quinta-feira, 26 de março de 2015

Meu Dia com Deus

DIA 26 DE MARÇO - QUINTA-FEIRA

Ouça: 
Evangelho do Dia: (João 8,51-59)
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 8 51 "Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte".
52 Disseram-lhe os judeus: "Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte.
53 És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu e os profetas também. Quem pretendes ser?"
54 Respondeu Jesus: "Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55 e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria".
57 Os judeus lhe disseram: "Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!"
58 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou".
59 A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.
Palavra da Salvação.


 
Meditando o Evangelho
A MORTE FOI VENCIDA
            Quando Jesus afirmou que o cumprimento de sua palavra pouparia o ser humano da morte, os judeus interpretaram mal a declaração dele. Tomando a afirmação no sentido da morte física, não conseguiam entender como Jesus podia ser imortal e propiciar imortalidade, se até mesmo o venerável Abraão morrera.
            Na perspectiva do Mestre, a imortalidade ia além do aspecto físico da vida. Tratava-se da participação da vida eterna, em comunhão com o Pai. A imortalidade de Jesus decorria de sua condição de enviado do Pai. Ele possibilitaria a quem cresse ter a mesma participação. Neste sentido, a fé se tornava penhor de imortalidade, neutralizando as conseqüências do pecado.
            Os judeus recusavam-se a aceitar que a imortalidade já estivesse acontecendo na vida de Jesus. Eles partiam da idade cronológica do Mestre e daí deduziam ser impossível alguma relação entre Abraão e Jesus.
            Jesus, então, fez uma afirmação insuportável para os judeus: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou". A irritação foi causada por estas últimas palavras: "Eu sou". Era demais Jesus querer unir, de maneira tão radical, sua existência à de Deus! Sua palavra pareceu-lhes uma blasfêmia. Daí a decisão de apedrejá-lo. Senhor da vida, ele se defrontava com a morte!
 
Oração
            Senhor Jesus, vieste libertar-me da escravidão do pecado e trazer-me a verdadeira vida. Coloca, em meu coração, tua palavra libertadora.

Em visita à Nápoles, papa Francisco condena corrupção e pede paz


papa napoles
O papa Francisco cumpriu agenda com vários compromissos durante visita pastoral à Nápoles, no dia 21. Em sua chegada a Pompeia, foi recebido pelo arcebispo local, cardeal Crescenzio Sepe. No discurso, Francisco condenou com firmeza a corrupção e a máfia.
No Santuário de Pompeia, o pontífice rezou diante da imagem de Nossa Senhora do Rosário, recitando uma pequena súplica, extraída da histórica oração, composta por São Bartolo Longo, em 1875.
“Mãe e modelo da Igreja, tu és nossa guia e sustento seguro. Tu nos tornas um só coração e uma só alma, povo forte a caminho para a pátria do céu. Nós te apresentamos as nossas misérias, os tantos caminhos do ódio e do sangue, as antigas e novas pobrezas, sobretudo os nossos pecados. A ti confiamos, Mãe de Misericórdia! Obtém-nos o perdão de Deus! Ajuda-nos a construir um mundo, segundo o teu coração”, rezou o papa.
Ao lado de fora da Basílica, o papa falou a multidão de fiéis que o aguardava para saudá-lo, antes de seguir para Nápoles. “Muito obrigado, muito obrigado por esta calorosa acolhida. Todos rezamos a Nossa Senhora para que nos abençoe, a nós todos, a vocês, a mim, ao mundo inteiro. Precisamos que Nossa Senhora nos proteja em tantas coisas. Rezem por mim, não se esqueçam”, agradeceu o papa Francisco.
Cuidar da vida
No período da manhã, o papa encontrou-se com a população local e representantes de setores sociais na praça João Paulo II. Em seguida, celebrou missa na praça Plebiscito. O papa visitou, ainda, o presídio “Giuseppe Salvia” em Poggioreale e almoçou com um grupo de detentos. Á tarde, teve encontro com o clero, religiosos e diáconos permanentes na catedral, para veneração das Relíquias de São Gennaro. O papa também abençoou os doentes na Basílica de Jesus Novo.
O último compromisso do papa Francisco em Nápoles foi encontro com os jovens. Na ocasião, encorajou-os a seguirem adiante com esperança e sempre junto com os idosos, pois estes são a sabedoria de um povo.
“Um povo que não cuida dos idosos e dos jovens não tem futuro”, disse o papa. Ao responder a perguntas dos jovens, pediu que tenham mais esperança no futuro, cuidado com os idosos e amor a família. Disse ser possível plantar sementes de esperança em meio a dificuldades que se vive hoje, e indicou o caminho: “A crença no Deus que é o Deus das palavras, dos gestos e do silêncio. Existem alguns silêncios de Deus que não têm explicação se você não buscar a resposta no Crucifixo”, afirmou o papa.
Ao final, durante cerimônia de despedida de Nápoles, foi questionado por uma senhora de 95 anos sobre realidade de abandono dos idosos pela sociedade. Francisco lembrou que “descartável” é um termo-chave na sociedade atual, acostumada a se desfazer do que não tem utilidade.
“O afeto é o remédio mais importante para o idoso”, disse Francisco, lembrando que todos precisam de afeto. Ele também convidou os filhos que têm pais idosos a fazerem um exame de consciência e a estarem cientes de que vão colher aquilo que semearem.
Fonte: CNBB com informações e fotos do News.va

A solução para os problemas humanos


A felicidade não é conquistada plenamente enquanto damos enfoque aos bens materiais.
Por Dom José Alberto Moura*
Na realidade de tantos problemas no planeta, falta de água, mortes em nome de Deus, desagregação da família, exclusões sociais, fome, concentração de riquezas frente à falta dela para grandes parcelas, corrupção, políticos e outros aumentando, de modo exorbitante, os próprios salários, desvio de dinheiro público,os mensalões, os petrolões e outros desmandos, parece não ter solução essa situação. De fato, o tecido social está fragilizado, com falta de ética, altivez de caráter, honestidade e moral.
Há quem deseja o castigo de Deus e espera dele uma solução, já que o ser humano parece não ter limites na prática de tamanhas injustiças. A própria justiça humana tem cometido muita injustiça. Mesmo a religião às vezes é usada de modo distorcido. Muitos a fazem servir para a própria conveniência, tirando proveito financeiro à custa da boa fé das pessoas, sem obedecer aos preceitos divinos. Muitos não seguem as orientações de quem é colocado à frente da comunidade como autoridade competente e legítima. O texto bíblico até se refere a quem ridiculariza a pregação profética: “Eles zombavam dos enviados de Deus, desprezavam as suas palavras, até que o furor do Senhor se levantou contra o seu povo e não houve mais remédio”(2 Crônicas 36,16).
O amor divino, porém, vem em auxílio à insensatez humana. Através do Filho de Deus temos esperança, baseados na certeza de sua pessoa, que assume nossa natureza humana. Prova-nos, com a ressurreição, que podemos confiar nele, para seguirmos seu itinerário e termos força de assumir os desafios da vida com nova perspectiva. O ser humano tem jeito para solucionar seus problemas. Basta assumir os critérios e valores inoculados por Deus na consciência humana, formada com o bem natural e clareados com a revelação de Cristo. O segredo está na aceitação da conversão para a alteridade. Esta nos faz voltar-nos para o amor ao semelhante, querendo dar de nós, mesmo com nosso sacrifício, para tornar nossa convivência de respeito à vida e à dignidade humana.
A felicidade não é conquistada plena e definitivamente enquanto a buscamos com o enfoque no ter sempre mais o que é material e sensível, em detrimento do ideal proposto por Deus. Quem mais conquista progressivamente a própria realização é o que mais dá de si pelo bem do semelhante, em vista da proposta divina. Fora disso, a ilusão da felicidade plena faz a pessoa pensar e agir para se satisfazer, colocando a finalidade da vida no que é transitório.
Este tempo de preparação à Páscoa nos apresenta a necessidade de conversão para a vida nova trazida e ensinada pelo divino Mestre. Mesmo assumindo as cruzes da vida, mas com amor ao semelhante, e tendo compaixão para entendermos e irmos ao encontro de quem precisa de nossa ajuda, vencemos a batalha existencial. O que é transitório é importante, mas usado com os critérios do Criador, para promovermos o bem a todos.
A Páscoa de Jesus nos dá a certeza de que, caminhando com Ele, temos a chave do segredo da vida realizadora. Ele lembra que veio para servir. Se também o fizermos, vemos que há o único jeito de consertarmos o ser humano e toda a sociedade. O altruísmo faz bem a quem dá de si pelo outro. Teremos mais entendimento, colaboração, formação do bom caráter, certeza de que somos grandes e importantes quando ajudamos a tornar a cidade terrestre uma terra de irmãos que se amam e pensam uns nos outros. A Páscoa de verdade então acontece na sociedade!
A12, 09-03-2015.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).

Evangelho do Dia

B - 26 de março de 2015

João 8,51-59

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 8 51 "Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte".
52 Disseram-lhe os judeus: "Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte.
53 És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu e os profetas também. Quem pretendes ser?"
54 Respondeu Jesus: "Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55 e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria".
57 Os judeus lhe disseram: "Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!"
58 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou".
59 A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.
Palavra da Salvação.


 

Comentário do Evangelho
A MORTE FOI VENCIDA
            Quando Jesus afirmou que o cumprimento de sua palavra pouparia o ser humano da morte, os judeus interpretaram mal a declaração dele. Tomando a afirmação no sentido da morte física, não conseguiam entender como Jesus podia ser imortal e propiciar imortalidade, se até mesmo o venerável Abraão morrera.
            Na perspectiva do Mestre, a imortalidade ia além do aspecto físico da vida. Tratava-se da participação da vida eterna, em comunhão com o Pai. A imortalidade de Jesus decorria de sua condição de enviado do Pai. Ele possibilitaria a quem cresse ter a mesma participação. Neste sentido, a fé se tornava penhor de imortalidade, neutralizando as conseqüências do pecado.
            Os judeus recusavam-se a aceitar que a imortalidade já estivesse acontecendo na vida de Jesus. Eles partiam da idade cronológica do Mestre e daí deduziam ser impossível alguma relação entre Abraão e Jesus.
            Jesus, então, fez uma afirmação insuportável para os judeus: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou". A irritação foi causada por estas últimas palavras: "Eu sou". Era demais Jesus querer unir, de maneira tão radical, sua existência à de Deus! Sua palavra pareceu-lhes uma blasfêmia. Daí a decisão de apedrejá-lo. Senhor da vida, ele se defrontava com a morte!
 
Leitura
Gênesis 17,3-9
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 17 3 Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe: 4 “Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. 5 De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos. 6 Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendentes. 7 Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus de tua posteridade. 8 Darei a ti e a teus descendentes depois de ti a terra em que moras como peregrino, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o teu Deus.”
9 Deus disse ainda a Abraão: “Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu e tua posteridade nas gerações futuras".
Palavra do Senhor.
 
Salmo 104/105
O Senhor se lembra sempre da aliança!

Procurai o Senhor Deus e seu poder,
buscai constantemente a sua face!
Lembrai as maravilhas que ele fez,
seus prodígios e as palavras de seus lábios!

Descendentes de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
vigoram suas leis em toda a terra.

Ele sempre se recorda da aliança,
promulgada a incontáveis gerações;
da aliança que ele fez com Abraão
e do seu santo juramento a Isaac.
 
Oração
Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos dos nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 26 DE MARÇO - QUINTA-FEIRA

V SEMANA DA QUARESMA
(ROXO, PREFÁCIO DA PAIXÃO I – OFÍCIO DO DIA)

Antífona de entrada:
Cristo e o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte, recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).
Oração do dia
Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos dos nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Gênesis 17,3-9)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 17 3 Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe: 4 “Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. 5 De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos. 6 Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendentes. 7 Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus de tua posteridade. 8 Darei a ti e a teus descendentes depois de ti a terra em que moras como peregrino, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o teu Deus.”
9 Deus disse ainda a Abraão: “Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu e tua posteridade nas gerações futuras".
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial 104/105
O Senhor se lembra sempre da aliança!

Procurai o Senhor Deus e seu poder,
buscai constantemente a sua face!
Lembrai as maravilhas que ele fez,
seus prodígios e as palavras de seus lábios!

Descendentes de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
vigoram suas leis em toda a terra.

Ele sempre se recorda da aliança,
promulgada a incontáveis gerações;
da aliança que ele fez com Abraão
e do seu santo juramento a Isaac.
 
Evangelho (João 8,51-59)
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 8 51 "Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte".
52 Disseram-lhe os judeus: "Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte.
53 És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu e os profetas também. Quem pretendes ser?"
54 Respondeu Jesus: "Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55 e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria".
57 Os judeus lhe disseram: "Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!"
58 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou".
59 A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.
Palavra da Salvação.


 
Comentário ao Evangelho
A MORTE FOI VENCIDA
            Quando Jesus afirmou que o cumprimento de sua palavra pouparia o ser humano da morte, os judeus interpretaram mal a declaração dele. Tomando a afirmação no sentido da morte física, não conseguiam entender como Jesus podia ser imortal e propiciar imortalidade, se até mesmo o venerável Abraão morrera.
            Na perspectiva do Mestre, a imortalidade ia além do aspecto físico da vida. Tratava-se da participação da vida eterna, em comunhão com o Pai. A imortalidade de Jesus decorria de sua condição de enviado do Pai. Ele possibilitaria a quem cresse ter a mesma participação. Neste sentido, a fé se tornava penhor de imortalidade, neutralizando as conseqüências do pecado.
            Os judeus recusavam-se a aceitar que a imortalidade já estivesse acontecendo na vida de Jesus. Eles partiam da idade cronológica do Mestre e daí deduziam ser impossível alguma relação entre Abraão e Jesus.
            Jesus, então, fez uma afirmação insuportável para os judeus: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou". A irritação foi causada por estas últimas palavras: "Eu sou". Era demais Jesus querer unir, de maneira tão radical, sua existência à de Deus! Sua palavra pareceu-lhes uma blasfêmia. Daí a decisão de apedrejá-lo. Senhor da vida, ele se defrontava com a morte!
 

Oração
            Senhor Jesus, vieste libertar-me da escravidão do pecado e trazer-me a verdadeira vida. Coloca, em meu coração, tua palavra libertadora.
 

 (O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
 
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade, este sacrifício para que seja proveitoso à nossa conversão e à salvação de todo o mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Deus não quis poupar seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós e deu-nos, com ele, todas as coisas (Rm 8,32).
Depois da comunhão
Nutridos, ó Deus, pelo pão que nos salva, imploramos vossa misericórdia, a fim de que, pelo mesmo sacramento que nos dais como alimento neste mundo, nos leveis a participar da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Dom Helder no céu com padre Geovane


De lá, Dom Helder se mostrava felicíssimo porque suas recomendações foram seguidas pelo papa.
Por Geovane Saraiva*
Dom Luciano Mendes de Almeida, grande homem de Deus, um dia decidiu visitar o céu. Foi e achou tudo muito bonito, belo e maravilhoso, contentando-se com tudo e sobretudo, pelas pessoas felizes e realizadas na presença de Deus. Nestes dias, também fiquei com vontade de ir ao céu, matar a curiosidade do lugar dos nossos sonhos, a Jerusalém celeste (cf. Hb 13,14), se possível, falar com Dom Helder Câmara.  Eu, padre Geovane Saraiva, na minha pequenez, decidi e fui àquele mesmo lugar visitado pelo discípulo de Santo Inácio de Loyola e sabe quem eu encontrei com facilidade: Dom Helder Câmara.
Este, muito satisfeito e felicíssimo, mormente, porque suas recomendações a respeito das profecias, foram assumidas na sua plenitude pelo papa Francisco: No sonho de um mundo no qual as pessoas possam se encantar com a própria vida, dom maior e mais precioso aos olhos do bom Deus. Ao mesmo tempo, fazia estrondosos elogios ao Vigário de Cristo na terra, por reacender a esperança no mundo; seja como apóstolo da transparência, colocando João XXIII em um patamar bem elevado, figura exemplar e referencial. E também não tendo medo da oposição dentro e fora da Cúria Romana; como Dom Helder, achei maravilhoso, entre outras coisas, Francisco não ter medo de falar das quinze enfermidades dentro da própria Cúria Romana.
Fiquei muito feliz porque Dom Helder elogiou nosso livro sobre a sua pessoa, “Dom Helder: Sonhos e Utopias” e que eu estava no caminho certo. Estimado leitor, coloque na mente e no coração que Deus vai muito além da utopia dos místicos e sonhadores, a exemplo de Dom Helder Câmara, considerado utópico e sonhador, no contexto de um mundo pluralista e mesmo marcado pela ambiguidade, porque se aproximava do “cavaleiro andante”. Mas dizia ele por causa dos oponentes e críticos: “Comparar-me a Dom Quixote, está longe de ser uma nota depreciativa” e acrescentava: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os sonhadores”.
Nosso livro "Dom Helder: Sonhos e utopias” quer deixá-lo estimado leitor, bem perto do artífice da paz, do homem dos grandes sonhos e utopias, verdadeiramente de outro cavaleiro andante. Claro que os cultores das letras vão descobrir, ao ler nosso trabalho que foi recentemente relançado na Livraria Saraiva Mega do Iguatemi de Fortaleza, um Dom Helder Câmara como se fosse uma mina de ouro, que precisa ser sempre e cada vez mais explorada. Ele, como um dom maravilhoso de Deus, de uma beleza interior que podemos dizer, inigualável, nos seus gestos raríssimos em favor da vida, mas uma vida repleta de encantos!  
Não esquecemos no nosso livro toda sua ação pastoral, no Ceará, no Rio de Janeiro e em Olinda e Recife, nas palavras do teólogo José Comblin: “Sou daqueles que tem a convicção de que os escritos de Dom Helder ainda serão fonte de inspiração na América Latina, daqui a mil anos”. No nosso livro, o leitor pode se fixar nos seus profundos pensamentos: “Das barreiras a romper, a que mais custa, e a que mais importa é, sem dúvida, a barreira da mediocridade”; “Quem me dera ser leal, discreto e silencioso como a minha sombra”; “Quando os problemas são absurdos, os desafios são apaixonantes".
Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife em abril de 1964, disse: “Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico estiver desesperado, terá lugar no coração do bispo”.  A paixão do pastor dos empobrecidos pela poesia tinha enorme importância, a seguir: “Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é, não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas... O nome vem de dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso... Tem que exprimir o mais íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa nomeada... Teu nome é e só podia ser amor”.
Só podemos compreender Dom Helder a partir do amor indizível e inexprimível do nosso bom Deus. Este, sempre manifestou seu carinho pela humanidade, muito superior ao amor humano, mesmo no incalculável e inigualável gesto de amor da mãe em favor do filho, compreendido nas palavras do Livro Sagrado: “Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti” (Is 49,15).
Mas, se hoje não temos mais a presença física do pastor dos empobrecidos, Deus nos deu um Papa que olha e chora pelos mais pobres. Neste fim de semana (23/03/2015) em sua visita a Nápoles, o Papa Francisco visitou um dos bairros mais pobres da cidade, dominado pela máfia, pedindo aos que ali residem que resistam fortemente ao dinheiro fácil e desonesto da máfia.
Despedi-me de Dom Helder lá na cidade do céu com um abraço afetuoso, num clima plenamente beatífico e harmônico. Ele aproveitou a ocasião para citar com uma alegria contagiante, o comentário de Dom Mario Toso, a respeito da Encíclicada que tem como tema o Meio Ambiente ou Ecologia, que o papa Francisco irá lançar em breve: “Na base da publicação do volume ‘Terra e Alimentação’ existem mais razões. Antes de tudo, o fato de que a fome, não obstante se produzam gêneros alimentícios suficientes para todos. Continua a subsistir: centenas de milhares de pessoas sofrem pela falta de alimento e mais de 2 bilhões têm carências nutricionais.
Quisera eu, a partir da ecologia humana e divina supra mencionada, que o nosso trabalho ajudasse as pessoas a colocar na patena a vida do místico por excelência, Dom Helder Câmara, profundamente apaixonado pelo Criador e Pai. O padre Salesiano João Carlos Ribeiro afirmou no prefácio do livro Sonhos e Utopias, do padre Geovane Saraiva: “Havia tanta emoção nas palavras da consagração que o vimos muitas vezes chorando ao celebrar a Missa. E sempre repetia com toda convicção que o verdadeiro celebrante da Missa é Nosso Senhor Jesus Cristo”.
*Geovane Saraiva é padre, escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE - geovanesaraiva@gmail.com.