sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Comissão promove Retiro Arquidiocesano para Educadores



10646704_782053021858076_1547291086913684437_nA Comissão de Pastoral para a Educação abriu inscrições para o Retiro Arquidiocesano para Educadores. O encontro será realizado nos dias 22 e 23 de novembro no Centro Mariápolis Santa Maria localizado na cidade de Igarassu, Região Metropolitana do Recife. Os professores devem ficar atentos porque o prazo para a efetuar a inscrição é o dia 10 de outubro.
Os participantes terão um fim de semana voltado para a espiritualidade do educador. A programação conta com palestras, momentos de meditação, partilhas e dinâmicas. A religiosa da Congregação das Damas da Instrução Cristã, Ir. Flávia Matias, será a assessora do encontro. Uma Missa será presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, na manhã do domingo, 23.
As inscrições custam R$ 150,00 e estão sendo feitas através do site www.centromariapolisne.org.br . A taxa incluí hospedagem e alimentação. Os educadores devem levar o comprovante do depósito bancário no dia do encontro. Os organizadores orientam os participantes para levarem lençóis e toalhas.
Mais informações com Ane Kely (Coordenação Arquidiocesana de Pastoral) pelo telefone (81) 3271-4270.

Retiro Arquidiocesano para Educadores
Local: Centro Mariápolis Santa Maria
Rodovia BR 101, Km 44 – Igarassu PE
Dias: 22 e 23 de novembro de 2014
Inscrição: R$ 150,00 – www.centormariapolisne.org.brInformações: (81) 3271-4270 (Ane Kely)
Da Assessoria de Comunicação AOR

Tempo de caridade e partilha


Quando o Evangelho permeia nossas vidas, até mesmo as atitudes de partilha passam a ter outro peso e conotação.
Por Dom Orani João Tempesta*

Vivemos em nossa Arquidiocese o “Ano da Caridade”. Neste tempo, dentro daquilo que programou o Plano de Pastoral, somos chamados a nos organizar melhor em nossos trabalhos de “caridade social”.

O papa Francisco lançou no Dia dos Direitos Humanos do ano passado uma campanha mundial: “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”, organizada pela Caritas Mundial. Ele mesmo, em seu pronunciamento, lembrou: “Por isso, queridos irmãos e queridas irmãs, convido-os a abrir um espaço em seus corações para esta urgência, respeitando o direito dado por Deus a todos de ter acesso a uma alimentação adequada. Compartilhemos o que temos, em caridade cristã, com os que são obrigados a enfrentar muitos obstáculos para satisfazer uma necessidade tão primária; e, ao mesmo tempo, promovamos uma autêntica cooperação com os pobres para que, através dos frutos do seu e do nosso trabalho, possamos viver uma vida digna. Convido todas as instituições do mundo, toda a Igreja e cada um de nós, como uma única família humana, a dar voz a todas as pessoas que passam fome silenciosamente, a fim de que esta voz se torne um grito que possa sacudir o mundo”!

Como legado social da JMJ ocorrida no ano passado, foi criada a “rede” para encaminhamentos dos dependentes químicos. Também quisemos celebrar o primeiro aniversário da JMJ com uma grande campanha de alimentos para o Haiti. As notícias de que lá nos chegam é que a fome ou a nutrição seria a “grande doença” principalmente das crianças. Daí o nosso gesto concreto em arrecadar alimentos para serem distribuídos no Haiti.

Sabemos que o trabalho social é consequência da evangelização, do amor ao próximo. Nós saberemos se estamos realmente evangelizando ao sentirmos a resposta às necessidades de missão, catequese e trabalhos sociais por parte de nosso povo. Nesse sentido, neste ano da caridade, pudemos ver os grandes passos que estão sendo dados.

Meditando sobre os Evangelhos, impressiona-nos a mensagem de Cristo fundada totalmente no amor aos irmãos, na caridade. Jesus nos apresenta o Pai como o doador de tudo, que nos ama a ponto de dar o Filho à morte para a salvação dos homens. Em várias respostas aos fariseus e aos legistas, Jesus reafirmou o primeiro mandamento do amor a Deus, mas, logo a seguir, completa o amor ao próximo, que lhe são semelhantes. Ilustra-o na parábola do Bom Samaritano (Lucas 10, 25-37).

As cartas do apostólo João insistem no mesmo aspecto catequético e, com clareza apostólica, afirma que aquele que diz amar a Deus e não amar a seus irmãos é um mentiroso. E continua afirmando, que é muito fácil proclamar que amamos a Deus, a quem não vemos, mas se desprezamos os irmãos que estão a nosso lado, onde estão a caridade, onde estão o amor? (1Jo.4,20).

São Paulo, na sua Carta aos Coríntios (Coríntios 13), proclama e exalta a caridade. Somos levados a interpretar esse hino como o amor ao Pai Celeste. Mas, o apostólo fala da excelência do amor entre os irmãos. Ainda que eu falasse todas as línguas dos anjos, ou tivesse toda a ciência, sem a caridade seria um bronze que soa e cujo som se perde nas quebradas dos montes. Logo a seguir nos ensina em que consiste a caridade: na paciência, na humildade, no fazer o bem, na longanimidade, na partilha da dor e da alegria com os irmãos, no perdão tão difícil. E conclui pela perenidade do amor e da caridade. Tudo cessa quando vier a perfeição, exceto a caridade, pela qual seremos medidos.

No dia do Juízo, quando o Filho do Homem, na Sua glória, vier nos julgar, escreve o evangelista Mateus, Ele nos questionará sobre o nosso coração: se ele se abriu ou fechou sobre os pequeninos que moravam em nossas casas, no nosso bairro, na nossa comunidade. Uma antiga música nos recorda: “como posso ser feliz, se ao pobre, meu irmão, eu fechei o coração, meu amor eu recusei!” Já nesta vida mortal, podemos sentir as delícias dessa vida fraterna, como rezamos nos salmo: “quão bom e quão é alegre a vida comum entre os irmãos”. Não é fácil o exercício dessa caridade; o empecilho do pecado que herdamos de Adão leva-nos a outro tipo de vida. Conhecedor da natureza humana, Jesus, no Sermão da Montanha, nos dá regras práticas de sua vivência.

E como se não bastasse a Sua Palavra, deu-nos o Seu exemplo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei, e entregou-se por amor a nós na cruz.

Partindo dessa rápida reflexão, quisemos fazer uma breve meditação do sentido e da importância da caridade na vida comunitária e pessoal.

Quando o Evangelho permeia nossas vidas, até mesmo as atitudes de partilha passam a ter outro peso e conotação. A arrecadação de alimentos para a Campanha de Alimentos para o Haiti superou todas as expectativas! Louvado seja Deus! O povo carioca demonstrou a sua abertura ao outro, a preocupação com o irmão. Tivemos oportunidade de ver isso acontecer quando do acolhimento de jovens na JMJ. Agora, também na doação de alimentos. Estamos ultimando a preparação e embalagem do que foi arrecadado para enviar ao destino, para que sejam distribuídos pela comunidade católica missionária franciscana que está no Haiti.

Mas, quero também aproveitar para agradecer o empenho de todos na arrecadação desses alimentos para ajudar os nossos irmãos haitianos. Quisemos partilhar o pouco que temos com os nossos irmãos do Haiti que se encontram numa situação de miséria material e humana. A nossa Campanha de Arrecadação aconteceu do dia 26 de julho até o dia 14 de setembro, com doações de mantimentos e doação em dinheiro em conta bancária da Caritas Arquidiocesana. Conseguimos alcançar e superar o nossa meta! Isso demonstra que existe no coração do nosso povo a abertura para o outro! Como isso foi isso possível, o será também na continua busca de acolher e ajudar o próximo na pessoa do irmão que está ao nosso lado.

Portanto, os meus agradecimentos aos bispos auxiliares, aos vigários episcopais, aos freis franciscanos na Providência de Deus, aos padres, às entidades, aos consagrados, aos diáconos e todo o amado e querido povo de Deus que se empenhou para que pudéssemos realizar esta Campanha. Esse gesto Demonstrou como é importante esse “sair de si” para olhar para o outro necessitado e partilhar. A resposta generosa nos comoveu a todos e nos fez agradecer ao Senhor pelos sinais que vemos acontecer em nossa cidade.

A todos os meus votos de “paz e bem”, e que a bênção de Deus recaia sobre cada um de vocês. Convoco-os para nunca se cansarem de repetir o gesto de um grande carioca que está caminhando para os altares, nosso querido D. Luciano Mendes de Almeida, que nos ensinou o gesto concreto que todos viveram: “em que posso ajudar?”, ou seja, o que eu posso fazer para te ajudar? Repitamos essa pergunta muitas vezes em nosso dia a dia. Para que em tudo seja Deus glorificado!
CNBB, 18-09-2014.
*Dom Orani João Tempesta é cardeal e arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

´Identidade cristã se realiza com a ressurreição´


'Se estivermos habituados a estar com o Senhor, o pavor da transformação do nosso corpo se afasta', diz papa.
Cidade do Vaticano - O caminho do cristão se realiza na Ressurreição. Foi o que disse o papa Francisco na homilia da manhã desta sexta-feira (19), na Casa Santa Marta. O pontífice, comentando as palavras de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios, destacou que os cristãos parecem ter dificuldade em acreditar na transformação do próprio corpo após a morte.

O papa Francisco centralizou sua homilia sobre a primeira leitura que vê São Paulo comprometido a fazer uma “correção difícil”, “a da Ressurreição”. O Apóstolo dos gentios se dirige à comunidade de cristãos de Corinto. Eles acreditavam que “Cristo ressuscitou” e “ajuda-nos do céu”, mas não estava claro para eles que “também nós ressuscitaremos”.

"Eles - disse Francisco - pensavam de outra forma: sim, os mortos são justificados, não irão para o inferno - muito bonito! - mas irão um pouco no cosmos, no ar, ali, a alma diante de Deus, somente a alma”. Além disso, continuou, também São Pedro , “na manhã da Ressurreição saiu correndo ao sepulcro e pensava que o tinham roubado”.

E assim também Maria Madalena. “Não entrava na cabeça deles - observou - uma ressurreição “real”. Eles não conseguiam entender a “passagem nossa da morte à vida” por meio da Ressurreição. No final, comentou o Papa, “eles aceitaram a ressurreição de Jesus porque O viram”, mas “a dos cristãos não era entendida dessa forma”.

Além disso, recordou, quando São Paulo vai a Atenas e começa a falar da Ressurreição de Cristo, os gregos sábios, filósofos, ficam assustados: “Mas a ressurreição dos cristãos é um escândalo, não podem entendê-la. E é por isso que Paulo faz este raciocínio, raciocina assim, de modo claro: 'Se Cristo ressuscitou, como podem dizer alguns entre vocês que não há ressurreição dos mortos? Se Cristo ressuscitou, também os mortos serão ressuscitados’. Há resistência à transformação, a resistência para que a obra do Espírito que recebemos no Batismo nos transforme até o final, à Ressurreição. E quando falamos disto, a nossa linguagem diz: ‘Mas, eu quero ir para o Céu, não quero ir para o inferno', mas paramos ali. Nenhum de nós diz: “Eu ressuscitarei como Cristo’: não. Também para nós é difícil entender isso”.

“É mais fácil - destacou - pensar em um panteísmo cósmico”. Isto porque “ há a resistência a sermos transformados, que é a palavra que usa Paulo: ‘Vamos ser transformados. Nosso corpo será transformado’”. “Quando um homem ou uma mulher deve se submeter a uma cirurgia – revelou o Papa - tem muito medo porque ou irão tirar algo ou colocar algo ... vai ser transformado, por assim dizer.

E reafirmou que “com a Ressurreição, todos nós seremos transformados”: “Este é o futuro que nos espera e isto é o fato que nos leva a fazer tanta resistência: resistência à transformação do nosso corpo. Também, resistência à identidade cristã; Direi mais: talvez não tenhamos tanto pavor do Maligno do Apocalipse, do Anticristo que deve vir primeiro; talvez não tenhamos tanto pavor. Talvez não tenhamos tanto pavor da voz do Arcanjo ou do som da tromba: mas, será a vitória do Senhor. Mas pavor de nossa ressurreição: todos seremos transformados. Será o fim de nosso percurso cristão, essa transformação".

Essa “tentação de não crer na Ressurreição dos mortos – prosseguiu – nasceu” nos “primeiros dias da Igreja”. E quando Paulo teve de falar sobre isso aos Tessalonicenses, “no fim, para consolá-los, para encorajá-los disse uma frase mais plena de esperança que está no Novo Testamento, e disse assim: “No fim, estaremos com Ele”. Eis, disse Francisco, assim é a identidade cristã: “Estar com o Senhor. Assim, com o nosso corpo e com nossa alma”.

Nós, acrescentou, “ressuscitaremos para estar com o Senhor, e a Ressurreição começa aqui, como discípulos, se estivermos com o Senhor, se caminhamos com o Senhor”. Isto, reafirmou, “é o caminho para a Ressurreição. E se estivermos habituados a estar com o Senhor, este pavor da transformação do nosso corpo se afasta”. A Ressurreição, disse ainda, “será como um despertar”. Jó disse eu verei com os meus olhos”. Não espiritualmente – fez notar o Papa – não”, “ com o meu corpo, com os meus olhos transformados”.

 “A identidade cristã – advertiu – não termina com um triunfo temporal, não termina com uma bela missão”, a identidade cristã se realiza com a Ressurreição dos nossos corpos, com a nossa Ressurreição”. “Este será o fim, para nos saciarmos com a visão do Senhor. A identidade cristã é um caminho onde se encontra o Senhor; como os dois discípulos que “estiveram com o Senhor” toda aquela tarde, também toda nossa vida é chamada a estar com o Senhor para – finalmente, depois da voz do Arcanjo, depois do som da trombeta – permanecer, estar com o Senhor”.
SIR

Liturgia Diária

DIA 19 DE SETEMBRO - SEXTA-FEIRA

XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eco 36,18).
Oração do dia
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Coríntios 15,12-20)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
15 12 Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos?
13 Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou.
14 Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
15 Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam).
16 Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17 E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados.
18 Também estão perdidos os que morreram em Cristo.
19 Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima.
20 Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial 16/17
Ao despertar, me saciará vossa presença, ó Senhor.

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa,
escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!

Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
Mostrai-me vosso amor maravilhoso,
vós que salvais e libertais do inimigo
quem procura a proteção junto de vós.

Protegei-me qual dos olhos a pupila
e guardai-me à proteção de vossas asas.
E verei, justificado, a vossa face,
e, ao despertar, me saciará vossa presença.
 
Evangelho (Lucas 8,1-3)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
8 1 Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus.
2 Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3 Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
COLABORADORAS NA MISSÃO
O Evangelho mostra-nos Jesus e sua comunidade itinerante a serviço da Boa Nova do Reino. O ministério do Mestre era exercido em comunhão com colaboradores e colaboradoras, todos voltados para a mesma missão.
É fácil de entender que Jesus tivesse colaboradores. Difícil é pensar um Mestre rodeado de discípulas, numa sociedade onde a dignidade das mulheres não era reconhecida. Diríamos, hoje: era uma sociedade machista! No entanto, Jesus mantinha-se imune destes esquemas, não permitindo que influenciassem suas opções.
As colaboradoras de Jesus são todas mulheres que o haviam procurado por padecer de doenças e ser vítimas dos espíritos malignos. Tendo sido beneficiadas pelo Mestre, acabaram por se colocar a serviço dele. Isto por que compreenderam a importância do ministério de Jesus. Como elas, havia tantas outras pessoas vítimas de enfermidades e possessões demoníacas, que precisavam ser curadas pelo Mestre. Por isso, pareceu-lhes sensato colocar seus bens a serviço desta causa nobre. Era a melhor forma de manifestar sua gratidão a Jesus e se mostrarem úteis.
Para o Mestre, pouco importava a condição feminina. Importava-lhe, sim, a disposição interior dessas mulheres. Afinal, como ele, elas estavam dispostas a ser servidoras da humanidade.

Oração
Espírito que predispõe para servir, faze de mim colaborador(a) da missão de Jesus, colocando, a seu serviço, tudo o que sou e tenho.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

 
Sobre as oferendas
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas e acolhei com bondade as oferendas dos vossos servos e servas, para que aproveite à salvação de todos o que cada um trouxe em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Quão preciosa é, Senhor, vossa graça! Eis que os filhos dos homens se abrigam sob a sombra das asas de Deus (Sl 35,18).
Depois da comunhão
Ó Deus, que a ação da vossa eucaristia penetre todo o nosso ser para que não sejamos movidos por nossos impulsos, mas pela graça do vosso sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO JANUÁRIO
(VERMELHO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, que nos concedeis celebrar a memória do vosso mártir são Januário, dai que nos alegremos com ele na eterna bem-aventurança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Santificai, ó Deus, com a vossa bênção, as nossas oferendas e acendei em nós o fogo do vosso amor, que levou são Januário a vencer os tormentos do martírio. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Deus, que estes sagrados mistérios nos concedam a fortaleza de ânimo que levou vosso mártir são Januário a vos servir fielmente e a vencer o martírio. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JANUÁRIO):
A esse santo é atribuído o "milagre do sangue de são Januário", ou Gennaro, como é o seu nome na língua italiana. Durante a sua festa, no dia 19 de setembro, sua imagem é exposta à imensa população de fiéis. Por várias vezes, na ocasião a relíquia do seu sangue se liquefaz, adquirindo de novo a aparência de recém-derramado e a coloração vermelha. A primeira vez, devidamente registrada e desde então amplamente documentada, ocorreu na festa de 1389. A última vez foi em 1988. O mais incrível é que a ciência já tentou, mas ainda não conseguiu chegar a alguma conclusão de como o sangue, depositado num vidro em estado sólido, de repente se torna líquido, mudando a cor, consistência, e até mesmo duplicando seu peso. Assim, segue, através dos séculos, a liquefação do sangue de são Januário como um mistério que só mesmo a fé consegue entender e explicar. Por isso o povo de Nápoles e todos os católicos devotam enorme veneração por são Januário. Até a história dessa linda cidade italiana, cravada ao pé da montanha do Vesúvio, confunde-se com a devoção dedicada a ele, que os protege das pestes e das erupções do referido vulcão. Na verdade, ela se torna a própria história deste santo que, segundo os atos do Vaticano, era napolitano de origem e viveu no fim do século III. Considerado um homem bom, caridoso e zeloso com as coisas da fé, foi eleito bispo de Benevento, uma cidade situada a setenta quilômetros da sua cidade natal. Era uma época em que os inimigos do cristianismo submetiam os cristãos a testemunharem sua fé por meio dos terríveis martírios seguidos de morte. No ano 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou a última e também a mais violenta perseguição contra a Igreja. O bispo Januário foi preso com mais alguns membros do clero, sendo todos julgados e sentenciados à morte num espetáculo público no Circo. Sua execução era para ser, mesmo, um verdadeiro evento macabro, pois seriam jogados aos leões para que fossem devorados aos olhos do povo chamado para assistir. Porém, a exemplo do que aconteceu com o profeta Daniel, as feras tornaram-se mansas e não lhes fizeram mal. O imperador determinou, então, que fossem todos degolados ali mesmo. Era o dia 19 de setembro de 305. Alguns cristãos, piedosamente, recolheram em duas ampolas o sangue do bispo Januário e o guardaram como a preciosa relíquia que viria a ser um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica. São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do papa Sixto V em 1586.  

Evangelho do Dia

Ano A - 19 de setembro de 2014

Lucas 8,1-3

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
8 1 Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus.
2 Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3 Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
COLABORADORAS NA MISSÃO
O Evangelho mostra-nos Jesus e sua comunidade itinerante a serviço da Boa Nova do Reino. O ministério do Mestre era exercido em comunhão com colaboradores e colaboradoras, todos voltados para a mesma missão.
É fácil de entender que Jesus tivesse colaboradores. Difícil é pensar um Mestre rodeado de discípulas, numa sociedade onde a dignidade das mulheres não era reconhecida. Diríamos, hoje: era uma sociedade machista! No entanto, Jesus mantinha-se imune destes esquemas, não permitindo que influenciassem suas opções.
As colaboradoras de Jesus são todas mulheres que o haviam procurado por padecer de doenças e ser vítimas dos espíritos malignos. Tendo sido beneficiadas pelo Mestre, acabaram por se colocar a serviço dele. Isto por que compreenderam a importância do ministério de Jesus. Como elas, havia tantas outras pessoas vítimas de enfermidades e possessões demoníacas, que precisavam ser curadas pelo Mestre. Por isso, pareceu-lhes sensato colocar seus bens a serviço desta causa nobre. Era a melhor forma de manifestar sua gratidão a Jesus e se mostrarem úteis.
Para o Mestre, pouco importava a condição feminina. Importava-lhe, sim, a disposição interior dessas mulheres. Afinal, como ele, elas estavam dispostas a ser servidoras da humanidade.

Oração
Espírito que predispõe para servir, faze de mim colaborador(a) da missão de Jesus, colocando, a seu serviço, tudo o que sou e tenho.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

 
Leitura
1 Coríntios 15,12-20
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
15 12 Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos?
13 Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou.
14 Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
15 Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam).
16 Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17 E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados.
18 Também estão perdidos os que morreram em Cristo.
19 Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima.
20 Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!
Palavra do Senhor.
 
Salmo 16/17
Ao despertar, me saciará vossa presença, ó Senhor.

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa,
escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!

Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
Mostrai-me vosso amor maravilhoso,
vós que salvais e libertais do inimigo
quem procura a proteção junto de vós.

Protegei-me qual dos olhos a pupila
e guardai-me à proteção de vossas asas.
E verei, justificado, a vossa face,
e, ao despertar, me saciará vossa presença.
 
Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

O pêndulo da boa fé


O que é terreno é bom. Foi criado por Deus. Mas seus efeitos positivos para nós depende do modo de usá-lo.
Por Dom José Alberto Moura*

Entre o presente e o futuro muitos balançam como o pêndulo e não se seguram para não caírem em sua própria perplexidade. Mas o que dá segurança em nosso vida não é a matéria nem são os efeitos da busca de bem estar provocado pelos estímulos sensoriais ou os prazeres. Esses muitas vezes camuflam a sensação de realização humana. Mas nós não nos contentamos com o que é passageiro. Por isso, a sede de infinito nos questiona sobre a história sobre a terra e sua relação com a vida imorredoura.

Deus nos criou nesta terra para dela cuidarmos, numa convivência amorosa entre os pares e a natureza, mas sempre com o fio condutor da relação amigável com Ele. Quanto mais realizarmos seu projeto em nossa vida, mais percebemos o sentido da caminhada terrestre em busca da vida plena, que só se dará em total realização humana, quando virmos o deslumbre do Criador com nossos olhos transformados na ressurreição.

Paulo apresenta a certeza da vida eterna e a importância da vida terrena levada a efeito com o projeto divino. Ele preferiria ir logo para a eternidade, mas sabe da missão que Deus lhe dá para ainda viver aqui seguindo os ditames do Criador: “Sinto-me atraído para os dois lados: tenho o desejo de partir, para estar com Cristo – o que para mim seria de longe o melhor –, mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo” (Filipenses 1,23-24).

O que é terreno é bom. Foi criado por Deus. Mas seus efeitos positivos para nós depende do modo de usá-lo.  O ter, o prazer e o poder precisam ser dosados com a ética, o respeito à dignidade da vida, da família, do sexo, da pessoa humana, a justiça, o bem individual e social. Por isso, o Filho de Deus veio nos dizer como fazê-lo. Saber fazer escolhas, renúncias, utilização dos dons, convivência na solidariedade, realizar um projeto de vida com hipoteca do bem comum e nortear-se pelo Transcendente são coordenadas de suma valia para seguirmos o fio condutor da caminhada neste mundo, em vista da consecução da vida plena.

Toda profissão e todo exercício de cargos e funções são realizadores para seus sujeitos quando vividos em razão de utilidade para o bem de todos. Assim, os cargos políticos deveriam ser exercidos somente em ordem à boa ordenação da coisa pública para o melhor serviço à comunidade. Ao contrário, o pêndulo de seu sentido ficaria caído e inutilizado por ferir sua razão de ser. Todos somos corresponsáveis nessa questão. Nosso voto deve expressar nossa grandeza cidadã. Com a aceitação da vontade do Criador cuidamos uns dos outros para fazermos o grande barco da caminhada terrestre um meio de vida de qualidade, tendo em vista a finalização de tudo em Deus, que está presente em nossa história. Ela nos conduz até Ele para o outro lado do nosso oceano vital. Enquanto é tempo precisamos afinar nosso caminho com o do Senhor: “Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor” (Isaías 55,7). Assim, o fio condutor da vida faz o elo entre o presente e o futuro de nossa existência.
A12, 18-09-2014.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).