pode-se facilmente pensar em alguns contemporâneos de Jesus que Ele várias vezes advertiu, mas trata-se de um perigo que perdura sempre e tem a ver conosco também. Ao passo que os «pequeninos» são os humildes, os simples, os pobres, os marginalizados, os que não têm voz, os cansados e oprimidos, que Jesus declarou «felizes». Pode-se facilmente pensar em Maria, em José, nos pescadores da Galileia e nos discípulos chamados ao longo da estrada durante a sua pregação.
3. «Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado» (Lc 10, 21). Esta frase de Jesus deve ser entendida como referida à sua exultação interior, querendo «o teu agrado» significar o plano salvífico e benevolente do Pai para com os homens. No contexto desta bondade divina, Jesus exultou, porque o Pai decidiu amar os homens com o mesmo amor que tem pelo Filho. Além disso, Lucas faz-nos pensar numa exultação idêntica: a de Maria. «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 46-47). Estamos perante a boa Notícia que conduz à salvação. Levando no seu ventre Jesus, o Evangelizador por excelência, Maria encontrou Isabel e exultou de alegria no Espírito Santo, cantando o Magnificat. Jesus, ao ver o bom êxito da missão dos seus discípulos e, consequentemente, a sua alegria, exultou no Espírito Santo e dirigiu-Se a seu Pai em oração. Em ambos os casos, trata-se de uma alegria pela salvação em ato, porque o amor com que o Pai ama o Filho chega até nós e, por obra do Espírito Santo, envolve-nos e faz-nos entrar na vida trinitária.
O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo o animador. Imediatamente depois de ter louvado o Pai – como diz o evangelista Mateus – Jesus convida-nos: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11, 28-30). «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 1). De tal encontro com Jesus, a Virgem Maria teve uma experiência totalmente singular e tornou-se «causa nostrae laetitiae». Os discípulos, por sua vez, receberam a chamada para estar com Jesus e ser enviados por Ele a evangelizar (cf. Mc 3, 14), e, feito isso, sentem-se repletos de alegria. Porque não entramos também nós nesta torrente de alegria?
4. «O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada» (Exort. ap. Evangelii Gaudium, 2). Por isso, a humanidade tem grande necessidade de dessedentar-se na salvação trazida por Cristo. Os discípulos são aqueles que se deixam conquistar mais e mais pelo amor de Jesus e marcar pelo fogo da paixão pelo Reino de Deus, para serem portadores da alegria do Evangelho. Todos os discípulos do Senhor são chamados a alimentar a alegria da evangelização. Os bispos, como primeiros responsáveis do anúncio, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário, tendo em conta que a alegria de comunicar Jesus Cristo se exprime tanto na preocupação de O anunciar nos lugares mais remotos como na saída constante para as periferias de seu próprio território, onde há mais gente pobre à espera.
Em muitas regiões, escasseiam as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Com frequência, isso fica-se a dever à falta de um fervor apostólico contagioso nas comunidades, o que faz com as mesmas sejam pobres de entusiasmo e não suscitem fascínio. A alegria do Evangelho brota do encontro com Cristo e da partilha com os pobres. Por isso, encorajo as comunidades paroquiais, as associações e os grupos a viverem uma intensa vida fraterna, fundada no amor a Jesus e atenta às necessidades dos mais carecidos. Onde há alegria, fervor, ânsia de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas, nomeadamente as vocações laicais à missão. Na realidade, aumentou a consciência da identidade e missão dos fiéis leigos na Igreja, bem como a noção de que eles são chamados a assumir um papel cada vez mais relevante na difusão do Evangelho. Por isso, é importante uma adequada formação deles, tendo em vista uma ação apostólica eficaz.
5. «Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). O Dia Mundial das Missões é também um momento propício para reavivar o desejo e o dever moral de participar jubilosamente na missão ad gentes. A contribuição monetária pessoal é sinal de uma oblação de si mesmo, primeiramente ao Senhor e depois aos irmãos, para que a própria oferta material se torne instrumento de evangelização de uma humanidade edificada no amor. Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial das Missões, dirijo o meu pensamento a todas as Igrejas locais: Não nos deixemos roubar a alegria da evangelização! Convido-vos a mergulhar na alegria do Evangelho e a alimentar um amor capaz de iluminar a vossa vocação e missão. Exorto-vos a recordar, numa espécie de peregrinação interior, aquele «primeiro amor» com que o Senhor Jesus Cristo incendiou o coração de cada um; recordá-lo, não por um sentimento de nostalgia, mas para perseverar na alegria. O discípulo do Senhor persevera na alegria, quando está com Ele, quando faz a sua vontade, quando partilha a fé, a esperança e a caridade evangélica.
A Maria, modelo de uma evangelização humilde e jubilosa, elevemos a nossa oração, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos e possibilite o nascimento de um mundo novo.
Vaticano, 8 de Junho – Solenidade de Pentecostes – de 2014.

Fonte: CNBB

Vaticano divulga atividades do papa durante o verão europeu




A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou no último sábado (14), as atividades do papa Francisco previstas para o verão europeu. No mês de julho não serão realizadas as Audiências Gerais nas quartas-feiras. Ou seja, nos dias 2, 9, 16, 23 e 30 de julho. Elas serão retomadas em agosto, nos dias 6, 20 e 27 de agosto.
No dia 13 de agosto não será realizada a tradicional Catequese na quarta-feira devido à viagem do Santo Padre à Coreia do Sul, de 13 a 18 de agosto.
A oração do Angelus será presidida pelo papa Francisco todos os domingos, no Vaticano, nos meses de julho e agosto, com exceção dos dias da viagem à Coreia.
A Missa matinal com os fiéis na Casa Santa Marta será suspensa durante todo o período de verão, isto é, do início de julho até o final de agosto, retornando no início de setembro.



Fonte: Canção Nova