quarta-feira, 15 de maio de 2013

Arcebispo recebe Marina Silva e apóia a criação da Rede Sustentabilidade



DSCN1194O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, recebeu na manhã desta quarta-feira (15), a visita da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Durante o encontro, os dois conversaram sobre o andamento político do País, as contradições do desenvolvimento do Estado e a necessidade de combater os problemas sociais e ambientais que se alastram pelo Brasil. O religioso aproveitou a oportunidade para assinar a ficha de apoio à Rede Sustentabilidade,  uma associação de cidadãos e cidadãs dispostos a contribuir de forma voluntária e colaborativa para aprofundar a democracia.
“Pernambuco vive um momento de desenvolvimento econômico muito grande, mas que traz consigo também, muitas mazelas sociais e provoca um impacto ambiental que tem que ser levado em consideração”, declarou Marina Silva. O arcebispo reforçou a opinião da ex-senadora. “Um exemplo claro é Suape, temos sérios problemas naquela região e isso precisa ser combatido. O desenvolvimento tem que vir para todos com responsabilidade”, destacou Dom Saburido.
Dom FernandoQuanto à criação da Rede Sustentabilidade, que tem encontrado resistência principalmente do Governo Federal e todos os seus partidos da base, Dom Fernando expressou seu desejo para que a concretização do projeto, que precisa de 500 mil assinaturas, seja realizado logo. “Espero que dê tudo certo na instituição da Rede e que não demore para que Marina e muitos brasileiros realizem este sonho”, disse o arcebispo.
Marina Silva agradeceu a acolhida do arcebispo e destacou a importância da Igreja Católica no desenvolvimento do País. “A Igreja é suprapartidária e tem um papel importante na nossa sociedade. A manifestação democrática de Dom Fernando já diz tudo e eu agradeço seu apoio. Em meio a tantas tentativas de nos silenciar encontramos pessoas que reconhecem que nosso projeto é legítimo”, comemorou a ex-ministra.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Jornada Arquidiocesana da Juventude e Pentecostes ocorrem neste domingo



Bote Fé Recife

Os jovens da Arquidiocese de Olinda e Recife (AOR) terão uma manhã de espiritualidade, formação, louvor e convivência no próximo domingo (19.5), no Santuário de Fátima (antigo Colégio Nóbrega), a partir das 9h. A Jornada Arquidiocesana da Juventude (JAJ) terá como tema «Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19), que é o mesmo da Jornada Mundial da Juventude. Após o evento, todos sairão em caminhada para o Pátio do Carmo, para a celebração de Pentecostes.
A Jornada Arquidiocesana contará com a presença dos padres Antônio Gomes, Fábio José e Gimesson Silva. A programação terá animação, pregação, adoração e caminhada. “A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho”, escreveu o Papa Emérito Bento XVI na sua mensagem aos jovens.
O encontro também terá como objetivo preparar os jovens para a Semana Missionária na AOR e para a JMJ Rio 2013. Contamos com a presença de todos os grupos e expressões juvenis da AOR.

Jornada Arquidiocesana da Juventude 2013
Local: Santuário de Fátima (antigo Colégio Nóbrega, em frente à Universidade Católica)
Dia: 19 de maio de 2013 (domingo)
Horário: 9h às 13h30Entrada grátis
Fonte: Assessoria de Comunicação
Comissão para a Juventude

Liturgia Diária


DIA 15 DE MAIO - QUARTA-FEIRA

VII SEMANA DA PÁSCOA *
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria, aleluia! (Sl 46,2)
Oração do dia
Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 20,28-38)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Paulo disse aos anciãos da Igreja de Éfeso 20 28: "Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue.
29 Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho.
30 Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas perversas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos.
31 Vigiai! Lembrai-vos, portanto, de que por três anos não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós.
32 Agora eu vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para edificar e dar a herança com os santificados.
33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes.
34 Vós mesmos sabeis: estas mãos proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros.
35 Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: ´É maior felicidade dar que receber!´"
36 A essas palavras, ele se pôs de joelhos a orar.
37 Derramaram-se em lágrimas e lançaram-se ao pescoço de Paulo para abraçá-lo,
38 aflitos, sobretudo pela palavra que tinha dito: Já não vereis a minha face. Em seguida, acompanharam-no até o navio.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 67/68
Reinos da terra, cantai ao Senhor.

Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder,
confirmai este poder que por nós manifestastes
a partir de vosso templo, que está em Jerusalém,
para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!

Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos!
Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos.
Eis que eleva e faz ouvir a sua voz poderosa.

Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens.
Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade!
Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder.
Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
Evangelho (João 17,11-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus ergue os olhos para o céu e rezou, dizendo 17 11 "Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós.
12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
13 Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria.
14 Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo.
17 Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade.
18 Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
REZANDO PELOS DISCÍPULOS
Os discípulos foram motivo de preocupação para Jesus, no final de seu ministério. Sua oração insistente ao Pai, implorando em favor deles, revela o amor que lhes devotava, e o anseio de que permanecessem fiéis. Jesus pede ao Pai:
"Guardá-los em teu nome", ou seja, não permitas que sejam contaminados pela idolatria do mundo, com seu germe de ódio e divisão, e seu egoísmo preconceituoso e excludente. Deixando-se guiar pelo Pai, os discípulos estariam no caminho da salvação.
"Livra-os da ação do Maligno". Este não retrocederá nem deixará de investir contra os discípulos de Jesus, só porque estavam sob a proteção do Pai. A audácia deste espírito do Mal seria tamanha a ponto de querer competir com o Criador. Era preciso que o Pai tomasse as dores dos discípulos, para não se tornarem vítimas do Maligno.
"Consagra-os na verdade". Por que seriam tentados a seguir insinuações espúrias, Jesus implora ao Pai que lhes aponte sempre as sendas da verdade, que conduzem à comunhão com ele. Sem esta ajuda, os discípulos não poderiam discernir o erro e a mentira, fatais para quem se encaminha para o Pai.
A súplica de Jesus resume as necessidades dos discípulos, em vista das pelejas que travariam com o mundo. Para não serem vencidos, careciam da proteção constante de Deus, e deveriam permanecer unidos, a exemplo do Pai e de seu Filho Jesus.

Oração
Espírito de proteção, nas batalhas contra o mundo, coloca-te ao meu lado, cobrindo-me com a bênção protetora do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Senhor nosso Deus, acolhei as oferendas do sacrifício que instituístes e, pela celebração desta eucaristia, em que vos rendemos a devida glória, completai em nós a vossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Quando vier o paráclito que vos enviarei, o Espírito de verdade que procede do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também o dareis, diz o Senhor, aleluia! (Jo 15,26)
Depois da comunhão
Ó Deus, que a participação neste sacramento aumente em nós a vossa graça e, purificando-nos pela sua força, nos prepare sempre mais para receber tão grande dom. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SANTA JOANA DE LESTONNAC
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, que em santa Joana de Lestonnac, mulher cheia de fé, esperança e caridade, destes à Igreja uma educadora fiel, concedei-nos, por sua intercessão, que, imitando seu exemplo, sejamos fiéis servidores de vossa palavra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Recebei, Senhor, os dons que vos oferecemos na festa de santa Joana de Lestonnac e concedei-nos que este sacrifício nos dê uma vida nova em Cristo. Que nós vos amemos sobre todas as coisas e a todas as pessoas por vosso amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Alimentados com a eucaristia, concedei-nos, Senhor, que caminhemos iluminados pela fé, fortificados pela esperança e impulsionados pelo amor, para que possamos seguir os passos de santa Joana de Lestonnac e levemos a todos o anúncio do Evangelho, o conhecimento e o amor a Nossa Senhora, mãe de Jesus e nossa mãe. Por Cristo, nosso Senhor.

Bispos estudam temática da CF 2014: tráfico de pessoas



Brasília  - Os trabalhos do Consep na tarde desta terça-feira (14) focaram o estudo da temática da Campanha da Fraternidade 2014: o tráfico de pessoas. Um estudo sobre o tema foi apresentado pela professora Márcia Sprandel, da Associação Brasileira de Antropologia.
A assessora mostrou como o tema abordado possui implicações sociais, políticas e jurídicas. “O assunto envolve outras questões como o trabalho escravo, o trabalho infantil, a prostituição e a migração”, explicou Márcia. Para ela, o desafio é tirar o foco da questão criminal, buscando evidenciar a dimensão humana, antropológica e social.
Márcia evidenciou como a Campanha da Fraternidade tem muito a contribuir com a reflexão da sociedade neste campo. "A Igreja, à medida que está junto das pessoas, pode mostrar que as vítimas tem uma história, que são trabalhadores em mobilidade".
Após o colóquio da antropóloga, os bispos e os assessores se reuniram em grupos de estudo para aprofundar a questão. Também realizaram a análise das propostas de cartazes que serão utilizados na Campanha.
SIR

Papa adverte para os riscos do egoísmo na atitude do cristão



Imagem de Judas, com Jesus Cristo: idolatria o levou ao afastamento da comunidade, lembra o papa
Cidade do Vaticano  – "Precisamos de um ´coração grande´, que seja capaz de amar". Essas são palavras do papa Francisco, durante a homilia da missa pronunciada na terça-feira (14) na Capela da Casa Santa Marta. Da Missa, concelebrada pelo Arcebispo de Medellín, Dom Ricardo Antonio Tobón Restrepo, participaram funcionários dos Museus Vaticanos e alunos do Pontifício Colégio Português.
O papa advertiu para a atitude de egoísmo que, como acontece com Judas, leva ao isolamento da própria consciência e, por fim, à traição. "Pensemos naquele momento quando Madalena lava os pés de Jesus com o nardo, tão caro: é um momento religioso, um momento de gratidão, um momento de amor. E ele se afasta e critica amargamente: ´Mas … isso poderia ser usado para os pobres!’. Esta é a primeira referência que eu encontrei no Evangelho da pobreza como ideologia. O ideólogo não sabe o que é o amor, porque não sabe doar-se".
"Quem ama, acrescentou, dá a vida como dom; o egoísta, ao invés, cuida da sua vida, cresce neste egoísmo e se torna um traidor, mas sempre só. Quem, ao invés, dá a vida por amor, jamais está só: está sempre em comunidade, em família. Quem isola a sua consciência no egoísmo, no final a perde".
Foi o que aconteceu com Judas, disse o Papa, que era "um idolatra, afeiçoado ao dinheiro”. “E essa idolatria o levou a isolar-se da comunidade: este é o drama. Quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido comunitário, do sentido da Igreja, daquele amor que Jesus nos dá. Ao invés, o cristão que doa a sua vida, que a perde, como Jesus diz, a encontra, reencontra-a plenamente. João nos diz que Satanás entrou no coração de Judas".
"E Satanás sempre nos engana: sempre! Jesus, pelo contrário, ama sempre e sempre se doa. E este seu dom de amor, disse o Papa, nos leva a amar “para dar fruto. E o fruto permanece”. O Pontífice concluiu sua homilia com uma invocação ao Espírito Santo: "Nesses dias em que aguardamos a festa do Espírito Santo, peçamos: Vem, Espírito Santo, vem e dê-me este coração grande, este coração que seja capaz de amar com humildade. E que nos liberte sempre do outro caminho, do caminho do egoísmo, que não tem bom fim. Peçamos esta graça”.
SIR

'Dialogar não é dispersar, mas unir'



Porto Alegre - Com um artigo intitulado "A unidade e a dispersão", Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, faz uma reflexão sobre a única propriedade transcendental do ser que o refere a si mesmo: a unidade, que expressa a sua identidade. Para o prelado, as outras propriedades: a verdade, a bondade e a beleza lhe advêm pela relação com a mente.
Dom Dadeus explica ainda que como o próprio ser, também sua unidade não é unívoca, isto é, tem muitas conotações e realizações. Segundo ele, a unidade plena só se encontra em Deus, mas mesmo nele reconhecemos a distinção de três Pessoas. Para o arcebispo, é no extremo oposto que se encontra o caos, que retrata a total dispersão, sem unidade e por isso sem inteligibilidade.
"As religiões interpretam o universo vacilando entre uma ação criativa e uma ação organizativa. A primeira faz surgir do nada e a segunda organiza o caos anteriormente existente. Leva à unidade. A pura dispersão não é inteligível. Para entender algo é preciso chegar à sua identidade, o que significa retratar sua unidade", analisa.
O prelado afirma que, sem entrar na questão cosmológica, de um mundo em expansão, do qual eventualmente não se tivesse conhecimento de um centro de referência ou uma visão de unidade cósmica, como obra da sabedoria e da beleza, hoje ele vai se restringir às relações humanas, tanto no plano da política como da religião. De acordo com dom Dadeus, no campo da política há quem pleiteie a multiplicação de partidos, para dar ampla liberdade de opções aos cidadãos, optando-se pela dispersão dos votos e criando o caos político.
Conforme o arcebispo, por aí entram a corrupção, os conchavos e a instabilidade, pois os cidadãos divididos em inúmeras agremiações, não conseguem convergir para uma unidade capaz de governar. Quanto às religiões, dom Dadeus destaca que algo semelhante acontece, porque no momento em que se opta publicamente pela promoção de uma multiplicidade de confissões religiosas, elimina-se o verdadeiro diálogo, em busca de um entendimento.
Por fim, o arcebispo de Porto Alegre enfatiza que não se pode promover a diversidade, em contraposição à unidade. Ele afirma que é preciso caminhar em consonância naquilo que representa a unidade fundamental. Dom Dadeus diz que a busca de Deus não promove divisões mas fraternidade universal, onde todos caminham para a mesma meta. Para ele, não foi por nada que o novo Papa assumiu o nome de Francisco.
"Vivemos numa sociedade pluralista. Nela é preciso acolher, com carinho, as diferenças, como uma riqueza, sem perder a meta de uma unidade superior, de viver pacificamente, pondo em comum os valores que nos unem e ajudando a superar os obstáculos que nos separam e impedem a caminhada comum", conclui.
SIR

'Satanás é um mal pagador e sempre nos engana'



"Qdá a sua vida por amor, nunca está sozinho: está sempre em comunidade, em família", lembrou Francisco
O papa Francisco afirmou nessa terça-feira (14), em sua habitual homilia da Missa que preside na Casa Santa Marta no Vaticano, que Satanás é um mal pagador e sempre nos engana; e perante essa realidade temos que rezar pedindo ao Espírito Santo um coração capaz de amar como Jesus, porque o que ama nunca está sozinho e não "perde" sua vida mas sim a encontra.
Na Eucaristia concelebrada pelo Arcebispo de Medellín (Colômbia), Dom Ricardo Antonio Tobón Restrepo, e na qual participaram alguns funcionários dos Museus Vaticanos, assim como alguns alunos do Pontifício Colégio Português, o Santo Padre disse que se de verdade queremos seguir Jesus, devemos "viver a vida como um dom" para doá-la aos outros, "não como um tesouro que devemos conservar".
O Santo Padre refletiu sobre a oposição entre o caminho do amor e o do egoísmo. Evocando a palavra forte que Jesus nos diz: "Ninguém tem amor maior que este: dar sua vida.", o Pontífice destacou que a liturgia de hoje mostra também a Judas, que tinha precisamente a atitude contrária: "e isso porque Judas nunca compreendeu o que é um dom".
"Pensemos naquele momento, quando Madalena lava os pés de Jesus com o nardo, tão caro: é um momento religioso, um momento de gratidão, um momento de amor. E ele (Judas) se afasta e critica amargamente: ‘Mas … isso poderia ser usado para os pobres!’. Esta é a primeira referência que eu encontrei no Evangelho da pobreza como ideologia. O ideólogo não sabe o que é o amor, porque não sabe doar-se". Judas estava "isolado em sua solidão", e esta sua atitude de egoísmo foi crescendo "até trair Jesus.", acrescentou o papa Francisco, ressaltando logo que o que ama "dá sua vida como dom"; enquanto que o egoísta "cuida da sua vida, cresce neste egoísmo e se torna um traidor, mas sempre sozinho".
Entretanto, quem "dá a sua vida por amor, nunca está sozinho: está sempre em comunidade, em família". Além disso, quem "isola a sua consciência no egoísmo," acaba "perdendo-a", reiterou o Papa, ressaltando que foi isso o que aconteceu com Judas, que "era um idólatra, apegado ao dinheiro":
"E João o diz: ‘era um ladrão’. E esta idolatria o levou a isolar-se da comunidade: este é o drama da consciência isolada. Quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido comunitário, do sentido da Igreja, daquele amor que Jesus nos dá. Ao invés disso, o cristão que doa a sua vida, que a perde, como diz Jesus, a encontra, em sua plenitude. E o que, como Judas, quer conservá-la para si mesmo, ao final a perde. João nos diz que ‘nesse momento, Satanás entrou no coração de Judas’. E, devemos dizê-lo: Satanás é um mal pagador. Sempre nos engana, sempre!"
"Mas Jesus ama sempre e sempre se doa. E este seu dom de amor nos leva a amar para dar fruto. E o fruto permanece", disse o papa Francisco. Para concluir o Santo Padre incentivou para que nestes dias à espera da Festa do Espírito Santo, Pentecostes "peçamos: Vem, Espírito Santo, vem e dê-me um coração aberto, um coração que seja capaz de amar com humildade e com mansidão, mas sempre um coração aberto que seja capaz de amar. Peçamos esta graça ao Espírito Santo. E que nos libere sempre do outro caminho, do caminho do egoísmo, que termina sempre mal. Peçamos esta graça!".
SIR

O bode expiatório, entre Édipo e Cristo



Texto de René Girard, filósofo e historiador, em artigo publicado no jornal La Repubblica, em 13 de maio.

"A diferença essencial de Jesus é que a Paixão apresenta a vítima não como culpada, mas como inocente"
A vingança não é uma instituição, é um fenômeno do qual não se sabe se é biológico ou cultural, mas é específico do ser humano. Não há vingança entre os animais. Se vingança existe, se é infinita, é evidente que a espécie humana deveria se destruir por si só, logo de partida, antes mesmo de existir como humanidade.
É nesse momento que ocorrem crises de rivalidade mimética, aquelas crises que se encontram nos mitos relativamente modernos, mas das quais deve haver antecedentes muito antigos. Como se resolvem tais crises? Seguramente por motivos puramente mecânicos, porque, a partir do momento em que os seres humanos disputam entre si os objetos que desejam, nunca poderão se entender.

Mas a luta se tornará tão intensa que os objetos desaparecerão e permanecerão apenas os rivais. E, a partir do momento em que, em um grupo, há apenas antagonistas, pode-se ter a certeza de que haverá formas de reconciliação. Criar-se-ão alianças contra um inimigo comum, que polarizará cada vez mais adversários, mimeticamente. É o que se chama de "política" e é também o fenômeno do "bode expiatório".

A partir do momento em que restam apenas antagonistas, o fluxo mimético, em vez de dividir e fragmentar, se polarizará cada vez mais contra e, no fim, se dirigirá sobre um indivíduo qualquer, que aparece como o culpado pela crise.
Se olharmos para os mitos, encontramos um número considerável de casos em que a violência é coletiva contra uma única vítima. Há uma passagem do "todos contra todos" ao "todos contra um". É o que chamamos de fenômeno do "bode expiatório".

Penso que, nas sociedades arcaicas, esse tipo de fenômeno desempenha um papel fundamental. O sacrifício ritual se torna muito compreensível. As comunidades reconciliadas pela vítima mudarão de atitude com relação a ela. Elas sempre a veem como responsável pela crise; em outras palavras, Édipo realmente cometeu parricídio e incesto, atraindo assim a peste sobre Tebas, mas também pensa que agora a vítima é responsável pela reconciliação.
Consequentemente, a vítima culpada se tornará uma divindade. No caso de Édipo, é muito simples, trata-se de uma divindade do matrimônio, das regras do matrimônio que ele mesmo rompeu e que, de algum modo, instituiu infringindo-as, o que certamente é absurdo, mas que, no entanto, desempenha um papel essencial na gênese do religioso e do próprio social.
As semelhanças com o cristianismo são mais fortes do que nunca. Se observarmos a crucificação e a Paixão, logo notamos que é um fenômeno extrema e incrivelmente mimético. Por exemplo, a negação de Pedro: é evidente que interpretá-lo de maneira psicológica como sempre se faz significa insinuar que, em seu lugar, teríamos resistidos à tentação de nos voltarmos contra Cristo, e isso não é satisfatório.
Na realidade, quando Pedro se encontra no meio de uma multidão hostil a Jesus, ele também se torna hostil. Ele é mimeticamente contagiado. E ele se encontra ali como o melhor dos discípulos, representa a todos. Ninguém é capaz de resistir ao mimetismo homicida da multidão.
Outra prova é Pilatos: ele gostaria de salvar Jesus, mas, como político, tem tal medo da multidão que a obedece fingindo guiá-la. Mas a imitação mais caricatural são os dois homens crucificados com Jesus que se voltam para a multidão e tentam imitá-la, vociferam com a multidão, no fundo para fazer com que eles mesmos creiam que não estão crucificados.
É o mito completamente explicado e revelado. Nesse ponto, os antropólogos entram em êxtase, porque, no fundo, conhecem apenas a lógica do conceito. E dizem que, para que o cristianismo fosse realmente diferente das outras religiões, seria preciso que ele falasse de outra coisa. Pois bem, não é assim. O cristianismo fala do que é essencial no ser humano, ou seja, do fundamento religioso das sociedades, que também é o fundamento da cultura: o mimetismo violento. Ele deve falar a mesma coisa que os mitos.
É a partir do momento em que se vê essa identidade de argumento, essas relações extremamente próximas entre mitologia e cristianismo que, de repente, deveria aparecer a diferença: nos mitos, os culpados, mesmo que no fim sejam divinizados, são acima de tudo culpados. Quando se fala do mito de Édipo, pensa-se no parricídio e no incesto, e hoje nos parecem mais verdadeiros do que nunca, o que é a prova de que nos encontramos no mito, porque quase todos creem na psicanálise, que nada mais é do que acreditar no parricídio e no incesto, em vez de acreditar em uma certa inocência do ser humano que lá é real.
A diferença essencial de Jesus é que a Paixão apresenta a vítima não como culpada, mas como inocente. Em outras palavras, a Paixão é o único mito que sabe e proclama o que os mitos dissimulam, porque não o sabem: a vítima é um bode expiatório inocente.
La Repubblica