quinta-feira, 25 de abril de 2013

Universidade Católica de Pernambuco promove 2º Simpósio Cristianismo e Interpretações

marca_catolica-rO Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) promove nesta quinta, 25, e sexta-feira, 26, o 2º Simpósio Cristianismo e Interpretações. O objetivo é partilhar estudos, por meio de comunicações, sobre o cristianismo em sua pluralidade de manifestações. O evento será realizado no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), localizado no bloco B da Unicap. A inscrição é gratuita e deve ser feita nesta quinta-feira, a partir das 15h30, na entrada do local onde serão ministradas as palestras. O encontro é aberto para o público e gratuito.
Entre os temas debatidos estão: Jesus e a Física Quântica, Interpretação bíblica e Lutero e o gosto de Jesus pelos provérbios.
Universidade Católica de Pernambuco
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife / PE
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira – 25 de abril
A partir das 15h30 – Inscrição Gratuita – 1º ANDAR DO BLOCO B – em frente ao Auditório do CTCH
17h30 às 19h30
Mesa 1 – Coordenação: Prof. Dr. Cláudio Vianney Malzoni (UNICAP)
Prof. Dr. Isidoro Mazzarolo (PUC-Rio  / Secretário Nacional da ABIB)
JESUS E A FÍSICA QUÂNTICA
Uma religião sem a espiritualidade é uma ideologia. O artigo propõe uma reflexão sobre os caminhos e sobre os descaminhos das religiões e os perigos que envolvem as mesmas quando se apresentam sem a raiz comum e integradora que é a espiritualidade. Mostramos como podem ser feitas as distinções entre religião e espiritualidade e os desvios pelos quais as religiões podem estar sujeitas quando fundamentadas em ritos e significados que as distinguem uma da outra e, que por isso, em lugar de manifestar a beleza da diversidade, podem justificar ideologias de dominação, segregação e discórdias. Na teoria da rede da Física Quântica estão as metáforas do corpo e da árvore nos ensinamentos de Jesus e na autopoésis  está o perdão como pedagogia da reinclusão.
Prof. Dr. Flavio Schmitt (Faculdades EST, RS).
TEMA: Interpretação bíblica e Lutero

RESUMO: Na medida em que a tradição cristã passou a considerar os textos em circulação nas primeiras comunidades como Escritura, e mais tarde, como Escritura Sagrada, aos poucos também precisou estabelecer critérios de interpretação. Num primeiro momento, esta necessidade foi solucionada com as decisões sobre os principais artigos de fé e pela formação do cânon do Novo Testamento. No entanto, com o Movimento da Reforma surge uma série de questões relacionadas com o texto do Novo Testamento e sua interpretação. Neste contexto de polêmicas e disputas eclesiásticas estão alocadas as contribuições à interpretação bíblica de Lutero, Zwinglio, Calvino. O presente estudo investiga questões de interpretação da Bíblia e apresenta a contribuição de Lutero à interpretação, bem como discute critérios luteranos de interpretação bíblica.

Sexta-feira – 26 de abril
14h às 17h -Sessão de comunicações
(As comunicações serão feitas por pós-graduandos e pós-graduados em Ciências da Religião)
17h30 às 19h30
Mesa 2 – Coordenação: Prof. Dr. João Luiz Correia Júnior (UNICAP)
Prof. Dr.Valmor da Silva (PUC-Goiás / Presidente da SOTER – Sociedade de Teologia e Ciências da Religião)
TEMA: O GOSTO DE JESUS PELOS PROVÉRBIOS
RESUMO: Analisa diversos aspectos do uso de provérbios atribuídos a Jesus, segundo os Evangelhos. Distingue a identificação de Jesus como “a Sabedoria” (sofia ou logos) ou como “filho da Sabedoria” da outra identificação de Jesus como sábio popular, contador de parábolas, ditos e provérbios. Exemplifica o uso de provérbios por Jesus, no contexto existencial, com a finalidade de provocar e sacudir seus ouvintes. Ora Jesus cita provérbios do Antigo Testamento, como “Porque os retos habitarão a terra” (Pr 2,21) em “Felizes os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5,4). Ora cita provérbios de outras literaturas, como “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4,23). Ora compõe seus próprios ditos, como se supõe na maioria dos casos, mas é difícil identificar. Jesus parte de provérbios, com frequência, para compor suas parábolas, como no caso “Quando vem a tormenta, desaparece o ímpio” (Pr 10,25) para a parábola da casa construída sobre a rocha (Mt 7,24-27). O sentido dos provérbios é intensificado através do paradoxo (antítese), como em “Quem procurar ganhar sua vida, vai perdê-la, e quem a perder vai conservá-la” (Lc 17,23) e da hipérbole (exagero), como em “É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10,25). Com frequência, os ditos de Jesus são associados ao humor e ao sarcasmo, como em “Condutores cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo” (Mt 23,24).
Prof. Dr. Pedro Lima Vasconcelos (UFAL, Alagoas)
TEMA: E Lucas chegou à Arábia: releituras corânicas de narrativas cristãs sobre os nascimentos de João e de Jesus

RESUMO: A partir dos inegáveis paralelos entre o que se lê na Surata 19 do Corão (sugestivamente apelidada de “Maria”) e nos dois primeiros capítulos do Evangelho segundo Lucas, a respeito dos nascimentos de João Batista e de Jesus, a presente comunicação se permite levantar algumas questões para debate, relativas: a) a trajetórias pouco conhecidas do cristianismo dos primeiros séculos; b) a matrizes de origem judaica e cristã no surgimento do Islamismo e à elaboração do Corão.
 Da Assessoria de Comunicação AOR

Comissão para a Vida e a Família promove eventos de valorização da família

Nova_Imagem_17A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o apoio da Canção Nova, promoverá o 3º Simpósio Nacional da Família. O evento será realizado dia 25 de maio, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). No dia 26 de maio, a Comissão também organizará a 5ª Peregrinação Nacional da Família, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP).
Este ano, o 3º Simpósio Nacional da Família e a 5ª Peregrinação Nacional da Família, em sintonia com o Ano da Fé e com a Jornada Mundial da Juventude, terão por tema a “Transmissão da Fé na Família: tarefa dos pais”. O objetivo será oferecer aos pais a oportunidade de reavivar a missão de educar os filhos na fé, especialmente pela presença e pelo testemunho. O 3º Simpósio será televisionado pela TV Canção Nova.
Os eventos contarão com a presença do presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família e bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, e do bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Antonio Augusto Dias Duarte, além de membros e os assessores nacionais da CEPVF.
Os bispos responsáveis pela Pastoral Familiar nos 17 Regionais da CNBB também estarão presentes, assim como coordenadores nacional, regionais, diocesanos e paroquiais da Pastoral Familiar e famílias vindas de todas as dioceses do Brasil. Nos dois dias, é estimada a participação de 250 mil pessoas.
O 3º Simpósio Nacional da Família será realizado na Canção Nova, no Rincão do meu Senhor, em Cachoeira Paulista (SP). Durante o evento haverá uma série de conferências que tratarão de diversos temas ligados à família. Dentre os conferencistas, dom João Carlos Petrini, fará a primeira conferência, que falará sobre “O desígnio de Deus”.
Professores do Pontifício Instituto João Paulo II de estudos sobre matrimônio e família, com sede Salvador (BA), também farão conferências que tratarão de temáticas como “Família e Sociedade”, “A transmissão da fé na família”, “Família acolhedora (desde a hospitalidade à adoção)”, e “Comunidade de famílias”.
Na tarde do dia 25 de maio, saindo do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), às 19h30, haverá uma procissão até a “ Igreja Velha”. No dia da 5ª Peregrinação Nacional da Família, 26 de maio, serão realizadas Celebrações Eucarísticas, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida a partir das 5h30.
Fonte: CNBB

Cientistas dizem que o Santo Sudário 'desafia inteligência humana'


O diretor do Centro Internacional de Sindonología de Turim, Bruno Barberis, assinala que depois de rigorosas investigações e experimentos a ciência não consegue compreender a natureza do Santo Sudário. O Santo Sudário, também conhecido como a Síndone, é o pano de linho que envolveu o corpo de Jesus Cristo após a sua crucificação. O manto tem o rosto impresso e o corpo maltratados de um homem que coincide com a descrição de sua paixão.
Barberis assinalou em uma entrevista concedida ao Grupo ACI que para ele, a Síndone "é realmente um desafio para a inteligência humana". "É um dos objetos mais interessantes do mundo, porque obtivemos grandes avanços, mas frente a um simples manto e à formação de uma imagem, somos incapazes de compreender", acrescentou.
Os cientistas conseguiram viajar a outros planetas e inclusive clonar seres vivos, mas para eles, o Santo Sudário continua sendo um mistério, e no momento, somente a Igreja e sua história têm a resposta. Segundo a história da Igreja, os primeiros cristãos levaram consigo o manto para preservá-lo da perseguição.
Desde Jerusalém e ao longo dos séculos, atravessaram Edessa, Constantinopla, Atenas, Lirey, Chambery e finalmente, chegaram a Turim, onde hoje em dia, foi objeto de numerosas investigações, e onde encontraram que este percurso descrito pela história da Igreja, coincide com a procedência dos 57 tipos de pólen que aparecem incrustados no tecido.
"Está claro que um corpo normal não pode deixar uma imagem deste tipo em um pano, e foram feitas muitas hipóteses com o fim de conseguir a formação de uma imagem do mesmo tipo. Se fizeram muitos experimentos que tentaram reconstruir esta imagem com as mesmas características de formação, mas infelizmente, nenhum deles foi capaz de obter uma imagem com as mesmas características da Síndone", explica Barberis.

Durante sua permanência na França, no ano 1632, o manto foi recuperado de um incêndio na França. Isto não permite aos cientistas de hoje em dia datar com segurança sua origem, já que as mudanças químicas que se produzem em uma reação química como a combustão, falseiam os resultados da prova de datação com Rádio C-14.
"O problema da prova de datação do Rádio Carbono é que pode receber poluição biológica e química, e por exemplo um incêndio, pode aumentar a idade de um tecido em vários séculos, portanto, esta prova fica descartada na hora de encontrar sua idade real".
Estudos em mantos do primeiro século expostos às mesmas condições físicas e químicas que sofreu o Sudário, demonstraram que, depois da prova de C-14, variavam sua datação em diversos séculos, além disso, com resultados muito próximos aos provados no Santo Sudário, cuja datação a situariam no décimo quarto século depois de Cristo.
Em base a isto, dar uma explicação científica é o "mais difícil para nós", refere Barberis. "Não sei se no futuro se conseguirá dar, mas no momento, as investigações físicas e químicas não podem imaginar sequer a formação de construir de maneira real uma imagem com as mesmas características".
"Não somos capazes de reproduzi-la", conclui o perito. Barberis deu estas declarações no marco do Congresso "Sudário e Fé, um diálogo possível?", realizado na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma no último dia 17 de abril, no que também participaram entre outros o Arcipreste para a Basílica de São Pedro do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri; e o Presidente para a Comissão Diocesana da Síndone em Turim, Dom Giuseppe Ghilberti.
SIR

'Não devemos apenas ouvir, é importante distinguir a Palavra'


Dom José Gislon: "na nossa vida de fé não devemos nos limitar a escutar as palavras, mas é importante saber distinguir a Palavra"
Erexim - Com o título "Cristo bom pastor", dom José Gislon, bispo da diocese de Erexim, pertencente ao Estado do Rio Grande do Sul, aborda em seu mais recente artigo a importância de nos mantermos vigilantes na escuta da voz de Jesus Cristo, nosso Senhor e Pastor.
O bispo explica que nos tempos de Jesus, os rebanhos de ovelhas de vários donos eram guardados em um único aprisco, para poderem passar a noite em segurança. Segundo ele, na manhã seguinte, bastava que cada pastor chamasse suas ovelhas, estas sabiam distinguir sua voz e o seguiam: uma espécie de reconhecimento e de pertença, tornada possível através da voz.
"Nós mesmos, estando ainda no ventre de nossa mãe, começamos a conhecê-la através da sua voz; e, quando viemos à luz, foi mais uma vez a voz que possibilitou o reconhecimento, mesmo antes dos olhos se abrirem para distinguirmos quem era nossa mãe", compara o bispo.
Para dom José, na nossa vida de fé não devemos nos limitar a escutar as palavras, mas é importante saber distinguir a Palavra. De acordo com ele, a transmissão da fé se dá através da catequese, mas não só a catequese organizada nas nossas comunidades, que acontece graças ao empenho amoroso de centenas de catequistas, e que tem um papel muito importante na vida e na formação das nossas crianças e jovens.
O bispo recorda que há uma outra fase da catequese, que anda meio esquecida e é fundamental que seja retomada: a catequese familiar, aquela que deveria acontecer nos primeiros anos da nossa vida no convívio familiar, através da voz da mãe e do pai.
"No convívio familiar, nós sabemos distinguir a voz daqueles que nos amam e fazem parte da nossa vida. Aquilo que eles nos ensinam, pode até ficar adormecido por um tempo, mas não esquecido, porque faz parte da formação que levamos para a nossa vida."
Por fim, o prelado afirma que catequizar é transmitir a fé que recebemos para as pessoas que amamos e fazem parte da nossa história familiar e comunitária. Ele alerta que o pecado da omissão ronda as famílias e tira das crianças o direito de ouvirem a voz do Cristo bom Pastor, do "vem e segue-me", e de serem instruídas na fé. "O Cristo Jesus, que se tornou o cordeiro imolado na cruz, nos mantenha vigilantes na escuta da sua voz, para transmitirmos às nossas crianças e jovens a fé em Deus e a esperança na vida eterna", conclui.
SIR

'Linguagem do Papa é a linguagem do Evangelho'


Para jornalista, linguagem "abrangente e compreensível" de Francisco conquistou o coração dos fiéis
Cidade do Vaticano  - Desde os primeiros momentos de seu pontificado, o papa Francisco conquistou o coração dos fiéis com a sua linguagem simples e direta. Um estilo que chama a atenção inclusive dos nãocrentes e que repercute particularmente nas homilias que, diariamente, o Santo Padre faz na missa celebrada na Casa Santa Marta, no Vaticano.
Para uma reflexão sobre a linguagem "abrangente e compreensível" de Jorge Mario Bergoglio, a Rádio Vaticano entrevistou a jornalista Stefania Falasca, unida ao papa Bergoglio por uma longa amizade:

Stefania Falasca -  "É preciso dizer que as coordenadas portadoras do estilo do papa Francisco se fundam justamente no primado da palavra, o primado da palavra em seu estatuto comunicativo-relacional, que significa oralidade: é o primado do coloquial, da acessibilidade e da clareza e também da beleza. Ele é um admirador de Dostoievski – para se ter uma referência literária – e de Tolstoj, os quais definem a simplicidade e a beleza "funções da verdade", portanto, também através da escolha de palavras que imediatamente abrem e imediatamente iluminam."

O escritor argentino Jorge Luis Borges dizia que "Jesus pensava por palavras e usava frases que impressionavam". Poder-se ia dizer, certamente, que o Papa Francisco faz exatamente isso...

Stefania Falasca - "Sim, também isso é expressão de uma linguagem que se pode dizer figurada... em duas palavras consegue condensar eficazmente temas que têm um amplo alcance, uma ampla discussão e permitem aquele aspecto que dizia antes: dar imediatamente um efeito. É uma espécie de expressionismo, também muito típico na língua espanhola, muito definida: não são pequenos "meios de comunicação". Restabelece a corporeidade, o aspecto físico às palavras, para que todos possam compreender. Ademais, este é um traço típico da comunicação moderna – digamos – da web, da linguagem pós-moderna."

Você escreveu no jornal "Avvenire" que o falar do Papa Francisco é um "sermo humilis"...

Stefania Falasca - "Santo Agostinho foi o mestre por excelência do sermo humilis. Significa falar a todos, significa universalidade e, ao mesmo tempo, a contemporaneidade, a imersão no desdobrar-se do mundo, que é próprio da linguagem evangélica. É a linguagem das Sagradas Escrituras, é a sabedoria da colocação, ou seja, aquilo que os Padres da Igreja consideravam arte: a homilia, a arte de conversar simplesmente com os homens. Digamos que na base disto está uma natureza teológica, porque Santo Agostinho condensa justamente o significado do sermo humilis em dois termos que são "útil" e "apropriado": ele diz que sendo a verdade cristã "amorosa e suave salvação", deve ser colocada suaviter, com delicadeza, e isso por respeito tanto à própria natureza da Salvação, da Verdade, quanto mais ainda ao respeito pelas possibilidades de recepção do ouvinte. Creio que são essas as razões de uma linguagem que abraça e abrange o mundo e os homens; portanto, abrangente e compreensível porque sermo humilis é também caritas, alegre boa nova na acepção agostiniana."

Não há uma estratégia de comunicação no falar de Bergoglio: sua única verdadeira estratégia é a adesão ao Evangelho...

Stefania Falasca - "Exatamente. Existe uma base seguramente inclusive graças à vastidão da cultura de Bergoglio, mas o que mais se expressa é essa sua ânsia de transmitir a Palavra de Deus. Digo que o fascínio deste seu falar que alcança a todos, inclusive os que se encontram distantes e os nãocrentes, é que não são palavras somente pregadas, mas verdadeiramente vividas. "A vida é a pedra-de-toque das palavras": isso dizia o escritor e poeta italiano Alessandro Manzoni e recordo que ele citou para mim essa frase, que se encontra no capítulo da obra "Os Noivos", o capítulo da "Conversão do Inominado". A vida é a pedra-de-toque das palavras. Do seu modo de falar se percebe quanto é verdadeiro para ele e fruto de sua vida aquilo que diz."
SIR

A Igreja Latino-Americana frente aos desafios ambientais


"É urgente uma resposta conjunta que faça frente a uma exploração irracional do meio ambiente"
Está em andamento na cidade equatoriana de Puyo o I Encontro Pan-amazônico, com o tema “A Igreja na Defesa da Vida: Realidade e Vulneração de Identidades e Direitos na Amazônia”. O encontro é organizado pela Pastoral Social da Caritas Equatoriana, com o apoio dos bispos locais.
Participam cerca de 150 representantes de Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Brasil, Espanha, Alemanha, Itália e EUA. Do Brasil, em especial, foi apresentada a experiência do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
O encontro, que se encerra esta quarta-feira (24), responde a um processo de análise, reflexão e articulação que teve início há dois anos e consiste num diagnóstico territorial sobre incidência política e identidade e na construção de um projeto comum de defesa da vida.
Ao inaugurar o evento, na segunda-feira (22), o Presidente do Departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM, Dom Pedro Barreto Jimeno, recordou o compromisso da Igreja em defender a natureza, a partir do apelo feito por Francisco no início de seu pontificado, para que os fiéis assumam sua vocação de “proteger a criação”.
A Amazônia não é somente uma palavra, mas são pessoas, culturas, crianças, jovens e adultos e para eles é urgente adotar o exemplo de São Francisco de Assis no cuidado da natureza, "nossa irmã e o lugar da vida".
"Se há algo a fazer, é recuperar a atitude contemplativa que nos leve à ação. Esta é a missão da Igreja", disse. Todavia, o bispo lamentou que apesar de a terra produzir mais do que precisamos, ainda existe pobreza: "Os conflitos ambientais se expandiram com a instalação de empresas extrativistas, com a cumplicidade dos Estados. Por isso, é urgente uma "resposta conjunta e compartilhada para fazer frente a uma exploração irracional que afeta a vida".
SIR