terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cardeal Odilo Scherer fala sobre os frutos do Ano da Fé


O Ano da Fé, instituído pelo Papa emérito Bento XVI, terminará no dia 24 de novembro, festa de Cristo Rei. A iniciativa proporcionou aos fiéis católicos uma oportunidade para aprofundar o conhecimento de sua fé.
De acordo com o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, ao longo deste ano houve muitas atividades de estímulo à renovação da fé. O convite também foi para uma nova tomada de consciência sobre a necessidade de testemunhar a alegria de crer.
“Portanto, o testemunho da fé deve aparecer no mundo, também, através dos frutos da fé, das virtudes cristãs, da prática da religião e, sobretudo, da prática do amor e da justiça”, destacou o cardeal.
Para Dom Odilo, o Ano da Fé está trazendo e irá trazer muitos frutos, que, hoje, não podem ser ditos objetivamente, porém foram semeados durante este período.
“Quem está semeando espera muitos frutos, e até pode antever muitos frutos, mas no momento ainda é cedo para colhê-los… As questões relativas à fé, à mística e à espiritualidade, as questões comportamentais, não é que produzem efeito imediato, contabilizáveis, mas as reações comportamentais vão acontecendo ao longo do tempo”, explicou.
Fonte: Canção Nova

Sacerdotes em dificuldades e missionários latino-americanos nas intenções do Papa para novembro


A Santa Sé divulgou que nas intenções do Papa Francisco para o mês de novembro estão os sacerdotes em dificuldades e os missionários da América Latina.
A Intenção Geral do Apostolado da oração é “para que os sacerdotes em dificuldades encontrem conforto no seu sofrimento, sustento nas suas dúvidas e confirmação na sua fidelidade”.
A Intenção Missionária é “para que a Missão Continental tenha como fruto o envio de missionários da América Latina para outras Igrejas”.
Fonte: ACI Digital

A oração, a justiça e a missão

Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Hoje, nos deparamos com o ensinamento que o Mestre Divino ministra no Evangelho de São Lucas. Na parábola do juiz iníquo são nos apresentadas, no exemplo da viúva injustiçada, as características da oração que chega ao Pai: perseverante, confiante, grito de justiça, humilde e voltada para o Reino. Neste ano da fé, é importante salientar que a oração é a respiração da alma, nossa energia espiritual, fonte de inspirações, e comunhão com Deus.

Por isso Jesus levanta a pergunta: "e o Filho do Homem encontrará fé, quando Ele voltar?" A fé não é um pressuposto, precisa ser irrigada diariamente com oração e entrega, oração que leve a conversão e mudanças de vida, pois se ela não transforma as grandes decisões e rumos do nosso projeto ela é mais um desabafo sentimental ou subjetivo que verdadeiro encontro com Deus. Por outra parte, a oração autenticamente cristã nos conduz a pratica da justiça e a missão. A Bíblia que é um genuíno manual de espiritualidade e oração, não apresenta nenhum caso de pessoa que Deus tenha chamado e comunicado sua santa vontade que não tenha se tornado instrumento e mediador de uma missão em relação ao seu povo.

A oração muda o nosso olhar, amplia a nossa visão, nos faz enxergar a miséria, o sofrimento, a injustiça em rostos bem concretos e próximos, e nos faz agir com o coração, a mente e as mãos, iluminando nossos pés na caminhada. A experiência orante vai até as raízes mais profundas do ser alcançando e tocando a nossa interioridade, curando e libertando de feridas, mágoas, ressentimentos e machucados, que nos tiram a alegria e paixão de viver, roubando-nos a esperança, a paz e a serenidade que brota da certeza da fé na nossa filiação divina.

Finalmente, lembrando o tema deste mês missionário: juventude e missão, nossa oração deve ser tornar jovial, isto é, sincera, espontânea, filial, consciente e amorosa. O que agrada a Deus é a ternura, inocência e transparência dos pequeninos que dialogam com Ele a partir da vida, das fragilidades e das limitações próprias da nossa condição humana. Que sejamos missionários da oração, e orantes na missão como Maria Santíssima. Deus seja louvado!
CNBB, 18-10-2013.
*Dom Roberto Francisco Ferreria Paz é bispo de Campos (RJ).

Evangelho do dia

Ano C - 29 de outubro de 2013

Lucas 13,18-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 13 18 Jesus dizia ainda: “A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei?
19 É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos”.
20 Disse ainda: “A que direi que é semelhante o Reino de Deus?
21 É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O CONTRASTE ENTRE O INÍCIO E O FIM
A caminho de Jerusalém, Jesus conta duas pequenas parábolas, para dispor os discípulos para a experiência que haveriam de fazer. Nelas se estabelece o contraste entre o início do Reino, na humildade e na perda, e seu fim grandioso. Só quem foi alertado para esta dinâmica divina será capaz de superar o desânimo e a decepção do momento.
A semente de mostarda era símbolo de pequenez. Todavia, esse grão minúsculo, lançado na terra, germina e se torna um arbusto de até três metros, permitindo às aves pousar em seus ramos.
Também a pitadinha de fermento, ao ser colocada numa quantidade excepcional de farinha (três medidas) ou seja, cerca de 50 quilos, era suficiente para fermentá-la e torná-la apta para a fabricação do pão.
Com o Reino dá-se algo semelhante. É preciso esperar com confiança. Seu projeto iniciado com um punhado de pessoas sem projeção social, tidas como estranhas para os esquemas religiosos da época, e sem muitas perspectivas, era como o grão de mostarda e o fermento. Pequenos e frágeis, mas destinados a um fim grandioso. Por trás desta dinâmica, estava o dedo de Deus. Ele é que capacitaria este grupo inexpressivo para se tornar mediação de propagação do Reino, de modo a fermentar toda a história humana.

Oração
Espírito de esperança em Deus, ensina-me a perceber a ação divina fermentando a história humana por meio de pessoas frágeis e humildes.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 8,18-25
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
8 18 Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.
19 Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.
20 Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou),
21 todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
22 Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia.
23 Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo.
24 Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que ainda o espera?
25 Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o aguardamos.
Palavra do Senhor.
Salmo 125/126
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!


Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.

Entre os gentios se dizia: “Maravilhas
fez com eles o Senhor!”
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.

Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

O amor paciente que gera alegria



Momento em família: Francisco exorta fiéis a praticarem o amor misericordioso dentro do lar. (Foto: Arquivo)
"Como é possível viver a alegria da fé hoje?". A pergunta do papa Francisco serviu como fio condutor à peregrinação organizada pelo Pontifício Conselho para a Família por ocasião do Ano da fé. E à pergunta – que retomava o slogan escolhido para a iniciativa "Família, vive a alegria da fé" - responderam as mais de 100 mil pessoas que se reuniram na praça de São Pedro, provenientes de 75 países do mundo, para participar no sábado (26) à tarde, no encontro de oração e de testemunho, e domingo de manhã na celebração da Eucaristia, ambos presididos pelo papa Francisco.

Durante a sugestiva vigília do sábado, depois de ter ouvido vários testemunhos de famílias, o pontífice ofereceu uma meditação centrada nas dificuldades de todos os dias, sobre a necessidade de comunicar, sobre  o peso dos silêncios. "Mas o que mais pesa – afirmou o papa – é a falta de amor", a ausência de alegria nas casas.
Outro aspecto aprofundado pelo Bispo de Roma disse respeito ao sacramento do matrimônio, com a exortação dirigida aos esposos a permanecer unidos "sempre e por toda a vida", sem "dar importância a esta cultura do provisório que nos transtorna a vida”.
A este propósito, o papa repetiu as três palavras-chave já sugeridas durante a missa no dia mariano de 13 de Outubro passado, "para não lançar os pratos" entre marido e esposa: por favor, obrigado, desculpa. Por fim, indicando o ícone da Apresentação de Jesus no templo colocado ao lado da cátedra, o pontífice relançou o diálogo entre as gerações, sobretudo entre jovens e idosos, entre avós e netos.
No dia seguinte, celebrando a missa dominical, o Bispo de Roma na homilia partindo das leituras  traçou três características da família cristã: a oração em comum, a preservação da fé e a vivência da alegria, aquela "verdadeira – explicou – que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de nos apoiarmos reciprocamente", em cuja base está a "presença de Deus" com "o seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos" e “paciente”. Por fim, no Ângelus, o papa pediu para rezar pelas famílias em dificuldade.
L’Osservatore Romano, 29-10-2013.