domingo, 28 de junho de 2015

Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo


Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo - RV
27/06/2015 07:16
Cidade do Vaticano (RV) – A Liturgia reúne em uma única celebração os dois grandes apóstolos: Pedro, o escolhido para conduzir a Igreja e confirmar seus irmãos na fé e Paulo, o eleito por Deus, para ser o Evangelizador, aquele que com suas cartas e suas pregações refletiu e ensinou de modo profundo e singular as palavras do Mestre.
A primeira leitura extraída dos Atos dos Apóstolos nos fala da perseguição perpetrada por Herodes Agripa aprisionando Pedro, após perceber a satisfação dos judeus ao verem Tiago, irmão de João Evangelista, ser morto à espada.
A Igreja, sem parar, rezou por seu Pastor e Deus a ouviu enviando um anjo para libertar Pedro.
Na segunda leitura, temos a despedida de Paulo onde ele diz já ter sido oferecido em libação, isto é, já está pronto para o sacrifício. Paulo conheceu, durante sua vida, após a conversão, o que é perseguição, fome, açoites, naufrágios, humilhações; tudo isso  por amor a Jesus Cristo.
Finalmente, no Evangelho de hoje vemos os discípulos responderem à pergunta de Jesus sobre quem é ele, relatando diversas opiniões. Uma delas tem origem em Herodes Antipas, aquele que mandou degolar João Batista. Ele crê que Jesus é o Batista redivivo. Para outros, o Senhor é algum dos Profetas.
Em um segundo momento o Senhor quer saber a opinião de seus discípulos, daqueles que o acompanham pelo menos há alguns anos. Pedro assume a liderança e iluminado pelo Espírito Santo responde que Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo!
Esse mesmo Espírito faz Pedro entender que nas ações de Jesus está a instauração da nova sociedade. Ao mesmo tempo, Jesus entende que foi o Pai quem revelou sua identidade a Pedro e o investe de autoridade para poder cumprir sua missão de confirmar seus irmãos na fé.
Portanto, a entrega de nossa vida ao Pai, deverá ser como a dos Apóstolos. Entrega radical, plena, sem guardarmos nada para nós, mas visando apenas o interesse do Reino de Deus.
Muitas vezes nos fixamos na grandeza e na beleza de ser papa, de ser bispo ou simplesmente ser um sacerdote, mas junto a todas essas missões, encontramos o lado da renúncia, da abnegação de si mesmo e a aceitação de abraçar a cruz quando se fizer necessário.
Será exatamente nessa ocasião que o missionário, o apóstolo precisará das orações da Igreja, não tanto para libertá-lo da dor e da morte, mas para torná-lo forte e firme na fé e dar o testemunho como Deus deseja.
Mas ao falarmos em testemunhar a fé em Deus, é bom deixar claro que essa ocasião não é somente no martírio explícito, mas cotidianamente o missionário, o apóstolo é chamado a demonstrar por atos que crê em Deus. Por isso, rezar sempre pelos nossos pastores, por aqueles que gastam sua vida em nos confirmar na fé, é imperioso!
Celebrar São Pedro e São Paulo não será apenas louvar essas duas colunas da fé, mas rezar mais por aqueles que os sucedem na missão de governar a Igreja e propagar o Evangelho, além de ter por eles um carinho especial. (Padre César Augusto dos Santos, SJ)
http://br.radiovaticana.va/news/2015/06/27/solenidade_dos_ap%C3%B3stolos_pedro_e_paulo/1154395

Angelus: a fé dá plenitude à nossa humanidade


A força da fé foi o tema da alocução que precedeu o Angelus de 28 de junho - AFP
28/06/2015 12:42
Cidade do Vaticano (RV) – Milhares de fiéis e peregrinos enfrentarem o calor de cerca de 30º graus centígrados para rezar com o Papa o Angelus na Praça S. Pedro.
Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco comentou o Evangelho do dia, que fala da ressurreição de uma jovem de doze anos, filha de um dos chefes da sinagoga.
A força da fé
O pai implora a Jesus para salvá-la. Após a sua morte, Jesus lhe diz: “Não temas, crê somente!”. Ao entrar em casa, o Senhor se dirige à jovem, dizendo: “Menina, eu te digo: levanta-te!”. No mesmo instante, a menina se levantou e começou a caminhar. “Aqui se vê o poder absoluto de Jesus sobre a morte física, que para Ele é como um sono do qual se pode despertar”, disse o Papa.
Deus perdoa tudo e todos
Nesta narração, o Evangelista insere outro episódio: a cura de uma mulher que há 12 anos sofria de perdas de sangue. Por causa desta doença que, de acordo com a cultura do tempo, a tornava “impura”, ela deveria evitar todo contato humano: estava condenada a uma morte civil. Esta mulher anônima, em meio à multidão que segue Jesus, diz: “Se ao menos tocar as suas roupas, serei salva”. Jesus se dá na conta e, em meio à multidão, procura o rosto daquela mulher. Ela aproxima-se trêmula e Ele diz: “Minha filha, a tua fé te salvou”. “É a voz do Pai celeste que fala em Jesus. Ele perdoa tudo e todos”, disse o Papa.
Ressurreição e reencarnação
Francisco observou que esses dois episódios – uma cura e uma ressurreição – têm um único centro: a fé. “Todo o Evangelho é escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou, venceu a morte e, por esta sua vitória, também nós ressuscitaremos.”
Esta fé, advertiu o Papa, pode obscurecer-se e tornar-se incerta, a ponto de alguns confundirem ressurreição com reencarnação. “Mas a  Palavra de Deus deste domingo nos convida a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, tem poder sobre o mal e sobre a morte, e quer nos levar para a casa do Pai, onde reina a vida”.
Renovação e esperança
O Pontífice recordou que a ressurreição de Cristo atua na história como princípio de renovação e de esperança. “Quem estiver desesperado e extenuado, se confiar em Jesus e no seu amor pode recomeçar a viver, pode ter uma nova vida, mudar de vida. Começar uma nova vida é um modo de ressuscitar. A fé é uma força de vida, dá plenitude à nossa humanidade.”
Quem crê em Cristo, prosseguiu, deve ser reconhecido por promover a vida em qualquer situação, por possibilitar a todos, especialmente aos mais vulneráveis, o amor de Deus que liberta e salva.
E concluiu: “Peçamos ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, o dom de uma fé forte e corajosa, que nos impulsiona a ser difusores de esperança e de vida entre os nossos irmãos”.
(BF)
http://br.radiovaticana.va/news/2015/06/28/angelus_a_f%C3%A9_d%C3%A1_plenitude_%C3%A0_nossa_humanidade/1154697

Príncipes dos Apóstolos


A comunhão com a verdadeira fé é transmitida de modo ininterrupto e fiel na Igreja de Cristo.
Por Cardeal Orani João Tempesta*
Neste final de semana a Igreja celebra a santidade de vida de São Pedro e São Paulo apóstolos. Estes santos são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários, por isso chamados justamente de “príncipes dos Apóstolos”.
Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu o Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.
Em sua fragilidade, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho quando da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho. O Papa Francisco, na missa da Solenidade dos Apóstolos em 29 de junho de 2014, disse: “O testemunho do apóstolo Pedro lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a escravidão e de qualquer tentação mundana”.
Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.
Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.
Esta Solenidade de São Pedro e São Paulo dá-nos a oportunidade para algumas reflexões importantes. A Igreja é apostólica. Esta é uma propriedade essencial. João, no Apocalipse, vê a Jerusalém celeste fundada sobre doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (cf. 21,14). Eis: a Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que Ele mesmo escolheu. Seu alicerce, portanto, sua origem, seu fundamento é o ministério e a pregação apostólica que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada ao bel-prazer das modas de cada época; crer que a Igreja tem como fundamento os Apóstolos significa afirmar que não somos nós, mas o Cristo, no Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja pelo ministério dos legítimos sucessores dos Apóstolos. O critério daquilo que cremos, a regra da nossa adesão ao Senhor Jesus, a norma da nossa fé é aquilo que recebemos dos santos Apóstolos uma vez para sempre.
A eles e aos seus legítimos sucessores o Senhor confiou a Sua Igreja, concedendo-lhes a autoridade com a unção do Espírito para desempenharem o ofício de guiar o Seu rebanho pelos séculos a fora.
Olhemos, irmãos amados, para Pedro e Paulo e renovemos nosso firme propósito de nos manter alicerçados na fé católica e apostólica que eles plantaram juntamente com os demais discípulos do Senhor. Estejamos atentos para não perder a comunhão com a verdadeira fé, transmitida de modo ininterrupto e fiel na Igreja de Cristo, santa, católica e apostólica.
Outro aspecto importante é o significado de ser Apóstolo: ele não é somente aquele que prega Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele conviveu, nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte. Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso. Incessantemente trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Assim, a morte trabalha em nós; a vida, porém, em vós” (2Cor 4, 5.7.10.12).
Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, para que os irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo que não há maior prova de amor que dar a vida pelos outros! Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo, que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles! Rezemos neste dia pelo Papa Francisco, pois hoje é também o Dia do Papa. Deus o conserve como sucessor do Apóstolo Pedro!
Lembro as oportunas palavras do Papa Francisco aos Arcebispos em 29 de junho de 2014, que é atualíssima para todos nós, particularmente na alegria de anunciarmos o Evangelho da Esperança, não só aos ministros ordenados, mas a todos os homens e mulheres de boa vontade: “Hoje, o Senhor repete a mim, a vós e a todos os Pastores: Segue-Me! Não percas tempo em questões ou conversas inúteis; não te detenhas nas coisas secundárias, mas fixa-te no essencial e segue-Me. Segue-Me, não obstante as dificuldades. Segue-Me na pregação do Evangelho. Segue-Me no testemunho duma vida que corresponda ao dom da graça do Batismo e da Ordenação. Segue-Me quando falas de Mim às pessoas com quem vives dia-a-dia, na fadiga do trabalho, do diálogo e da amizade. Segue-Me no anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos últimos, para que a ninguém falte a Palavra de vida, que liberta de todo o medo e dá a confiança na fidelidade de Deus. Tu segue-Me”!
CNBB 26-06-2015
*Cardeal Orani João Tempesta é arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ).

Meu Dia com Deus

DIA 28 DE JUNHO - DOMINGO

Ouça: 
Evangelho do Dia: (Mateus 16,13-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir a minha igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la (MT 16,18)


Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”
14 Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”.
15 Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?”
16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”
17 Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Palavra da Salvação.

 
Meditando o Evangelho

FÉ E MISSÃO

          A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
            Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
            Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
            Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
            Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
 
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
 

Evangelho do Dia

B - 28 de junho de 2015

Mateus 16,13-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir a minha igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la (MT 16,18)


Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”
14 Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”.
15 Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?”
16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”
17 Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Palavra da Salvação.

 

Comentário do Evangelho

FÉ E MISSÃO

          A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
            Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
            Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
            Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
            Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
 
Leitura
Atos 12,1-11
Leitura dos Atos dos Apóstolos. 12 1 Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar.
2 Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João.
3 Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então os dias dos pães sem fermento.
4 Mandou prendê-lo e lançou-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
5 Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus.
6 Ora, quando Herodes estava para o apresentar, naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere.
7 De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos.
8 O anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”.
9 Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando.
10 Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu.
11 Então Pedro tornou a si e disse: “Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus”.
Palavra do Senhor.
Salmo 33/34
De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

Bendirei o Senhor Deus em todo tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
 
Oração
Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação pela intercessão dos apóstolos são Pedro e são Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 28 DE JUNHO - DOMINGO

SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(VERMELHO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)

Antífona de entrada:
Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus.
Oração do dia
Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação pela intercessão dos apóstolos são Pedro e são Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 12,1-11)
Leitura dos Atos dos Apóstolos. 12 1 Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar.
2 Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João.
3 Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então os dias dos pães sem fermento.
4 Mandou prendê-lo e lançou-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
5 Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus.
6 Ora, quando Herodes estava para o apresentar, naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere.
7 De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos.
8 O anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”.
9 Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando.
10 Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu.
11 Então Pedro tornou a si e disse: “Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 33/34
De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

Bendirei o Senhor Deus em todo tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
 
Leitura (2 Timóteo 4,6-8. 17-18)
Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.
4 6 Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima.
7 Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
8 Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.
17 Contudo, o Senhor me assistiu e me deu forças, para que, por meu intermédio, a boa mensagem fosse plenamente anunciada e chegasse aos ouvidos de todos os pagãos. E fui salvo das fauces do leão.
18 O Senhor me salvará de todo mal e me preservará para o seu Reino celestial. A ele a glória por toda a eternidade! Amém.
Palavra do Senhor.



 
Evangelho (Mateus 16,13-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir a minha igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la (MT 16,18)


Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”
14 Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”.
15 Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?”
16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”
17 Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Palavra da Salvação.

 
Comentário ao Evangelho

FÉ E MISSÃO

          A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
            Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
            Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
            Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
            Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
 

Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
 

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
 
Sobre as oferendas
Ó Deus, que a oração de vossos apóstolos acompanhe as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas e nos alcance celebramos este sacrifico com o coração voltado para vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Pedro disse a Jesus: Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo. Jesus lhe respondeu: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei (MT 16,16.18).
Depois da comunhão
Concedei-nos, ó Deus, por esta eucaristia, viver de tal modo na vossa Igreja, que, perseverando na fração do pão e na doutrina dos apóstolos, e enraizados no vosso amor, sejamos um só coração e uma só alma. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO PEDRO E SÃO PAULO):
A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.

E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.

A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero.

Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.

São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.

São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios".

São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.