segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Evangelho do Dia

Ano A - DIA 10/02

O povo logo reconheceu Jesus - Mc 6,53-56

Tendo atravessado o lago, foram para Genesaré e atracaram. Logo que desceram do barco, as pessoas reconheceram Jesus. Percorriam toda a região e começaram a levar os doentes, deitados em suas macas, para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, em toda parte onde chegava, povoados, cidades ou sítios do campo, traziam os doentes para as praças e suplicavam-lhe para que pudessem ao menos tocar a franja de seu manto. E todos os que tocavam ficavam curados.



Leitura Orante

Oração Inicial

- A nós todos, reunidos pela rede da internet,
a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a leitura, rezando:
Senhor Jesus, Tu és o Caminho!
Em meio a sombras e luzes,
alegrias e esperanças, tristezas e angústias,
Tu nos levas ao Pai.
Não nos deixes caminhar sozinhos.
Fica conosco, Senhor!





1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 6,53-56, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Jesus Mestre curava a todos que o tocavam, mas nesta narrativa de Marcos, nada fala. As multidões ainda têm certa confusão na compreensão da identidade de Jesus. Buscam os milagres, mas a adesão do coração ainda é frágil. O poder de Jesus tem em vista a verdadeira salvação que supõe a conversão do coração. Eram necessárias conversão e fé.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje? Quais outros textos este me recorda? Qual palavra mais me toca o coração?
Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: "As pessoas se sentiram atraídos pela sabedoria das palavras de Jesus, pela bondade de seu trato e pelo poder de seus milagres. E pelo assombro inusitado que a pessoa de Jesus despertava, acolheram o dom da fé e vieram a ser discípulos de Jesus. Ao sair das trevas e das sombras de morte (cf. Lc 1,79), a vida deles adquiriu plenitude extraordinária: a de haver sido enriquecida com o dom do Pai. Viveram a história de seu povo e de seu tempo e passaram pelos caminhos do Império Romano, sem esquecer o encontro mais importante e decisivo de sua vida que os havia preenchido de luz, força e esperança: o encontro com Jesus, sua rocha, sua paz, sua vida. Assim ocorre também a nós olhar a realidade de nossos povos e de nossa Igreja, com seus valores, suas limitações,suas angústias e esperanças. Enquanto sofremos e nos alegramos, permanecemos no amor de Cristo, vendo nosso mundo e procurando discernir seus caminhos com a alegre esperança e a indizível gratidão de crer em Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus verdadeiro, o único Salvador da humanidade. A importância única e insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade, consiste em que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida."(DAp 21-22)

Santo do Dia


Santa Escolástica
480-547Fundou a Ordem
das Irmãs Beneditinas

10 de Fevereiro - Santa Escolástica

O nome de Santa Escolástica, irmã de São Bento, nos leva para o século V, para o primeiro mosteiro feminino ocidental, fundamentado na vida em comum, conceito introduzido na vida dos monges. São Bento foi o primeiro a orientar para servir a Deus não "fugindo do mundo" através da solidão ou da penitência itinerante, como os monges orientais, mas vivendo em comunidade duradoura e organizada, e dividindo rigorosamente o próprio tempo entre a oração, trabalho ou estudo e repouso.

Escolástica e Bento, irmãos gêmeos, nasceram em Nórcia, região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o pai Eupróprio ficou viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o parto. Ainda jovem Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade, antes mesmo do irmão, que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o mosteiro de Monte Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica, inspirada por ele, fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens consagradas. Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em homenagem ao irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da comunidade.

São muito poucos os dados da vida de Escolástica, e foram escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo santo papa Gregório Magno, que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de testemunhas vivas para o seu livro "Diálogos" e escreveu sobre ela apenas como uma referência na vida de Bento, pai dos monges ocidentais.

Nesta página expressiva contou que, mesmo vivendo em mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez por ano, para manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência espiritual. Isto ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão. Certa vez, Escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de irmãs, quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram todo o dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da Igreja.

Quando anoiteceu, Bento, muito rigoroso às Regras disse à irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica pediu que ficasse para passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando. Bento se manteve intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações. Neste momento ela se pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se formou com raios e uma chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os dois irmãos puderam conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu, eles se despediram e cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última vez que os dois se veriam.

Três dias depois, em seu mosteiro Bento recebeu a notícia da morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o céu, viu a alma de sua irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento mandou buscar o seu corpo e o colocou na sepultura que havia preparado para si. Ela morreu em 10 de fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado irmão Bento. Escolástica foi considerada a primeira monja beneditina e Santa.

Outros santos e beatos:
Santos André e Apônio — martirizados no século I, em Belém; durante essa perseguição, o próprio apóstolo são Tiago Maior encontrou a morte.

Santa Austreberta — religiosa beneditina (630-704), superiora do convento de Abbeville, na França.

Santa Baldegunda (†580) — superiora de Saint-Croix de Poitiers.

Beata Clara Angolanti de Rímini (1282-1346) — depois de uma vida pouco edificante, converteu-se. Viúva do segundo matrimônio, tornou-se terciária franciscana, fundou um convento, mas não se considerou digna de vestir o hábito religioso. Impôs-se tão duras penitências, que os próprios contemporâneos julgaram ter havido excessos.

São Desiderato ou Desiré — bispo de Clermont, no Auvergne, no século VI.

Santo Erlulfo — missionário escocês na Alemanha; bispo martirizado em 830.

Beato Eusébio (†1501) — embaixador espanhol junto à Sereníssima; abandonou tudo, tornando-se camaldulense em Murano.

Beato Hugo de Fosses (†1164) — discípulo de são Norberto, fundador dos premonstratenses, ao qual sucedeu como abade e superior geral da ordem.

Beato Pagano (1423) — monge da abadia siciliana de São Nicolau da Arena, depois de um longo período como eremita.

São Protádio (†624) — bispo de Besançon.

Beato Sálvio (†962) — superior do mosteiro beneditino de Albelda, na Espanha.

São Silvano — bispo de Terracina (época incerta).

Santa Sótera — jovem romana martirizada em 304.

São Trunvino (†704) — nomeado bispo dos pictos por são Teodoro.

Santos Zótico, Irineu, Jacinto, Amâncio e companheiros — dez soldados martirizados em Roma, em 120, sepultados na via Labicana.

Boa Nova para os pobres


Por Dom Odilo Scherer*
Muito papel e tinta já foram gastos para discutir se a Igreja deve ocupar-se apenas do "espiritual", ou se também lhe cabe interessar-se pelas questões mais concretas, referentes à vida do homem neste mundo.

Não é meu propósito, nestas linhas, discorrer sobre esta controvérsia que, ao meu ver, está mal colocada: a Igreja de Cristo, neste mundo, é formada de pessoas e instituições concretas, histórica e socialmente situadas, com as quais ela exerce sua missão.

O papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho, 2013), aponta algumas questões, às quais a Igreja precisa dar especial atenção, se quiser cumprir bem a sua missão. Entre outras, destaca que a evangelização tem uma clara dimensão social e não pode contentar-se apenas com a realização de ritos religiosos, sem repercussão na vida social.

Da adesão à fé cristã, quando verdadeira, decorre um compromisso social amplo e a adoração de Deus implica necessariamente no reconhecimento da dignidade de todo ser humano, amado e querido por Deus, bem como no esforço em prol da fraternidade e da justiça. Reconhecer Deus como criador e origem última das criaturas, leva ao respeito por todas elas.

Até pode parecer novidade que o papa Francisco diga, de maneira tão explícita, que a evangelização possui uma dimensão social e o anúncio do Evangelho de Cristo tem inevitáveis implicações comunitárias. No entanto, Francisco retoma conceitos já consolidados no ensino social da Igreja, com a clareza e simplicidade que lhe são próprias, citando documentos de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, dando-lhes novos destaques.

De fato, nada é mais antigo e originário no Cristianismo do que os dois amores inseparáveis – a Deus e ao próximo. Desde os primórdios, os cristãos aprenderam que “a fé sem as obras é morta em si mesma”; e que as obras da fé incluem sempre a prática do amor fraterno, a atenção aos pobres, doentes e desvalidos, sem exclusão de ninguém. Paulo, ao se confrontar com os outros apóstolos, para verificar se a sua pregação estava em sintonia com a deles, recebeu apenas esta recomendação: que não descuidasse os pobres.

Não se trata apenas de levar assistência e socorro, sem dúvida indispensáveis para aliviar necessidades pontuais e imediatas dos pobres, mas de “ouvir o clamor dos pobres e socorrê-los,” de para promover a sua inclusão social. Nem é missão reservada apenas a algumas pessoas: é de todos os membros da Igreja, atuantes nas mais diversas áreas de suas competências profissionais e responsabilidades sociais. O Papa convida a ir além de alguns atos esporádicos de generosidade e a formar uma nova mentalidade, uma cultura, superando o excessivo individualismo para pensar e agir solidariamente, tendo sempre presente o horizonte da comunidade e da grande família humana (cf. n. 188s).

“Precisamos crescer em solidariedade”, ensina Francisco, também no que diz respeito às relações entre os povos, onde a exacerbada defesa dos direitos individuais, ou das vantagens dos povos mais ricos, passa por cima do direito mais elementar à vida digna de populações e nações inteiras, que continuam a viver na miséria e sem chances de sair dela. De maneira clara e corajosa, Francisco retoma o conceito da “destinação universal dos bens deste mundo” para todos os seus habitantes: “respeitando a independência e a cultura de cada nação, é preciso recordar-se sempre de que o planeta é de toda e para toda a humanidade”.

Usando palavras de seu predecessor, Paulo VI (Octogesima adveniens, 23,1971), Francisco apela para os povos mais ricos, tocando numa questão melindrosa: ”é preciso repetir que os mais favorecidos devem renunciar a alguns dos seus direitos, para colocar, com mais liberalidade, os seus bens ao serviço dos outros” (n. 190).

A opção preferencial da Igreja pelos pobres não tem motivação ideológica, nem implica na exclusão dos que não são pobres: ela tem sua origem e inspiração no exemplo e nas palavras do próprio Jesus e deverá ser traduzida em ações concretas de solidariedade para com os doentes, os pobres e todos os deserdados dos bens deste mundo; mas também na promoção da justiça social e no cuidado de todo ser humano despojado de sua dignidade. A Igreja, acaso, poderia deixar de fazer isso e de convidar todos a fazer o mesmo, como caminho para o bem comum e a paz?

A evangelização seria incompleta, se não tomasse em consideração a constante interpelação recíproca constante entre o Evangelho e a vida concreta, pessoal e social (n. 181). Francisco adverte aqueles que, dentro ou fora da Igreja, pensam, deva a religião ficar reservada apenas aos espaços da vida privada: “ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre acontecimentos que interessam aos cidadãos” (n. 183).

Bem, e por qual motivo os católicos não fazem isso? Não é que falte quem já o faz; mas, é verdade, temos muito pela frente! Entre o “dever fazer” e o “fazer” vai uma grande distância. Nada é automático na condição humana, nem também na vida dos crentes em Deus; o Cristianismo apela, por princípio, à consciência e à liberdade humana; graça divina e autonomia do homem são dois pólos que precisam se encontrar.

A palavra do papa Francisco, dirigida aos membros da Igreja, longe de ser triunfalista, é um chamado à realidade e à atitude consciente; a “alegria do Evangelho” é um bem para a comunidade humana inteira, não podendo ficar retida no coração dos fiéis: ela é “boa nova” para todos. Para os pobres, em primeiro lugar.
A12, 10-02-2014.
*Dom Odilo Pedro Scherer é cardeal arcebispo de São Paulo.

Francisco pede para não excluir divorciados da ação da Igreja

Os pastores da Igreja devem "interrogar-se sobre como acompanhar" os divorciados ou separados, “para que não se sintam excluídos da misericórdia de Deus, do amor fraterno de outros cristãos e da preocupação da Igreja com sua salvação”. A afirmação é do papa Francisco e foi feita aos bispos poloneses, recebidos em visita ad limina.

Durante o seu discurso o papa falou sobre o tema da família, "célula fundamental da sociedade", refletindo sobre as questões das quais se ocupará o próximo Sínodo dos Bispos sobre a pastoral familiar. O papa, citando sua Evangelii Gaudium, recordou que a família é, antes de tudo, o "lugar onde se aprende a conviver na diferença e a pertencer a outros e onde os pais transmitem a fé aos filhos". "Ao contrário, hoje, o casamento muitas vezes é considerado como uma forma de gratificação afetiva que pode ser constituído de qualquer maneira e modificado segundo a sensibilidade de cada um", prosseguiu.

"Infelizmente – segundo Francisco –, esta visão influi também na mentalidade dos cristãos”, provocando o fácil recurso ao divórcio “ou à separação de fato". "Os pastores – recomendou – devem interrogar-se sobre como acompanhar todos aqueles que vivem nesta situação, para que não se sintam excluídos da misericórdia de Deus, do amor fraterno de outros cristãos e da preocupação da Igreja com sua salvação; sobre como ajudá-los a não abandonar a fé e fazer crescer seus filhos na plenitude da experiência cristã".

Além disso, destacou Francisco, "é preciso perguntar-se como melhorar a preparação dos jovens para o casamento, para que possam descobrir cada vez mais a beleza desta união que, bem fundada sobre o amor e a responsabilidade, é capaz de superar as provas, as dificuldades, os egoísmos com o perdão recíproco, reparando o que corre o risco de se arruinar e sem cair na armadilha da mentalidade de que tudo pode ser desfeito”. Assim, pois, continuou Bergoglio, é preciso perguntar-se "como ajudar as famílias a viverem e apreciarem tanto os momentos de alegria como os de dor e fraqueza".
Vatican Insider, 07-02-2014.

'Cristãos devem ser lâmpadas acesas e dar sabor', diz o papa


Cidade do Vaticano - Ao meio-dia desse domingo (9), o papa Francisco apareceu na janela do apartamento pontifício - que dá para a Praça São Pedro - para a tradicional Oração Mariana do Angelus. Na sua reflexão, o pontífice meditou sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus pede aos discípulos para serem "Sal da terra e luz do mundo".

Ao iniciar sua meditação, Francisco observou que os discípulos de Jesus eram pescadores, pessoas simples, "mas Jesus os vê com os olhos de Deus" e a exortação para eles serem "sal da terra e luz do mundo” é uma consequência das Bem-aventuranças. Ele quer dizer: "se fordes pobres de espírito, humildes, puros de coração, misericordioso, sós sereis o sal da terra e a luz do mundo".

Então explicou o significado disto no contexto da época: "Para compreender melhor estas imagens, tenhamos presente que a Lei judaica prescrevia a colocação de um pouco de sal sobre cada oferta apresentada a Deus, como sinal de aliança. A luz, assim, era para Israel o símbolo da revelação messiânica que triunfa sobre as trevas do paganismo. Os cristãos, novo Israel, recebem então a missão diante de todos os homens: com a fé e com a caridade podem orientar, consagrar, tornar fecunda a humanidade".

"Todos nós, batizados, somos discípulos missionários – enfatizou o Santo Padre – e somos chamados a nos tornar no mundo um Evangelho vivo": "Com uma vida santa, daremos sabor aos diversos ambientes e os defenderemos da corrupção, como faz o sal; e levaremos a luz de Cristo com o testemunho de uma caridade autêntica. Mas se nós cristãos perdemos o sabor, apagamos a nossa presença de sal e luz, perdemos a eficácia. Mas, que bonita é esta missão que temos".

E falando de improviso, continuou: "É também muito bonito conservar a luz que recebemos de Jesus. Guardá-la. Conservá-la. O cristão deveria ser uma pessoa luminosa, que traz a luz, que sempre dá luz. Uma luz que não é sua, mas é um presente de Deus, o presente de Jesus. E nós levamos em frente esta luz. Se o cristão apaga esta luz, a sua vida não tem sentido: é um cristão somente de nome, que não leva a luz, uma vida sem sentido”.

Nesse ponto, o Papa Francisco dirige-se aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro e pergunta reiteradamente se querem ser uma lâmpada acesa ou apagada: “Como vocês querem viver Como uma lâmpada acesa ou como uma lâmpada apagada? Acesa ou apagada?”, perguntou. “É justamente Deus que nos dá esta luz e nos a damos aos outros. Lâmpada acesa. Esta é a vocação cristã”, afirmou.

Francisco recordou que em 11 de fevereiro será celebrada a memória da Virgem de Lurdes e o Dia Mundial do Enfermo. Antes da tradicional despedida ‘bom domingo e bom almoço”, Francisco dirigiu-se à multidão reunida na Praça São Pedro e perguntou novamente: “Quereis ser lâmpada acesa ou apagada?”.
SIR

Ecologia, uma das prioridades de Francisco


Desde o início, o papa colocou o meio ambiente como um ponto-chave do seu pontificado.
Por Stéphanie Le Bars
É preciso calcular a pegada "ecológica" do novo papa? Francisco escolheu o seu nome em homenagem a São Francisco de Assis, famoso pela sua atenção a "toda a criação", "santo patrono dos ecologistas" desde 1979, quando João Paulo II reafirmou a preocupação da Igreja Católica pelas questões ambientais. O símbolo é atraente.

Ainda mais que, no dia seguinte à sua eleição, evocando o santo italiano, "homem da pobreza, homem da paz, homem que ama e preserva a criação", o papa afirmou: "Neste momento, temos com a criação uma relação que não é é muito boa, não é?". Algumas semanas depois, ele interpelava os responsáveis políticos e econômicos mundiais: " Nós somos ´guardiões´ da Criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente".

Em meados de janeiro, diante dos diplomatas credenciados no Vaticano, ele retomava uma frase muito citada no âmbito católico: "Deus perdoa sempre, o homem algumas vezes, enquanto a Criação, se maltratada, nunca perdoa". Francisco também denuncia a "cultura do desperdício", que se aplica hoje "aos bens e às pessoas".

"Não ao fracking"

Em novembro de 2013, ele posou ao lado de compatriotas argentinos que exibiam uma camiseta com a frase "No al fracking" (não ao fraturamento hidráulico). Recentemente, o Vaticano confirmou que o papa planeja a escrita de uma encíclica sobre a "ecologia da humanidade", que, além da proteção da natureza, pressupõe o respeito "por todas as criaturas de Deus". Um documento semelhante, consagrado exclusivamente às relações entre o homem e a natureza, seria inédito.

Além disso, o papa Francisco se mostra mais atento a esses problemas em comparação aos seus antecessores? Ou é a Igreja Católica, no seu conjunto, que acompanha a conscientização da sociedade sobre esses temas? "Todos os papas, sobre esses temas, estão em perfeita continuidade", observa Dom Marc Stenger, especialista no assunto para o episcopado francês. "Mas, enquanto o quilate ecológico dos papas foi reconhecido ao longo dos anos, com Francisco, esses problemas foram postos desde o início como um ponto-chave do seu pontificado".

Paulo VI, em 1972, durante a Conferência sobre o Clima das Nações Unidas, foi o primeiro papa a explicitamente colocar em alerta contra "os desequilíbrios provocados na biosfera pela exploração desordenada das reservas físicas do planeta, o desperdício dos recursos naturais não renováveis, a poluição e o atentado contra a vida vegetal e animal". Mas, em nível local, as Igrejas permaneceram tímidas.

Convencidos, como todo crente, de que "Deus é o autor da Criação", João Paulo II e Bento XVI, depois, fizeram desse tema uma recorrência do seu ensino. Mas a ecologia cristã, se recomenda uma mudança nos modelos de desenvolvimento e de consumo, também apresenta especificidades. Ela defende a ligação entre a ecologia e a paz, assim como o lugar do ser humano dentro da criação.

Assim, Bento XVI afirmava em 2007: "Quando a Igreja Católica assume a defesa da Criação, obra de Deus, não deve apenas defender a terra, a água, o ar (...), mas também proteger o ser humano contra a própria destruição", uma alusão à defesa da vida "desde a concepção até o fim natural".
Le Monde, 05-02-2014.

Sem palavras


O que se pode dizer de um amigo querido que se foi repentina e inesperadamente?  De um amigo que era também um mestre.  E um irmão.  E um pai. Dizer o quê?  Que era brilhante?  Inspirado? Agudo? Encantador?  Trabalhador incansável? Disponivel?

Tudo isso se pode dizer e muito mais.  Mas a verdade é que se fica sem palavras quando a notícia chega e aquele a quem amamos não mais pode ouvir-nos.  E a cabeça gira, e o ouvido zumbe e a ficha não cai.  E não se acredita.  Mas de repente começam a chegar comentários de outros e outras que também o amavam.  E se conclui tristemente que é verdade.

Assim me senti quando soube da morte do Pe. João Batista Libanio, em Curitiba, enquanto pregava um retiro para as irmãs de Sion.  Não pude ir ao velório, ao enterro, nada.  Só pude chorar aqui onde estou, longe dele e da comunidade de seus amigos, que só agora se constatou quanto é grande, imensa, incontável.

Libanio foi meu primeiro professor de Teologia.  E nunca deixaram de habitar minha mente e coração aquelas aulas dinâmicas, movimentadas, instigantes, às quais se comparecia com ânsia e se saía com gosto de “quero mais”. Nunca mais deixou de acompanhar-me em toda a minha vida de estudante.  E foi o responsável pelo doutorado que acabei fazendo na Universidade Gregoriana, em Roma. Eu não acreditava na possibilidade: uma mulher leiga, mãe de família?  Ele escreveu a todos os bispos e provinciais havidos e por haver, e meses depois lá ia eu com o coração na mão e muita esperança.

Quando ainda era sua aluna, convidou-me a escrever um livro em coautoria.  Não acreditei no convite.  O famoso professor compartilhando um livro com uma aluna de graduação?  Só Deus sabe o quanto aprendi com aquela parceria. Respeitoso, afável e alegre, ele estimulava e criticava de maneira sempre construtiva e positiva.

Após o doutorado, compartilhamos muitos trabalhos: assessoria do Intereclesial das Comunidades de Base, grupo de reflexão, cursos.  E quando havia encontro, aconteciam as conversas intermináveis, risos e até gargalhadas, pois era irresistível sua verve e incomparável seu humor.

Libanio querido, sempre achei que você e a morte eram incompatíveis.  Com seus mais de 80 anos você era magrinho, ágil,  esperto, agitado.  Corria todos os dias, nadava 1.000 metros sem se cansar, dirigia reuniões.  Por que falhou esse coração, meu Deus, quando ainda havia tanto para dar, partilhar?  Tanta terra a fecundar, tanto terreno a frutificar?

Creio que a resposta é o amor incomensurável que enchia seu coração.  Um dia ele foi exigido mais do que era possível e resolveu parar e descansar.  E aí você nos deixou para repousar nos braços desse Deus que tanto amou e por quem foi tão amado.  A Ele você consagrou sua vida e toda ela foi um trabalho ininterrupto que abriu o conhecimento desse mistério de amor e salvação a tantos e a tantas.

Você foi o primeiro de quem ouvi falar em Teologia da Libertação, em opção preferencial pelos pobres, em tudo aquilo que enchia nossos corações de fogo e de desejo enquanto estudávamos Teologia. E eu o segui ao longo dessa longa e rica vida, sempre fiel a essa opção e a essa Teologia. Vai ser difícil a comunidade teológica brasileira viver sem você.  Sem sua mente clara, sua presença sábia, sua crítica pertinente no momento certo, sua inspirada criatividade.

Por outro lado você deixa atrás de si gerações que beberam da sua sabedoria e seus ensinamentos.  Jovens que, como eu, cresceram em boa parte porque sentiam que o mestre acreditava neles e nelas.  E que, portanto, valia a pena investir e andar para frente.  O bem que você fez a todos nós, mestre querido, só agora, na luz que não tem ocaso, deve lhe estar sendo plenamente revelado.

Com você aprendi muitas coisas.  E acho que ainda vou aprender, enquanto rumine e revisite tudo aquilo que ficou gravado nos livros e, sobretudo, no coração. Mas creio que o mais importante é que, mais do que com você, em você, tive a revelação do que é a alegria como dom do Espírito Santo.

Você, caro mestre, foi certamente a pessoa mais alegre que conheci.  E não me refiro apenas àquela alegria que é feita de bom humor, de piadas, de comentários lúcidos e apropriados.  Mais do que isso: você encarnava aquela alegria de alguém feliz em sua pele e em sua vocação.  A alegria gratuita, por nada provocada e sem causa aparente: alegria com a alegria do outro, com seu sucesso, com sua realização e crescimento. Alegria porque o Reino de Deus crescia, os humildes se apropriavam dele e os pobres ouviam a Boa Nova.

O que peço hoje, enquanto o coração dói com sua ausência, é ser contagiada com essa alegria que Ele foi tão pródigo em lhe dar.  Esta é a alegria que atravessa triunfante e vitoriosa as tristezas e tribulações da vida, pois vem da única fonte que jamais estanca: o coração de Deus.  Você derramou essa alegria por onde passou, querido amigo, irmão e mestre.   Agora somos responsáveis e guardiães desse dom que fará o amor avançar e tomar conta do mundo.  Obrigada, caríssimo.  E interceda sempre por nós. São essas as únicas palavras que finalmente encontrei para dizer diante do mistério de sua morte.  Mas como doem! O consolo é que é dor de parto, dor pascal.  Amém.

Maria Clara Bingemer é teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. É autora de diversos livros, entre eles, ¿Un rostro para Dios?, de 2008, e A globalização e os jesuítas, de 2007. Escreveu também vários artigos no campo da Teologia.

Analfabetismos

A notícia de que o Brasil tem 13,9 milhões de adultos analfabetos, segundo o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado pela Unesco, é social e politicamente instigadora. O número é muito alto e revela um sério comprometimento da cidadania. Embora não haja lei que obrigue o adulto a estar na escola para superar o grande mal do analfabetismo, é preciso acender uma chama de grande sensibilidade social e política, com força de articulação de instituições governamentais, educacionais, de igrejas e tantas outras entidades, no enfrentamento dessa chaga terrível na sociedade brasileira.

O fato de o Brasil estar entre os dez países do mundo que concentram o maior número de analfabetos deve ferir nossa consciência cidadã. Todos precisam intuir ações que se configurem numa mobilização geral, capitaneada pelas responsabilidades primeiras governamentais, para garantir aos analfabetos um passo adiante na sua condição cidadã. Não se pode descansar diante do atual quadro que perpetua prejuízos. As ações de combate ao analfabetismo têm suas complexidades e exigências de investimentos. Por isso, é preciso disponibilizar recursos profissionais, instalações e métodos para que cidadãos de várias condições e segmentos deem sua contribuição para que, em mutirão, se possa mudar esse cenário comprometedor da cidadania.

Importante sublinhar que existe um agravante no que se refere ao analfabetismo existente no Brasil. Especialistas consideram que o próprio sistema educacional brasileiro forma analfabetos, pessoas com dificuldades de alcançar conquistas e viver a cidadania com liberdade. O analfabetismo das letras incide, para além delas mesmas, na capacidade de compreensão e interpretação da própria realidade. O resultado é uma deficiência na participação social e política, a incapacidade para ajudar a corrigir os rumos da sociedade, monitorar os políticos e fazer nascer a lucidez corajosa para as grandes reformas institucionais. Assim, ignorar esse grave problema é condenar a sociedade a estar enterrada na corrupção, na desigualdade, na injustiça e na convivência pacífica com o mal.

A alfabetização é um passo indispensável para a arte de ler, consequentemente interpretar, discernir e escolher o que deve pautar a vida de cada cidadão. É preciso dar a todos a condição necessária para participar, de maneira cidadã, dos processos de interpretação, entendimento e escolhas que mudam os rumos da sociedade. A contramão disso, o analfabetismo, é um sistema escravocrata que perpetua hegemonias e dominações, privilegiando grupos políticos e empresariais, em detrimento do bem comum e da justiça intocável que deve presidir a sociedade. Portanto, é preciso um mutirão, com velocidade própria, considerando metodologias adequadas, um envolvimento de todos, impelindo particularmente o poder público, para desenhar novos cenários. As igrejas de diferentes confissões, com sua capilaridade, seus espaços, seus membros, podem se aliar às instituições de ensino e, em cooperação com outros segmentos, desenhar um projeto de ação, simples, incidente e com força de mudar este cenário.

Importante é também olhar o conjunto da sociedade e identificar as outras formas de analfabetismo, que ajudam a explicar a atual carência dos processos formais de educação básica eficiente. Ajuda neste exercício escutar o Papa Francisco, quando fala de três males que estão corroendo a contemporaneidade: as misérias moral, material e espiritual. A miséria material é, sem dúvida, consequência das misérias espiritual e moral. A sociedade moderna está padecendo de um completo analfabetismo moral. Tudo é negociado, ameaçado, disputado e dividido. Infelizmente, valem os interesses que atendem demandas do que o Papa Francisco aponta como “idolatria do dinheiro”, levando a qualquer efeito, desde que o próprio interesse seja atendido, muitas vezes até com aparências de religiosidades e de comprometimento político. O analfabetismo moral está conduzindo a humanidade a um nível intolerável de prejuízos, muitos irreversíveis. Ele só será corrigido pela superação da miséria espiritual.

Esse analfabetismo, consequência da miséria espiritual, é o conjunto que reúne ganhos salariais exorbitantes, o consumo desarvorado e doentio, o desejo de poder que negocia tudo e os medos que fazem perder a serenidade na busca pelas correções necessárias. Para superar esses males e, consequentemente, desenvolver a imprescindível sensibilidade social, é preciso caminhar junto com os pobres e sofredores, buscar o caminho da espiritualidade como prática no seguimento de Jesus Cristo. Assim, serão encontradas as dinâmicas para promover atitudes de ruptura e novas escolhas, capazes de efetivamente combater o analfabetismo educacional e, particularmente, o analfabetismo moral. Todo cidadão deve se comprometer no fortalecimento das bases de uma sociedade mais solidária, travando uma grande luta contra todos esses tipos de analfabetismo.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.

PROCLAMAS MATRIMONIAIS



08 e 09 de fevereiro de 2014


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:


·         FÁBIO DA SILVA FERREIRA
E
GISA DA COSTA DIAS

·         RÔMULO PEDRO FERREIRA DA SILVA
E
LAYS MARIA RAMOS PORTELA

·         WALTER BRANDER JÚNIOR
E
DANIELLE DA CUNHOA AMARAL LIMA