quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ESCOLA TEOLOGICA

Informamos aos alunos da Escola Teológica e Paroquianos da Paróquia Nossa Senhora das Candeias, que estão abertas as inscrições do curso sobre Sacramentos.

Datas: 

25/10/2013
01/11/2013
08/11/2013
14/11/2013

Horário:

19h às 21:30h 

Valor:
R$ 60,00
 

Peregrinação à Espanha e Itália


Cristãos sem Jesus se tornam discípulos de ideologias, adverte Francisco



Cidade do Vaticano (RV) - Se um cristão “se torna discípulo da ideologia, perde a fé”. Foi o que destacou o Papa Francisco na Missa matutina na Casa Santa Marta.

“Ai de vós, legistas, porque tomastes a chave da ciência”: o Papa Francisco desenvolveu sua homilia a partir da advertência de Jesus contida no Evangelho de hoje, atualizando-a.

“Quando caminhamos pelas ruas e encontramos uma igreja fechada, sentimos algo estranho”, disse o Papa, porque “não dá para entender uma igreja fechada”.

Hoje, Jesus fala desta imagem do fechamento, que é a imagem desses cristãos que têm em mãos a chave, mas a levam embora, não abrem a porta. Ou pior, ficam parados na porta, impedindo a própria entrada e a entrada dos outros. A falta de testemunho cristão faz isso, e quando este cristão é um padre, um bispo ou um Papa, é ainda pior. O que acontece, se questiona Francisco, quando um cristão adota esta atitude da chave no bolso e porta fechada?

A fé passa, por assim dizer, por um alambique e se torna ideologia. E a ideologia não convoca. Nas ideologias, Jesus não existe, não existe sua ternura, seu amor e sua mansidão. As ideologias são rígidas, sempre. E quando um cristão se torna discípulo da ideologia, ele perde a fé: não é mais discípulo de Jesus, é discípulo deste modo de pensar... E por isso Jesus diz: ‘vocês levaram embora a chave da ciência’. O conhecimento Dele se transformou num conhecimento ideológico e também moralista, porque eles fechavam a porta com muitas prescrições.
A ideologia, disse ainda o Papa, afasta as pessoas e afasta a Igreja das pessoas. “É uma doença grave a dos cristãos ideológicos. É uma doença, mas não é nova… Já o Apóstolo João, na sua primeira carta, falava disso, dos cristãos que perdem a fé e preferem as ideologias. E tornam-se rígidos, moralistas e sem bondade.”

Quando isso acontece, explicou o Pontífice, a oração desaparece do coração desse cristão. E se não há oração, a porta está sempre fechada. A chave que abre a porta da fé é a oração:

Quando um cristão não reza, acontece isso. E o seu testemunho é soberbo. Quem não reza é orgulhoso, é seguro de si, busca a própria promoção. Ao invés, quando um cristão reza, não se afasta da fé, fala com Jesus. Todavia, não se trata de recitar orações, como faziam os legistas, mas falar com Deus de coração a coração.
“Uma coisa é rezar, outra coisa é recitar orações”, advertiu Francisco, que concluiu:

Peçamos ao Senhor a graça, primeiro de não deixar de rezar, para não perder a fé; permanecer humildes, e assim não estaremos fechados, não fecharemos a estrada ao Senhor.(BF)


Texto proveniente da página  do site da Rádio Vaticano

Presidente palestino, recebido por Francisco no Vaticano, reafirma intenção de paz



Cidade do Vaticano (RV) - “Espero assinar com esta caneta o Acordo de Paz com Israel”. Foi o que disse o Presidente do Estado Palestino, Abu Mazen, ao Papa Francisco durante a audiência da manhã desta quinta-feira, 17, no momento da troca de presentes.

Após o encontro particular de 25 minutos, o Pontífice doou a Abu Mazen uma caneta que retrata a coluna de Bernini, no Altar das Confissões, na Basílica de São Pedro, e disse: “Com certeza o Sr. deve assinar muitas coisas!”.

E Mazen respondeu que espera assinar com esta caneta o acordo de paz com Israel. A este ponto, o Papa acrescentou: “Em breve, em breve”.

A audiência foi na Sala da Biblioteca, no Vaticano, e teve um intérprete do árabe para o italiano. Em seu primeiro encontro com o Papa Bergoglio, Abu Mazen estava acompanhado por uma delegação de 13 pessoas, duas das quais mulheres, o Prefeito de Belém e o embaixador palestino junto à Itália.

Abu Mazen convidou o Papa a visitar a Terra Santa. Ele mesmo o revelou a Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, depois da audiência com o Papa. Despedindo-se de Dom Mamberti, Abu Mazen observou “que foi um prazer conhecer o Pontífice e que o convidou à Terra Santa”.
(CM)



Texto proveniente da página  do site da Rádio Vaticano
http://pt.radiovaticana.va/news/2013/10/17/presidente_palestino,_recebido_por_francisco_no_vaticano,_reafirma/bra-738029

Coleta para as missões será neste fim de semana

Neste sábado e domingo, 19 e 20, acontecerá a Coleta Missionária em todas as comunidades, paróquias e instituições católicas do Brasil.
Coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), a ação tem como objetivo financiar projetos missionários em todo o mundo. Após a coleta, os envelopes serão encaminhados ao Fundo Universal de Solidariedade, em Roma, para serem redistribuídas em âmbito mundial.
“Estes recursos são importantes. Uma pequena parte deles fica para a organização da campanha e a manutenção das POM, e a maior parte é enviada para o Fundo Universal de Solidariedade, que financia projetos de ajuda às missões, especialmente na Ásia e na África. São projetos como o sustento de dioceses, a manutenção de seminários, obras sociais e assistência aos missionários”, explicou o diretor nacional das POM, padre Camilo Pauletti.
As coletas ocorrem anualmente, no mesmo domingo em que se celebra o Dia Mundial das Missões. O montante doado chega às dioceses de acordo com a necessidade de cada uma. Sua finalidade é despertar as vocações missionárias, além de sustentar as atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes.
De acordo com o coordenador da Comissão Missionária Diocesana (Comidi), padre Ludendorff Cohen Couto (conhecido como padre Licinho), os missionários enviados na missão ad gentes vão para muitos países pobres.
“Fazer uma doação no dia da Coleta Missionária é um gesto de generosidade e abertura do coração, para que a Palavra de Deus chegue aos lugares mais necessitados. Os missionários ajudam pessoas a quem dificilmente nós teríamos oportunidade de ajudar individualmente” destacou o religioso.
Fonte: Canção Nova

Representantes das arquidioceses das cidades-sede da Copa do Mundo reúnem-se em Brasília

pastoral_do_turismo“Estamos nos aproximando da Copa de 2014. Sabemos que um evento desta magnitude influencia a vida dos países que se propõem em sediá-la”, afirma o bispo referencial da Pastoral do Turismo e arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, sobre a preocupação desta Pastoral com as consequências da realização da Copa do Mundo no Brasil.
Dom Anuar Battisti lembra as comunidades impactadas pelas obras da Copa. “As remoções estão acontecendo devido às obras de infraestrutura em preparação para evento. Precisamos nos posicionar, como Igreja, diante da realidade sofrida por estas pessoas”, ressalta.
Recorda, ainda, a exploração sexual e o tráfico humano. “Junto com o turismo, necessário ao nosso país, veremos aumentar o risco de situações de prostituição atingindo especialmente a juventude e até mesmo crianças e adolescentes, fato que já é realidade em nosso país”, explica.
Além disso, a Pastoral do Turismo preocupa-se, também, com a acolhida dos turistas que virão participar da Copa e conhecer o Brasil. “Queremos marcar presença como Igreja acolhendo, oferecendo oportunidade de oração e, principalmente, manifestar nossa hospitalidade”, disse.
Com a finalidade de discutir todas essas questões, a Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, o Setor Mobilidade Humana e a Pastoral do Turismo promovem, a partir de hoje, 16, encontro com representantes das arquidioceses das cidades que sediarão a Copa do Mundo. O evento tem início às 14h, nas Pontifícias Obras Missionárias e prossegue até amanhã, 17. Na programação do encontro constam celebrações, palestras e partilhas de experiências. Os participantes irão relatar a realidade de suas respectivas cidades-sede e ações desenvolvidas pela Igreja local.
Informações: (61) 3340-4494 ou pelo e-mail: mobilidadehumana@cnbb.org.br

Fonte: CNBB

Evangelho do dia

Ano C - 17 de outubro de 2013

Lucas 11,47-54

Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminha, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse o Senhor: 11 47 "Ai de vós, que edificais sepulcros para os profetas que vossos pais mataram.
48 Vós servis assim de testemunhas das obras de vossos pais e as aprovais, porque em verdade eles os mataram, mas vós lhes edificais os sepulcros.
49 Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros.
50 E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo,
51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o templo. Sim, declaro-vos que se pedirá conta disso a esta geração!
52 Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.
53 Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas,
54 armando-lhe desta maneira ciladas, e procurando surpreendê-lo nalguma palavra de sua boca".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O SANGUE DOS PROFETAS
A franqueza usada por Jesus no confronto com os seus adversários permitia-lhe entrever o que se passava no coração deles. Recusava-se a pactuar com sua hipocrisia, denunciando o modo como pretendiam agradar a Deus. Essa liberdade de Jesus em denunciar o comportamento dos seus adversários só podia torná-lo alvo de ódio feroz.
A experiência do Mestre estava em perfeita consonância com a dos profetas do passado. Também eles foram perseguidos e mortos, sem que o povo desse ouvido à apelos. Em outras palavras, preferiu-se calar a voz de Deus a acolhê-la com humildade e desejo de conversão.
Mais que todos os profetas e mensageiros do passado, Jesus era a voz privilegiada de Deus na história humana. Na condição de Filho, fora enviado para proclamar o caminho da salvação. Todas as suas palavras e suas ações deveriam levar as pessoas a se converterem para o Reino. No entanto, por parte de um grupo de escribas e fariseus, só encontrou fechamento e recusa de acolher o caminho que ele lhes propunha.
O Pai pedirá contas a esse grupo de pessoas, como pediu aos que derramaram o sangue dos profetas, desde a criação do mundo. Tamanha insensibilidade clama aos céus! Sua punição manifesta a rejeição divina de pactuar com a maldade.

Oração
Espírito de receptividade, faze-me dócil para acolher as palavras de Jesus, deixando-me tocar e converter por elas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 3,21-30
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
3 21 Mas, agora, sem o concurso da lei, manifestou-se a justiça de Deus, atestada pela lei e pelos profetas.
22 Esta é a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos os fiéis (pois não há distinção;
23 com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus),
24 e são justificados gratuitamente por sua graça; tal é a obra da redenção, realizada em Jesus Cristo.
25 Deus o destinou para ser, pelo seu sangue, vítima de propiciação mediante a fé. Assim, ele manifesta a sua justiça; porque no tempo de sua paciência, ele havia deixado sem castigo os pecados anteriores.
26 Assim, digo eu, ele manifesta a sua justiça no tempo presente, exercendo a justiça e justificando aquele que tem fé em Jesus.
27 Onde está, portanto, o motivo de se gloriar? Foi eliminado. Por qual lei? Pela das obras? Não, mas pela lei da fé.
28 Porque julgamos que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei.
29 Ou Deus só o é dos judeus? Não é também Deus dos pagãos? Sim, ele o é também dos pagãos.
30 Porque não há mais que um só Deus, o qual justificará pela fé os circuncisos e, também pela fé, os incircuncisos.
Palavra do Senhor.
Salmo 129/130
No Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção!


Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,
escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos
ao clamor da minha prece!

Se levardes em conta nossas faltas,
quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão,
eu vos temo e em vós espero.

No Senhor ponho a minha esperança,
espero em sua palavra.
A minh´alma espera no Senhor
mais que o vigia pela aurora.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que ornais a vossa Igreja com o testemunho dos mártires, fazei que a gloriosa paixão que hoje celebramos, dando a santo Inácio de Antioquia a glória eterna, nos conceda contínua proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Francisco lançará campanha internacional contra a fome


Papa Francisco lançará campanha internacional contra a fome


O secretário-geral da Cáritas Espanha, Sebastián Mora, anunciou nesta quinta-feira (17) que, no dia 10 de dezembro, será iniciada uma campanha internacional para combater a fome envolvendo as Cáritas de todo o mundo. Segundo ele, a campanha será aberta pelo papa Francisco no Vaticano, de onde o projeto impulsionará o compromisso de toda a Igreja com os países do Sul.

De acordo com relatos da agência Aciprensa, o anúncio foi feito durante a apresentação do relatório de atividades 2012 da Cáritas Espanha e o informe da Realidade Social, acompanhado pelo bispo responsável pela Caritas na Comissão Episcopal da Pastoral Social, monsenhor Alfonso Milián, e pelo presidente da entidade, Rafael del Rio.

Sobre a campanha internacional, o secretário-geral da Cáritas Espanha explicou que levou mais de um ano de preparação. Afirmou ainda que a iniciativa "surge no momento precedente à conclusão das metas de desenvolvimento do milênio", entre as quais estava a erradicação da fome extrema.

A campanha terá quatro linhas de ação, acrescentou Mora, que são "a incidência pública, a sensibilização da população e, especialmente, das comunidades cristãs, a participação das pessoas empobrecidas em seu próprio desenvolvimento e, por último, a incidência política perante organizações internacionais no âmbito da segurança alimentar e combate à fome".

Para concluir, disse que "o papa Francisco terá um papel de apoio, de suporte; fará uma declaração e um gesto que dará início à campanha. Mas o Papa é imprevisível, de modo que o apoio certamente será maior, devido a atenção especial que ele dedica ao mundo da pobreza”.

Na apresentação destes dois documentos, pode-se destacar que o apoio social da Cáritas Espanha continua a aumentar, como evidenciado pelo número de 70.229 voluntários que participaram em 2012 (mais 9,3 por cento em relação a 2011) na ação contra a pobreza desenvolvida pelas 70 Cáritas diocesanas e 6.000 Cáritas paroquiais que compõem a Confederação. Esta tendência é semelhante à que reflete a evolução dos recursos investidos, que totalizaram 276.200.000 de euros durante o ano passado, representando um aumento de 25,5 milhões de euros (10,2 por cento) em relação a 2011.

Por outro lado, o VIII informe do ORS da Caritas constata a existência, na Espanha, de situações e eventos que indicam um crescente empobrecimento da sociedade e um aumento do risco de fratura social.

A resposta da sociedade a esse incremento da desigualdade se reflete nos dados coletados no memorando anual da Cáritas. Assim, dos 276 milhões de euros investidos em 2012, quase 194 milhões (70,20 % dos recursos totais) provém de contribuições privadas, o que representa um aumento de 27,7 milhões de euros em relação ao ano anterior. Os recursos públicos geridos pela Caritas totalizaram 83,3 milhões de euros (29,80 % do total).

Graças ao trabalho gratuito dos 70 mil voluntários e a atividade de 4.253 pessoas contratadas, a Cáritas tem fornecido soluções e oportunidades para as pessoas mais vulneráveis à pobreza. Em 2012, as redes diocesanas e paroquiais da Confederação Cáritas criou oportunidades para 4.929.361 pessoas em situação de maior exclusão social. Destas, 1.904.737 foram acompanhadas na Espanha e 3.024.624 nos países do sul.
Zenit, 15-10-2013.

A Sagrada Escritura

Roteiro Homilético


Antigamente os protestantes se distinguiam dos católicos porque “liam a Bíblia”, como se dizia. De uns tempos para cá, isso mudou. A Bíblia faz parte também do lar católico e, espera-se, não só para ficar exposta sobre um belo suporte de madeira entalhada... O Concílio Vaticano II nos exorta a ler a Sagrada Escritura, usando as mesmas palavras de Paulo na 2ª leitura de hoje: a Escritura “comunica a sabedoria que conduz à salvação”, “é inspirada por Deus e pode servir para denunciar, corrigir, orientar”.
Ora, essa recomendação de Paulo e do Concílio deve ser interpretada como convém. Não significa que cada palavrinha isolada da Sagrada Escritura seja um dogma. A Escritura é um conjunto de diversos livros e textos que devem ser interpretados à luz daquilo que é mais central e decisivo, a saber, o exemplo de vida e o ensinamento de Jesus. O centro e o ponto de referência de toda a Sagrada Escritura são os quatro evangelhos. Em segundo lugar vêm os outros escritos do Novo Testamento (as Cartas e os Atos dos Apóstolos), que nos mostram a fé e a vida que os discípulos de Jesus quiseram transmitir. A partir daí podemos compreender como a Bíblia toda deve ser interpretada, para ser “sabedoria que conduz à salvação”, tanto o Novo Testamento como o Antigo (ou Primeiro), que nos mostra o caminho de vida que Jesus, como verdadeiro “filho de Israel”, levou à perfeição.
A recomendação de Paulo significa que a nossa fé deve ser entendida à luz das Escrituras. Jesus usou as palavras do Antigo Testamento para rezar e para anunciar a boa-nova do Reino. Sem conhecer o Antigo Testamento, não entendemos a mensagem de Jesus conservada no Novo. Jesus é a chave de leitura da Bíblia. Isso é muito importante para não fazermos de qualquer frase do Antigo Testamento um dogma definitivo! A lei do sábado, por exemplo, deve ser interpretada com esse profundo senso de humanidade que tem Jesus. As ideias de vingança, no Antigo Testamento, à luz de Jesus aparecem como atitudes provisórias e a serem superadas. Todos os trechos da Bíblia, por exemplo, as parábolas de Jesus, devem ser entendidos dentro do seu contexto e conforme seu gênero e intenção. Não devem ser tomados cegamente ao pé da letra. Muitas vezes apresentam imagens que querem exemplificar um só aspecto, mas não devem ser imitados em tudo.
Também importa ler a Sagrada Escritura no horizonte do momento presente, interpretá-la à luz daquilo que estamos vivendo hoje. Sem explicação e interpretação, a Bíblia é como faca em mão de criança, ou como remédio vendido sem a bula: pode até matar! Ora, a interpretação se deve relacionar com a vida do povo. Por isso o próprio povo deve ser o sujeito desta interpretação, mediante círculos bíblicos e outros meios adequados.

Além da escravidão e do proveito a todo custo

Em mensagem, papa pede mudanças nos estilo de vida marcados pelos consumismo e desperdício.


Em mensagem, Francisco diz que fome é "um problema que interpela a nossa consciência pessoal e social". (Foto: Reprodução/saovicentenews.blogspot.com)
Não é tolerável o "escândalo da fome" em um mundo onde um terço da produção alimentar "é largada por causa das perdas e dos esbanjos cada vez maiores". A denúncia  foi feita pelo papa Francisco, que em uma mensagem ao diretor geral da FAO, José Graziano da Silva, por ocasião da jornada mundial da alimentação, pediu uma mudança de mentalidade diante da tragédia "em que ainda vivem milhões de famintos e subalimentados, entre os quais muitíssimas crianças". Uma tragédia que, para o pontífice, não pode ser resolvida na lógica passageira da emergência, mas como "um problema que interpela a nossa consciência pessoal e social" e exige "uma solução justa e permanente".

Por isso, o bispo de Roma pede para se superar atitudes de indiferença ou de acomodação e de "derrubar com decisão as barreiras do individualismo, do fechamento sobre si mesmos, da escravidão do proveito a todo custo", para "reavaliar e renovar nossos costumes alimentares". Precisa ser derrubada, em particular, "a lógica do aproveitamento desenfreado da criação" – lê-se na mensagem lida pelo observador permanente da Santa Sé junto à FAO, o arcebispo Luigi Travaglino, durante a cerimônia na manhã dessa quarta-feira (16), na sede da Organização em Roma – por meio do "compromisso de cultivar e cuidar do ambiente e seus recursos, a fim de garantir a segurança alimentar e caminhar rumo a uma alimentação suficiente e sadia para todos".

Lembrando que "os nossos pais nos educavam ao valor daquilo que recebemos e que temos, considerado como dom precioso de Deus", o papa Francisco exorta todos a um sério exame de consciência “sobre a necessidade de modificar concretamente nossos estilos de vida” alimentares, marcados muitas vezes “pelo consumismo, desperdício e esbanjamento dos alimentos”. E volta a alertar contra as consequências da "cultura do desperdício", que sacrifica "homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo" e da "globalização da indiferença", que "nos leva aos poucos à indiferença do outro, como fosse algo normal". O problema da fome, afinal, não é só econômico ou científico, mas também e, sobretudo, ético e antropológico. "Educarmo-nos à solidariedade – alerta o pontífice – significa educarmo-nos à humanidade” e se comprometer na construção de uma sociedade que tenha em "seu centro sempre a pessoa e a sua dignidade”.
L'Osservatore Romano, 17-10-2013.