terça-feira, 8 de janeiro de 2013

“Os bispos sejam humildes e corajosos diante dos dogmas intolerantes do agnosticismo”, diz o Papa



A Epifania é a manifestação "da bondade de Deus e do seu amor pelos homens": foi o que afirmou o Papa na missa por ele presidida na manhã deste domingo, 6 de janeiro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na Solenidade da Epifania do Senhor.
Durante a celebração, o Pontífice fez a ordenação de quatro novos bispos: dom Georg Gänswein, secretário particular de Bento XVI e prefeito da Casa Pontifícia; dom Vincenzo Zani, secretário da Congregação para a Educação Católica; e os núncios apostólicos, dom Fortunatus Nwachukwu e dom Nicolas Thevenin.
Na homilia, o Papa convidou os bispos a imitarem os Magos, homens que partiram rumo ao desconhecido, "homens inquietos movidos pela busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente considerável, mas andavam à procura da realidade maior".
"Talvez fossem homens eruditos – continuou o Santo Padre –, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam, sobretudo, saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é; se Se preocupa conosco e como podemos encontrá-Lo."
"Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus."
A este ponto de sua homilia, o Santo Padre perguntou-se "Como deve ser um homem a quem se impõem as mãos para a Ordenação episcopal na Igreja de Jesus Cristo?" Podemos dizer - afirmou: "Deve ser, sobretudo, um homem cujo interesse se dirige para Deus, porque só então é que ele se interessa verdadeiramente também pelos homens. E, vice-versa, podemos dizer: um Bispo deve ser um homem que tem a peito os outros homens, que se deixa tocar pelas vicissitudes humanas. Deve ser um homem para os outros; mas só poderá sê-lo realmente, se for um homem conquistado por Deus: se, para ele, a inquietação por Deus se tornou uma inquietação pela sua criatura, o homem."
Retomando a descrição dos Magos, Bento XVI ressaltou deles, em particular, a coragem e a humildade da fé:
"Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita. Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens. Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo. Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia. Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente."
Nessa linha, Bento XVI traçou a missão do bispo em nosso tempo: "A humildade da fé, do crer juntamente com a fé da Igreja de todos os tempos, há de encontrar-se, vezes sem conta, em conflito com a inteligência dominante daqueles que se atêm àquilo que aparentemente é seguro. Quem vive e anuncia a fé da Igreja encontra-se em desacordo também, em muitos aspectos, com as opiniões dominantes precisamente no nosso tempo".
"O agnosticismo, hoje largamente imperante, tem os seus dogmas e é extremamente intolerante com tudo o que o põe em questão, ou põe em questão os seus critérios. Por isso, a coragem de contradizer as orientações dominantes é hoje particularmente premente para um Bispo."
O Santo Padre prosseguiu traçando a missão do bispo em nosso tempo afirmando que ele te de ser valoroso:
“E esta valentia ou fortaleza não consiste em ferir com violência, na agressividade, mas em deixar-se ferir e fazer frente aos critérios das opiniões dominantes. A coragem de permanecer firme na verdade é inevitavelmente exigida àqueles que o Senhor envia como cordeiros para o meio de lobos. “Aquele que teme o Senhor nada temerá”, diz Ben Sirá (34, 14). O temor de Deus liberta do medo dos homens; faz-nos livres!"
A este ponto, Bento XVI recordou um episódio do início do cristianismo, narrado por São Lucas nos Atos dos Apóstolos, em que o sinédrio chamou os apóstolos e os flagelou. Proibindo-os de pregar o nome de Jesus, em seguida os libertou. Lucas afirma que eles foram embora cheios de alegria por terem sido julgados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.
Como os apóstolos – prosseguiu o Pontífice –, assim os bispos, seus sucessores, "devem esperar ser, repetidamente e de forma moderna, flagelados, se não cessam de anunciar alto e bom som a Boa-Nova de Jesus Cristo; hão de então alegrar-se por terem sido considerados dignos de sofrer ultrajes por Ele. Naturalmente queremos, como os Apóstolos, convencer as pessoas e, neste sentido, obter a sua aprovação; naturalmente não provocamos, antes, pelo contrário, convidamos todos a entrarem na alegria da verdade que indica a estrada".
"Contudo o critério ao qual nos submetemos não é a aprovação das opiniões dominantes; o critério é o próprio Senhor. Se defendemos a sua causa, conquistaremos incessantemente, pela graça de Deus, pessoas para o caminho do Evangelho; mas inevitavelmente também seremos flagelados por aqueles cujas vidas estão em contraste com o Evangelho, e então poderemos ficar agradecidos por sermos considerados dignos de participar na Paixão de Cristo."
"Os Magos seguiram a estrela e assim chegaram a Jesus, à grande Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem (cf. Jo 1, 9). Como peregrinos da fé, os Magos tornaram-se eles mesmos estrelas que brilham no céu da história e nos indicam a estrada", concluiu Bento XVI.

Manuscritos hebraicos são encontrados no Afeganistão


Jerusalém, 08 jan (SIR) - Fragmentos de manuscritos hebraicos com mais de mil anos, provenientes do Afeganistão foram adquiridos pela Biblioteca Nacional de Israel.
É o que informa o site da Biblioteca, acrescentando se tratar de documentos de significativo valor histórico que constituem uma prova a mais da presença da comunidade hebraica no norte do atual Afeganistão. Os fragmentos adquiridos pela biblioteca – refere a Agência Misna – são 29 e se acredita que façam parte de um grupo mais significativo de várias centenas, provenientes de uma “ghenizah”, o local onde são guardados documentos em uma sinagoga.
O fragmento mais importante é a página de um comentário da Bíblia do Profeta Isaías atribuído ao rabino egípcio Saadia Gaon, que viveu no século X, entre Egito e Bagdá. Os fragmentos, no entanto, são de um século mais tarde. “A região remota onde foram encontrados os documentos era um importante centro econômico, cultural e político durante a Idade Média”, afirmou o diretor acadêmico da Biblioteca Haggai Ben-Shammai, ao jornal Haaretz.
Os manuscritos são a primeira prova documental da presença desta comunidade de judeus provenientes de diversas regiões de influência persa e árabe. Encontrados dentro de uma caverna, os manuscritos são de diversos tipos: alguns são de caráter religioso, outros são contratos e cartas. São escritos em hebraico, aramaico, árabe e persa. Diversos são os alfabetos utilizados, alguns usam, além disto, um sistema de vocalização muito particular, chamado de “babilônico”, muito comum entre os hebreus de Bagdá.

Santo do dia

8 de janeiro

São Severino
Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 08/01/2013



Jesus encheu-se de compaixão 
Leitura Orante

Mc 6, 34-44

Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. Já estava ficando tarde, quando os discípulos se aproximaram de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e já é tarde. Despede-os, para que possam ir aos sítios e povoados vizinhos e comprar algo para comer". Mas ele respondeu: "Vós mesmos, dai-lhes de comer!" Os discípulos perguntaram: "Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar de comer a toda essa gente?" Jesus perguntou: "Quantos pães tendes? Ide ver". Eles foram ver e disseram: "Cinco pães e dois peixes". Então, Jesus mandou que todos se sentassem, na relva verde, em grupos para a refeição. Todos se sentaram, em grupos de cem e de cinquenta. Em seguida, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando-os aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu, também, entre todos, os dois peixes. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda encheram doze cestos de pedaços dos pães e dos peixes. Os que comeram dos pães foram cinco mil homens. 

Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando
com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo, tu que vieste dos céus abertos, do Pai, e que permaneceste conosco, em Jesus,
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade, terreno bom, onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida seja sinal eloquente da tua caridade. Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.
Jesus "teve pena daquela gente". Nós, Igreja, temos o mesmo sentimento. Como dizem os bispos em Aparecida:
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp 32).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Tenho os mesmos sentimentos de Jesus Cristo e da Igreja? Como olho as pessoas que estão "à beira do caminho" ou que parecem "ovelhas sem pastor"?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a

Oração a Nossa Senhora dos cuidados Humanos
Dom Hélder Câmara
Mãe, me alegra tanto ver o globo em tuas mãos!
Mas é globo muito pequeno e temo que dentro dele nossas grandes angústias sofram muita redução.
Olho de novo e descubro: o globo pequeno tem justamente a virtude
de reduzir ao tamanho exato os dramas que nos parecem imensos
e no entanto cabem e sobram na concha de duas mãos.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é voltado para os que mais sofrem.

Datas Comemorativas

8 de janeiro

Dia dos Santos Reis ou
Dia dos Reis Magos

Os povos latinos revivem anualmente as tradições do Natal, decorando árvores, dando presentes, assistindo à Missa do Galo e adorando os Reis Magos, presentes na singeleza do presépio - Uma representação do Natal -, criado por são Francisco de Assis, no século XIII.

Os apócrifos - obras dos séculos II e III da era cristã que preenchem lacunas sobre a vida de Jesus e de outros personagens importantes do Novo Testamento - revelam detalhes da cena em que os Reis Magos (ou sábios) estão diante do Menino Jesus.

Conta a história que um anjo teria revelado a Melquior, rei da Péria, Baltazar, rei da Índia e Gaspar rei de um país árabe, que havia a relação entre a estrela-guia e o Messias, chamado Jesus. Após o aviso do anjo, os três viajaram, por nove meses, até Belém.

Dar presentes era um costume oriental; assim, os Reis Magos ofereceram ao recém-nascido Jesus: ouro, incenso e mirra. O incenso simbolizava a sua essência divina; o ouro, a sua realeza; a mirra, a sua essência humana. Ademais, esses presentes expressavam as idades do ser humano: a juventude e a fecundidade do trabalhador; a maturidade e a firmeza do guerreiro; a experiência e a sabedoria do sacerdote.

Os Reis Magos ouviram um anjo, em sonho, aconselhá-los a que retornassem a suas nações, de tal maneira que excluíssem Jerusalém e Jericó de suas rotas, caso contrário, o Menino Jesus poderia ser morto pelo rei Herodes. Novamente, uma estrela os guiou; esse caminho pode ter sido pelo rio Jordão ou por Berseba, atualmente roteiro para Meca, no território de Moab e do mar Morto. Dizem que, depois do retorno, os Reis Magos foram batizados por são Tomás e trabalharam para a propagação da fé em Cristo.

No século IV, as Igrejas do Oriente celebravam, em 6 de janeiro, a festa do nascimento de Cristo e a Adoração dos Reis Magos; nas Igrejas do Ocidente, o nascimento era celebrado em 25 de dezembro. Posteriormente, ambas as Igrejas passaram a celebrar as duas datas: em 25 de dezembro, a Natividade, e em 6 de janeiro, o Dia dos Reis Magos ou Dia dos Santos Reis.

Mensagens




A plantação estava molhada
pelo orvalho da manhã.
A luz do sol coloria de ouro
o tapete de grama.
Uma estrelinha se apagava
feito um vaga-lume no céu.

Amanheceu.
Um amanhecer diferente
no canto dos pássaros,
na voz de Vó Belarmina
em oração,
no coração da gente.

Nezinho de Donana sae pra labuta.
No bornal, farinha e rapadura;
no peito, muita fé e coragem pra luta.
Uma codorna cai na arapuca...
Uma cobra engole um sapo...
A lei do mais forte, a fome do fraco.

Um amanhecer diferente,
um amanhecer em Deus,
que se repete todos os dias.
Mesmo assim a gente
não se cansa de orar,
não se cansa de agradecer!


Jackson Antunes