sábado, 20 de fevereiro de 2016

Segunda Audiência Jubilar: misericórdia é empenho concreto


Na segunda audiência jubilar dedicada ao tema “misericórdia e empenho” o Papa Francisco, dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos presentes, falou do Jubileu da Misericórdia como uma verdadeira oportunidade para entrar em profundidade no mistério da bondade e do amor de Deus. Neste tempo de Quaresma, disse o Papa, somos convidados a viver de maneira coerente a nossa fé com um estilo de vida que exprima a misericórdia do Pai, um empenho que somos chamados a assumir para oferecermos a todos os que encontramos o sinal concreto da proximidade com Deus. Sobre o significado do empenho na vida do cristão, disse Francisco:
“O que é o empenho? E o que significa comprometer-se? Quando me comprometo, isso significa que assumo uma responsabilidade, uma tarefa para com alguém; e significa também o estilo, a atitude de fidelidade e dedicação, de atenção particular com a qual eu realizo esta tarefa. Todos os dias somos convidados a realizar com empenho as coisas que fazemos: na oração, no trabalho, no estudo, mas também no desporto, nas actividades livres ...”
Também Deus empenhou-se connosco – prosseguiu o Papa – antes de tudo criando o mundo e mantendo-o vivo apesar das nossas tentativas de arruiná-lo; mas sobretudo empenhou-se dando-nos Jesus, que é o empenho extremo que Deus assumiu connosco, pois (como diz S. Paulo) "não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós".
E no Evangelho vemos como se manifesta o empenho de Deus para com a humanidade, explicou o Papa:
“Em Jesus, Deus empenhou-se de maneira completa para restituir esperança aos pobres, àqueles que não tinham dignidade, aos estrangeiros, os doentes, os prisioneiros, e aos pecadores que Ele acolhia  com bondade. Em tudo isto, Jesus era uma expressão viva da misericórdia do Pai. Jesus acolhia com bondade os pecadores, amava-os e mudava-lhes o coração”.
Partindo deste amor misericordioso com que Jesus exprimiu o empenho de Deus, disse ainda Francisco, também nós podemos e devemos corresponder ao seu amor com o nosso empenho, sobretudo nas situações de maior necessidade e onde há mais sede de esperança, como por exemplo, com as pessoas abandonadas, os trazem graves deficiências, os doentes mais graves, os moribundos, os que não são capazes de exprimir a sua gratidão ... Em todas estas realidades nós trazemos a misericórdia de Deus através de um empenho de vida, que é testemunho da nossa fé em Cristo – sublinhou Francisco.
E o Papa terminou com a esperança de que este Jubileu possa ajudar a nossa mente e o nosso coração a tocar com a mão o empenho de Deus com cada um de nós, para podermos transformar a nossa vida num empenho de misericórdia para com todos.
Aos peregrinos de língua portuguesa o Papa dirigiu as seguinte palavras:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação fraterna para todos vós. Ao realizardes esta peregrinação jubilar, que Deus vos abençoe com uma grande coragem para abraçardes diariamente a vossa cruz e um vivo anseio de santidade para iluminardes com a esperança a cruz dos outros irmãos. Conto com as vossas orações por mim. Bom caminho da Quaresma”
Em seguida o Papa saudou cordialmente, entre outros, os membros da Federação Italiana das Associações de Doadores de Sangue e a Associação das sociedades de mútuo socorro, com o augúrio de que  o Jubileu da misericórdia seja para todos uma oportunidade para redescobrir a importância da fé e difundir  na vida quotidiana  a beleza do amor de Deus por cada um de nós.
A concluir o Santo Padre dirigiu um pensamento particular aos jovens, os doentes e recém-casados, tendo acrescentado:
“Próxima segunda-feira é a festa da Cátedra do Apóstolo Pedro, dia de comunhão especial dos crentes com o Sucessor de São Pedro e com a Santa Sé. Este evento, neste Ano Santo, será também dia de jubileu para a Cúria Romana, que trabalha diariamente ao serviço do povo cristão. Exorto-vos a perseverar na oração pelo meu ministério universal, e agradeço-vos pelo vosso empenho na edificação diária da comunidade eclesial”.
E a todos o Papa Francisco deu a sua bênção.


Jesus em sua beleza e em sua dor


Ver "Jesus só" é vê-lo em sua beleza e em sua dor.
Referências Bíblicas

1ª Leitura - Gn 15,5-12 17-18 - Deus fez Aliança com Abraão homem de fé.
Salmo: 26(27) - R/ O Senhor é minha luz e salvação.
2ª leitura: «Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso» (Filipenses 3,17-4,1)
Evangelho: "Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante" (Lucas 9,28-36)

A luz e a obscuridade

Misteriosa, a oração de Jesus! Pois, faz-se um só com o Pai e ele mesmo é pessoa divina. Mas, nele, Deus se fez passar à natureza e à condição de um ser humano, semelhante a cada um de nós. Nele, a nossa liberdade de seres criados deve escolher fazer-se uma só com a liberdade divina. Há, por isso, um caminho a percorrer, até que retorne à glória de onde veio. Intrigados pelo tempo que passa em oração, os discípulos pedem-lhe que lhes ensine a rezar (Lucas 11). Responde dando-lhes o Pai Nosso.
Será que estas poucas frases resumem as longas orações de Jesus? Sou tentado a crer que sim, mas ainda é preciso alcançar o significado todo destas breves fórmulas. Visam ao resultado feliz das nossas existências; projetam-nos a um final glorioso de nossas trajetórias tão trabalhosas e desconcertantes. Pois eis que esta glória final se inscreve fugidiamente no semblante de Jesus, também em suas vestes e neste corpo humano em que vive para sempre. É a mais perfeita união entre o homem e Deus.
Os três discípulos o entreveem numa espécie de êxtase, do qual não podem captar imediatamente o significado, mas que os desperta e deslumbra. Pedro, esquecendo o caminho que resta por percorrer, quer instalar-se e erguer a tenda, no resplendor da luz divina. Mas a “nuvem escura”, a mesma que acompanhava os Hebreus em sua longa e dura marcha de Êxodo, é que lhe vai responder. À felicidade do versículo 33 sucede o terror do versículo 34. Vinda desta nuvem, cujas trevas contrastam com a glória da transfiguração, a voz de Deus fez-se ouvir, para glorificar Jesus. E este volta imediatamente a ser o Jesus de todo dia.

No horizonte, a Páscoa
O rosto de Moisés, ao descer de novo a montanha, resplandecia de luz. Pois o mesmo não se deu com Jesus. A luz da transfiguração perdeu-se na nuvem e, dali em diante, ficou visível apenas para a fé na Palavra que acabara de designá-lo como Filho. Só furtivamente fora revelado como a luz do mundo, como a luz que brilha nas trevas das nossas vidas, mas que são trevas que não podem ser detidas (ver João 1,1-14). Acabamos de fazer alusão a Moisés. Justamente, ei-lo aqui na montanha, com Elias. Estes dois homens representam a Lei (Moisés) e os Profetas (Elias), ou seja, tudo o que, na Bíblia, comanda a história.
Falam com Jesus do "Êxodo que ele deveria cumprir até Jerusalém". De diversos modos, a Escritura inteira é preparação e imagem da Páscoa do Cristo. É que toda a história humana caminha para este desfecho, do qual ainda esperamos a última revelação, expressa na Bíblia pelo tema da volta de Cristo. Não esqueçamos que o relato da transfiguração está enquadrado entre os dois primeiros anúncios da Paixão e que o ponto de partida para Jerusalém e para a Páscoa é mencionado nas primeiras linhas do capítulo seguinte.
A luz que inunda Jesus na montanha é profética, com respeito à sua ressurreição. Por isso é que, sem dúvida, na versão de Mateus (17,9), Jesus diz aos três discípulos: "Não conteis a ninguém essa visão, até que o Filho do homem ressuscite dos mortos". Em sua segunda carta (1,16-21), Pedro falará da transfiguração como do fundamento de sua fé. É que o Cristo ressuscitado não emitia nenhuma luz e ficou difícil identificá-lo: não se podia reconhecê-lo imediatamente.

Os três discípulos

Pedro, Tiago e João foram chamados juntos, quando ainda eram pescadores de peixes. Foram os três primeiros discípulos. Sem hesitação alguma, deixaram os seus barcos, as suas redes e o seu pai. Os três estão juntos na transfiguração e nós os encontraremos de novo juntos no Getsêmani. Vimos que, ao serem chamados, estavam ocupados com outra coisa, enquanto toda a multidão escutava Jesus. Na transfiguração como em Getsêmani, adormecem; o que é uma maneira de se ausentar. É verdade que, nos dois casos, era noite. Mas a noite não é somente uma consequência da rotação da terra.
Na Bíblia, é uma alusão às trevas que cobriam o abismo do nada antes que Deus tivesse criado a luz, separando-a das trevas, para dar lugar ao primeiro dia. O sono noturno é uma imagem da morte: noite dos sentidos, noite da inteligência, noite do espírito. Os três discípulos retiram-se da marcha da história e do itinerário da salvação da humanidade. Eles, no fundo, retornam ao nada original. Mas é aí que a luz vem visitá-los.
Em Lucas 24,9-12, a mensagem das mulheres que tiveram a coragem de ir até o túmulo que haviam encontrado aberto e vazio, é que irá despertá-los das trevas a que estavam aprisionados desde o Getsêmani. O que aconteceu com estes três apóstolos é típico do que acontece com todos nós. Há momentos privilegiados em que, com frequência sem qualquer aviso prévio, vemos tudo claro. É quando a luz nos inunda! Mas, um instante depois, recaímos nas trevas da incompreensão. É então que, com os olhos fechados, temos que escolher acreditar nas palavras que ouvimos e que nos designaram este Jesus como sendo o Filho de Deus.
Instituto Humanitas Unisinos

Evangelho do Dia

C - 20 de fevereiro de 2016

Mateus 5,43-48

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação (2Cor 6,2).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 43  Disse Jesus aos seus discípulos: “Tendes ouvido o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo’.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Palavra da Salvação.


 

Comentário do Evangelho
O PAI, MODELO DE PERFEIÇÃO
            A ordem de Jesus pode, à primeira vista, parecer exorbitante e inexeqüível. Quem será tão pretensioso a ponto de querer igualar-se, em perfeição, ao Pai? Não foi essa a tentação de Adão e Eva, no paraíso, quando ousaram querer ser como deuses, conhecedores de toda a ciência do bem e do mal? Conhecemos o resultado de um tal ousadia.
            Urge entender, de maneira conveniente, o preceito de Jesus, para não tachá-lo de injusto. A ordem o Mestre desponta na vida do discípulo como um ideal, embora sabendo que jamais será alcançado. Com isso sentir-se-á impulsionado a progredir, sem se dar por satisfeito com as metas já alcançadas. Existe sempre a possibilidade de ir além e descobrir novas formas de manifestar o amor ao semelhante, de fazer-se servidor dos mais necessitados, de buscar construir comunhão e reconciliação entre todos os seres humanos, sem acepção de pessoas.
            Agindo assim, o discípulo torna-se sacramento da perfeição divina na história humana. Seu modo de proceder funcionará como um alerta para quem ainda não se deu conta de quem é o Pai e do que ele exige de nós.
            O discípulo deve recusar-se, peremptoriamente, a modelar o seu agir pelos esquemas mundanos, calcados no egoísmo. É o Pai que, no esplendor de sua perfeição, aparece como modelo a ser imitado.

 
Leitura
Deuteronômio 26,16-19
Leitura do livro do Deuteronômio.
Moisés dirigiu a palavra ao povo de Israel e lhe disse: 26 16 “O Senhor, teu Deus, ordena-te hoje que guardes estas leis e estes preceitos. Observa-os cuidadosamente e pratica-os de todo o teu coração e de toda a tua alma.
17 Hoje, fizeste o Senhor, teu Deus, prometer que ele seria teu Deus, e que andarias nos seus caminhos, observando suas leis, seus mandamentos e seus preceitos, e obedecendo-lhe fielmente.
18 E o Senhor fez-te prometer neste dia, também de tua parte, que serias um povo que lhe pertenceria de maneira exclusiva, como te disse, e que observarias todos os seus mandamentos,
19 para que ele te eleve em glória, renome e esplendor, acima de todas as nações que criou, e sejas, assim, um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, como te disse”.
Palavra do Senhor. 
Salmo 118/119
Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

Feliz o homem sem pecado em seu caminho,
que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
Feliz o homem que observa seus preceitos
e, de todo o coração, procura a Deus!

Os vossos mandamentos vós nos destes,
para serem fielmente observados.
Oxalá seja bem firme a minha vida
em cumprir vossa vontade e vossa lei!

Quero louvar-vos com sincero coração,
pois aprendi as vossas justas decisões.
Quero guardar vossa vontade e vossa lei;
Senhor, não me deixeis desamparado!
Oração
Convertei para vós, ó Pai, nossos corações, a fim de que, buscando sempre o único necessário e praticando as obras de caridade, nos dediquemos ao vosso culto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

SEMANA NACIONAL CONTRA O ALCOOLISMO - PALESTRA DIA 20/02/2016 NA PAROQUIA NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016


Sede misericordiosos como o Pai


A Quaresma nos possibilita tomar atitudes que fortaleçam a comunhão com o Senhor e com os irmãos.
Por Dom José Gislon*

Estimados Diocesanos. O tempo da Quaresma nos oferece a oportunidade para percorrermos um caminho de mudança de vida, de olharmos para dentro de nós mesmos e, à luz da fé em Jesus Cristo, tomarmos atitudes que fortaleçam a nossa comunhão com o Senhor e com os irmãos.
Toda mudança de vida exige um desprendimento de certas atitudes, que nos ligam a situações que muitas vezes nos impedem de viver com dignidade a vida dom de Deus. Quando aceitamos abandonar o nosso modo de ver a realidade para abraçar aquela que o Senhor nos oferece através da sua misericórdia, podemos então perceber a sua graça agindo em nós, mesmo quando temos a sensação de estarmos caminhando sem ver a luz do seu amor iluminando os nossos passos.
A Igreja, para realizar a sua missão, sente a necessidade permanente de transmitir o Evangelho da misericórdia, para que seus filhos possam perceber a ternura de Deus, e assim se deixarem envolver pelo abraço da sua bondade. O Ano Santo do Jubileu da Misericórdia que estamos celebrando pode ser um momento especial em nossa vida de fé, porque podemos nos aproximar, contemplar e deixarmo-nos tocar pelo mistério da misericórdia, que emana do amor e do coração de Deus Pai pelos filhos e filhas que peregrinam neste mundo.
O amor que existe no nosso coração, quando se deixa tocar pela misericórdia de Deus, tem a força e o poder de romper as correntes do egoísmo e da indiferença, que muitas vezes nos impedem de ver a ação de Deus na nossa vida e a realidade em que vivem os menos favorecidos. Quando a misericórdia invade o nosso coração, podemos sentir que Deus está presente, e, assim, saindo de nós mesmos, podemos nos aproximar do mistério de Deus e dos outros. Por isso, creio ser oportuno recordar que é o amor que faz crescer, no ser humano, a solidariedade, a caridade, o compromisso e a responsabilidade pelo cuidado da vida e da Casa Comum.
CNBB
*Dom José Gislon é bispo de Erexim (RS).

Evangelho do Dia

C - 20 de fevereiro de 2016

Mateus 5,43-48

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação (2Cor 6,2).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 43  Disse Jesus aos seus discípulos: “Tendes ouvido o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo’.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Palavra da Salvação.


 

Comentário do Evangelho
O PAI, MODELO DE PERFEIÇÃO
            A ordem de Jesus pode, à primeira vista, parecer exorbitante e inexeqüível. Quem será tão pretensioso a ponto de querer igualar-se, em perfeição, ao Pai? Não foi essa a tentação de Adão e Eva, no paraíso, quando ousaram querer ser como deuses, conhecedores de toda a ciência do bem e do mal? Conhecemos o resultado de um tal ousadia.
            Urge entender, de maneira conveniente, o preceito de Jesus, para não tachá-lo de injusto. A ordem o Mestre desponta na vida do discípulo como um ideal, embora sabendo que jamais será alcançado. Com isso sentir-se-á impulsionado a progredir, sem se dar por satisfeito com as metas já alcançadas. Existe sempre a possibilidade de ir além e descobrir novas formas de manifestar o amor ao semelhante, de fazer-se servidor dos mais necessitados, de buscar construir comunhão e reconciliação entre todos os seres humanos, sem acepção de pessoas.
            Agindo assim, o discípulo torna-se sacramento da perfeição divina na história humana. Seu modo de proceder funcionará como um alerta para quem ainda não se deu conta de quem é o Pai e do que ele exige de nós.
            O discípulo deve recusar-se, peremptoriamente, a modelar o seu agir pelos esquemas mundanos, calcados no egoísmo. É o Pai que, no esplendor de sua perfeição, aparece como modelo a ser imitado.

 
Leitura
Deuteronômio 26,16-19
Leitura do livro do Deuteronômio.
Moisés dirigiu a palavra ao povo de Israel e lhe disse: 26 16 “O Senhor, teu Deus, ordena-te hoje que guardes estas leis e estes preceitos. Observa-os cuidadosamente e pratica-os de todo o teu coração e de toda a tua alma.
17 Hoje, fizeste o Senhor, teu Deus, prometer que ele seria teu Deus, e que andarias nos seus caminhos, observando suas leis, seus mandamentos e seus preceitos, e obedecendo-lhe fielmente.
18 E o Senhor fez-te prometer neste dia, também de tua parte, que serias um povo que lhe pertenceria de maneira exclusiva, como te disse, e que observarias todos os seus mandamentos,
19 para que ele te eleve em glória, renome e esplendor, acima de todas as nações que criou, e sejas, assim, um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, como te disse”.
Palavra do Senhor. 
Salmo 118/119
Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!

Feliz o homem sem pecado em seu caminho,
que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
Feliz o homem que observa seus preceitos
e, de todo o coração, procura a Deus!

Os vossos mandamentos vós nos destes,
para serem fielmente observados.
Oxalá seja bem firme a minha vida
em cumprir vossa vontade e vossa lei!

Quero louvar-vos com sincero coração,
pois aprendi as vossas justas decisões.
Quero guardar vossa vontade e vossa lei;
Senhor, não me deixeis desamparado!
Oração
Convertei para vós, ó Pai, nossos corações, a fim de que, buscando sempre o único necessário e praticando as obras de caridade, nos dediquemos ao vosso culto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Olhares sobre o Brasil


Os olhares sobre a realidade brasileira, que é complexa e plural, devem ser muitos e com grande acuidade. Uma visão estreita é incapaz de perceber as muitas necessidades, de enxergar os caminhos que devem ser seguidos para sair das crises deste tempo. Os olhares têm que avançar para além do território das opiniões ou das listas de lamentações. Também não podem focalizar apenas as atribuições e responsabilidades dos outros, como tática para eximir-se das próprias tarefas. A visão míope de um segmento pode significar atrasos em processos e graves prejuízos, com consequências irreversíveis.

Analisar a realidade é exercício que requer conhecimento e adequada interpretação para configurar a indispensável corresponsabilidade de todos os cidadãos na construção de uma sociedade solidária, alicerçada na cultura da justiça, da paz e do respeito incondicional à dignidade de toda pessoa.

Assim, todos estão desafiados a reavaliar seus conceitos e colaborar com as transformações urgentes e com ações mais eficazes. Sem essa premissa, há o risco de se supervalorizar a própria atuação, achar que já se faz muito, que os trabalhos atendem às expectativas. Afinal, não seria pela prevalência dessa ilusão que a política na realidade brasileira, particularmente a partidária, convive com a incapacidade para apontar novos rumos e promover o diálogo entre cidadãos?

Há uma miopia crônica generalizada, salvaguardadas as exceções. Isso se comprova na incompetência de grupos diversos para debelar processos que alimentam a corrupção, a indiferença em relação aos mais pobres. Também é sinal da falta de visão, nos setores público e privado, a timidez para investir em projetos capazes de promover novas dinâmicas que contribuam para se alcançar uma sociedade mais igualitária.

Não basta apenas planejar bem o próprio negócio. Há um modo necessário de se olhar a realidade, por meio de valores inegociáveis, de princípios, de sensibilidade política e cultural, que audaciosamente remete cada cidadão à direção do bem comum. A partir dessa visão, as ações fundamentam-se no amor, e não se reduzem às estratégias de pequenos grupos que reforçam a segregação econômica, social, política, cultural e até mesmo religiosa.

Assim, os dias da Quaresma oferecem oportunidade importante: a vivência da Campanha da Fraternidade deste ano. Trata-se de exercício ecumênico que nasce da fé cristã, nas diferentes confissões religiosas, para articular experiências e, dessa forma, contribuir com o contexto socioeconômico, político e cultural. Quem crê em Cristo não pode apenas usufruir das consolações espirituais, ou se restringir a arrumar os próprios ambientes, projetos e templos. É compromisso que nasce da fé contribuir mais decisivamente na transformação da realidade.

Por isso, os cristãos no Brasil devem, a partir da Campanha da Fraternidade 2016, configurar uma experiência ecumênica capaz de transformar a realidade.  O que se objetiva não é a organização de bancadas no parlamento, nas assembleias, na simples defesa de interesses corporativos, pessoais, com fechamentos e dogmatismos que desconsideram o diálogo indispensável em uma sociedade plural. Busca-se agir a partir da misericórdia, que não negocia jamais a ética e a moralidade, e também não passa o trator em cima de ninguém em nome de Deus.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, na promoção da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade”, empenham-se na tarefa de fazer ecoar o apelo que pede união entre os cristãos, para além de suas diferenças, em torno da defesa e promoção da vida.  O saneamento básico, no horizonte de uma alicerçada ecologia integral, é a bandeira que se quer erguer, inspirando outros segmentos da sociedade. Com os cristãos de mãos unidas, a realidade brasileira pode mudar.  Nessa direção, as confissões religiosas estão desafiadas a contribuir para que a fé ilumine e inspire os olhares sobre o Brasil.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

PROCLAMAS MATRIMONIAIS



13 e 14 de fevereiro de 2016



COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:








  • ADONAY FERNANDO SANTANA FLORENCIO DE CARVALHO
E
LARISSA TEXEIRA ALVES








                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.

Oração é o oxigênio de Deus para nós


Ninguém aguenta viver neste vale de lágrimas se não estiver munido de orações.
Por Monsenhor Jonas Abib*

Enquanto estivermos nesta vida, viveremos num vale de lágrimas, gemendo e chorando. Não pense que Deus é mágico e que, de repente, tudo vai se transformar e você nunca mais terá problemas e sofrimentos, pois este é um terrível engano que o próprio diabo nos coloca e que nos fragiliza. É totalmente o contrário: por nossa vida ser o que é, precisamos rezar sem cessar.
Ninguém consegue ficar por um período prolongado debaixo d´água. Depois de um tempo, por mais resistência respiratória que possua, a pessoa é obrigada a vir à tona, senão morre. É diferente de fazer como os mergulhadores profissionais, que usam máscara de oxigênio e respiram tranquilos.
Se o oxigênio termina ou alguma coisa acontece, eles têm de subir depressa para a superfície, senão morrem. Porém, enquanto o oxigênio flui, eles estão tranquilos, nadando no mais profundo mar.
A receita para vivermos nesse vale de lágrimas é justamente esse fluir de oxigênio, que é a oração. Ela é o oxigênio de Deus para nós. Ninguém aguenta viver neste vale de lágrimas se não estiver munido deste oxigênio.
Não podemos ficar sem o fluir do oxigênio que a oração nos proporciona. Por isso, precisamos interceder uns pelos outros, apresentando continuamente as nossas necessidades a Deus. Como São Paulo disse: “Orai continuamente” (1 Ts 5,17). Esta é a receita. Neste vale de lágrimas, a receita é “orar sem cessar!”
O Senhor quer despertar em nós a certeza de que nossa oração é atendida. É muito simples, compreenda o exemplo: o mergulhador testa o cilindro de oxigênio antes de entrar na água. Quando o faz, ele tem certeza de que funciona tanto fora como debaixo d´água. As leis do reino de Deus funcionam “lá em cima” e funcionam “aqui embaixo”.
O problema é que não as colocamos em funcionamento aqui na Terra. Se estamos com preguiça e não abrimos o oxigênio hoje, se não abrimos amanhã e assim por diante, acabamos morrendo. Se não oramos, perecemos. Se não abrirmos a válvula do oxigênio, que é a oração, morremos.
Se estamos chateados, com algum problema, é justamente por essa razão que devemos abrir mais o oxigênio, e isso significa rezar mais! Mesmo que seja apenas um “Meu Deus!” Ou apenas: “Jesus”. O importante é orar, e “o oxigênio entrará em ação”!
Rádio Coração
*Monsenhor Jonas Abib é fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP).

Evangelho do Dia

C - 13 de fevereiro de 2016

Lucas 5,27-32

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos! 
Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 5 27 Jesus viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e disse-lhe: "Segue-me".
28 Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu.
29 Levi deu-lhe um grande banquete em sua casa; vários desses fiscais e outras pessoas estavam sentados à mesa com eles.
30 Os fariseus e os seus escribas puseram-se a criticar e a perguntar aos discípulos: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e pessoas de má vida?"
31 Respondeu-lhes Jesus: "Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos.
32 Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
VIM CHAMAR OS PECADORES 
A presença do Filho de Deus, na história humana, tinha uma finalidade bem concreta: trazer salvação para toda a humanidade. Fiel à missão recebida do Pai, Jesus foi em busca dos mais necessitados de salvação. Sua presença no meio dos publicanos e pecadores, com os quais comia e bebia, tinha o objetivo, claramente missionário, de sensibilizá-los para a oferta que o Pai lhes fazia.
Os marginalizados mostraram-se mais sensíveis à presença de Jesus, e mais puderam beneficiar-se dela, do que os escribas e fariseus. Fechados em sua própria arrogância, e seguros de terem a salvação garantida, estes últimos censuravam a atitude do Messias Jesus, quando ele se misturava com gente de má-fama, e dava mostras de sentir-se bem no meio deles.
Pensando bem, os que censuravam Jesus, eram os verdadeiros doentes, que careciam de médico. Segregando-se dos pecadores, revelavam uma grave falta de solidariedade e incapacidade de colocar-se do lado daqueles aos quais Deus queria ver salvos. Pensavam que, assim agindo, agradavam a Deus. Na verdade, estavam indo na contramão, pois o desejo divino era ver toda a humanidade reconciliada consigo.
A presença eficaz de Jesus junto aos pecadores deve inspirar os cristãos, uma vez que sua missão é fazer o amor de Deus fermentar este mundo que precisa ser salvo.

 
Leitura
Isaías 58,9-14
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor: 58 9 "Se expulsares de tua casa toda a opressão, os gestos malévolos e as más conversações;
10 se deres do teu pão ao faminto, se alimentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite resplandecerá como o dia pleno.
11 O Senhor te guiará constantemente, alimentar-te-á no árido deserto, renovará teu vigor. Serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis.
12 Reerguerás as ruínas antigas, reedificarás sobre os alicerces seculares; chamar-te-ão o reparador de brechas, o restaurador das moradias em ruínas.
13 Se te abstiveres de calcar aos pés o sábado, de cuidar de teus negócios no dia que me é consagrado, se achares o sábado um dia maravilhoso, se achares respeitável o dia consagrado ao Senhor, se tu o venerares não seguindo os teus caminhos, não te entregando às tuas ocupações e às conversações,
14 então encontrarás tua felicidade no Senhor: eu te farei galgar as alturas da terra, e gozar a herança de Jacó, teu pai". Porque a boca do Senhor falou.
Palavra do Senhor.
Salmo 85/86
Ensinai-me os vossos caminhos e, na vossa verdade, andarei.

Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido,
escutai, pois sou pobre e infeliz!
Protegei-me, que sou vosso amigo,
e salvai vosso servo, meu Deus,
que espera e confia em vós!

Piedade de mim, ó Senhor,
porque clamo por vós todo o dia!
Animai e alegrai vosso servo,
pois a vós eu elevo a minha alma.

Ó Senhor, vós sois bom e clemente,
sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece,
o lamento da minha oração!
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, olhai com bondade a nossa fraqueza e estendei, para proteger-nos, a vossa mão poderosa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Deixe o Espírito Santo orar em você


A Trindade Santa habita em nós. O Deus vivo exerce a sua autoridade através de nós.
Por Monsenhor Jonas Abib*
Nossas orações mudam o destino do mundo e da Igreja! A Igreja, mais do que nunca, está precisando de cristãos orantes. Se ela ainda não vai tão bem é porque temos poucos cristãos orantes. Alguns acham que rezamos demais, mas ainda rezamos pouco. É como as pessoas que comem pouco e veem alguém comer um prato bem cheio, acham que ele está comendo demais. Infelizmente, rezamos muito pouco.
Mas Deus quer mudar todas as coisas. Chamou-nos, apesar de nossas fraquezas, e deu esse privilégio de sermos orantes, intercessores, de irmos com Cristo ao Pai. Quando dizemos no Credo que Jesus subiu aos céus e está assentado à direita de Deus Pai, o “assentar-se” significa dizer que Ele está no Trono, no seu lugar de autoridade de Filho. Portanto, Jesus convida a nós, intercessores, para contribuir com Ele nesse ministério que o próprio Jesus exerce diante do Pai, na Sala do Trono, para a salvação do mundo!
A Trindade Santa habita em nós. O Deus vivo exerce a sua autoridade através de nós. Esta é a grande graça: o intercessor precisa ser um cristão cheio do Espírito Santo, que vive e deixa o Espírito se mover dentro dele.
O pecado, o mundo, a carne são opressores: enganam e acabam conosco. É preciso assumir a santidade de Deus que está em nós. E porque a santidade de Deus está em nós, o poder e a autoridade de Deus também estão.
Não é a nossa intercessão, a nossa oração que realiza prodígios, mas é o Espírito Santo que habita e reza em nós. É Ele que advoga as nossas causas. É o Espírito Santo orando e agindo em nós, em cada intercessor, com Seus dons. É Ele que cura e liberta os filhos de Deus!
Rádio Coração
*Monsenhor Jonas Abib é fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP).

É preciso clamar pelo Espírito Santo


Faça da sua vida uma oração e testemunhará as maravilhas que o Senhor opera em sua vida.
Por Monsenhor Jonas Abib*
Deus derrama hoje o seu Espírito Santo, com a mesma força que outrora derramou no início da Igreja. Faz isso para curar, converter, arrancar o nosso povo do pecado e dos vícios; arrancar os nossos jovens das drogas e da prostituição. Deus já providenciou o remédio: a efusão do Espírito Santo, os dons do Espírito Santo. O dom da parrésia (o anúncio com destemor)!
O nosso chamado hoje é para sermos homens e mulheres de oração, que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, tornando-se uma brasa viva do amor de Deus. Faça da sua vida uma oração e a cada dia você poderá testemunhar as maravilhas que o Senhor opera em sua vida.
Não queiramos entender os mistérios de Deus com a nossa inteligência. É preciso compreender com o coração, abrindo-nos à ação do Espírito Santo.
Ao ficarmos impregnados do Espírito Santo, levamos às pessoas o poder, a autoridade, a cura, o consolo, a palavra, a sabedoria e a ciência que vem do Espírito Santo. É o Espírito Santo que age por meio de nós.
O trabalho apostólico de orar, levar cura, libertação, consolo às pessoas, para arrancá-las do pecado, dos vícios das garras do maligno, exige de nós doação. E muitas vezes isso nos torna áridos. O próprio contato com o mundo nos torna áridos. Por isso devemos pedir diariamente a graça da efusão do Espírito Santo, pois precisamos continuamente ser batizados no Espírito Santo.
Quando nos sentimos áridos, temos de nos erguer lá do fundo de nós mesmos, buscar os sacramentos, a intercessão de Maria, participar de encontros, aprofundamentos, grupos de oração, fazer o estudo da Palavra e clamar: Vem, Espírito Santo!
Rádio Coração
*Monsenhor Jonas Abib é fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP).

Cristãos de mãos dadas


Não é simples promover uma Campanha da Fraternidade Ecumênica como a deste ano.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, durante o percurso quaresmal, busca unir os cristãos a partir de um assunto urgente, que diz respeito a todos os cidadãos, independentemente de condição social, opção político-ideológica e razões pessoais. Congrega o esforço missionário, quase cinquentenário, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o compromisso cristão do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. O olhar comum dessas instituições, fixado em Cristo Jesus - todos tocados pelo valor inestimável do sangue derramado na cruz para a redenção da humanidade -, desenha um horizonte que faz ultrapassar as diferenças e até mesmo as discordâncias para configurar gesto significativo, de grande repercussão social e política: cristãos de mãos dadas.

Essa experiência de cooperação e intercâmbio rege-se por indicação preciosa dada pelo Papa Francisco na sua Carta Encíclica Louvado Sejas, que inspira o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: toda a humanidade deve voltar o olhar para a “Casa comum, nossa responsabilidade”. E os cristãos, que exercem a cidadania nos alicerces da fé em Jesus, têm evidentes responsabilidades quando se trata desse tema. A compreensão cristã de mundo requer uma postura singular no tratamento dos dons e bens da “casa comum”. É assim desde os primórdios do cristianismo, quando, conforme narração do capítulo dois, nos Atos dos Apóstolos, logo após as primeiras conversões, “todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum, vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um”.  Um tempo novo que nasce pela força da fé.

Cristãos que caminham de mãos dadas na vivência da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é ato que ultrapassa o alcance de um evento com seus desdobramentos possíveis. Trata-se de possibilidade singular para um novo exercício com poder de qualificar o tecido antropológico que sustenta o funcionamento da sociedade. Esse tecido é de qualidade comprometida, o que se comprova no âmbito das crises que se abatem sobre a sociedade brasileira, particularmente na esfera política, que mais evidentemente expõe a carência de certos valores e princípios e, por isso, não consegue oferecer respostas adequadas. Na contramão disso, essa esfera alimenta encaminhamentos que abrem brechas para o crescimento das diferentes formas de violência e reforça posturas egoístas – a busca de soluções apenas para problemas particulares.

Não é simples promover uma Campanha da Fraternidade Ecumênica como a deste ano. É preciso grande esforço para vencer preconceitos, resistências e autodefesas que encastelam grupos, segmentos e confissões religiosas na mediocridade, doença contagiosa que se alastra nas instituições diversas.  Posturas medíocres inviabilizam a clarividência necessária para, a partir do diálogo, superar atrasos. Agravam os problemas que, para serem solucionados, demandam de cada cidadão, de diferentes setores e, particularmente, de governantes, de formadores de opinião, de acadêmicos e de intelectuais, adequada compreensão a respeito do ser humano e da criação. No horizonte desafiador da responsabilidade com a “casa comum”, a meta da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é a união de esforços com o objetivo de assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas. Busca também, à luz da fé, a promoção de políticas públicas pautadas pela responsabilidade cidadã com a “casa comum”. É a fé cristã a impulsionar segmentos diversos para promoverem a efetivação do direito ao saneamento básico, o que reúne questões fundamentais, como a ampliação do acesso à água tratada e a garantia de que comunidades diversas sejam contempladas com eficazes sistemas de esgoto. Essas prioridades constituem forma efetiva para combater a pobreza, reduzir a mortalidade infantil e garantir a sustentabilidade ambiental.

Com a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, a fé cristã ilumina a realidade, cria a oportunidade para contribuições que vão além dos templos e dos seus cultos. Impulsiona o contexto social e político rumo a novas direções. Sonha-se, pois, com o testemunho ecumênico - na contramão de todo tipo de competição e proselitismo - como investimento no diálogo, à luz da fé em Cristo. Um compromisso que promove a congregação dos cristãos para o intercâmbio de experiências, a partilha de convicções e a efetivação de novas práticas, em âmbitos pessoal, familiar, institucional e governamental. Tudo para que se construa o sonho de Deus: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Isso é possível quando caminham os cristãos de mãos dadas.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Evangelho do Dia

C - 12 de fevereiro de 2016

Mateus 9,14-15

Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha! 
Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará! (Am5,14)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 14 Então os discípulos de João, dirigindo-se a Jesus, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?"
15 Jesus respondeu: Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão.
Palavra da Salvação. 

Comentário do Evangelho
CADA COISA A SEU TEMPO 
A atitude de Jesus em relação aos seus discípulos deixava confundidas certas pessoas. O Mestre orientava-os de forma inusitada; seus ensinamentos não coincidiam com as estritas normas religiosas da época. Ele era suficientemente sensato para não se deixar escravizar por determinadas tradições, nem sempre observadas de maneira conveniente.
O fato de Jesus não exigir dos discípulos a prática do jejum gerava suspeitas em seus opositores. Estes não podiam entender como um rabi passasse por cima de uma tradição tão venerável, e não exigisse dos seus a prática freqüente do jejum.
A visão de Jesus projetava o jejum para além da pura ascese pessoal. Ele o relacionava com a presença do Messias na história humana. Durante o tempo da vida terrestre do Messias-esposo, não convinha jejuar, para que se patenteasse a alegria de sua presença. Ao se concluir sua missão terrena e Jesus voltar para o Pai, então, será tempo de jejuar auspiciando sua nova vinda.
A prática cristã do jejum é uma forma de manter-se sempre atento, à espera do Messias que vem. A intemperança no comer e no beber pode levar o cristão a olvidar-se do caminho traçado pelo Senhor, e a buscar uma alegria efêmera. Só vale a pena festejar, quando se tem certeza da presença de Jesus.

 
Leitura
Isaías 58,1-9
Leitura do livro do profeta Isaías.
58 1 Clama em alta voz, sem constrangimento; faze soar a tua voz como a corneta. Denuncia a meu povo suas faltas, e à casa de Jacó seus pecados.
2 Sem dúvida eles me procuram dia após dia, desejam conhecer o comportamento que me agrada, como uma nação que houvesse sempre praticado a justiça, sem abandonar a lei de seu Deus. Informam-se junto a mim sobre as exigências da justiça, desejam a presença de Deus.
3 De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários.
4 Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz.
5 O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor?
6 Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo.
7 É repartir seu alimento com o esfaimado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seu semelhante.
8 Então tua luz surgirá como a aurora, e tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se; tua justiça caminhará diante de ti, e a glória do Senhor seguirá na tua retaguarda.
9 Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos dirá: Eis-me aqui! Se expulsares de tua casa toda a opressão, os gestos malévolos e as más conversações;
Palavra do Senhor.
 
Salmo 50/51
Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!
Oração
Ó Deus, assisti com vossa bondade a penitência que iniciamos, para que vivamos interiormente as práticas externas da Quaresma. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

HORÁRIO DE MISSA DE CINZAS

COMUNICAMOS QUE NESTA QUARTA FEIRA HAVERÁ MISSA  AS
8h
E AS

19h30

Quaresma, Campanha da Fraternidade


A renovação do Batismo e a celebração da Penitência são marcos neste tempo litúrgico.
Por Dom Adelar Baruffi*

Nesta semana, iniciamos a caminhada quaresmal, na Quarta-feira de Cinzas e, assim, as mais diferentes pastorais e organizações de nossas comunidades vão retomando suas atividades. A catequese reinicia seus encontros e encaminham-se, também, os grupos de reflexão em preparação à Páscoa. Dá-se abertura à Campanha da Fraternidade. Teremos, também, na terça-feira, dia de carnaval, a Romaria da Terra.

39ª Romaria da Terra

No dia 09 de fevereiro, em São Gabriel, acontece a 39ª Romaria da Terra, da Igreja no nosso Estado. Tem como lema: “Cuidar da terra, casa comum.” Procura fazer ressoar o ensinamento do Papa Francisco da Encíclica Laudato Si, para nossa realidade, sobretudo da agricultura familiar. Olha para a história, contemplando a presença dos jesuítas com o povo guarani. Quando estes foram expulsos por portugueses e espanhóis, apresentou-se o heroísmo de Sepé Tiarajú, com seus companheiros, que há 260 anos foram mortos, defendendo seu povo e sua terra. A Romaria procura celebrar e animar a presença de uma Igreja que quer ser samaritana, misericordiosa, a serviço da vida plena para todos, no cuidado da casa comum e promovendo uma ecologia integral, a partir da ótica dos pequenos agricultores.

O caminho quaresmal

Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o caminho quaresmal. É um caminho marcado pela oração, caridade e penitência. Quer nos preparar para celebrarmos, jubilosos, a Ressurreição do Crucificado e, na Vigília Pascal, renovarmos o nosso batismo. “A Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus. Quantas páginas da Sagrada Escritura se podem meditar, nas semanas da Quaresma, para redescobrir o rosto misericordioso do Pai” (Francisco, O rosto da misericórdia, 17). A renovação do Batismo e a celebração da Penitência são marcos neste tempo litúrgico.

A Campanha da Fraternidade
Assim, “o jejum e a abstinência que praticamos, quebrando nosso orgulho, nos convidam a imitar vossa misericórdia, repartindo o pão com os necessitados”. (Prefácio da Quaresma, III). É no contexto da espiritualidade quaresmal que situa-se a Campanha da Fraternidade. Ela tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e como lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca.” (Am 5,24). O objetivo principal é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.” (Texto Base). Esta será uma Campanha da Fraternidade ecumênica. Junto com outras igrejas cristãs nós rezamos assim: “Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies de povos. Dá-nos assumir, na força da fé, e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo para todos. No seguimento de Jesus, com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres. Amém.”
Desejo a todos uma abençoada caminhada quaresmal, com nossas famílias e comunidades.
CNBB 03-02-2016.
*Dom Adelar Baruffi é bispo de Cruz Alta (RS).

Evangelho do Dia

C - 09 de fevereiro de 2016

Marcos 7,1-13

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me a vossa lei como um presente valioso! (Sl118,36.29). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 1 Os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno dele.
2 E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar.
3 (Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos;
4 e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.)
5 Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras?
6 Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
7 Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (Is 29,13).
8 Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens.
9 E Jesus acrescentou: Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição.
10 Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e: Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto.
11 Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta,
12 e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe,
13 anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
UMA FALSA PIEDADE
Certas atitudes dos escribas e fariseus deixavam Jesus irritado. O modo como praticavam a religião parecia-lhe inconveniente. Para umas coisas, eram muito severos; para outras, faziam o que lhes era mais cômodo. Assim, eram rigorosos quando se tratava da pureza exterior, a ponto de não se sentarem à mesa, sem terem lavado, cuidadosamente, as mãos. Quando, porém, se tratava de cuidar de seus pais, não tinham um mínimo de piedade filial. Assim, não tinham escrúpulos de distorcer a Lei de Moisés só para não ter que ajudar os pais carentes. Tal atitude impiedosa invalidava a preocupação com a pureza ritual e tudo o mais que faziam com a intenção de agradar a Deus.
Jesus não suportava um tipo de religião em que o indivíduo se esforça para mostrar-se piedoso diante de Deus, sem gestos de misericórdia em relação ao próximo.
E o que dizer, quando este próximo era o pai ou a mãe? A Lei era severa quanto ao respeito devido aos pais. O mandamento - "Honrarás pai e mãe" - era acompanhado de uma série de exigências bem concretas.
Assim, quando os escribas e fariseus consagravam a Deus o que era devido a seus pais, estavam se opondo à vontade divina. E nem tinham moral para criticar os discípulos que comiam com as mãos impuras.

 
Leitura
1 Reis 8,22-23.27-30
Leitura do primeiro livro dos Reis.
8 22 Em seguida, pôs-se Salomão diante do altar do Senhor, em presença de toda a assembléia de Israel, estendeu as mãos para o céu e disse:
23 Senhor, Deus de Israel, não há Deus semelhante a vós, nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo, na terra; vós sois fiel à vossa misericordiosa aliança com os vossos servos, que caminham diante de vós de todo o seu coração.
27 Mas, será verdade que Deus habite sobre a terra? Se o céu e os céus dos céus não vos podem conter quanto menos esta casa que edifiquei!
28 Entretanto, Senhor Deus meu, atendei à oração e às súplicas de vosso servo; ouvi o clamor e a prece que hoje vos dirijo.
29 Que vossos olhos estejam dia e noite abertos sobre este templo, sobre este lugar, do qual dissestes: O meu nome residirá ali. Ouvi a oração que vosso servo vos faz neste lugar.
30 Ouvi a súplica de vosso servo e de vosso povo de Israel, quando orarem neste lugar. Ouvi-os do alto de vossa morada no céu, ouvi-os e perdoai!
Palavra do Senhor.
Salmo 83/84
Quão amável, ó Senhor, é vossa casa! 

Minha alma desfalece de saudades
e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam
e exultam de alegria no Deus vivo!

Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa,
e a andorinha ali prepara o seu ninho
para nele seus filhotes colocar:
vossos altares, ó Senhor Deus do universo!
Vossos altares, ó meu rei e meu Senhor!

Felizes os que habitam vossa casa;
para sempre haverão de vos louvar!
Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção,
vede a face do eleito, vosso ungido!

 
Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Papa: "Padre Pio é um carinho de Deus Pai"





Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste sábado (06/02), os grupos de oração de São Padre Pio, os peregrinos da Arquidiocese de Manfredonia-Vieste-San Giovanni Rotondo, e devotos do santo de Pietrelcina provenientes de todo o mundo se reuniram com o Papa Francisco na Praça São Pedro em um “encontro de oração”. 

Cerca de 80 mil fiéis participaram da audiência. Desde cedo, antes da chegada do Papa, o público foi animado com cantos e orações. Também o Pregador Oficial do Vaticano, o capuchinho Raniero Cantalamessa, fez uma reflexão e entreteve os fiéis com alguns relatos sobre a vida de São Padre Pio e São Leopoldo Mandic. 
Ao ingressar na Praça, sob os aplausos da multidão, o Pontífice deu uma volta com o Papamóvel, abençoando e trocando seu carinho com os fiéis. A fria, mas ensolarada manhã de inverno, foi o cenário ideal para este evento.
Confessar até a exaustão
Em seu discurso aos devotos, definiu “Padre Pio como um servidor da misericórdia, praticando o apostolado da escuta muitas vezes até o esgotamento”. Através do ministério da Confissão, ele se tornou uma carícia viva do Pai, que cura as feridas do pecado e fortalece o coração com a paz. São Pio não se cansou de acolher as pessoas e ouvi-las, de dedicar tempo e forças para difundir o perfume do perdão do Senhor. Podia fazê-lo porque estava sempre ligado à fonte: saciava a sede continuamente em Jesus Crucificado, e assim se tornava um canal de misericórdia. Carregou no coração muitas pessoas e muitos sofrimentos, unindo tudo ao amor de Cristo que se doou até o fim. Viveu o grande mistério da dor oferecido por amor. Assim, a sua pequena gota se tornou um grande rio de misericórdia que irrigou muitos corações áridos e criou oásis de vida em muitas parte do mundo”.
Oração é a força da Igreja
Na sequência, o Papa recordou que São Pio definia estes grupos de oração “viveiros de fé, fontes de amor”; porque não eram apenas centros de encontro para estar bem com os amigos e se consolar um pouco, mas verdadeiras fontes de amor divino. A oração, dizia ele “é uma força que move o mundo, expande o sorriso e a bênção de Deus sobre todo vazio e fraqueza”.
Segundo o Pontífice, “a oração é uma obra de misericórdia espiritual, um dom de fé e amor, uma intercessão necessária como o pão. Numa palavra, significa confiar: confiar a Igreja, as pessoas, as situações ao Pai, para que Ele cuide de tudo”. Para Padre Pio, “a oração é a melhor arma que temos, uma chave que abre o coração de Deus”.  
Misericórdia corporal
No final de seu discurso, o Papa quis recordar a obra de “misericórdia corporal” criada pelo Santo de Pietrelcina: a Casa Alívio do Sofrimento, inaugurada sessenta anos atrás, que ele queria que fosse um “templo de ciência e oração”, pois “os seres humanos precisam sempre de algo que vai além de uma cura tecnicamente correta. Precisam de humanidade. Precisam da atenção do coração”.
Antes de se despedir, Francisco convidou os fiéis a rezarem junto com ele o Pai Nosso e a Ave Maria. 
Exposição das relíquias
As relíquias dos dois santos se encontram no altar maior da Basílica do Vaticano e estarão expostas para a veneração dos fiéis até o dia 11.
Padre Pio morreu em 1968 e foi canonizado por João Paulo II em 2002.
(CM/MJ)