quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Evangelho do dia


A violência do Reino de Deus

"Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam."


(Foto: )
Mateus 11,11-15
Como entender a afirmação de Jesus, segundo a qual "o Reino sofre violência e são os violentos que o conquistam"? Pensou-se tratar das duras renúncias exigidas dos discípulos do Reino; da violência dos que querem estabelecer o Reino pela força das armas, como queriam os zelotas; da tirania dos poderes demoníacos (dos homens perversos) que resistem ao Reino, apoderando-se dele e impedindo que outras pessoas façam parte dele, e o Reino cresça; do Reino abrindo caminho pelo mundo com violência.

Por um lado, quando Jesus começou a pregar, nos dias de João Batista, muita gente se converteu, esforçando-se para entrar no Reino. Tratando-se de uma proposta dura e exigente, era impossível acolhê-la sem abrir mão dos projetos pessoais e sem se predispor a "tomar, cada dia, a própria cruz" e pôr-se a seguir Jesus. Portanto, nada de contemporizar com o egoísmo e a maldade que corrompem o coração humano.

Por outro lado, desde o início de seu ministério, o Mestre viu-se às voltas com a violência das forças do anti-Reino, articuladas para neutralizá-lo, de modo a impedir que muitas pessoas entrassem nele. A trágica morte de João Batista serviu de presságio para o destino de Jesus.

O discípulo experimenta, pois, dois níveis de violência: um interno, enquanto combate seus vícios e pecados; e outro externo, enquanto é vítima da maldade dos inimigos do Reino.
Oração
Pai, dá-me força para combater os vícios e os pecados que me impedem de aderir plenamente ao teu Reino, e para suportar a violência dos que se opõem a ti.

Compreender o Deus vivo em perspectiva cósmica


“Com que direito nos denominamos homo sapiens se destroçamos o imenso investimento que foi feito para produzir a terra?” É a indagação de Elizabeth A. Johnson, autora do texto “O Deus vivo em perspectiva cósmica”, publicado pelos Cadernos Teologia Pública, no. 51. A resenha é de Afonso Maria das Chagas, mestrando no PPG em Direito da Unisinos.

Para Elizabeth A. Johnson a perspectiva cósmica emerge como consciência da grandeza e singularidade da Terra como planeta onde a vida humana e a vida deste planeta estão entrelaçadas. As recentes descobertas da formação da galáxia, a Teoria do Big Bang, os estudos sobre a origem da vida na terra nos dão conta que o universo é insondavelmente velho, incompreensivelmente grande, profundamente dinâmico e complexamente interconectado.
Desta forma, a cosmologia contemporânea ensina que a terra não é simplesmente um palco, onde se desenrola o drama humano, ou seja, a terra tem mais do que um só valor instrumental para nosso uso, não somos exclusivos. Quanto ao enfoque teológico, Por um longo tempo a atenção da teologia expressou sua atenção de forma estreita nos seres humanos, na sua pecaminosidade e consequente necessidade de redenção. Ignorava-se toda a comunidade de vida com a qual compartilhávamos a existência.
Nesta abordagem, portanto, um primeiro passo da teologia deve voltar-se para a dimensão do “cuidado ético”, que nasce com a percepção renovada do Deus vivo e presente na sua obra criada. Se a terra, como criação é um sacramento da glória de Deus, a sua destruição, na perspectiva cristã, apresenta as marcas da profanação desta obra criada. “Com que direito nos denominamos homo sapiens se destroçamos o imenso investimento que foi feito para produzir a terra?”
Um segundo passo na abordagem teológica remete-nos às profundas conexões entre a injustiça social e a devastação ecológica. Se o objetivo é assegurar as mais dignas condições de vida para todos não tem como negar a desproporcionalidade que existe, sobretudo porque os países pobres e, nestes, a população mais pobre, é quem mais sofre com a destruição ambiental. Em outras palavras, a devastação de pessoas e a devastação da terra andam juntas.  Perceber a presença e a ação de Deus no mundo deveria levar o cristão a um envolvimento ético com o mundo natural que o hospeda.
Estes passos, no entanto, pressupõem uma nova forma de compreender a presença de Deus no mundo. Sob este novo olhar, Deus não será mais visto no ápice de uma pirâmide, fora do mundo, mas habitando a criação, dentro dela. O Espírito Criador é o fluxo incessante e dinâmico do poder amoroso que sustenta o mundo, gera a vida, tece conexões entre as criaturas e continua renovando a face da terra. Eis a gramática de uma teologia ecológica do Espirito Santo de Deus.
Trata-se, portanto, de perceber o mundo criado, a matéria, como portadora da marca do sagrado. Ela própria contém uma radiância espiritual. Por este filtro teológico torna-se possível fazer uma revisita às tradicionais expressões cristãs e ao sentido dado a conceitos fundantes da doutrina cristã como: criação, aliança, encarnação, a cruz e a ressurreição e a escatologia.
Mas trata-se também de enfrentar algumas questões controvertidas que o “senso comum” muitas vezes sustenta, como o problema do mal no mundo, o porquê do sofrimento frente o sentido do poder de Deus, entre outras. São questões para quais os cristãos não têm uma resposta teórica. Da mesma forma, seria ilógico considerar como “vontade de Deus”, a responsabilidade pelo sofrimento no mundo. Esta imagem de Deus traduz o poder divino nos moldes do poder dos monarcas e não no sentido que os evangelhos explicitam.
Se prender a este círculo vicioso indagativo é fechar-se à compreensão do poder como amor relacional da parte de Deus com sua obra criada. O Espírito de Deus se move no mundo com amor compassivo que respeita a natureza própria e a autonomia de todas as criaturas. Em outras palavras, não se trata de um amor intrusivo, mas um amor que respeita e permite a organização do universo conforme suas próprias regras. Não se nega a onipotência, mas expressa a sua redefinição. Por essa perspectiva é que ressoa a seguinte questão: a kenosis divina não se expressa e continua se expressando na ação de Deus no mundo desde o princípio?
Nesta releitura a ação do Espírito Criador passa a ser compreendida como fonte imanente do novo. No entanto, em vez de interferir a partir de fora, o Espírito Criador possibilita a criação contínua a partir de dentro. E assim, a fé no Espírito da Vida não dará jamais motivos para a complacência ou para o desespero. Somente para a esperança.
A versão completa dos Cadernos Teologia Pública nº 51, encontra-se disponível no Portal do IHU-Unisnos.
Instituto Humanitas - Unisinos, 13/12/12.

Recife: camapnha pelas vítimas da seca


Recife, 13 dez (SIR) - A Campanha “Tem gente com sede” lançada pela Arquidiocese de Olinda e Recife em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) realiza no próximo sábado, 15, um grande ato de arrecadação de água mineral para as vítimas da seca que atinge o Estado.
Será montado um posto de coleta ao lado da Capela da Jaqueira que funcionará até às 15h. Com o término da campanha, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, presidirá momento celebrativo e dará a bênção de envio a todo o material arrecadado durante o dia. O próximo passo será a distribuição das doações às cidades escolhidas. Esta será a segunda remessa de donativos entregues nas comunidades. A primeira foi entregue na última semana nas cidades de Ibirajuba, São Bento do Una e Águas Belas, localizadas no Agreste do Estado. A campanha segue durante toda a semana nas 109 paróquias, que deverão levar os donativos para o Parque da Jaqueira. posto central de arrecadação.

Lançamento - Na ocasião, será lançada a segunda etapa da campanha, que será a criação de um Fundo Social. A Cáritas Regional irá disponibilizar uma conta bancária para que possam ser feitas contribuições em dinheiro. De acordo com o secretário do organismo, padre Jandeilson Rodrigues, a partir daí, serão feitas ações estruturais.
“É importante que não façamos ações isoladas. A ideia é tentar, com esta iniciativa, dar continuidade ao projeto. Este ato da Igreja pode desencadear outras ações locais”. A Cáritas desenvolve obras hídricas e atividades educacionais e produtivas. Mostrando que é possível a convivência com o semiárido. O terceiro passo a ser dado pelas entidades será a produção de um documento cobrando do governo ações concretas estruturais.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 13/12/2012



A mensagem de João Batista
Leitura Orante


Mt 11,11-15

Eu afirmo a vocês que isto é verdade: de todos os homens que já nasceram, João Batista é o maior. Porém quem é menor no Reino do Céu é maior do que ele. Desde os dias em que João anunciava a sua mensagem, até hoje, o Reino do Céu tem sido atacado com violência, e as pessoas violentas tentam conquistá-lo. Até o tempo de João, todos os Profetas e a Lei de Moisés falaram a respeito do Reino. E, se vocês querem crer na mensagem deles, João é Elias, que estava para vir. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.

Leitura Orante

- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet,
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto na minha Bíblia: Mt 11,11-15, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Jesus diz que João é o menor no Reino. Mas diz ainda que ele é Elias. Queria dizer que o fogo do Espírito estava nele e o fazia "correr adiante" , como "precursor" do Senhor que vem. João é mais que um profeta (Lc 7,26). Nele, o Espírito Santo conclui a tarefa de "falar pelos profetas". Ele é a voz do que vem. E a mensagem de João é forte. Diz que o Reino dos céus é dos violentos. Como? Esta violência entende-se como renunciar às nossas grandezas e tornar-nos pequenos. O próprio Jesus nos ensinou fazendo-se pequeno. "Tornar-se criança" em relação a Deus é a condição para entrar no Reino (Mt 18,3-4). É preciso nascer de novo, "nascer do alto" (Jo 3,7). Assim, João nos prepara para o Natal. E o mistério do Natal realiza-se em nós quando Cristo "toma forma" em nós. (Gl 4,19).

Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje? Como posso concretizar na minha vida esta mensagem de João Batista? Ajudam-me os bispos que, em Aparecida falaram também de conversão: "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação. "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação. (DAp 351).
Vou buscar este caminho através de um sério exame de consciência e do sacramento da reconciliação.

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus? Faço meu exame de consciência, em espaço maior de tempo, seguindo a sugestão do Pe. Tiago Alberione, no roteiro que segue.
Diz ele: "Então o Coração de Jesus curará o nosso das suas doenças (indiferença, desconfiança, má inclinação, paixões doentias, sentimentos vãos, aspirações humanas...), e o fará bater em uníssono com o seu pela glória de Deus e a paz das pessoas. Nos fará compreender o abismo do nosso nada e a grande elevação em Jesus Cristo". Nesta época de preparação ao Natal este apelo nos ajuda a fazer um exame de consciência, procurar o sacramento da reconciliação. Esta é uma maneira bastante cristã de celebrar o Natal.

Como fazer o Exame de Consciência?
Padre Alberione indica os seguintes passos:
- Oração inicial:
Peço graças para fazer bem o exame. Peço a ajuda de Deus para recordar as vezes em que faltei e também, peço força, decisão para me corrigir.
Pode se rezar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima - Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser,
eu vos adoro, amo e agradeço.
- Agradecimento. Agradeço a Deus por todas as graças recebidas em toda a minha vida. Rezo com São Paulo: 1Tm 1,12-17:
"Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, porque, apesar de eu ser antes blasfemador, perseguidor e insolente, me fortaleceu, confiou em mim e me chamou para seu serviço. Teve compaixão de mim, porque eu errava por ignorância e falta de fé. O Senhor Deus me deu muitas graças, com a fé e o amor de Jesus Cristo...Ao Rei dos séculos, ao Deus único, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém".
- Exame: peço conta de mim mesmo sobre os pensamentos, palavras e ações. Posso me servir da carta de São Paulo aos Coríntios para me examinar,1Cor 13,1-13 (pode ler na própria Bíblia, o texto todo): "O amor é paciente, é amável, o amor não é invejoso nem fanfarrão, não é orgulhoso, não faz coisas inconvenientes, não procura o próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça... tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta(...)" É assim que amo?
-Arrependimento: Peço perdão a Deus, de forma espontânea. Deixo o coração falar ao Pai misericordioso.
Digo como o filho pródigo: "Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço chamar-me teu filho" (Lc 15,18)
- Proponho viver conforme à vontade de Deus. Rezo o Pai Nosso. (empenho-me por me confessar e receber o sacramento da reconciliação).
Jesus Mestre, a tua vida é preceito, caminho, segurança única, verdadeira, infalível.
O Presépio, Nazaré, o Calvário, tudo é um caminho de amor ao Pai, de pureza
infinita, de amor às pessoas, ao Sacrifício...
Faze com que eu a conheça, faze com que eu coloque, a cada momento, o meu pé sobre as tuas pegadas.(...) O caminho largo não é teu: Jesus, eu ignoro todo caminho não indicado por ti. Aquilo que Tu queres, eu quero.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou agir conforme o Projeto de Jesus Mestre para mim. Vou viver todos os dias de minha vida como uma pessoa reconciliada.

Bênção natalina
( do bem-aventurado Alberione)
Jesus Menino coloque a sua mãozinha
sobre tua cabeça e derrame sobre ti
a sua luz, conforto e alegria.
Amém!
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Santo do dia


Santa Luzia ou Lúcia
Século IV


13 de dezembro

Santa Luzia ou Lúcia
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.

Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.

Luzia pertencia a uma rica família napolitana de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.

Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.

Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

Mensagens




A grande roda da história sempre girou numa só direção: da periferia para o centro, do pequeno para o grande, o pouco a serviço do muito, que nada mais é que a lei do mais forte, o peixe graúdo que devora o miúdo.

Foi o que aconteceu na grande família humana... Quando o Filho de Deus, quando Jesus nasceu, lá, na periferia dos grandes impérios, na periferia das capitais, fora também da pequena cidade, Belém, na estrebaria, na manjedoura, a grande roda da história por breve instante parou.

Alguma coisa começou a rodar em sentido contrário ou, melhor, no verdadeiro sentido da vida, da história de uma verdadeira família, no sentido do Reino de Deus: do centro para a periferia, do grande para o pequeno, os reis Magos para o menino na manjedoura, o muito a serviço do pouco, para que o pequeno cresça e se estabeleça assim a igualdade, e na igualdade a comunhão mais autêntica, como em Deus, no modelo da Trindade: comunhão das pessoas iguais e distintas.

Então, o maior, o infinito, será encontrado no menor. Esse foi realmente o ano zero da história!É válido contar os anos a partir desse dia em que Deus se fez um Deus Menor e a opção preferencial pelos excluídos surgiu como luz das nações.


Giuliana Martirani

Do Livro: A civilização da Ternura - Paulinas