quarta-feira, 17 de abril de 2013

“A Igreja precisa ir ao encontro dos pobres e ser pobre”, disse o cardeal Cláudio Hummes

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O arcebispo emérito de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes, na coletiva de imprensa desta terça-feira, 16 de abril, explicou que os trabalhos da 51ª Assembleia Geral dos Bispos da CNBB vêm sendo realizados em clima de oração e na serenidade. Além disso, o cardeal apontou que neste encontro dos bispos brasileiros, a Conferência “está enfrentando grandes desafios da vida da Igreja no Brasil”.
Sobre o tema central da Assembleia que, este ano trata de “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, dom Cláudio Hummes acredita que as reflexões estão em unidade com o momento da Igreja no país. Para o cardeal o objetivo é “renovar as paróquias para que elas se tornem, verdadeiramente, missionárias e se abram para a missão e a evangelização”. Por outro lado, o arcebispo chamou a atenção para o fato de que não basta, apenas, constituir novas comunidades, é necessária a presença de animadores e pessoas comprometidas para coordenarem esses grupos que estão nascendo.
“À medida que as pessoas acolhem a mensagem da Igreja, vão formando, assim, as novas comunidades. O Papa Francisco vem destacando a importância da proximidade com os fieis, num sentido de voltar para a casa com o cheiro das ovelhas”, ressaltou dom Cláudio. Em se tratando da missão da Igreja no Brasil, o cardeal tomou, como exemplo, as atividades de evangelização na Amazônia que apresentam desafios, como a distância, o isolamento das comunidades e falta de padres e missionários. Porém, “a Igreja da Amazônia nos dá muitas alegrias. Lá os padres precisam suar a camisa. São missionários que voltam felizes para a casa depois de um dia de muito trabalho”, disse dom Cláudio.
“A proposta que está sendo estudada é, justamente, sair das periferias e ali tornar presente a Igreja. Não apenas com a celebração de missas, mas uma presença permanente através de pequenas comunidades”, explicou. As reflexões da Assembleia Geral estão convergindo, de acordo com o cardeal, na perspectiva de que a prioridade de evangelização “é as regiões mais pobres e de paróquias que têm suas periferias”. Neste contexto, “a Igreja precisa ir ao encontro dos pobres e ser pobre em qualquer lugar e dar o exemplo”, apontou o cardeal. Dom Cláudio lembrou que os bispos reunidos na Assembleia Geral enviaram mensagem ao Papa Francisco onde relataram os andamentos dos trabalhos e também emitiram uma saudação ao Sumo Pontífice no aguardo de sua viagem ao Brasil, no mês de julho, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro.
Fonte: CNBB

Arcebispo visitará detentas da Colônia Penal do Recife

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O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, visitará pela primeira vez, a Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio. No encontro, que acontecerá sábado, dia 20, o religioso presidirá uma missa, às 10h30, e em seguida, almoçará com as cerca de 800 mulheres que cumprem pena no local. A iniciativa é uma das ações que dom Saburido realizará dentro da Visita Pastoral à Paróquia de Nossa Senhora das Graças.
O pároco, padre João Roberto Barbosa, acredita que o encontro do arcebispo com as detentas será de muita emoção para todos. “As mulheres poderão conversar com o bispo, receber o seu carinho. Sem dúvidas, até para quem não é católica será um momento de renovação”, declarou.
Atualmente a Paróquia de Nossa Senhora das Graças mantém um trabalho regular de atendimento às mulheres que estão na colônia penal. Além das atividades da Pastoral Carcerária, as presas também recebem a assistência da Pastoral da Criança. “Dentro do presídio tem um berçário e nós fazemos um acompanhamento dessas crianças e dessa mulher que apesar de tudo é uma mãe e precisa de amparo”, explicou padre João Roberto que visita o local todas às sextas-feiras.
Parceria
No domingo, 21, dom Fernando Saburido se reunirá com representantes da Polícia Militar responsáveis pelos bairros do Engenho do Meio, Torrões e Roda de Fogo. O objetivo é ouvir da corporação como a Igreja pode ajudar no combate à violência. “Queremos ser uma ponte entre a polícia e a comunidade, além de um parceiro na implementação de projetos que visem à prevenção da violência”, explicou o pároco, João Roberto.
O tráfico e o consumo de drogas será o ponto chave do encontro que acontecerá às 14h30, na casa paroquial, que fica ao lado da Matriz de Nossa Senhora das Graças. “Entendemos que o trabalho da polícia não é só de repressão, mas de prevenção. Abriremos a igreja para ouvir e colaborar, principalmente, para que os jovens não continuem sendo vítimas desse mal”, afirmou o sacerdote.
Visita Pastoral – Desde que chegou à Arquidiocese de Olinda e Recife, em agosto de 2009, o arcebispo, dom Fernando Saburido realiza, pelo menos duas vezes por mês, as chamadas Visitas Pastorais. Durante, dois ou três dias, o religioso e uma comitiva de padres e leigos que trabalham na Cúria Metropolitana – centro administrativo da arquidiocese -, participam de reuniões e celebrações com todos os grupos e movimentos do local visitado. Além disso, o grupo conhece toda a área territorial da paróquia e seus componentes (escolas, hospitais, presídios, feiras, quartéis e etc.).
Da Assessoria de Comunicação AOR

Liturgia Diária

Dia 17 de Abril - Quarta-feira

III SEMANA DA PÁSCOA
(Branco – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Que o vosso louvor transborde de minha boca; meus lábios exultarão, cantando de alegria, aleluia! (Sl 70,8.23)
Oração do dia
Permanecei, ó Pai, com vossa família e, na vossa bondade, fazei que participem eternamente da ressurreição do vosso filho aqueles a quem destes a graça da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 8,1-8)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
8 1 E Saulo havia aprovado a morte de Estêvão. Naquele dia, rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judéia e de Samaria, com exceção dos apóstolos.
2 Entretanto, alguns homens piedosos trataram de enterrar Estêvão e fizeram grande pranto a seu respeito.
3 Saulo, porém, devastava a Igreja. Entrando pelas casas, arrancava delas homens e mulheres e os entregava à prisão.
4 Os que se haviam dispersado iam por toda parte, anunciando a palavra (de Deus).
5 Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes Cristo.
6 A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia, escutando-o unanimemente e presenciando os prodígios que fazia.
7 Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam, levantando grandes brados. Igualmente foram curados muitos paralíticos e coxos.
8 Por esse motivo, naquela cidade reinava grande alegria.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 65/66
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
cantai salmos a seu nome glorioso,
dai a Deus a mais sublime louvação!
Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!

Toda a terra vos adore com respeito
e proclame o louvor de vosso nome!”
Vinde ver todas as obras do Senhor:
seus prodígios estupendos entre os homens!

O mar ele mudou em terra firme,
e passaram pelo rio a pé enxuto.
Exultemos de alegria no Senhor!
Ele domina para sempre com poder!
Evangelho (João 6,35-40)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem vê o filho e nele crê, este tem a vida eterna, e eu o farei ressuscitar no último dia, diz Jesus (Jo 6,40).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus replicou à multidão: 6 35 "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
36 Mas já vos disse: ‘Vós me vedes e não credes’.
37 Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O PÃO DA VIDA
Ao afirmar ser o pão da vida, Jesus estava evocando um fato importante da história de Israel, o êxodo do Egito e a longa travessia pelo deserto, onde o povo, faminto e sedento, foi saciado pela Providência divina. Aliás, jamais o povo viu-se privado de pão e água, naquela circunstância delicada de sua história, pois Deus caminhava com ele.
Da mesma forma, a Providência divina jamais deixou de agir em favor da humanidade. Sua bondade manifestou-se, de forma grandiosa, ao saciar, definitivamente, a fome e a sede da humanidade, por meio de seu Filho Jesus. Quem dele se acerca, não terá mais fome nem sede. Antes, poderá estar certo de ter forças para alcançar à meta da caminhada.
A evocação do êxodo oferece uma perspectiva particular para considerar quem, na fé, adere ao Ressuscitado. O cristão faz parte do verdadeiro povo de Deus, a caminho para a casa do Pai. É o êxodo definitivo, durante o qual defronta-se com toda sorte de desafios, correndo o risco de não perseverar até o fim.
Sabendo-se saciado pelo alimento celeste - Jesus -, o cristão recobra as forças, e não se deixa abater pelos reveses da vida. A Eucaristia sacramentaliza esta experiência de fé. Alimentando-se com o pão eucarístico os cristãos revigoram sua fé no Senhor ressuscitado. É o alimento verdadeiro. Engana-se quem imagina poder enfrentar o deserto do mundo, sem contar com ele.

Oração
Espírito que sacia nossos anseios profundos, guia-me ao Ressuscitado, junto do qual não terei mais fome nem sede.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Concedei, ó Deus, que sempre nos alegremos por estes mistérios pascais, para que nos renovem constantemente e sejam fonte de eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Ressuscitou e manifestou-se a nós o Senhor que nos remiu com seu sangue, aleluia!
Depois da comunhão
Ouvi, ó Deus, as nossas preces, para que o intercâmbio de dons entre o céu e a terra, trazendo-nos a redenção, seja um auxílio para a vida presente e nos conquiste a alegria eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Bispo comenta nova versão do Catecismo que será lançada pela CNBB


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai lançar uma nova versão do Catecismo da Igreja Católica. A previsão é de que esta nova versão seja lançada oficialmente na manhã de quinta-feira (18), durante a 51ª Assembleia Geral dos bispos.
O presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, Dom Sérgio da Rocha, que é Arcebispo de Brasília e participa da Assembleia, informou que o pedido de atualização do Catecismo para o Brasil partiu da própria Santa Sé. Foi uma recomendação para valorizar mais o Catecismo, em especial neste Ano da Fé, tornando-o mais acessível ao povo.
O arcebispo explicou que se tenta atingir essa maior acessibilidade de duas formas: procurando atualizar a linguagem, respeitando o que é o conteúdo original do Catecismo, e as citações bíblicas. Dom Sérgio disse que a finalidade primeira do Catecismo da Igreja Católica era servir de base para que outros catecismos locais fossem feitos.
Dessa forma, o Catecismo não substitui essas outras traduções, mas o ideal, segundo o arcebispo, é que o povo possa conhecer o conteúdo original do livro. "O ideal é que as pessoas tenham acesso ao texto do Catecismo, por isso todo esse esforço para que o Brasil, o povo brasileiro, independente de maior conhecimento, maior grau acadêmico, possa ter acesso a ele".
Mas além de fazer com que o texto chegue às mãos das pessoas, Dom Sérgio defende a multiplicação de iniciativas de estudo do Catecismo. "Se é bom a pessoa, espontaneamente, ler o Catecismo e estudá-lo, com certeza ela terá um proveito ainda maior se isso for feito em grupo, juntos. Onde? Nas paróquias, nos movimentos, nas pastorais. E graças a Deus está havendo uma série de iniciativas", disse.

Ano da Fé

Essa nova versão do Catecismo vem justamente durante o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Emérito Bento XVI. Dom Sérgio lembrou que Bento XVI, na Carta Apostólica Porta Fidei, indicou o Catecismo como um dos principais instrumentos para viver esse Ano. Essa indicação, segundo Dom Sérgio, é porque no Catecismo encontram-se conteúdos fundamentais da fé, na linha da fé professada, celebrada e vivida.
"Ao lançarmos uma nova versão do Catecismo, uma versão atualizada em Língua Portuguesa para o Brasil, aqui na Assembleia, estamos destacando esta relação que existe entre a celebração dos 20 anos do Catecismo da Igreja Católica e o Ano da Fé, mas em especial a relação entre o Catecismo como tal e a fé. A fé fundamenta o Catecismo, que deve ser fonte para as pessoas beberem da fé e crescerem na fé".
O arcebispo destacou ainda a necessidade de católicos que saibam dar as razões da fé, e o Catecismo ajuda nisso. Esse processo, porém, deve ser feito não só com bom conhecimento, mas com convicção que vem da vivência. "Eu sempre digo que a fé tem a ver, sim, com a nossa inteligência, por isso que é preciso dar as razões da fé, mas não são razões que estão apenas na cabeça.  A fé tem que passar pelo coração, pela confiança em Deus, pela esperança em Deus e pela fidelidade", disse.
SIR

CNBB lança padre Anchieta como patrono dos catequistas


Aparecida - Foi aprovada, por mais de dois terços dos bispos presentes na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), a proposta que o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, fez para que o Beato José de Anchieta se torne o patrono nacional dos catequistas do Brasil. A decisão, colocada em votação na última sexta-feira (12), deverá, agora, ser submetida à aprovação da Santa Sé.
Segundo dom Odilo, a proposta foi feita no contexto das iniciativas realizadas em prol da canonização do Beato Anchieta, após um pedido da Associação Internacional Anchieta (AIA), presidida pelo padre César Augusto dos Santos, diretor do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano. O cardeal explicou que o principal objetivo é “torná-lo mais conhecido e popularizar uma devoção”.
O arcebispo de São Paulo destacou, ainda, "o perfil do padre Anchieta, que foi missionário e um grande catequista".  Para dom Odilo, o padre Anchieta "fez um belo trabalho de Catequese inculturada e deixou vários catequéticos importantes". Nesse sentido, padre César, que foi durante muitos anos vice-postulador da causa de canonização do Beato Anchieta, acredita que o religioso é “o melhor modelo de catequista do Brasil, sem tirar o mérito de outras pessoas”.
Padre César, que, como Anchieta, é jesuíta, acredita que o Brasil declarar o beato patrono dos catequistas “é uma questão de justiça”. “Se alguém catequizou esse país, se alguém deu a vida pela Catequese do país, se alguém se entregou totalmente a esta causa, foi Anchieta”, avalia o religioso.
Segundo ele, “Anchieta deu toda a sua juventude, toda a sua inteligência, toda a sua vida para trazer Jesus Cristo a este povo – fosse indígena, fosse branco ou africano”. Padre César explicou, também, que o beato Anchieta fez a gramática Tupi e, com isso, ajudou seus colegas padres a entenderem mais os indígenas, que passaram a poder se confessar. Além disso, as catequeses podiam ser melhor elaboradas.
 “E Anchieta fazia uma catequese moderna, pois tinha o momento de Catecismo (e ele até escreveu alguns Catecismos na forma que o indígena gostava, com pergunta e resposta), mas ele também soube passar a doutrina e a ética cristã de um modo lúdico, por meio das peças teatrais, de música, de poesia”, explicou.
A proposta de declarar o Beato Anchieta patrono nacional dos catequistas do Brasil foi um dos destaques do primeiro dia de trabalho dos bispos na assembleia deste ano. “A proposta já havia sido apresentada na assembleia anterior por dom Odilo e não foi aprovada por falta de quórum. Ela retorna agora e teve grande aceitação do episcopado”, revelou dom Milton Kenan Júnior, membro da Comissão do Laicato da CNBB e vigário episcopal para a Região Brasilândia.
Antes mesmo de ser aprovada, a proposta do cardeal Scherer já havia ganhado a simpatia dos usuários das redes sociais. No mesmo dia em que foi apresentada a proposta, dom Tomé Ferreira da Silva, bispo da Diocese de São José do Rio Preto e ex-auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, postou em seu Twitter a notícia, pedindo a opinião dos internautas. Em poucos minutos, foram feitos vários comentários – e a ampla maioria era favorável à proposta.
SIR

Europa necessita de uma 'renovação cristã', defende primeiro-ministro


Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defende resgate dos valores cristãos na Europa como solução para a crise
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, afirmou nessa segunda-feira (15) em Bilbao, norte da Espanha, que "a Europa necessita de uma renovação cristã”, ao considerar que a situação atual não é somente uma crise econômica, mas sim, “um desgaste moral”.
Orbán proferiu a conferência de abertura das VIII Jornadas Católicas e Vida Pública, organizadas pela Associação Católica de Propaganda de Bilbao. No pronunciamento, o Premier sublinhou que “a regeneração europeia requer uma política baseada em valores cristãos”.
Na coletiva de imprensa realizada antes da conferência, o Primeiro-ministro húngaro declarou em tom crítico, que na política europeia “reina um pensamento generalizado de liberalismo individualista”. Ao mesmo tempo, ele defendeu que a Europa “necessita ser repensada”, pois a “grande maioria” dos políticos de Bruxelas atua “de costas para as raízes europeias”.
Neste sentido, ele parafraseou Robert Schuman, considerado um dos pais da União Europeia, para ressaltar que “a Europa, ou será cristã ou não será”. Sem a renovação cristã que a Europa necessita, o continente não voltará a ser competitivo no mundo, muito menos na ordem econômica, assegurou.
Interpelado sobre o êxito de sua política de aplicar bases cristãs às ações do governo, Orbán respondeu que “não se pode falar de êxito num país pobre, com um salário médio de 500 euros mensais e pensões de 350, porém, se pode dizer que estamos obtendo alguns êxitos, como a redução de déficits”, explicou.
Na manhã dessa terça-feira, Orbán reuniu-se com o Primeiro-ministro espanhol, Marinao Rajoy, num encontro preliminar ao encontro de cúpula dos Chefes de Estado e Governos europeus que terá lugar em maio, em Bruxelas.
SIR

Renovação das paróquias exige motivação dos leigos, diz CNBB


CNBB propõe a renovação das paróquias por meio da renovação da vida em comunidade
Em entrevista exclusiva ao jornal "O São Paulo", o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, revelou que está feliz com o tema central refletido pelos bispos reunidos na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia".
O Cardeal já havia proposto reflexão semelhante na Arquidiocese de São Paulo, ao escrever, em 2011, a Carta Pastoral "Paróquia, torna-te o que tu és!”. Para dom Odilo, o modelo de paróquia proposto pela CNBB agora já estava presente no Concílio Vaticano 2º e foi retomado pela Conferência de Aparecida. Esse modelo pressupõe uma conversão pastoral que supere a ideia de paróquia como estrutura organizacional e burocrática, e passe a entendê-la como comunidade viva de batizados. Confira a entrevista:
Qual é a proposta concreta da CNBB com relação ao tema da assembleia deste ano, que usa a expressão "nova paróquia"?

Dom Odilo Pedro Scherer – A ideia que está por trás é a renovação da paróquia com base na ideia da renovação da comunidade. A paróquia, mais do que ser uma estrutura jurídica, uma estrutura geográfica ou apenas organizacional e, eventualmente, até mesmo burocrática, é comunidade de pessoas. E não é só uma comunidade, mas uma grande comunidade feita de muitas pequenas comunidades, a começar pela própria família, das comunidades de base, dos movimentos, das associações, dos grupos e das organizações que expressam a vida eclesial de muitos modos.

Então, a paróquia que a CNBB quer estimular é aquela que já está, também, prevista no Concílio Vaticano 2º e que foi reproposta na Conferência de Aparecida, em 2007, e que é a paróquia que se organiza como comunidade de pessoas. Comunidade de comunidades. Muitas comunidades pequenas, menores, articuladas em torno da grande comunidade.

E o que é necessário para essa renovação?

Dom Odilo Scherer - As nossas paróquias precisam dar um passo adiante para se revitalizarem, valorizando as pessoas, valorizando o conjunto das agregações de pessoas que se formam para melhorar, cultivar a sua vida cristã dentro da própria paróquia.

É preciso, ainda, um dinamismo novo da parte dos párocos e de todos os conselhos paroquiais. De todas as pessoas que fazem referência à paróquia. Eu penso que se a paróquia realmente conseguir se organizar com muitos grupos e pequenas comunidades, ela certamente será muito mais dinâmica e muito mais expressiva como missão e testemunho.

Em 2011, com uma carta pastoral, o senhor já havia proposto uma reflexão sobre a renovação das paróquias. A proposta da CNBB vai naquela mesma linha?

Dom Odilo Scherer – Sim, é na mesma linha. Com o título da carta pastoral, "Paróquia, torna-te o que tu és!", eu queria dizer exatamente que as paróquias devem se tornar comunidades vivas, de pessoas que assumem a sua vida cristã, de pessoas que tornam presente ali a vida da Igreja. Essa reflexão era muito necessária e eu fico muito feliz que a CNBB tenha escolhido isso como tema de reflexão para toda a Igreja no Brasil. Pois nós, muitas vezes, corremos o risco de dar muito peso a estruturas de organização e acabamos esquecendo que a Igreja é, basicamente, comunidade de pessoas. Pessoas que precisam, por sua vez, de estruturas de organização para melhor expressar sua vida cristã. Mas as estruturas não estão em primeiro lugar. Pelo contrário! As organizações estão a serviço da vida e da missão da Igreja, que é comunidade de batizados.

Os leigos têm um papel importante nessa renovação?

Dom Odilo Scherer – Evidentemente. A paróquia é basicamente formada de leigos. Isto é, de batizados. Se ali tem padre, e precisa ter, a paróquia sem o padre não é paróquia, o padre está em função do serviço daquela comunidade, daquele povo de batizados. Uma paróquia só consegue se renovar plenamente com o total envolvimento dos leigos. Para se renovar, a paróquia precisa envolver, valorizar e motivar os leigos. Estimulá-los a expressar, nas muitas formas de vida cristã, seus dons e carismas.

E, sobretudo, motivar o testemunho de cada pessoa. O testemunho de cada batizado é parte desta riqueza de vida paroquial. E, na medida em que tivermos muitos leigos vivendo bem o Evangelho na sua família, no seu trabalho, na escola, nós teremos uma paróquia rica e com muitos frutos de vida cristã, independentemente desses batizados também fazerem parte de organizações pastorais dentro da paróquia. A missão básica do leigo é poder expressar a vida cristã nas muitas formas da sua atuação e presença no meio do mundo.
SIR