terça-feira, 27 de agosto de 2013

Regional Nordeste 2 avalia atuação pastoral


SAM 6113Os Bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CEP) se reuniram no dia 20 de agosto, na sede do Secretariado, em Recife (PE), para tratar da vida pastoral do Regional Nordeste 2. O encontro contou com a presença dos coordenadores diocesanos de pastoral. A Semana Missionária e a participação dos jovens na JMJRio 2013 tiveram participação positiva em todas as Dioceses do regional. O bispos avaliaram de que forma o estudo 104 da CNBB “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” está sendo trabalhado nas dioceses, em vista das contribuições a serem encaminhadas à Conferência.
Na ocasisão, foi aprovada a pauta da próxima Assembleia Regional de Pastoral, que se realizará em Lagoa Seca (PB), no de 16 a 19 de outubro. O evento contará com a assessoria do presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro, que abordará o tema “A evangelização da Juventude”, à luz dos Documentos 85 e 103 da CNBB e os frutos da Jornada Mundial da Juventude.

“Não cristãos, nunca cristãos de etiqueta! Cristãos de verdade, de coração”, refletiu o Papa no Angelus

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No Angelus do domingo, 25, Papa Francisco refletiu sobre a salvação, tema proposto pelo Evangelho do dia. O Santo Padre enfatizou que não se deve ter medo de atravessar a porta da fé em Jesus, pois Ele ilumina a vida do homem com uma luz que não se apaga nunca. Referindo-se à figura da “porta estreita”, aquela que leva à salvação, Francisco explicou que ela aparece várias vezes no Evangelho e remete à casa, ao lar, onde se encontra segurança e amor. E esta porta de salvação é o próprio Cristo.
“Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta que é Jesus não está nunca fechada, esta porta não está nunca fechada, está aberta sempre e a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios”, disse. O Santo Padre falou ainda das várias portas existentes hoje que prometem uma felicidade, mas trata-se de algo passageiro. Ao contrário, a porta da fé em Jesus é o caminho a seguir sem medo. Ele explicou que esta porta de Jesus é estreita, pois requer a abertura do coração a Cristo. “Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, no promover a justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida”.
Leia na íntegra a homilia:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o tema da salvação. Jesus está saindo da Galileia rumo à cidade de Jerusalém e ao longo do caminho alguém – conta o evangelista Lucas – aproxima-se a Ele e lhe pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” (13, 23). Jesus não responde diretamente à pergunta: não é importante saber quantos se salvam, mas é bastante importante saber qual é o caminho da salvação. E então à pergunta Jesus responde dizendo: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (v. 24). O que Jesus quer dizer? Qual é a porta pela qual devemos entrar? E porque Jesus fala de uma porta estreita?
A imagem da porta volta várias vezes no Evangelho e remete àquela da casa, do lar, onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus nos diz que há uma porta que nos faz entrar na família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele. Esta porta é o próprio Jesus (cfr Jo 10, 9). Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta que é Jesus não está nunca fechada, esta porta não está nunca fechada, está aberta sempre e a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque, vocês sabem, Jesus não exclui ninguém. Algum de vocês poderia dizer-me: “Mas padre, com certeza eu sou excluído, porque sou um grande pecador: fiz tantas coisas más, fiz tantas, na vida”. Não, você não está excluído! Justamente por isso você é o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre, para perdoá-lo, para amá-lo. Jesus está esperando você para te abraçar, te perdoar. Não ter medo: Ele te espera. Animado, tenha coragem para entrar pela sua porta. Todos são convidados a atravessar esta porta, a atravessar a porta da fé, a entrar na sua vida e a fazê-Lo entrar na nossa vida, para que Ele a transforme, a renove, dê a ela alegria plena e duradoura.
Nos dias de hoje, passamos diante de tantas portas que nos convidam a entrar prometendo uma felicidade que depois percebemos que dura somente um instante, que é um fim em si mesma e não tem futuro. Mas eu pergunto a vocês: nós, por qual porta queremos entrar? E quem queremos fazer entrar pela porta da nossa vida? Gostaria de dizer com força: não devemos ter medo de atravessar a porta da fé em Jesus, de deixá-Lo entrar sempre mais na nossa vida, de sair de nossos egoísmos, dos nossos fechamentos, das nossas indiferenças com os outros. Porque Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga mais. Não é um fogo de artifício, não é um flash! Não, é uma luz tranquila que dura sempre e nos dá paz. Assim é a luz que encontramos se entramos pela porta de Jesus.
Certo, aquela de Jesus é uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura. Não, não por isto! Mas porque nos pede para abrir o nosso coração a Ele, para reconhecer-nos pecadores, necessitados da sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter humildade para acolher a sua misericórdia e fazer-nos renovar por Ele. Jesus no Evangelho nos diz que ser cristãos não é ter uma “etiqueta”! Eu pergunto a vocês: vocês são cristãos de etiqueta ou de verdade? E cada um responda para si! Não cristãos, nunca cristãos de etiqueta! Cristãos de verdade, de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, no promover a justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida.
À Virgem Maria, Porta do Céu, peçamos que nos ajude a atravessar a porta da fé, a deixar que o seu Filho transforme a nossa existência como transformou a sua para levar a todos a alegria do Evangelho.
Apelo pela Síria
Com grande sofrimento e preocupação continuo acompanhando a situação na Síria. O aumento da violência em uma guerra entre irmãos, com o multiplicar dos massacres e atrocidades, que todos pudemos ver também nas terríveis imagens destes dias, leva-me mais uma vez a exortar para que cesse o barulho das armas. Não é o conflito que oferece perspectivas de esperança para resolver os problemas, mas é a capacidade de encontro e de diálogo.
Do fundo do meu coração, gostaria de manifestar a minha proximidade com a oração e a solidariedade a todas as vítimas deste conflito, a todos aqueles que sofrem, especialmente as crianças, e convidar a ter sempre viva a esperança de paz. Faço apelo à Comunidade Internacional para que se mostre mas sensível a esta trágica situação e coloque todo o seu empenho para ajudar a amada nação síria a encontrar uma solução a uma guerra que semeia destruição e morte.
Todos juntos, rezemos, todos juntos rezemos à Maria, Rainha da Paz: Maria, Rainha da Paz, rogai por nós. Todos: Maria, Rainha da Paz, rogai por nós.

Enrico Chiavacci: adeus ao teólogo do amor cristão


Enrico Chiavacci era teólogo
Por Giacomo Galeazzi
Ele protestava contra o "deus lucro" e nunca recuava quando era preciso abordar temas polêmicos como a homossexualidade, segundo a moral cristã. O teólogo padre Enrico Chiavaci morreu no último domingo (25), na paróquia de San Silvestro, em Ruffignano (Florença), da qual era pároco desde 1961.

Nascido em Siena em 1926 e ordenado presbítero em 1950, foi professor de teologia moral na Faculdade Teológica da Itália Central. Em meados dos anos 1980, a publicação da sua obra Teologia morale e vita economica (Cittadella, 1986) ofereceu uma notável contribuição para a elaboração e difusão de uma cultura da paz, da solidariedade, da libertação, dos direitos humanos.

Em 2009, ele dedicou à moral sexual na Igreja Católica vários artigos publicados pela revista de teologia e ciências da religião da Faculdade Teológica da Itália Central. "Até o século XIX, não existe nem a ideia nem o termo abstrato sexualidade", apontou Chiavacci. "Existem apenas comportamentos singulares ligados à esfera sexual, cada um com a sua própria avaliação moral. Para Santo Agostinho, a atividade sexual, lida como impulso corpóreo, é sempre algo negativo. Somente obedecer à ordem de se multiplicar pode legitimá-la. A relação sexual entre cônjuges não deve ocorrer por prazer, mas exclusivamente para a procriação, e a busca da satisfação sexual fora da intenção procriativa é pecaminosa".

E assim, antes que fosse disseminado o celibato dos sacerdotes, era recomendado aos padres uxorados [casados] que não celebrassem a missa sem antes terem se abstido por alguns dias das relações, embora legítimas, com a esposa. "Assim, quase até os nossos dias, não era conveniente que a mulher que dera à luz entrasse na igreja sem uma prévia bênção ´mulieris post partum´, prevista pelo Ritual e chamada na Itália popularmente de ´retornar ao santo´", salientou Chiavacci. "Eu mesmo, pároco de uma paróquia rural, celebrei o breve rito nos anos 1960, e era costume que a mulher entrasse na igreja coberta pela estola do celebrante. Eu me esforcei para deixar claro que o parto já era em si mesmo uma bênção que não exigia purificações posteriores, o que demonstra como ser muito idoso para um teólogo moral, no cuidado das almas há 60 anos, pode ser uma vantagem, em vez de um peso de uma tradição recebida e mantida passivamente".

Palavras que contêm a sua teologia da misericórdia que queria purificar a fé das incrustações que, ao longo dos séculos, se sedimentaram na original "simplicidade" evangélica. Contou Chiavacci: "Ainda nos anos 1960, eu, então juiz matrimonial, tive a causa de apelo de uma jovem filha de agricultores que não queria o esposo designado pelo pai para criar novas unidades agrícolas".

As suas contribuições buscam ligações entre a moral fundamental e a moral social, e declaram o seu compromisso, na colaboração ativa dentro do Pax Christi, com questões da paz e dos direitos humanos. A sua pesquisa foi decisiva para dar forma a uma teologia da paz.

Foi presidente da Associação Italiana dos Teólogos Moralistas, publicou inúmeras obras teológicas e foi um dos principais moralistas italianos. Vários dos seus relevantes artigos foram publicados nos últimos anos na revista Rocca.

Entre suas obras, encontram-se: Proposte morali tra l´antico e il nuovo (Cittadella, 1973), Dal dominio alla pace (Meridiana, 1993), Invito alla teologia morale (Queriniana, 1995), Etica e riproduzione (Le Lettere, 1995), Lezioni brevi di etica sociale (Cittadella, 1999), Lezioni brevi di bioetica (Cittadella, 2000).
Vatican Insider, 26-08-2013.

Há 14 anos, partia Dom Helder Câmara


Dom Helder Câmara: 'Esperança é crer na aventura do amor'.
Por Padre Geovane Saraiva*
Aos 27 de agosto de 1999, após completar 90 anos, vividos e bem vividos, Dom Helder foi chamado ao seio do pai.  Marcado por uma graça incomensurável, por onde passou, mesmo quando teve que ir para o ostracismo, ficando no isolamento e excluído dos meios de comunicação social, durante o regime militar, que via nele um risco e um perigo à democracia, permaneceu forte e corajoso, sem nunca se abalar, deixando marcas indeléveis.

Sua força imaginadora, sua criatividade e, sobretudo, sua capacidade de produzir e de realizar, foram extraordinárias, surgindo uma nova Igreja, uma Igreja marcada profundamente pela esperança, com ele afirmava: "Esperança é crer na aventura do amor, jogar nos homens, pular no escuro, confiando em Deus". Ele se antecipou, em ideias e vestes, ao aggiornamente que o Papa João XXIII promoveu e com o qual iria revolucionar, não apenas a Igreja, mas o nosso mundo hodierno.

Dom Helder foi um articulador, na melhor expressão da palavra, um conspirador, pensando no bem, com suas iniciativas, compartilhadas por muita gente da Igreja, desejando fazer com que a Igreja-Instituição se comprometesse e se engajasse na causa dos empobrecidos, identificando-se com seu Fundador e Mestre, Nosso senhor Jesus Cristo. Pensava e deseja ele uma Igreja pobre e mais servidora.

Daí o "Pacto das Catacumbas", de 16 de novembro de 1965, que foi uma excelente oportunidade para os bispos, pensarem e refletirem sobre eles mesmos, no sentido de fazer uma experiência devida na simplicidade e na pobreza, numa Igreja encarnada na realidade, comprometida com o povo, renunciando as aparências de riqueza, dizendo não as vaidades, consciente da justiça e da caridade, através desse documento desafiador.

Logo que chegou ao Rio de Janeiro, numa hora santa do clero, onde o cardeal Sebastião Leme criara os turnos de Adoração ao Santíssimo Sacramento, o jovem padre Helder subiu ao púlpito para o seu primeiro sermão junto aos colegas de sua nova Diocese. A figura magra, pálida, de olhos fechados, mãos trêmulas e exaltadas, pronunciou uma oração que até bem pouco era recordada pelos os padres daquela Arquidiocese do Rio.

Foi quase um escândalo: Dom Helder cobrou dos sacerdotes aquele fervor e aquele entusiasmo que no dia-a-dia ia pouco a pouco se esfriando. Parecia em transe, alçada sobre a cabeça de todos os padres da cidade do Rio de Janeiro, enumerando as tibiezas de todos e de cada um, no desamor ao trabalho pastoral, bem como a falta de garra no apostolado...

Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife, na sua mensagem, na tomada de posse, disse com firmeza: "Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo". A pregação do Evangelho foi para ele, ao mesmo tempo, candente e misericordiosa, apaixonada sensata.
Aprendamos do pastor dos empobrecidos, do cidadão planetário, referencial e nosso grande e maior patrimônio, falecido há 14 anos na cidade de Recife, PE, entre incontáveis pensamentos, neste: “Quem me dera ser leal, discreto e silencioso como a minha sombra”.
* Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com

Convite Igreja Nossa Senhora de Loreto