segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Dignidade e delinquência


O princípio sagrado da dignidade humana não permite que cada pessoa se pense como absoluta.
Os cenários nas sociedades contemporâneas merecem atenção e tratamento especial por parte de todos, particularmente das lideranças políticas, governamentais e religiosas. Estes cenários estão marcados pela banalização crescente da dignidade humana, que favorece atos de delinquência, trazendo prejuízos irreversíveis. A perda do sentido autêntico da pessoa tem sido um vetor determinante do esvaziamento da consciência individual e coletiva. Aí está uma incontestável e perene fonte da violência, da corrupção e dos mais diversos tipos de manipulações - de coisas, instituições e pessoas.

A gravidade dessa situação atinge o núcleo da consciência moral que deve sustentar cada pessoa no desabrochamento de sua conduta, pautada no mais relevante sentido de respeito ao outro. No coração humano há uma lei inscrita pelo próprio Deus, no fundo da própria consciência. É uma lei que o homem não impôs a si mesmo, mas à qual ele deve obedecer, como uma voz que está chamando-o ao amor, ao bem. Quando o indivíduo perde a competência para ouvir esta voz, se encontra às portas do mal. A perda e esvaziamento da consciência moral são, pois, o impulso determinante que faz nascer o delinquente.

Criminosos, dos mais variados tipos, escutam outra voz que determina a submissão interesseira à idolatria do dinheiro, ao entendimento do prazer como fonte de manipulação e lucro. Essa voz alimenta a ganância que inaugura a cada momento uma corrida desenfreada, pautada na disputa, que faz de cada um inimigo do outro. Essa delinquência está nas violências de todo tipo, inclusive nos radicalismos políticos e fundamentalismos religiosos, arregimentando muita gente aos extremos, equivocada e lamentavelmente convencidas de estarem mais próximas da verdade, sentindo-se no direito de produzir, segundo seus critérios, os ordenamentos necessários, e a implantação de uma justiça que é cega e incapaz de estabelecer a verdadeira dignidade que configura e define a pessoa.

O princípio sagrado e intocável da dignidade humana não permite que cada pessoa se pense como absoluta, edificada por si mesma, sobre si mesma e de si mesma dependente. A sociedade contemporânea está sendo levada por dinâmicas que estão alimentando reducionismos muito perigosos. Isso compromete o entendimento do sentido de dignidade, gera um enfraquecimento da fraternidade e incapacita para a solidariedade. Lamentável é o entendimento da consciência moral com a simples função de aplicação de normas gerais aos casos individuais da vida.  A decomposição da consciência moral deve inspirar uma “trincheira” guerreando por sua recuperação. No caminho oposto, corre-se o risco de se produzir colapsos em série que inviabilizarão o futuro das sociedades. Crescerão as barbáries e os descompassos regerão a vida cotidiana, que se tornará, impulsionada pelo frenesi da vida moderna e das ganâncias, um lento suicídio coletivo, atingindo culturas, tradições e pessoas.

É preciso eleger como prioridade a permanente recomposição da consciência moral individual e comunitária. O inadequado tratamento dessa primazia é a produção de delinquências praticadas, tanto por “engravatados” quanto por “maltrapilhos”. Deve-se investir, de modo sério e profundo, em toda a esfera psicológica e afetiva de cada pessoa, bem como nos múltiplos contextos do ambiente social e cultural. Esse investimento, portanto, há de ter cada pessoa como destinatária. Seu encaminhamento concreto indica que o conjunto da sociedade precisa ser mapeado e tratamentos específicos precisam ser disponibilizados. Assim será possível alcançar um processo educativo e de recuperação dessa consciência moral perdida. Esse mapeamento se desdobra em vários capítulos, cada um com a tarefa de sensibilizar e buscar contribuições para resgatar pessoas e qualificar a cidadania.

Capítulo determinante desse processo são as reflexões sobre a realidade carcerária do Brasil, com seus 500 mil presos, em condições de contínua e acentuada perda da consciência moral, em razão das dinâmicas e das condições dos presídios. Uma realidade que envolve muitas situações, de diferentes matizes, e gera grande preocupação pelo que se está produzindo. O sistema prisional tem feito surgir contextos inadequados, atingindo famílias, presos que não deveriam estar no cárcere e até aqueles de alta periculosidade. Uma situação que se agrava diante da grande comunidade atingida por compreensões equivocadas ou ineficazes sobre a prioridade de se recuperar pessoas, permitindo-lhes recompor a consciência moral.

Esse capítulo, entre outros mapeamentos que a sociedade brasileira precisa considerar, é prioridade do Vicariato Episcopal para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte, com sua Pastoral Carcerária, e de experiências exitosas como as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs), instituições que estão em diálogo com a sensibilidade social e comprometimento da ministra Cármen Lúcia Antunes, do Supremo Tribunal Federal. Um trabalho necessário pela certeza de que o Estado precisa de ajuda.  É preciso o envolvimento de instituições especializadas em humanidade para recuperar dignidades e superar delinquências.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.

Quando a humanidade perde o sentido do pecado


Quando Deus não está presente entre os homens, outros pagam pela nossa "mediocridade cristã".
Por Dom Hélio Adelar Rubert*
Quando Deus não está presente entre os homens, "perde-se o sentido do pecado", e assim podemos fazer com que os outros paguem o preço da nossa "mediocridade cristã". Foi o que afirmou há poucos dias o papa Francisco na sua homilia.

A escolha que fez o Rei Davi (2 Sam. 11) torna-se o espelho diante do qual o papa Francisco coloca a consciência de cada cristão. Davi se apaixona por Betsabeia, esposa de Urias, um dos seus generais, ele a toma e envia o marido para a linha de frente na batalha, causando sua morte e, de fato, perpetrando um assassinato. No entanto, o adultério e o homicídio, não o agitam muito. "Davi está diante de um grande pecado, mas ele não o vê como pecado", observa o papa: "Não passa por sua mente pedir perdão. ´O que lhe vem em mente é: Como faço para corrigir isso?´"

"A todos nós pode ocorrer isso. Todos nós somos pecadores e todos nós somos tentados, e a tentação é o pão nosso de cada dia. Se qualquer um de nós dissesse: ´Mas eu nunca tive tentações´, ou você é um querubim ou você é um pouco estúpido, não é? Entenda-se... é normal na vida a luta, e o diabo não está tranquilo, ele quer a sua vitória. Mas o problema mais grave nessa passagem, não é tanto a tentação e o pecado contra o nono mandamento, mas é como Davi age. E Davi aqui não fala de pecado, fala de um problema que precisa resolver. Este é um sinal! Quando o Reino de Deus não existe, quando o Reino de Deus diminui, um dos sinais é que você perde o sentido do pecado".

Todos os dias, recitando o "Pai Nosso", pedimos a Deus, "Venha o teu Reino...", o que - explica o papa Francisco – significa dizer "cresça o Teu Reino”. Mas quando você perde o sentido do pecado, você também perde o “sentido do Reino de Deus” e no seu lugar - sublinhou o papa - emerge uma “visão antropológica superpotente”, daquele que diz “eu posso fazer tudo".

“É o poder do homem, ao invés da glória de Deus! Este é o pão de cada dia. Por isso, a oração de todos os dias a Deus “Venha o teu Reino, cresça o Teu Reino”, pois a salvação não virá das nossas espertezas, das nossas astúcias, da nossa inteligência em fazer negócios. A salvação virá pela graça de Deus e através do treinamento cotidiano que nós fazemos desta graça na vida cristã”.

"O maior pecado de hoje é que os homens perderam o sentido do pecado”. Papa Francisco citou esta famosa frase do papa Pio XII e, em seguida, dirigiu o olhar para Urias, o homem inocente condenado à morte por culpa de seu rei. Urias, disse o papa, torna-se o emblema de todas as vítimas do nosso inconfessado orgulho.

"Confesso a vocês que quando vejo essas injustiças, esse orgulho humano, também quando vejo o perigo que isso ocorra também a mim, o perigo de perder o sentido do pecado, me faz bem pensar nos muitos Urias da história, nos muitos Urias que também hoje sofrem a nossa mediocridade cristã, quando perdemos o sentido do pecado, quando deixamos que o Reino de Deus diminua ... Esses são os mártires dos nossos pecados não reconhecidos. Irá nos fazer bem hoje rezar por nós, para que o Senhor nos dê sempre a graça de não perder o sentido do pecado, para que o Reino não diminua em nós. Também levar uma flor espiritual ao túmulo dos Urias contemporâneos, que pagam a conta do banquete dos seguros, daqueles cristãos que se sentem seguros”.
CNBB, 21-02-2014.
*Dom Hélio Adelar Rubert é arcebispo de Santa Maria (RS).

Casuística e ideologia: limitações à fé


Por Giacomo Galeazzi

Na última sexta-feira (21), o papa Francisco voltou a falar criticamente da "casuística", ou seja, daquela parte da teologia moral que tende a se separar dos princípios para resolver as situações concretas. E o fez para esclarecer bem o que tinha dito na última quinta-feira (20) abrindo o Consistório extraordinário sobre os desafios do contexto atual para a pastoral da família, que inicia uma reflexão sinodal de dois anos, ao término da qual poderia haver a admissão dos divorciados em segunda união à comunhão eucarística.

Bergoglio, ao invés, chama para não separar o Evangelho da vida e, portanto, responder às expectativas dos divorciados em segunda união avaliando efetivamente se a mensagem de misericórdia de Jesus também se aplica a eles – e de que modo isso seria concretamente possível.

No Evangelho – explicou o papa Francisco na importante homilia dessa sexta-feira (21) – encontram-se dois sinais reveladores daqueles que sabem em que é preciso crer, mas não têm fé. O primeiro sinal é a "casuística", representado por aqueles que perguntavam a Jesus se era lícito pagar os tributos ou qual dos sete irmãos do marido deveria se casar com a mulher que ficou viúva. O segundo sinal é a ideologia.

Disse Francisco: "Busquemos aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos implementar nas condições atuais". "Façamos isso – recomendou – com profundidade e sem cair na ´casuística´, porque isso inevitavelmente faria com que abaixássemos o nível do nosso trabalho".

"Naquele tempo – observou o pontífice na sua homilia – havia os gnósticos, e ao longo do tempo haverá muitos. E assim aqueles que caem na casuística ou aqueles que caem na ideologia são cristãos que conhecem a doutrina, mas sem fé, como os demônios. Com a diferença é que aqueles tremem, estes não: vivem tranquilamente".
Oltretevere, 21-02-2014.

A Loucura de Deus


O Espírito Santo está em nós assim como num templo, para permitir que realizemos o programa divino.
Por Marcel Domergue*
Isto que Jesus nos fala no evangelho é, com certeza, um programa para nós ou, se quisermos, um ideal a não se perder de vista. É uma concepção do mundo e da vida que está em contradição com o comportamento habitual da maior parte dos homens. Jesus pede que nos afastemos do espírito do mundo: estais no mundo, mas não sois do mundo, diz ele, no evangelho de João. De alcance bem mais amplo do que a Lei, que aqui é resumida sob a forma do talião, as suas prescrições, com certeza, não são para serem tomadas ao pé da letra.

Em João 18,22-23, quando um guarda o esbofeteia durante o processo, não apresenta a outra face, mas o interroga: "Por que me bates?" Notemos que não se deixa levar pela raiva nem procura se vingar, mas faz o guarda voltar-se para si mesmo, convidando-o a indagar-se sobre o seu comportamento. Jesus não o julga, mas encarrega-o de julgar-se a si mesmo.

No Evangelho de hoje, vai mais longe: pede que nos submetamos à vontade do outro, mesmo se esta vontade seja maldosa. Ele próprio aceitará dar a sua carne e o seu sangue e nos pedirá para fazer o mesmo, em sua memória.

Não pensemos imediatamente em martírio: quantos pais são levados a se submeterem às escolhas imprevistas de seus filhos e filhas, quando se tornam adultos? E os esposos entre eles? A cada instante, somos de um modo ou de outro, convidados a dar a nossa própria vida, enquanto esperamos oferecer o nosso último e definitivo dom.

A perspectiva da Paixão já está presente no Sermão da Montanha, o primeiro discurso de Jesus, em São Mateus. Portanto, o fim está presente já desde o início. Tudo o que vem em seguida só virá demarcar esta caminhada rumo ao dom de si absoluto. Sabedoria de Deus que é loucura para os homens, conforme diz São Paulo.

Como Deus é?

As maneiras que temos de representar Deus são todas antropomórficas, quer dizer, tiradas de tudo o que vemos acontecer entre nós, homens. Isso acontece porque o Todo Outro nos escapa. No entanto, atribuir a Deus o que vemos acontecer entre os homens não é de modo algum um absurdo, já que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus.

Sim, está certo, estamos ainda a caminho da nossa criação perfeita e acabada; e a única imagem autêntica que temos é, enfim, o Cristo, "imagem do Deus invisível" (Colossenses 1,15). Ele é o homem completo, realizado. É ele que é "perfeito como o nosso Pai celeste é perfeito" (conforme as últimas palavras deste evangelho). E eis que ele nos pede que o encontremos aí, nesta perfeição da semelhança. Só então é que Deus será verdadeiramente o nosso pai, pois o que caracteriza a paternidade ou a maternidade é a semelhança (Gênesis 5,3).

Assim, quando Jesus nos pede para sermos perfeitos como nosso Pai é perfeito, está nos pedindo para irmos até ao fundo, até ao limite final da nossa humanidade. Podemos retomar as instruções que ele nos dá (não contra-atacar o malvado, dar além daquilo que te querem tirar, amar os nossos inimigos) sem perder de vista que elas nos descrevem a "conduta" de Deus para conosco.

Temos aqui, então, quem pode e deve nos reconfortar. Conforto este que precede e desencadeia a imitação. Temos que ser como Deus. Era esse o projeto de Adão e Eva, o "homem antigo" que se mantém no fundo de nós. Exceto no que este homem velho se engana sobre Deus. Escutemos a este respeito o que nos diz o Cristo, o Homem Novo.
Croire.
*Marcel Domergue é sacerdote jesuíta.

Liturgia Diária

Dia 24 de Fevereiro - Segunda-feira

VII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do dia)

Antífona da entrada: Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Oração do dia
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Tiago 3,13-18)
Leitura da Carta de São Tiago.
3 13 Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria.
14 Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
15 Esta não é a sabedoria que vem do alto, mas é uma sabedoria terrena, humana, diabólica.
16 Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios.
17 A sabedoria, porém, que vem de cima, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento.
18 O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz..
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 18/19B
Os ensinos do Senhor são sempre retos,
alegria ao coração!


A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,
meu rochedo e redentor!
Evangelho (Marcos 9,14-29)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
9 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
AUMENTA A MINHA FÉ!
Os discípulos de Jesus, no exercício da missão, viram-se às voltas com situações delicadas onde estava em jogo sua credibilidade. Quem recorria a Jesus movido pela fé, era sempre atendido. O mesmo não acontecia com os discípulos. Houve casos em que estiveram impossibilitados de aliviar o sofrimento de quem buscava socorro junto deles.
O exercício da missão recebida de Jesus requeria muita fé. O anúncio da novidade do Reino exigia dos discípulos convicção visceral de ser aquele o caminho de acesso a Deus. A realização de gestos prodigiosos, a exemplo de Jesus, só se daria num contexto de uma certeza inabalável no poder recebido do Senhor para realizar milagres. A suportação das conseqüências da missão tornava-se efetiva somente por parte de quem estava absolutamente convencido de estar servindo ao verdadeiro Senhor. Caso contrário, todo o projeto de missão iria de água abaixo.
Diante de exigências tão radicais, em certos momentos os discípulos fraquejavam e se tornavam impotentes para realizar o milagre solicitado. A declaração sincera do pai da criança doente valia também para eles. Senhor, eu creio! Mas vem ajudar minha falta de fé! ficaria igualmente bem na boca dos discípulos. Quando a fé é pequena a missão fica comprometida. Jesus não se omite, quando solicitado, para reforçar a fé de seus discípulos.

Oração
Senhor Jesus, torna a minha fé sempre mais forte e resistente, para que eu possa realizar bem a missão confiada por ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ao celebrar com reverência vossos mistérios, nós vos suplicamos, ó Deus, que os dons oferecidos em vossa honra sejam úteis à nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas narrarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 9,2s)
Depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos alcançar a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 24 de fevereiro de 2014

Marcos 9,14-29

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
9 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
AUMENTA A MINHA FÉ!
Os discípulos de Jesus, no exercício da missão, viram-se às voltas com situações delicadas onde estava em jogo sua credibilidade. Quem recorria a Jesus movido pela fé, era sempre atendido. O mesmo não acontecia com os discípulos. Houve casos em que estiveram impossibilitados de aliviar o sofrimento de quem buscava socorro junto deles.
O exercício da missão recebida de Jesus requeria muita fé. O anúncio da novidade do Reino exigia dos discípulos convicção visceral de ser aquele o caminho de acesso a Deus. A realização de gestos prodigiosos, a exemplo de Jesus, só se daria num contexto de uma certeza inabalável no poder recebido do Senhor para realizar milagres. A suportação das conseqüências da missão tornava-se efetiva somente por parte de quem estava absolutamente convencido de estar servindo ao verdadeiro Senhor. Caso contrário, todo o projeto de missão iria de água abaixo.
Diante de exigências tão radicais, em certos momentos os discípulos fraquejavam e se tornavam impotentes para realizar o milagre solicitado. A declaração sincera do pai da criança doente valia também para eles. Senhor, eu creio! Mas vem ajudar minha falta de fé! ficaria igualmente bem na boca dos discípulos. Quando a fé é pequena a missão fica comprometida. Jesus não se omite, quando solicitado, para reforçar a fé de seus discípulos.

Oração
Senhor Jesus, torna a minha fé sempre mais forte e resistente, para que eu possa realizar bem a missão confiada por ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Tiago 3,13-18
Leitura da Carta de São Tiago.
3 13 Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria.
14 Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
15 Esta não é a sabedoria que vem do alto, mas é uma sabedoria terrena, humana, diabólica.
16 Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios.
17 A sabedoria, porém, que vem de cima, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento.
18 O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz..
Palavra do Senhor.
Salmo 18/19B
Os ensinos do Senhor são sempre retos,
alegria ao coração!


A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,
meu rochedo e redentor!
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.