quarta-feira, 10 de junho de 2015

Corpo: o de Cristo e o dos outros


E mais uma vez a Igreja celebra a festa de Corpus Christi. Nela, toda a comunidade eclesial se reúne para louvar a eucaristia, mistério maior da vida eclesial, que proclama que o pão que partimos e o vinho que bebemos são real e indubitavelmente o corpo e o sangue de Jesus Cristo transubstanciados, feitos ''outra'' substância pela ação do Espírito Santo.

Essa substância ''outra'', radicalmente diferente das humildes aparências do trigo e da uva, são para a fé cristã a própria pessoa do Senhor que se dá em alimento ao povo. Antes de sua morte, Jesus deixou como testamento a seus discípulos e amigos o dom maior da entrega de sua vida nos sinais do pão e do vinho, com os quais celebra sua última ceia. Por não querer permanecer longe daqueles e daquelas a quem amava ardentemente, Jesus deixa a si mesmo, sua pessoa, sua vida como alimento que será a força e a vida do povo que é seu e que o Pai lhe deu desde toda a eternidade. Essa foi a forma amorosa e sublime que o Filho de Deus escolheu para fazer-se presente para sempre em meio aos seus, sendo-lhes sustento, comida e bebida.

Porém, há uma outra forma de presença de Deus no meio de nós que a festa de Corpus Christi nos faz irresistivelmente recordar. Trata-se da corporeidade do outro, da pessoa do semelhante, do sacramento do irmão. O Cristo que comemos e bebemos na eucaristia é o mesmo que está presente no outro que, diante de nós, é seu sacramento, sua epifania. Comer o corpo e beber o sangue do Senhor implicará, portanto, cuidar, reverenciar, respeitar e servir com todo amor, com todas as forças e com toda verdade o corpo do outro que diante de mim revela a presença do Senhor.

Implica sobretudo fazer-se responsável pelo corpo do outro mais carente: do pobre, do órfão, da viúva, do infeliz, do doente, do preso. Cuidar para que nada atinja esse corpo significa lutar para que nada impeça a vida de florescer ali, em plenitude, pois ali está sacramentalmente presente o corpo de Cristo. Parece-me que o momento que vivemos hoje em nossa cidade, nosso país e nosso mundo é propício e instigante para fazer-nos refletir sobre como temos tratado o corpo de Cristo presente e vivo no outro. As bárbaras cenas de violência que temos presenciado ultimamente, e que a televisão e a internet não cessam de brindar-nos, no Oriente Médio, na Líbia, no Iraque ou bem perto, na bela Lagoa Rodrigo de Freitas onde a vida é banalizada e vidas ceifadas com barbárie, confirmam a banalização que a vida humana vem sofrendo nestes últimos tempos.

Tudo isso nos chama a atenção para o fato de que a corporeidade humana - lugar da dignidade e ao mesmo tempo da vulnerabilidade do ser humano - vem sendo sistemática e violentamente profanada. A festa de Corpus Christi nos recorda a dignidade de nossa condição humana, feita de um corpo animado pelo espírito divino. Essa carne frágil e mortal que é a nossa, criada por Deus, foi assumida pelo próprio Deus na encarnação de Seu Filho no tempo e no espaço.  

Jesus, ao dar sua carne para a vida do mundo e deixar-nos seu corpo e seu sangue em alimento, está ao mesmo tempo dizendo-nos qual deve ser nossa atitude diante do corpo nosso e dos outros: respeito e cuidado, delicadeza e proteção, carinho e desvelo. Nunca violência, ataque, brutalização.

A festa de Corpus Christi nos relembra igualmente que se agredimos o irmão, se desrespeitamos o corpo que é semelhante àquele que foi assumido pelo próprio Deus, estamos nos exilando irremediavelmente da comunhão com esse Deus e com seus filhos. Aproximar-se da mesa eucarística para receber o corpo e o sangue de Jesus Cristo, deixando atrás de si um rastro de morte, destruição ou mesmo de omissão e conivência com a violência que assola a cidade, o país e o mundo, é uma escandalosa contradição.

De nada adianta acompanhar a procissão e pisar nos tapetes de flores que enfeitam as cidades brasileiras que se engalanam para louvar o Santíssimo Sacramento; de pouco serve inclinar-se, cantar e aplaudir à sua passagem, se o Corpo de Cristo continua a ser agredido e profanado em nossas casas, ruas, cidades e caminhos. A festa que celebramos é uma boa ocasião para iniciarmos um processo de profunda conversão. Todos nós, das autoridades governamentais aos mais simples cidadãos, somos interpelados pela festa do Corpo de Cristo, que nos remete irremissivelmente ao corpo dos outros, de cuja guarda fomos feitos responsáveis.

Maria Clara Bingemeré teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. É autora de diversos livros, entre eles, ¿Un rostro para Dios?, de 2008, e A globalização e os jesuítas, de 2007. Escreveu também vários artigos no campo da Teologia. 

Festa de Santo Antônio

Caros padres, nesta semana, será realizada a Festa de Santo Antônio, na Catedral do 

Santíssimo Salvador do Mundo.

Na noite da quarta-feira (10), o Vicariato Recife Sul 2 é noiteiro. Portanto, solicitamos que 

cada paróquia envie, no mínimo, 10 pessoas.

A programação começa às 19h, com terço e ladainha, e, em seguida, será celebrada a 


Santa Missa.

Meu Dia com Deus

DIA 10 DE JUNHO - QUARTA-FEIRA

Ouça: 
Evangelho do Dia: (Mateus 5,17-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4s) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 5 17 disse Jesus: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”.
Palavra da Salvação.


 
Meditando o Evangelho
A PRÁTICA DA LEI
            Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
            O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
            A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
            A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
 
Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude, como tu, de modo a submeter toda a minha vida ao querer do Pai.
 

Evangelho do Dia

B - 10 de junho de 2015

Mateus 5,17-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4s) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 5 17 disse Jesus: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”.
Palavra da Salvação.


 

Comentário do Evangelho
A PRÁTICA DA LEI
            Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
            O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
            A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
            A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
 
Leitura
2 Coríntios 3,4-11
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
3 4 Tal é a convicção que temos em Deus por Cristo.
5 Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus.
6 Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.
7 Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face (embora transitório),
8 quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito!
9 Se o ministério da condenação já foi glorioso, muito mais o há de sobrepujar em glória o ministério da justificação!
10 Aliás, sob esse aspecto e em comparação desta glória eminentemente superior, empalidece a glória do primeiro ministério.
11 Se o transitório era glorioso, muito mais glorioso é o que permanece!
Palavra do Senhor.
 
Salmo 98/99
Santo é o Senhor nosso Deus! 

Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seus pés,
pois é santo o Senhor nosso Deus!

Eis Moisés e Aarão entre os seus sacerdotes.
E também Samuel invocava seu nome,
e ele mesmo, o Senhor, os ouvia.

Da coluna de nuvem falava com eles.
E guardavam a lei e os preceitos divinos
que o Senhor nosso Deus tinha dado.

Respondíeis a ele, Senhor nosso Deus,
porque éreis um Deus paciente com eles,
mas sabíeis punir seu pecado.

Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seu monte,
pois é santo o Senhor nosso Deus.
 
Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 10 DE JUNHO - QUARTA-FEIRA

X SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona de entrada:
O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilar e sucumbem (Sl 26,1s).
Oração do dia
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Coríntios 3,4-11)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
3 4 Tal é a convicção que temos em Deus por Cristo.
5 Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus.
6 Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.
7 Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face (embora transitório),
8 quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito!
9 Se o ministério da condenação já foi glorioso, muito mais o há de sobrepujar em glória o ministério da justificação!
10 Aliás, sob esse aspecto e em comparação desta glória eminentemente superior, empalidece a glória do primeiro ministério.
11 Se o transitório era glorioso, muito mais glorioso é o que permanece!
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial 98/99
Santo é o Senhor nosso Deus! 

Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seus pés,
pois é santo o Senhor nosso Deus!

Eis Moisés e Aarão entre os seus sacerdotes.
E também Samuel invocava seu nome,
e ele mesmo, o Senhor, os ouvia.

Da coluna de nuvem falava com eles.
E guardavam a lei e os preceitos divinos
que o Senhor nosso Deus tinha dado.

Respondíeis a ele, Senhor nosso Deus,
porque éreis um Deus paciente com eles,
mas sabíeis punir seu pecado.

Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seu monte,
pois é santo o Senhor nosso Deus.
 
Evangelho (Mateus 5,17-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4s) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 5 17 disse Jesus: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”.
Palavra da Salvação.


 
Comentário ao Evangelho
A PRÁTICA DA LEI
            Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
            O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
            A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
            A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
 

Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude, como tu, de modo a submeter toda a minha vida ao querer do Pai.
 

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
 
Sobre as oferendas
Senhor nosso Deus, vede nossa disposição em vos servir e acolhei nossa oferenda, para que este sacrifício vos seja agradável e nos faça crescer na caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Sois minha rocha, meu refúgio e salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga! (Sl 17,3)
Depois da comunhão
Ó Deus, que curais nossos males, agi em nós por esta eucaristia, libertando-nos das más inclinações e orientando para o bem a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.

CATEQUESE COM OS BISPOS