sábado, 18 de julho de 2015

Papa reconhece virtudes heroicas e Igreja terá 8 novos beatos


Papa autoriza a promulgação de decretos que reconhecem as virtudes heroicas de futuros 8 beatos - EPA
17/07/2015 12:55
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco autorizou o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, a promulgar oito Decretos de Beatificação. A audiência particular deu-se na tarde desta quinta-feira (16/7), na Casa Santa Marta, no Vaticano. Os Decretos são concernentes às virtudes heroicas dos seguintes Servos e Servas de Deus:
- André Szeptyckyj, no civil Romano Alessandro Maria, da Ordem de São Basílio, arcebispo-Mor de Leopolis dos Ucranianos, Metropolita de Halyc, nascido em 1865, na Ucrânia, onde morreu em 1944;
- Giuseppe Carraro, Bispo de Verona, nascido em Mira, Itália, em 1899 e morto em Verona em 1980;
- Agostino Ramírez Barba, sacerdote diocesano, Fundador da Congregação das Irmãs Servas do Senhor da Misericórdia, nascido em 1881, em San Miguel el Alto, México, e morto e Teplatitán, em 1967;
- Simpliciano da Natividade, no civil Aniello Francisco Saverio Maresca, sacerdote professo da Ordem dos Franciscanos Menores, Fundador das Irmãs Franciscanas dos Sagrados Corações, nascido em Meta de Sorrento, Itália, em 1827, e morto em Roma, em 1898;
- Maria do Refugio Aguilar y Torres, viúva, Fundadora da Congregação das Irmãs Mercedárias do Santíssimo Sacramento, nascida em San Miguel de Allende, México, em 1866, e morta em Cidade do México, em 1937;
- Maria Teresa Dupouy Bordes, religiosa professa da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, Fundadora da Congregação das Missionárias dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, nascida em Saint Pierre d’Irube, França, em 1873, e morta em San Sebastián, Espanha, em 1953;
- Elisa Miceli, Fundadora do Instituto das Irmãs Catequistas Rurais do Sagrado Coração, nascida em Longobardi, Itália, em 1904, e morta em Frascati, perto de Roma, em 1976;
- e Isabel Méndez Herrero, no religioso, Isabel de Maria Imaculada, Irmã professa da Congregação das Servas de São José, nascida em Castellanos de Moriscos, Espanha, em 1824, e morta em Salamanca, em 1953. (MT)

Quem é o bispo? Qual sua função na Igreja?


Por Dom Pedro Carlos Cipollini*
Tendo sido eleito Bispo de Santo André-SP, em minhas orações e reflexões pensei sobre o ministério episcopal, colocando por escrito esta reflexão que está sendo oferecida ao povo da Diocese, (na forma popular de pergunta e resposta), neste período preparatório para a posse canônica, que se dará dia 26 de julho às 16h00 na Catedral Nossa Senhora do Carmo. Compartilho aqui este texto que talvez possa servir aos irmãos e irmãs que o lerem.
1. Como Deus manifesta seu amor por nós?
De dois modos Deus dá prova de seu amor: a) Criando e sustentando o mundo. b) Salvando o mundo através de seu Filho Jesus Cristo, que se encarnou, morreu na cruz e ressuscitou, e de junto do Pai enviou o Espírito Santo para formar a Igreja. Ela “é o Povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Vat. II - LG 4). Na Igreja as pessoas podem se encontrar com Cristo, e por meio dele tornarem-se irmãos e filhos do mesmo Pai. Na Igreja, pela fé batismal, se vive a comunhão libertadora do mal, do pecado e da morte.
2. Qual é a missão da Igreja?
A Igreja é missionária por natureza. Tem a missão de anunciar o Reino de Deus como fez Jesus que é a luz dos povos (Lc 2,32). Ele confiou à Igreja a missão, o poder e a obrigação de levar a luz do Evangelho a toda criatura (Mc 16,15). A Igreja cumpre sua missão através da pregação da Palavra, testemunho de fé, vivência da caridade e celebração dos santos mistérios (sacramentos). A Igreja não é uma sociedade qualquer, ela é humano-divina, brota do Mistério da Trindade. Por isso, não deve haver separação entre Cristo, Reino e Igreja. A Igreja é comunhão de vida na fé, esperança e amor fraterno. Advogada dos pobres e defensora da vida, porque defensora dos direitos de Deus criador: “A Igreja é coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15).
3. Como podemos saber que Jesus Cristo é a cabeça do corpo que é a Igreja?
São Paulo deixou escrito sobre Jesus: “Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja” (Col 1,18); “Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo, e o constituiu acima de tudo como Cabeça da Igreja, que é seu corpo...” (Ef 1,22); Jesus ressuscitado envia de junto do Pai o Espírito Santo (cf. At 2,23) e “neste Espírito todos fomos batizados para formar um só corpo” (1Cor,12,13), por isso, “...embora muitos, somos um só corpo em Cristo” (1 Cor 12,12). Ninguém pode dizer que ama a cabeça (Cristo), sem amar o corpo (Igreja). “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).
4. Como está organizada a Igreja?
O Pai projeta a Igreja, Jesus a funda e é seu Senhor, o Espírito Santo a dirige. A Igreja Povo de Deus não é, porém, uma corrente de idéias, uma ONG, mas uma sociedade organizada a partir da fé. Organizada porque “Cristo é nossa paz!” (Ef 2,14), nosso Deus não é Deus de confusão. Na Igreja deve reinar a paz e o amor fraterno. Na Igreja existem vários carismas, ministérios, serviços, em vista do bem comum de todo o corpo da Igreja (1Cr 12, 4-11). Jesus instituiu os Apóstolos para governar a Igreja e lhes deu poder (cf. Mt 28,18). “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza” (Lc 10,16). Os apóstolos, nos quais está fundada a Igreja, seguindo os passos de Cristo, pregaram a Palavra da Verdade e fundaram as comunidades, a Igreja. “É dever de seus sucessores perenizar esta obra” (Vat. II - AG 1).
5. O Bispo continua hoje a missão dos apóstolos?
O Concílio Vaticano II ensina que Jesus constituiu o governo de sua Igreja da seguinte maneira: os bispos como sucessores dos apóstolos, junto com o papa sucessor do apóstolo Pedro. Eles por mandato divino regem a Igreja que é a Casa de Deus. Jesus enviou os apóstolos assim como ele foi enviado (cf. Jo 20,21). Para que o episcopado fosse uno e indiviso, Jesus colocou S. Pedro como princípio da unidade de fé e comunhão na Igreja. O papa preside a Igreja na caridade e é cabeça do colégio dos bispos (cf. Mt 16,18). Os apóstolos portanto, deixaram sucessores e eles são os bispos. Na nossa Igreja Católica esta corrente é legítima e nunca se rompeu. A sucessão apostólica foi transmitida de forma contínua até nossos dias. Assim o principal ministério na Igreja é o dos bispos que conservam a semente do ministério apostólico (cf. CDC cân. 375). Desde o século II é doutrina admitida sem nenhuma dúvida que o bispo é legítimo sucessor dos apóstolos, princípio e fundamento visível da unidade em sua própria Igreja.
6. Qual o testemunho da Igreja dos primeiros tempos sobre o bispo?
A partir da Sagrada Escritura que fala do bispo (epíscopo em grego igual a supervisor – cf. 1Ti 1,7-9), Santo Irineu no ano 140 atesta que a fé dos apóstolos é guardada pelos bispos, instituídos pelos apóstolos e seus sucessores até nós (cf. Ad. Haer. III 2,2). São Cipriano de Cartago no ano 258, nos ensina: “A Igreja é povo unido e rebanho que adere a seu pastor. Em consequência, devemos compreender que o bispo está na Igreja e a Igreja está no bispo, e que se alguém não está com o bispo, não está com a Igreja” (Epistola 66,8.3). Vê-se assim que entre os fiéis dos primeiros séculos, a figura do bispo já tinha o destaque necessário que chegou até nossos dias. Nos bispos que recebem a plenitude do sacerdócio, nos presbíteros e diáconos, seus auxiliares, Jesus sinaliza que cumpre sua promessa de estar conosco, com a Igreja, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
7. Quais são os ofícios e tarefas dos bispos?
É o próprio Jesus Cristo que age na Igreja através de seus ministros. Para isso os bispos recebem a efusão dos dons do Espírito Santo, mediante a imposição das mãos (desde os tempos apostólicos) na ordenação episcopal (cf. At 1,8; Jo 20,22-23; 2Tm 1, 6-7). O bispo recebe a plenitude do sacramento da Ordem para ser ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus e garantia da unidade de sua Igreja (cf. 1Cor 4,1); dar testemunho do Evangelho pela pregação (cf. Rm 15,16), administrar a justiça e o Espírito (cf. 2Cor 3,8-9). A sagração episcopal confere ao bispo a tarefa de santificar, ensinar e governar a Igreja que lhe é confiada. O Concílio Vaticano II assim se expressa: “Os Bispos, pois com seus auxiliares, os presbíteros e diáconos, receberam o encargo de servir a comunidade, presidindo no lugar de Deus ao rebanho do qual são pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo” (LG n. 20).
8. Como o bispo deve exercer sua tarefa de presidir a Igreja?
A palavra chave para entender a missão do bispo é o serviço. Jesus veio para servir: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27). “Mediante a imposição das mãos e as palavras da consagração é concedida a graça do Espírito Santo e impresso o caráter sagrado de tal modo que os bispos, de maneira eminente e visível, fazem as vezes do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice e agem em seu nome” (Vat. II – LG n. 21). Ensinar: são mestres, pregoeiros e guardiões da fé que deve ser crida e praticada; vigilantes, devem afastar os erros que ameaçam o rebanho (2Tm 4,1-4). Santificar: o bispo santifica seu povo rezando por ele, presidindo os sacramentos mormente a Eucaristia e edificando a todos com o exemplo de sua vida. Governar: o bispo tem autoridade para dirigir, organizar, legislar e administrar o que se fizer necessário para edificar e favorecer o rebanho. Para isso ele tem poder próprio, ordinário e imediato visando sempre a utilidade dos fiéis e o bem da Igreja. Na perspectiva do Reino de Deus o maior é o que serve (cf. Mc 10,43).
9. Como deve ser o relacionamento dos fiéis com o bispo?
Na Igreja todos tem verdadeira dignidade a partir do batismo. O bispo, pastor do rebanho, não vê os fiéis numa condição de inferioridade ou passividade, mas como colaboradores, discípulos e missionários como todos os batizados devem ser. Assim, o carisma episcopal que comporta um verdadeiro poder conferido por Cristo, é um poder-serviço ao Povo de Deus. Os fiéis devem ver no bispo um pai: “Da mesma forma, sabem que tratamos cada um de vocês como um pai trata seus filhos” (1Tes 2,11). O bispo deve apascentar com cuidado, “não pela força mas de livre vontade como Deus o quer” (1Pd 5,2). A atitude dos fiéis em relação a seu bispo deve partir da fé em Jesus Cristo, o Supremo Pastor, de quem o Bispo faz as vezes e representa. Deve ser uma atitude de respeito, acatando a seus ensinamentos e colaborando com ele em tudo, para que o bispo possa cumprir fielmente sua missão de amar e servir, em nome de Jesus, o rebanho que lhe foi confiado. Os fiéis devem levar em conta que misteriosamente, é Cristo que escolhe o bispo, assim como livremente escolheu os apóstolos: “Não fostes vós que me escolhestes mas eu que vos escolhi” (Jo 15,16; cf. Mc 3,13).
10. Quais são os símbolos episcopais e seu uso na liturgia?
Torna-se necessário dizer uma palavra, sobre alguns símbolos recebidos pelo bispo no dia de sua ordenação episcopal e que lhe são próprios e expressam seu ofício. Símbolos de uso comum dos bispos, cujo significado muitas vezes, é desconhecido da maioria dos fiéis (cf. Dic. Litúrgico, R. Berger, Loyola, 2005).
Báculo: Bastão ou cajado, símbolo do poder-serviço e da missão de pastor. Tem uma extremidade curva para puxar as ovelhas mais perto, impedindo que se dispersem, e a outra extremidade reta ou pontuda para defender dos lobos. É usado somente nas funções litúrgicas.
Mitra: símbolo da santidade e poder espiritual. Com suas duas pontas voltadas para o alto indica a pertença a Deus. Com suas duas partes separadas e duas ínfulas (fitas que caem para traz), é símbolo da Antiga e Nova Aliança. Simboliza também o capacete usado para defender a fé. É usada somente nas funções litúrgicas.
Anel: É sinal de união e fidelidade eternas. Sinaliza o dever do bispo, de ser guardião da aliança de amor entre Cristo esposo, e sua esposa a Igreja (Diocese a ele confiada), mantendo-a fiel na unidade e amor. É usado sempre pelo bispo.
Cruz peitoral: A cruz é símbolo universal da mediação e do mediador (Jesus) como duas ligações de pontos opostos. A partir da ressurreição, a cruz se torna sinal da vitória sobre a morte, e da vida nova em Cristo, a qual o bispo, sucessor dos apóstolos, deve anunciar. Usada sempre pelo bispo.
Solidéu: barrete em forma de calota de cor roxa que substitui a tonsura (corte de cabelo de forma redonda) a qual simboliza a total consagração da vida a Deus. É uma peça não só litúrgica litúrgica do vestuário episcopal, pode ser usada fora das celebrações.
Cátedra: Cadeira ou cátedra episcopal em lugar fixo e destacado no presbitério da igreja Catedral (que se chama assim porque tem a cátedra episcopal, por isso também é a igreja mãe da Diocese). A cátedra significa o ofício do bispo de presidir e governar sua Igreja, a Diocese.
Lema: Divisa, norma ou sentença curta que resume um ideal a ser atingido. Geralmente os bispos escolhem um versículo da Sagrada Escritura para iluminar todo o seu ministério. O lema de Dpm Pedro é: In nomine Iesu - Em nome de Jesus (Cl 3,17)
Brasão: Figura heráldica que compõem o distintivo de famílias, cidades, corporações ou indivíduos. Nela aparecem elementos, cores e ornatos como símbolos significativos, os quais no conjunto, compõem um programa de vida. É um logotipo ou logomarca.
CNBB 08-07-2015
*Dom Pedro Carlos Cipollini é bispo eleito de Santo André (SP).

Louvado sejas...


Por Dom Fernando Arêas Rifan*
“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”. Assim se exprimia São Francisco de Assis, no seu célebre “Cântico do Irmão Sol” ou “Cântico das criaturas”, no qual expressa o seu louvor a Deus através de suas obras. Inspirado nesse cântico, o Papa Francisco escreveu sua encíclica “Laudato si”, sobre o zelo que devemos ter com as criaturas que Deus nos deu, sobre o cuidado da casa comum, “a nossa irmã, a terra”.
Numa posição de equilíbrio entre os ambientalistas e ecologistas com visão apenas naturalista da questão e os gananciosos pelo dinheiro que visam apenas o lucro sem se preocuparem com os danos ambientais, ambos muitas vezes esquecidos da centralidade e dignidade da pessoa humana, o Papa adota uma correta posição teológica e antropológica diante do problema da natureza criada por Deus e dada ao homem, rei da criação. O Papa nos lembra que “esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou” (n. 2).
“Se o ser humano se declara autônomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência, porque em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza” (n. 117).
Desta encíclica, cuja leitura integral recomendo a todos, ressalto alguns pontos significativos, como, por exemplo, quando o Papa condena os defensores da contracepção e do controle artificial da população: “Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de ‘saúde reprodutiva’” (n. 50).
O Papa defende, sobretudo, a vida humana: “Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá proteção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incômodos e dificuldades” (n. 120). “Além disso, é preocupante constatar que alguns movimentos ecologistas defendem a integridade do meio ambiente e, com razão, reclamam a imposição de determinados limites à pesquisa científica, mas não aplicam estes mesmos princípios à vida humana. Muitas vezes justifica-se que se ultrapassem todos os limites, quando se faz experiências com embriões humanos vivos. Esquece-se que o valor inalienável do ser humano é independente do seu grau de desenvolvimento. Aliás, quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por considerar legítima qualquer prática. Como vimos neste capítulo, a técnica separada da ética dificilmente será capaz de autolimitar o seu poder” (n. 136).
CNBB 08-07-2015
*Dom Fernando Arêas Rifan é bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ).

Muticom que debateu a "Ética nas comunicações" conclui-se este sábado


O MUTICOM reuniu cerca de 500 comunicadores de todo o Brasil - AFP
18/07/2015 07:08
Vitória (RV) – Conclui-se com a Santa Missa na parte da tarde deste sábado no Convento da Penha, o 9º Muticom Brasileiro de Comunicação que teve início em Vitória (ES) na última quarta-feira. Cerca de 500 comunicadores de todo Brasil estiveram reunidos nestes dias no Centro de Convenções da capital capixaba para palestras e grupos de trabalho que tiveram como tema central a “Ética nas Comunicações”. A abertura do evento foi realizada pelo Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela que no primeiro discurso do evento chamou a atenção de todos para a questão da crise ética: “Estamos vivendo um momento de crise na ética, e cabe a nós sermos bons comunicadores”, afirmou.
A primeira palestra do Muticom abordou o próprio tema do encontro, a “Ética nas Comunicações”, e foi ministrada pelo Doutor em Comunicação, Pe. Gildásio Mendes. Durante a apresentação, Pe. Gildásio destacou que o conteúdo publicado pelos internautas é reflexo da formação e educação pessoal, pois a internet não é uma consequência, mas uma causa.  O segundo dia de atividades do 9º Muticom começou com a Santa Missa presidida pelo Bispo auxiliar de Aparecida (SP) e Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Dom Darci José Nicioli, e concelebrada pelos demais bispos e padres da Arquidiocese de Vitória.
Já o bispo alemão de Sttutgard, Dom Gebhard Fürst conversou com os jornalistas sobre Internet e Redes Sociais e na sequência a palestra com a professora Elizabeth Barros com o tema “A comunicação social e a construção ética do indivíduo”. Também discursou o bispo auxiliar da Diocese de Caxias do Sul (RS), Dom Leomar.  
No terceiro dia de atividades, sexta-feira o jornalista e professor Elson Faxina apresentou o tema sobre A Igreja Católica na mídia: análise do discurso. “Colocar os pés no barro”, foi esse o convite que Elson Faxina fez aos presentes. De acordo com ele, o comunicador deve conhecer a realidade da sua comunidade, saber da vida desse povo que trabalha na igreja, que vive a vida real dos mais necessitados.
Faxina questionou o modo como os católicos estão ocupando espaço na mídia. Para Faxina, “nós, os comunicadores de igreja, devemos mudar o foco da comunicação, e sermos missionários da comunicação”.
O jornalista Caco Barcelos também conversou com os participantes do encontro de comunicação e falou sobre o aspecto espetacular da notícia, acompanhado com alguns vídeos de aventuras que percorreu nestes 40 anos de profissão, na vida e alguns desafios bem complicados. Foi um encontro de reflexão, trocas de ideias e não apenas participação da palestra.
Neste sábado os trabalhos conclusivos com a apresentação de experiências de comunicação educativa.
Nós conversamos com alguns participantes provenientes de todo o Brasil, e pedimos a eles uma palavra final sobre o que levam deste encontro...
Ouvimos ainda o Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Dom Darci José Nicioli que já tem o olhar para o 10º Muticom que será realizado em Joinvile, (SC) em 2017...
De Vitória para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

Editorial – Papa, doutrina social da Igreja e América do Sul


Um menino equatoriano que aguardava a chegada do Papa ao Santuário de El Quinche, em Quito - AFP
18/07/2015 08:23
Cidade do Vaticano (RV) – Francisco finalmente pôde voltar para casa depois de mais de dois anos. Não foi à sua “amada Pátria” argentina, mas à “Pátria Grande” sul-americana – que o Brasil ainda insiste em dar as costas, isolando-se até mesmo dentro do próprio Mercosul.
Ao desembarcar no Equador, Francisco logo deixou claro que a visita não era a de um chefe de Estado, mas de um pastor que conhece na pele as mazelas do povo americano. "A América Latina tem uma dívida com os pobres”, recordou o Papa ao chegar a Quito como “testemunha da misericórdia e da fé em Jesus Cristo”.
Em terras de latitude zero, Francisco defendeu a família citando a Mãe de Jesus que “não Se fecha em Si mesma, não Se encerra no seu mundo; ao contrário, o seu amor A faz ‘ser para’ os outros. O Papa também aproveitou a presença no ponto mais próximo ao Espaço para lembrar que “a Igreja, como a lua, não tem luz própria e, se se esconde do sol, que é Cristo, acaba por escurecer-se”.
A acolhida do povo equatoriano à presença de Francisco foi emocionante. Por onde o Papa passava, a população lançava pétalas de rosas que cobriam com um mosaico multicolorido o branco alvo do papamóvel. Cores que representam a miscigenação cultural da qual a fé não é adereço  – e sim fundamento base desta colcha de retalhos bem interlaçada que é a América do Sul.
O Pontífice convidou essas pessoas a “lutar pela inclusão e confiar no coração sem medo" e lembrar que “somos todos irmãos”, portanto “ninguém deve ser descartado ou excluído". Aos professores, alertou para uma necessidade urgente de uma “educação que forme espírito crítico” e que seja capaz de “cuidar do mundo atual”.
Francisco voltou a fazer uso dos trinômios para fixar suas ideias. No Equador, falou em gratuidade, solidariedade e subsidiariedade:  “Assumir que a nossa opção não é necessariamente a única legítima é um sadio exercício de humildade”.
Ao se despedir do Equador, no encontro com os religiosos, o Papa ofereceu uma nova reflexão e a necessidade de se cultivar uma “cultura da memória”.
“Não percam a memória, sobretudo, a memória de onde vocês vieram. Não reneguem suas raízes. E não se sintam promovidos. A gratuidade não pode conviver com a promoção. Quando um religioso começa a fazer carreira, carreira humana, começa a adoecer e a perder a memória de onde veio. Todos os dias renovem o sentimento que tudo é gratuidade. Nada merecemos. E peçam a graça de não perder a memória”, sublinhou Francisco.
O recado vai além da esfera individual. Uma sociedade sem memória é uma sociedade sem futuro. A exortação do Papa vai a todos para que custodiem os guardiões da memória: os idosos.
A “cultura da memória” marcou a chegada do Papa à Bolívia que nas alturas de La Paz, alertou para  os perigos de um crescimento que não leva em consideração o ser humano na sua condição integral.
É preciso “custodiar aos que hoje são descartados por tantos interesses que colocam ao centro da vida econômica o deus dinheiro. E são descartados as crianças e os jovens que são o futuro do País, e os idosos que são a memória. Por isso, temos que cuidar e protegê-los, porque são nosso futuro”, alertou Francisco.
No Estado Plurinacional da Bolívia, a viagem de Francisco adquiriu um forte tom político-ideológico para os meios de comunicação e para a Igreja, pastoral-social inspirado no Evangelho.
O episódio da entrega da famigerada réplica do crucifixo feito pelo padre jesuíta espanhol Luis Espinal, assassinado pelo regime comunista, por Evo Morales ao Papa, desencadeou reações instantâneas na opinião pública.
Diante dos apelos imediatistas da rede, o que se viu foi um exemplo claro do que o Papa nos alerta na encíclica Laudato si quando fala das consequências do “ruído dispersivo da informação”.
“A verdadeira sabedoria, fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre pessoas, não se adquire com uma mera acumulação de dados que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir”. (LS 47)
No voo de volta a Roma, o Papa garantiu que não se sentiu ofendido com o presente. Explicou que não conhecia a obra mas que, ao fazer uma análise hermenêutica da história de vida de Padre Espinal, classificou-a como “arte de protesto”.
Positiva e surpreendente foi a posição do Papa que, com muita coragem, pediu diálogo para resolver a questão político-geográfica entre Chile e Bolívia para uma saída territorial boliviana para o mar.
“Penso na saída para o mar. Diálogo: é indispensável.  Devemos construir pontes, em vez de erguer muros. Devemos construir pontes, em vez de erguer muros”, repetiu o Pontífice.
Em Santa Cruz de la Sierra, entra para a história o contundente pronunciamento de Francisco ao encerrar o encontro mundial de Movimentos Populares.
“Aqui, na Bolívia, ouvi uma frase de que gosto muito: ‘processo de mudança’. A mudança concebida, não como algo que um dia chegará porque se impôs esta ou aquela opção política ou porque se estabeleceu esta ou aquela estrutura social”.
Este é somente um pequeno trecho entre os mais marcantes do discurso que convidamos aqui para rever, escutar ou ler as palavras do Papa na íntegra, como nos exorta o Pontífice, novamente em sua encíclica Laudato si, para combater a informação dispersiva  no mundo digital.
Contudo, o momento mais emocionante da passagem do Papa na Bolívia foi o encontro com os detentos de Palmasola, e os seus filhos. Por uma hora, a liberdade – a verdadeira liberdade trazida por Cristo – abriu espiritualmente as portas desta periferia na periferia, símbolo do sistema do descarte. Ali, Francisco recordou que reclusão não significa exclusão, mas um processo – necessário – de reinserção social.
A visita à Bolívia conclui-se com Francisco que deixa aos pés de Nossa Senhora de Copacabana as condecorações recebidas pela presidência. “Nunca aceitei uma condecoração. Mas como foram-me dadas com tanto carinho, rezei e deixei aos pés da padroeira”, disse o Papa no avião aos jornalistas.
Um ponto em comum entre os três Países visitados foi o encontro de Francisco, sempre que possível e às vezes fora de programa, com os confrades jesuítas. Fez até “propaganda” de Santo Inácio ao lembrar que o fundador da Companhia de Jesus, nos Exercícios espirituais, dizia “que o amor se mostra mais nas obras do que em palavras”.
A obra que Francisco construiu, contudo, com suas palavras no Paraguai atestam o amor do Pontífice pelo povo do “Coração da América”, como o Papa mesmo chamou as terras guaranis das Reduções jesuíticas.
Em diversos encontros, as músicas daquele tempo deram o tom da passagem do Papa pelo Paraguai. Trilha sonora “bailada” pelas mulheres paraguaias, as “mais gloriosas” da América, enalteceu Francisco, por terem levado o País adiante após a guerra fratricida que quase acabou com a fraternidade de povos irmãos.
Olhando para o futuro, os jovens do mundo inteiro representados na juventude paraguaia, o Papa encerrou sua viagem pedindo corações livres para conhecer Jesus e a rocha firme que é Deus.
Todo o conteúdo multimídia produzido pela redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano está disponível neste link. Um verdadeiro arquivo histórico da primeira viagem de um Papa latino-americano ao “Continente da Esperança”. Saibamos receber e acolher a palavra de Francisco e a doutrina social da Igreja – que tem na base a obra concreta do Salvador de todos os povos. (RV)

Local do batismo de Jesus declarado Patrimônio Mundial pela Unesco


O Papa Francisco rezou nas margens do Rio Jordão, em Betânia, onde Jesus foi batizado - EPA
18/07/2015 20:38
Amã (RV) – Betânia, “na outra margem do Jordão”, o lugar onde foi batizado Jesus, foi inscrito na lista dos Patrimônios Mundiais da UNESCO. O local da  "inexplicável” manifestação que deu origem à vida pública de pregador de Nazaré foi por séculos um mistério histórico. Os Evangelhos são concordes em apontar o Rio Jordão, mas param nesta informação genérica. O único a precisar o lugar é o Evangelho de João, que fala de uma “Betânia além do Jordão”. A outra Betânia, pátria de Lázaro e de suas irmãs Marta e Maria, se encontra, por sua vez, nas proximidades de Jerusalém e não próximo ao rio.
Mosaico em Madaba
No século III, todavia, nenhum local nas proximidades do Jordão tinha este nome. Tanto que Orígenes se convenceu de um erro na transmissão do texto evangélico e propôs corrigi-lo substituindo Betânia por Bethabara, “onde se afirma que João batizava”. Esta variante se lê em diversos manuscritos evangélicos, enquanto o mesmo topônimo figura em um esplêndido mosaico do século VI descoberto em 1897 em Madaba (atual Jordânia), com a explicação em grego de que se tratava do “lugar do batismo de João”, diante de “Ainon onde agora é Sapsafas”, na margem oriental do rio.
No mesmo local, a subida aos céus de Elias
Para além de toda esta questão textual, pelo menos a partir do final do século III devem ter-se iniciado as peregrinações na margem do Jordão, a poucos quilômetros ao norte do Mar Morto. Alí se dizia que Jesus havia sido batizado por João, não por acaso no mesmo local onde a tradição colocava a misteriosa subida de Elias aos céus. Desde então os testemunhos literários e monumentais se multiplicaram e guiaram as descobertas divulgadas pelo arqueólogo Michele Piccirillo – o pai Mateus dos romances de Franco Scaglia – sobre “o parque do batismo”. Nem todos, porém, essão de acordo. (JE/Osservatore Romano)

Atividades do Papa no verão europeu: Pontificado fora do comum


Santo Padre aproveita a pausa de verão para preparar discursos da próxima viagem - ANSA
18/07/2015 09:41

Cidade do Vaticano (RV) – O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, em uma entrevista à TV2000, afirmou que ao regressar da sua viagem à América Latina o “Papa Francisco está se preparando, na Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano, para a sua décima Viagem Apostólica, que o levará a Cuba e Estados Unidos, de 19 a 27 de setembro próximo.
Francisco está escrevendo os discursos, que pronunciará nos dois países, sobretudo na ONU, no Congresso norte-americano e por ocasião do Dia Mundial da Família, em Filadélfia. Tais compromissos requerem uma preparação não indiferente, diz Padre Lombardi. Por isso, neste mês de julho, não há audiências gerais na Praça São Pedro e nem as Missas particulares, na Capela Santa Marta, da qual sempre participa um grupo reduzido de fiéis.
Assim, com mais tempo livre e um pouco mais de descanso, o Santo Padre se dedica aos seus próximos compromissos. O único empenho público permanece a oração do Angelus, aos domingos, com os fiéis na Praça São Pedro. As audiências gerais serão retomadas no mês de agosto, na Sala Paulo VI, devido ao grande calor europeu; as Missas, em sua Capela particular, recomeçarão somente no mês de setembro.
Enfim, conclui o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa passa as férias de verão, não na Residência Apostólica de Castel Gandolfo, mas na Casa Santa Marta, no Vaticano, onde passa o tempo estudando, lendo, respondendo cartas e se preparando para seus próximos compromissos. (MT)
http://br.radiovaticana.va/news/2015/07/18/atividades_do_papa_no_ver%C3%A3o_europeu_pontificado_incomum/1159233