quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Papa: "Reconhecer os pecados para receber o carinho de Jesus"




Cidade do Vaticano (RV) – A coragem de admitir nossos pecados abre as portas ao carinho de Jesus e ao seu perdão: foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de quinta-feira, 18, na Casa Santa Marta.

A leitura do dia, extraída do Evangelho de Lucas, fala da pecadora que lava os pés a Jesus com suas lágrimas e os unge de perfume, enxugando-os com seus cabelos.

“Jesus foi convidado a comer na casa de um fariseu, pessoa de certo nível e cultura” – disse o Papa – “que queria ouvir Jesus e sua doutrina. E dentro de si, julgou seja pecadora como Jesus, que se fosse um profeta, saberia que gênero de mulher era aquele que o tocava”. “O fariseu não era mau, mas não conseguia entender o gesto daquela mulher:

"Não conseguia entender os gestos elementares do povo. Talvez este homem tivesse esquecido como se acaricia uma criança, como se consola uma idosa. Em suas teorias, em sua vida de governante, não se lembrava dos primeiros gestos da vida, aquele nós todos, quando nascemos, recebemos de nossos pais”.

Jesus – destacou o Papa – repreendeu o fariseu com humildade e ternura: “A sua paciência, o seu amor e o desejo de salvar todos o levaram a lhe explicar o que fez a mulher e os gestos de cortesia que ele mesmo não fez. E em meio ao murmúrio dos convivas, disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados! Tua fé te salvou; vai em paz!”.

“A palavra salvação – ‘A tua fé te salvou’ – diz somente à mulher, que é uma pecadora. E diz porque ela foi capaz de chorar por seus pecados, confessar seus pecados, e dizer: ‘eu sou uma pecadora’, e disse a si mesma. Não disse àquelas pessoas que não era ruim: eles se achavam que não eram pecadores. Os pecadores eram os outros: os cobradores de impostos, as prostitutas ... Estes eram os pecadores. Jesus diz esta palavra – “Você está salvo, você está salva, você se salvou'- somente para aquele que sabe abrir seu coração e se reconhecer pecador. A salvação somente entra no coração quando nós abrimos o coração na verdade dos nossos pecados”.

“O lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo - recordou o Papa - são os seus pecados”. Isso parece uma “heresia - observou – mas dizia isso também São Paulo”, que se vangloriava de duas coisas apenas: dos seus pecados e de Cristo ressuscitado que o salvou:

“E por isso reconhecer os próprios pecados, reconhecer a nossa miséria, reconhecer o que somos e do que somos capazes de fazer ou ter feito é precisamente a porta que se abre à carícia de Jesus, ao perdão de Jesus, à Palavra de Jesus: ‘Vai em paz, a tua fé te salvou! ', porque você foi corajoso, você foi corajosa a abrir o seu coração a quem, é o único que pode salvar você”. 

Jesus disse aos hipócritas: “as prostitutas e os cobradores de impostos irão preceder vocês no Reino dos Céus”. “E isso é forte!" - conclui o Papa – para que aqueles que se sentem pecadores abram os seus corações na confissão dos pecados, ao encontro com Jesus, que deu seu sangue por todos nós”. (CM-SP) 



Texto proveniente
do site da Rádio Vaticano

A cura de uma sociedade doente


O remédio está no coração de cada cidadão. Ninguém deve imitar Pilatos, lavando as mãos e se declarando inocente.
Por Dom Anuar Battisti*

"O problema que divide os homens de hoje não é de ordem política, mas de ordem social. Trata- se de saber quem terminará vencedor, se o espírito de egoísmo ou o espírito de sacrifício; e se a sociedade será uma sociedade de lucro sempre maior para proveito dos mais fortes ou de dedicação de cada um ao bem de todos e, sobretudo, para a defesa dos mais fracos.

Muitos têm em demasia e, todavia, querem ter mais; outros não têm o suficiente ou não têm nada, e querem obter pela força o que não lhes dão. Prepara-se uma guerra entre estas duas classes e ameaça ser terrível: de um lado, o poder da riqueza; do outro, a força do desespero. Nós devemos nos interpor entre esses dois lados, se não para impedir o choque, ao menos para suavizar o confronto. Nossa juventude e nossa modesta condição podem facilitar-nos a tarefa de mediadores, tarefa esta que nossa condição de cristãos parece exigir-nos como obrigatória. Eis aqui a possível utilidade de nossa Conferência São Vicente de Paulo".

Essa afirmação encontrada nas cartas da Juventude, de 1836, do bem aventurado Antônio Frederico Ozanam, fundador das Conferências Vicentinas, são de uma atualidade impressionante. O que nós assistimos hoje senão a guerra dos excluídos, buscando maior dignidade, justiça, igualdade.

Os fatos que ainda estão em nossa memória, acontecidos nas vésperas da Jornada Mundial da Juventude no Rio, da Copa do Mundo no Brasil, não foram sinais de guerra entre humanos insatisfeitos com a situação do país e do mundo?

O que seria do mundo se a Igreja católica e as mais variadas congregações, associações e movimentos cristãos, não tivessem entendido a exigência da caridade e do amor, criando as mais variadas obras de caridade?

Neste mês celebramos 30 anos do Asilo São Vicente de Paulo, uma obra de Deus, onde só existe caridade, amor concreto, para noventa e seis homens e mulheres no declinar da vida, para viver o tempo de Deus com dignidade.

“Se não sabemos amar a Deus como os santos o amavam, isso deve ser para nós um motivo de reprovação, ainda que nossa debilidade pudesse nos dar um motivo para nos dispensarmos, visto que, para amar, parece que faz falta ver, e nós vemos a Deus só com os olhos da fé. E nossa fé é tão debilitada! Mas os pobres, os pobres que vemos com um olhar humano, nós os temos diante de nós, podemos tocar suas chagas com nossas mãos e ver as feridas da coroa de espinhos em sua cabeça. Sendo assim, não podemos deixar de crer, mas devemos prostrar-nos a seus pés e dizer-lhe com o apóstolo: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Vós sois nossos senhores e nós, vossos servos; vós sois a imagem sagrada deste Deus a quem não vemos, e, não podendo amá-lo de outro modo, o amaremos em vossa pessoa” (Bem aventurado Frederico Ozanam).

Como o exemplo da caridade de São Vicente, através das Conferências Vicentinas criadas por Ozanam, temos milhares de outros testemunhos, onde o amor-caridade é a razão do trabalho.

Os impérios caem, as riquezas apodrecem, o abismo entre ricos e pobres aumenta, os pobres lutam para ganhar o pão de cada dia, o mundo clama por mais amor, justiça e igualdade.

O mundo, a sociedade está doente. O remédio está no coração de cada cidadão. Ninguém deve imitar Pilatos, lavando as mãos, se declarando inocente e sem compromisso. O momento clama pela solidariedade de todos, para que as obras sociais e de promoção humana, continuem fazendo o bem, para um mundo de paz e de fraternidade.
CNBB, 17-09-2014.
*Dom Anuar Battisti é arcebispo de Maringá (PR).

´É preciso viver em conformidade com Jesus´

Em artigo, bispo Dom Antônio Carlos Rossi Keller denuncia a 'lógica dos méritos'.
Frederico Westphalen, RS - Com o título "A nossa lógica não é a de Deus", Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, fez uma reflexão sobre a liturgia do próximo domingo, dia 21 de setembro. Ele salienta que ao ouvirmos o Evangelho (Mateus 20, 1-16) seremos capazes de pensar que o proprietário da história terá cometido uma tremenda injustiça, por pagar aos operários da última hora igual salário aos que trabalharam o dia todo.

Segundo o Prelado, a nossa lógica de pensamento baseia-se em determinados princípios que não são respeitados na parábola que ouviremos no domingo, mas é nesta ótica provocatória e contrária à lógica da conduta do patrão que está o cerne doutrinal desta narração, aquilo que de fato, Jesus quer nos ensinar.

Para o bispo, Jesus quer denunciar, de uma forma dura, a religião dos "méritos", ensinada pelos guias espirituais israelitas. Dom Keller destaca que o povo, doutrinado pela classe sacerdotal, havia-se esquecido de Deus bom, pai, amigo fiel, anunciado pelos profetas e o substituiu por um Deus distante, legislador e juiz implacável.

"Os fariseus sentiam-se seguros porque 'trabalhavam muito', observavam escrupulosamente as prescrições da lei, toda a sua ação de fidelidade era registrada como mérito, que passaria a constar do registro do céu, para ser exigida a Deus no momento oportuno."

Outra questão levantada pelo Bispo diz respeito ao fato de que Deus não se cansa de ir ao encontro do homem, mesmo quando este se esquiva de todos os encontros, mas não retribui pelos méritos de cada um. Conforme Dom Keller, se aceitamos a obrigação de observar mandamentos e preceitos, que aos nossos olhos parecem não ter explicação, para sermos privilegiados pelo chamamento de Deus, estamos enganados.

Ele ainda ressalta que a única recompensa, na verdade, reside na fidelidade ao Senhor, pois todas as hesitações em seguir os seus caminhos são ocasiões perdidas para se ser feliz, para usufruir primeiro e mais tempo os dons de Deus. "A reação que atribuímos aos operários da parábola reproduz a nossa oposição diante da bondade e da generosidade de Deus. Quem ainda trabalha para ganhar um prêmio, acredita num deus pagão, comerciante, contabilista ou justiceiro, mas não no Deus de Jesus Cristo", completa o bispo.

O Prelado explica que o senhor da parábola está preocupado em que não falte o trabalho a ninguém. Então, como é que nas nossas comunidades ainda pode haver pessoas que se comportam como simples espectadores? Para o Bispo, não podem ser apenas alguns a empenhar-se em certos serviços da Comunidade: o Senhor da vinha está à espera que cada um de nós se interrogue sobre a tarefa que deve desempenhar na comunidade e que deixe de ser ocioso.

"Isto exige uma mudança radical no nosso modo de pensar. Não será que muitos de nós, cristãos, nos consideramos 'justos' mediante a otina das nossas práticas religiosas? Não podemos merecer nada diante de Deus, só podemos receber dons e agradecer. Por que não ficarmos felizes se um dia alguém, mesmo que tenha errado por completo na vida, venha a receber de Deus o dom da salvação?", questiona.

Dom Keller afirma que isto nos leva a refletir sobre a nossa atitude na comunidade onde estamos inseridos, pois nela não devemos exigir mais por termos sido os primeiros a chegar, não devemos nem podemos sentir-nos os privilegiados por nos termos convertido primeiro a Cristo. Ele alerta para não nos impormos aos demais porque chegamos antes, não permitindo que todos concorram para tomar novas iniciativas que visem o bem comum.

De acordo com o Prelado, a grande alegria de todos deverá ser o encontro com Jesus Cristo. Ele recorda que São Paulo, na segunda leitura (Filipenses 1,20-24; 27), sente-se comovido pelo apreço e amizade demonstrados pelos cristãos de Filipos e revela as suas sensações mais interiores e mais afetuosas. Ele que havia trabalhado muitos anos pela causa do Evangelho, que tinha aguentado sofrimentos e contrariedades sente-se, agora que está preso, bastante cansado e começa a pensar no seu encontro definitivo com Cristo.

"Nesta altura afirma que seria melhor para ele morrer, mas sente que a causa do Evangelho ainda precisa dele. Então, num gesto de generosidade, declara-se pronto a adiar o seu encontro com Cristo, a fim de continuar a servir os irmãos e afirma que para ele 'viver é Cristo, e morrer um lucro'. O seu prêmio era a própria alegria de ter encontrado Cristo", afirma o Bispo.

Para concluir, Dom Keller enfatiza que nos trabalhos ou nas contrariedades, nos momentos de euforia e entusiasmo, na vida ou na morte, o que essencialmente importa para o cristão é, pois, viver em conformidade com Jesus Cristo.
SIR

Liturgia Diária

DIA 18 DE SETEMBRO - QUINTA-FEIRA

XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eco 36,18).
Oração do dia
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Coríntios 15,1-11)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
15 1 Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes.
2 Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé.
3 Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras;
4 foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras;
5 apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze.
6 Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos);
7 depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos.
8 E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo.
9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus.
10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo.
11 Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim crestes.
Palavra do Senhor.



 
Salmo responsorial 117/118
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! 

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”
A casa de Israel agora o diga:
“Eterna é a sua misericórdia!”

A mão direito do Senhor fez maravilhas,
A mão direita do Senhor me levantou,
A mão direito do Senhor fez maravilhas!
Não morrerei, mas, ao contrário, viverei
Para cantar as grandes obras do Senhor!

Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço!
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores.
 
Evangelho (Lucas 7,36-50)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 7 36 um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38 e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39 Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: “Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora”.
40 Então Jesus lhe disse: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te”. “Fala, Mestre”, disse ele.
41 “Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?”
43 Simão respondeu: “A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou”. Jesus replicou-lhe: “Julgaste bem”.
44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45 Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama”.
48 E disse a ela: “Perdoados te são os pecados”.
49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: “Quem é este homem que até perdoa pecados?”
50 Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: “Tua fé te salvou; vai em paz”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
AQUELA QUE MUITO AMOU 
O capacidade de Jesus acolher e perdoar os pecadores era sem limites. Em nenhuma circunstância ele se sentia desobrigado ou sem condições de dar mostras do que se passava em seu coração. Os pecadores eram sempre bem-vindos!
O episódio acontecido na casa do fariseu, que o convidou para uma refeição, é típico do modo de ser de Jesus. A chegada da pecadora, bem conhecida na cidade, e os gestos quase afetados de humildade e reconhecimento não chegaram a embaraçá-lo. Ele, que conhecia muito bem a história daquela mulher, via tudo aquilo com muita naturalidade.
A atitude do fariseu fazia contraponto com a de Jesus. Pondo sob suspeita a condição profética do Mestre, o anfitrião deu vazão aos seus pensamentos preconceituosos e malevolentes. É bem provável que atribuísse à passividade de Jesus intenções perversas em relação à mulher. Ou, então, deduzia: se é profeta e se deixa tocar por uma pecadora, é porque é ingênuo.
A intervenção de Jesus põe em confronto a atitude da mulher e a atitude do fariseu. Como o fariseu tinha convidado o Mestre por mera formalidade, sem sentir por ele nenhum afeto especial, podia dar-se ao direito de tratá-lo sem muita deferência. Foi o que manifestou desde o momento em que Jesus pisou naquela casa. Quanto à mulher, por saber-se perdoada e valorizada pelo Mestre, sentia-se livre para demonstrar-lhe seu amor, embora correndo o risco de ser mal interpretada. Seu gesto revelou a magnitude do amor e do perdão de Jesus.

Oração
Espírito de humilde reconhecimento, move-me a manifestar, sem nenhum receio, minha gratidão por saber-me amado e perdoado por Jesus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas e acolhei com bondade as oferendas dos vossos servos e servas, para que aproveite à salvação de todos o que cada um trouxe em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Quão preciosa é, Senhor, vossa graça! Eis que os filhos dos homens se abrigam sob a sombra das asas de Deus (Sl 35,18).
Depois da comunhão
Ó Deus, que a ação da vossa eucaristia penetre todo o nosso ser para que não sejamos movidos por nossos impulsos, mas pela graça do vosso sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 18 de setembro de 2014

Lucas 7,36-50

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 7 36 um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38 e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39 Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: “Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora”.
40 Então Jesus lhe disse: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te”. “Fala, Mestre”, disse ele.
41 “Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?”
43 Simão respondeu: “A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou”. Jesus replicou-lhe: “Julgaste bem”.
44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45 Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama”.
48 E disse a ela: “Perdoados te são os pecados”.
49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: “Quem é este homem que até perdoa pecados?”
50 Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: “Tua fé te salvou; vai em paz”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
AQUELA QUE MUITO AMOU 
O capacidade de Jesus acolher e perdoar os pecadores era sem limites. Em nenhuma circunstância ele se sentia desobrigado ou sem condições de dar mostras do que se passava em seu coração. Os pecadores eram sempre bem-vindos!
O episódio acontecido na casa do fariseu, que o convidou para uma refeição, é típico do modo de ser de Jesus. A chegada da pecadora, bem conhecida na cidade, e os gestos quase afetados de humildade e reconhecimento não chegaram a embaraçá-lo. Ele, que conhecia muito bem a história daquela mulher, via tudo aquilo com muita naturalidade.
A atitude do fariseu fazia contraponto com a de Jesus. Pondo sob suspeita a condição profética do Mestre, o anfitrião deu vazão aos seus pensamentos preconceituosos e malevolentes. É bem provável que atribuísse à passividade de Jesus intenções perversas em relação à mulher. Ou, então, deduzia: se é profeta e se deixa tocar por uma pecadora, é porque é ingênuo.
A intervenção de Jesus põe em confronto a atitude da mulher e a atitude do fariseu. Como o fariseu tinha convidado o Mestre por mera formalidade, sem sentir por ele nenhum afeto especial, podia dar-se ao direito de tratá-lo sem muita deferência. Foi o que manifestou desde o momento em que Jesus pisou naquela casa. Quanto à mulher, por saber-se perdoada e valorizada pelo Mestre, sentia-se livre para demonstrar-lhe seu amor, embora correndo o risco de ser mal interpretada. Seu gesto revelou a magnitude do amor e do perdão de Jesus.

Oração
Espírito de humilde reconhecimento, move-me a manifestar, sem nenhum receio, minha gratidão por saber-me amado e perdoado por Jesus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
1 Coríntios 15,1-11
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
15 1 Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes.
2 Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé.
3 Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras;
4 foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras;
5 apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze.
6 Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos);
7 depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos.
8 E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo.
9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus.
10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo.
11 Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim crestes.
Palavra do Senhor.



 
Salmo 117/118
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! 

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”
A casa de Israel agora o diga:
“Eterna é a sua misericórdia!”

A mão direito do Senhor fez maravilhas,
A mão direita do Senhor me levantou,
A mão direito do Senhor fez maravilhas!
Não morrerei, mas, ao contrário, viverei
Para cantar as grandes obras do Senhor!

Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço!
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores.
 
Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.