Dia 3 de Fevereiro - Segunda-feira
IV SEMANA DO TEMPO COMUM
*
(Verde – Ofício do Dia da 4ª Semana do Saltério)
Antífona da entrada:
Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo
mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso
louvor (Sl 105,47)
Oração do dia
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração e
amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Samuel 15,13-14.30; 16,5-13)
Leitura do segundo livro de Samuel.
15 13 Vieram então anunciar a Davi: “Os israelitas aderem a Absalão!”
14 Davi disse então a todos os que estavam com ele
em Jerusalém: “Vamos, fujamos, porque não podemos de outro modo escapar
a Absalão! Apressai-vos e parti, não suceda que ele nos surpreenda de
repente, e nos inflija a ruína, passando a cidade ao fio da espada”.
30 Davi subiu chorando o monte das Oliveiras,
cabeça coberta e descalço. Todo o povo que o acompanhava subia também
chorando, com a cabeça coberta.
31 Foi anunciado a Davi que Aquitofel estava
também entre os conjurados de Absalão. Davi disse: “Fazei que se
frustrem, ó Senhor, meu Deus, os desígnios de Aquitofel!”
32 Ora, chegando Davi ao cume do monte, no lugar
onde se adorava Deus, veio-lhe ao encontro Cusai, o araquita, com a
túnica em farrapos e a cabeça coberta de pó.
33 Davi disse-lhe: “Se vieres comigo, ser-me-ás pesado;
34 mas se voltares à cidade e disseres a Absalão:
eu quero ser, ó rei, teu servo, como fui outrora servo de teu pai;
doravante servir-te-ei a ti - então desconcertarás a meu favor o
desígnio de Aquitofel.
35 Terás lá contigo os sacerdotes Sadoc e Abiatar, a quem comunicarás tudo o que souberes no palácio real.
36 Com eles estão os seus dois filhos, Aquimaas,
filho de Sadoc, e Jônatas, filho de Abiatar; por eles me transmitireis
tudo o que ouvirdes”.
37 E Cusai, amigo de Davi, voltou para a cidade, no momento em que Absalão fazia a sua entrada em Jerusalém.
5 Quando o rei chegou a Baurim, apareceu um homem da família
da casa de Saul, chamado Semei, filho de Gera, o qual ia proferindo
maldições enquanto andava.
6 Atirava pedras contra o rei Davi e contra todos os seus
servos, embora todo o exército e todos os guerreiros valentes se
encontrassem à direita e à esquerda do rei.
7 E o amaldiçoava, dizendo: “Vai-te, vai-te embora, homem sanguinário e celerado.
8 O Senhor faz cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul,
cujo trono usurpaste; o Senhor entregou o reino ao teu filho Absalão.
Eis-te oprimido de males, homem sanguinário que és!”
9 Então Abisai, filho de Sarvia, disse ao rei: “Por que
insulta esse cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar, vou
cortar-lhe a cabeça”.
10 “Que nos importa, filho de Sarvia?”, respondeu
Davi. “Deixa-o amaldiçoar. Se o Senhor lhe ordenou que me amaldiçoasse,
quem poderia dizer-lhe: ‘por que fazes isso?’”
11 E Davi disse a Abisai e à sua gente: “Vede: se
meu filho, fruto de minhas entranhas, conspira contra a minha vida,
quanto mais agora esse benjaminita? Deixai-o amaldiçoar, se o Senhor lho
ordenou.
12 Talvez o Senhor considere a minha aflição e me dê agora bens por esses ultrajes”.
13 Davi e seus homens retomaram o seu caminho, mas
Semei ia ao longo da montanha, ao lado dele, vomitando injúrias,
atirando-lhe pedras e espalhando poeira pelo ar.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 3
Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam;
quanta gente se levanta contra mim!
Muitos dizem, comentando a meu respeito:
“Ele não acha a salvação junto de Deus!”
Mas sois vós o meu escudo protetor,
a minha glória que levanta a minha cabeça!
Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor,
do monte santo ele me ouviu e respondeu.
Eu deito e adormeço bem tranqüilo;
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
Não terei medo de milhares que me cerquem
e, furiosos, se levantem contra mim.
Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
Evangelho (Marcos 5,1-20)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas (Mt 8,17).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
5 1 Passaram à outra margem do lago, ao território dos gerasenos.
2 Assim que saíram da barca, um homem possesso do espírito imundo saiu do cemitério
3 onde tinha seu refúgio e veio-lhe ao encontro. Não podiam atá-lo nem com cadeia, mesmo nos sepulcros,
4 pois tinha sido ligado muitas vezes com grilhões e cadeias, mas os despedaçara e ninguém o podia subjugar.
5 Sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e nos montes, gritando e ferindo-se com pedras.
6 Vendo Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, gritando em alta voz:
7 “Que queres de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus, que não me atormentes”.
8 É que Jesus lhe dizia: “Espírito imundo, sai deste homem!”
9 Perguntou-lhe Jesus: “Qual é o teu nome?” Respondeu-lhe: “Legião é o meu nome, porque somos muitos”.
10 E pediam-lhe com instância que não os lançasse fora daquela região.
11 Ora, uma grande manada de porcos andava pastando ali junto do monte.
12 E os espíritos suplicavam-lhe: “Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles”.
13 Jesus lhos permitiu. Então os espíritos
imundos, tendo saído, entraram nos porcos; e a manada, de uns dois mil,
precipitou-se no mar, afogando-se.
14 Fugiram os pastores e narraram o fato na cidade e pelos arredores. Então saíram a ver o que tinha acontecido.
15 Aproximaram-se de Jesus e viram o possesso
assentado, coberto com seu manto e calmo, ele que tinha sido possuído
pela Legião. E o pânico apoderou-se deles.
16 As testemunhas do fato contaram-lhes como havia acontecido isso ao endemoninhado, e o caso dos porcos.
17 Começaram então a rogar-lhe que se retirasse da sua região.
18 Quando ele subia para a barca, veio o que tinha sido possesso e pediu-lhe permissão de acompanhá-lo.
19 Jesus não o admitiu, mas disse-lhe: “Vai para
casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti,
e como se compadeceu de ti”.
20 Foi-se ele e começou a publicar, na Decápole, tudo o que Jesus lhe havia feito. E todos se admiravam.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A LIBERTAÇÃO DO MAL
Jesus também manifestou seu poder além das fronteiras de Israel, fazendo
os pagãos se beneficiarem da presença do Reino. O gesto de Jesus
indicava aos discípulos os caminhos que teriam pela frente, no seu afã
missionário. O evangelho deveria ser levado até os pagãos.
O encontro com um homem possuído pelo espírito imundo não assustou
Jesus. Impressiona seu alto grau de insociabilidade. Sua condição era
apavorante! Porém, mesmo em terras estrangeiras, o espírito imundo
reconheceu ser Jesus o Filho do Deus Altíssimo, que veio para
atormentá-lo. E Jesus, como sempre, veio em socorro daquela pobre
criatura, compadecido dela, para libertá-la de sua terrível escravidão.
O pedido da legião de espíritos para entrarem na manada de porcos indica
que seu lugar de moradia não é o ser humano, mas, sim, o mundo da
impureza, simbolizado pelos animais impuros. Os porcos, porém, se lançam
no mar, símbolo das forças incontroladas do mal, significando que, pela
ação de Jesus, o poder do mal foi aniquilado. Liberto do poder do mal, o
homem retomou a convivência social, para espanto de muitos.
A reação do povo do lugar foi de rejeição a Jesus. Sua presença poderia
arruinar a economia local. Eles o expulsaram para defender seus
interesses. Porém, o homem liberto se encarregou de proclamar as grandes
coisas que Jesus fez por ele.
Oração
Senhor Jesus, expulsa, com a força da tua palavra, o espírito do mal que insiste em manter a humanidade cativa do seu poder.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Para vos servir, ó Deus, depositamos nossas oferendas em
vosso altar; acolhei-as com bondade, a fim de que se tornem o sacramento
da nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Mostrai serena a vossa face ao vosso servo e salvai-me pela vossa compaixão! (Sl 30,17s).
Depois da comunhão
Renovados pelo sacramento da nossa redenção, nós vos
pedimos, ó Deus, que este alimento da salvação eterna nos faça progredir
na verdadeira fé. Por Cristo, nosso Senhor.
MEMÓRIA FACULTATIVA
SÃO BRÁS
(Vermelho – Ofício da Memória)
Oração do dia: Ouvi,
ó Deus, as preces do vosso povo, confiado pelo patrocínio de São Brás;
concedei-nos a paz neste mundo e a graça de chegar à vida eterna. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas:
Santificai, ó Deus, com a vossa bênção, as nossas oferendas e acendei
em nós o fogo do vosso amor, que levou são Brás a vencer os tormentos do
martírio. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão:
Ó Deus, que estes sagrados mistérios nos concedam a fortaleza de ânimo
que levou vosso mártir são Brás a vos servir fielmente a vencer o
martírio. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO BRÁS):
A vida e os feitos de São Brás
atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem a profunda fé e a
admiração popular. Ele é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma
intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua
intercessão quando um filho engasga ou apresenta problemas de garganta. A
bênção de São Brás, procurada principalmente por quem tem problemas
nesta parte do corpo, onde é ministrada nesta data em muitas igrejas do
mundo cristão.
O prodígio atribuído à ele quando era levado preso, para depois ser
torturado, é dos mais conhecidos por pessoas de todo o planeta. Consta
que uma mãe aflita jogou-se aos seus pés pedindo que socorresse o filho,
que agonizava com uma espinha de peixe atravessada na garganta. O santo
rezou, fez o sinal da cruz sobre o menino e este se levantou milagrosa,
e imediatamente como se nada lhe tivesse acontecido.
Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os
pobres e cristãos perseguidos e por essas virtudes foi nomeado bispo de
Sebaste , isto no século três. Também sabemos que, apesar de aqueles
anos marcarem os finais das grandes perseguições aos cristãos, muitos
ainda torturados e mortos na mão dos poderosos pagãos. Brás abandonou o
bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim,
depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as
ordens do imperador Licínio, em 316.
Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu suplício. Segundo
elas, fama de sua santidade rodou o mundo ainda enquanto vivia e sua
morte foi impressionante. O bispo Brás teria sido terrivelmente
flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para
morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com
pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o
degolaram para ter certeza de sua morte.
O corpo do santo mártir ficou guardado na sua catedral de Sebaste da
Armênia, mas no ano 732 uma parte de suas relíquias foram embarcadas por
alguns cristãos armênios que seguiam para Roma.
Nessa ocasião uma repentina tempestade interrompe a viagem na altura da
cidade de Maratea, em Potenza; e alí os fieis acolhem as relíquias do
santo numa pequena igreja, que depois se tornaria sua atual basílica e a
localidade receberia o nome de Monte São Brás.
Mais recentemente, em 1983 no local da igrejinha inicial foi erguida uma
estátua de São Brás, com a altura de vinte e um metros. Como dissemos,
do Oriente ao Ocidente, todo mundo cristão se curva à devoção de São
Brás nomeando ainda hoje cidades e locais, para render-lhes homenagem e
veneração.