sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dom Bosco: pai, amigo e educador


Jovens em oração: "Isso basta para que eu vos ame”.
Por Padre Geovane Saraiva*

Sem o rosto jovem, a Igreja se apresentaria desfigurada, disse o papa Bento XVI, por ocasião de sua visita ao Brasil em 2007. Diante da afirmação do papa emérito, estimado leitor, passo a dissertar sobre a Igreja, agraciada com força de uma figura humana, fascinada por Deus e suas criaturas, que exerceu tal fascínio vendo Deus através da juventude empobrecida do seu tempo. Trata-se do dom maravilhoso de São João Bosco, italiano de Turim (1815-1888), uma das pessoas mais populares da nossa civilização cristã. Seu grande e maior legado foi de se preocupar com a educação integral dos jovens, num tempo em que essa porção da sociedade, povo de Deus, começava a ser profundamente atingida por perigos de toda natureza; diante dessa dura realidade, quis ele ser apóstolo dos jovens. Para bem desempenhar sua missão libertadora em favor dessa gente tão querida por Deus, jamais lhe faltou sabedoria, dons humanos e sobrenaturais. Jesus, o bom Pastor, iluminou sua inteligência e a modelou, de modo que, foi levado a conhecer e a amar o Senhor, como tão bem expressa na Escritura Sagrada: "Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face" (Sl 4, 7).

Ele pensava ser sacerdote e sempre afirmava: "Quando crescer, quero ser sacerdote para tomar conta dos meninos. Os meninos são bons; se há meninos maus é porque não há quem cuide deles". A Divina Providência atendeu os seus anseios. Em 1835 entrou para o seminário de Chieri, perto de Turim, Itália. Ordenado Sacerdote no dia 05/06/1841, logo deu provas do seu zelo apostólico. No dia 8 de dezembro do mesmo ano iniciou o seu apostolado juvenil em Turim, catequizando um humilde rapaz de nome Bartolomeu Garelli. É aí que iniciou a origem de sua grande obra, que nós a conhecemos como os oratórios salesianos destinados aos jovens pobres, em tempos difíceis. Sua intenção era de ampará-los, preservando-os da ignorância religiosa e todo tipo de mal que os envolviam. Em 1846, estabeleceu-se definitivamente em Valdocco, bairro de Turim, onde fundou o Oratório de São Francisco de Sales.

Ao oratório, juntou uma escola profissional, depois um ginásio, um internato etc. Em 1855 deu o nome de Salesianos aos seus colaboradores, fundando assim, em 1859, com os seus jovens salesianos a Sociedade ou Congregação Salesiana, que para eles foi educador, pai e guia no caminho da salvação, sempre pronto a prevenir em vez de reprimir. Criou ainda a Associação dos Cooperadores Salesianos, como prodígio da providência divina. Podemos, evidentemente, contemplar todo trabalho de Dom Bosco como hino de louvor, com um poema de Deus Pai, que tem sua razão de ser, na firmeza de sua fé, esperança e caridade.

Amou em profundidade a criatura humana, com um carinho especial para com os jovens de seu tempo, a ponto de sensibilizá-los através de seus pensamentos e frases, a saber: "Basta que sejam jovens para que eu vos ame”; "Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens”; "O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele"; "Ganhai o coração dos jovens por meio do amor"; "A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos”.

O método educativo e apostólico de Dom Bosco se inspirou num humanismo cristão, buscando motivações e energia nas fontes da sabedoria evangélica, de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isto concretizou seu desejo, abrindo escolas de alfabetização, artesanato, casas de hospedagem, ambiente de diversão, com catequese e qualificação profissional. E é exatamente por isso que a Igreja reza: "Ó Deus que suscitastes São João Bosco para educador e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos” (Missal Romano, pg. 546).

O uso didático de suas frases e pensamentos, relacionados aos meninos pobres dos oratórios, padres e irmãs, que se tornaram seus parceiros e colaboradores, foram de uma vitalidade tal, que o tornou um extraordinário benfeitor da humanidade. Embora os seus pensamentos sejam do século XIX, os temos como atuais e profundamente carregados de sabedoria, demonstrando o imenso carinho que Dom Bosco nutriu pelos jovens. Tratando-os jamais como um problema, mas como uma solução, tornando-se patrimônio da humanidade, na sua larga visão do mundo, dentro de uma realidade desafiadora, olhando para o futuro.

De estatura atlética, memória descomunal, inclinado à música e a arte, Dom Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança, além de ser um escritor de raríssima qualidade.  O grande apóstolo da juventude partiu para o céu aos 31 de janeiro de 1888, na cidade de Turim, deixando indelevelmente sua marca espalhada por diversos países da Europa e da América. Sua vida e seu ideal perseguido foi o do amor ao próximo, como costumava afirmar que Deus o chamou e o colocou no mundo, não para viver para si e sim para Ele, através do próximo, vendo com os próprios olhos sua obra crescer e prosperar. Ele mesmo enviou seus filhos salesianos em 1883, para fundar o Colégio Santa Rosa em Niterói, primeira casa salesiana do Brasil, de ensino fundamental. A segunda casa dos filhos de Dom Bosco, foi em 1886, com a fundação do Liceu Coração de Jesus, na cidade de São Paulo.

Homem que marcou em profundidade uma época, até mesmo com visões e sonhos. Ele que viveu na Itália, teve visões reveladoras, inclusive, o grande sonho que viria a ser revelado, tornando-se imprescindível nas últimas decisões de Juscelino Kubitschek, no que diz respeito à construção da Capital Federal no Planalto Central. No seu sonho, revelou que foi arrebatado pelos anjos, entre os paralelos 150 e 200 graus, onde havia uma enseada bastante extensa e larga, partindo de um ponto onde se formava um lago. Eis o sonho do Dom Bosco como uma simbologia, o qual se transformou em realidade, na construção e inauguração da cidade de Brasília, aos 21 de abril de 1960.
* Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.

Por que o papa pede que bebês sejam batizadas o quanto antes?


Papa: “Os sacramentos nos encorajam a ser missionários".
Por Andrea Tornielli
Durante a audiência dessa quinta-feira (6), o papa Francisco, acrescentando, como de costume, explicações que tornam mais compreensível e intenso o discurso preparado, falou sobre a "força" dos sacramentos. Explicou que "não são aparências, não são ritos; os sacramentos são a força de Cristo, os sacramentos estão em Cristo. Quando celebramos a missa, na Eucaristia, Jesus está vivo, é justamente Ele que nos reúne, que nos faz comunidade, que nos faz adorar ao Pai".

Bergoglio destacou que "em cada encontro com Cristo, os sacramentos nos oferecem a salvação, nos convida para ‘ir’ e comunicar aos demais uma salvação que podemos ver, tocar, encontrar e acolher, e que é realmente credível, porque é amor”. É por isso que “os sacramentos nos encorajam a ser missionários e a levar o compromisso apostólico do Evangelho a todos os ambientes, inclusive aos mais hostis. Eles constituem o caminho mais autêntico de uma assídua vida sacramental, enquanto participação da iniciativa da salvação de Deus, que quer oferecê-la a todos”.

“E por isso – explicou o papa – é importante fazer a comunhão: é importante que as crianças sejam logo batizadas; é importante que sejam confirmadas”. Porque “esta é a presença de Jesus Cristo em nós, que nos ajuda”. Também “é importante, quando nos sentimos pecadores, buscar o Sacramento da reconciliação. ‘Não, Padre, tenho medo porque o sacerdote irá nos reprimir!’ Não, o sacerdote não irá te reprimir. Você sabe o que encontrará no Sacramento da reconciliação? Jesus, Jesus que te perdoa. É Jesus que está te esperando ali, e este é um Sacramento. E isto faz com que toda a Igreja cresça”.

Assim, Francisco insistiu na importância do batismo para as crianças e sobre a importância da comunhão. Em muitas ocasiões, quando ainda não era cardeal, Bergoglio repetiu que a Igreja deve “facilitar” a fé das pessoas, mais do que regulá-las. E justamente em relação ao acesso aos sacramentos, sempre realizou muitos batismos, inclusive em situações de peregrinações e de grandes festas dedicadas aos santos. Administrava-os após breves catequeses.

No livro-entrevista com Francesca Ambrogetti e Sergio Rubin, o então arcebispo de Buenos Aires contou que acabava de batizar sete filhos de uma mãe, uma viúva pobre, que ganhava a vida limpando casas e que cujos filhos são de diferentes pais. A mulher estava muito preocupada porque não havia batizado seus filhos, por isto, dirigiu-se a Bergoglio em uma celebração da festa de São Caetano. Não os tinha batizado porque não tinha dinheiro para a festa, nem para que os padrinhos, que viviam longe, viajassem. Sendo assim, Bergoglio deu-lhe uma autorização. “Conversávamos pelo telefone e veio me ver, dizia-me que nunca conseguia encontrar todos os padrinhos e reuni-los... Por fim, disse-lhe: ‘Façamos tudo com apenas dois padrinhos, que irão representar aos demais’. Vieram todos aqui, e, após uma pequena catequese, batizei-lhes na capela do arcebispado. Após a cerimônia, tivemos um pequeno lanche”. A mãe das crianças disse à Bergoglio que não estava acreditando e que isso a fez se sentir importante.  Então, o ainda cardeal respondeu: “Mas senhora, o que eu tenho a ver? É Jesus que a torna importante’”.

"Após uma pequena catequese...". Ao ouvir estas palavras, alguém poderia pensar sobre os caminhos da iniciação cristã nas Igrejas europeias. Muitas vezes, o sacramento dos filhos também é a ocasião para se dirigir aos seus pais, para propô-los novamente a proclamação do Evangelho. E é compreensível que se trate percursos de certa duração. São as famílias as que atrasam os batismos, ao passo que são dioceses as que atrasam, cada vez mais, as comunhões e as confirmações. Com o risco de que se pense que o sacramento é um ponto de chegada, o objetivo de uma preparação. E que depende da preparação de quem o recebe. Obviamente é necessário estarmos preparados. Contudo, corre-se o risco de não dar o justo peso para essa “força” do sacramento, da qual falava Francisco, como se a eficácia dependesse exclusivamente da (longa) preparação de quem o recebe.
Vatican Insider, 06-11-2013.

A ressurreição, uma certeza ou uma esperança?

Ressuscitar não é voltar a ser como antes, é voltar a ser como depois.


"Ressurreição não é tornar-se outro, é tornar-se outramente."
Por Raymond Gravel
Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico. Nós acompanhamos Jesus na sua subida para Jerusalém a partir do Evangelho de Lucas. Eis que hoje o Jesus do Evangelho de Lucas afirma que o nosso Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos (Lc 20,38). Nós somos prometidos, portanto, não à morte, mas à Vida e essa Vida já começou. Isso deveria transparecer em nossos rostos de cristãos e de cristãs; nós devemos viver já em ressurreição. Nietzsche dizia: “Eu acreditarei nos cristãos no dia em que eles tiverem semblantes de ressuscitados”.

O que é a Ressurreição?

Muitas pessoas, hoje, mesmo entre os cristãos, não acreditam na Ressurreição. Para alguns, a morte é o fim de tudo e a Ressurreição é apenas a resposta à recusa de morrer e o reflexo de uma ignorância persistente que se opõe à realidade científica. Outros, mesmo entre os cristãos, acreditam na reencarnação, isto é, nas sucessivas vidas que permitem às almas se purificarem, emprestando sucessivos corpos, até a divinização. Pessoalmente, acredito na Ressurreição e sei que a minha fé não é fruto da minha ignorância e que ela não se opõe à ciência. É evidente que a minha fé não é uma certeza, e é melhor que seja assim, porque os crentes seguros de si mesmos, são, muitas vezes, integristas e extremistas que impõem sua religião a todo o mundo... O que é contrário ao Deus de Jesus Cristo.

Bernanos dizia que sua fé estava cheia de dúvidas: "24 horas de dúvidas, menos 1 minuto de esperança". Mas que esperança! Uma esperança a toda prova, dizia Doris Lussier: "Eu não digo: eu sei; eu digo: eu creio. Crer não é saber. Eu saberei quando verei, como os outros. Se eu tenho o saber... E, além disso, depois de tudo, como eu disse um dia a um amigo descrente: tu sabes, nossas respectivas opiniões sobre os mistérios do além não têm grande importância. No que nós acreditamos ou não, isso não muda absolutamente nada da verdade da realidade: o que é e..., e o que não é não é, um ponto, é tudo. E temos de conviver com isso".

Por outro lado, se eu li bem o evangelho de hoje, me dou conta de que a Ressurreição não está na ordem da materialidade; ela não é, sobretudo, a reanimação de um cadáver que continua a viver como antes. E para provar isso, Jesus diz aos saduceus que tentam provar pelo absurdo a ideia da ressurreição, falando da lei judaica do levirato (Dt 25,5-6) que obriga o irmão de um morto a esposar a viúva desse para dar uma descendência ao seu irmão: "´Mestre, Moisés escreveu para nós: Se alguém morrer, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de que possam ter filhos em nome do irmão que morreu. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem ter filhos. Também o segundo e o terceiro casaram-se com a viúva. E assim os sete. Todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. E agora? Na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa? Todos os sete se casaram com ela!’” (Lc 20,28-33).

Jesus denuncia esta concepção materialista da Ressurreição. Os saduceus não se dão conta de que sua maneira de abordar o problema supõe que Deus se serve do mesmo raciocínio que aqueles nos quais eles mesmos se trancaram. O exegeta francês Jean Debruynne escreve: “Eles querem fazer Deus entrar a qualquer preço em suas adições e subtrações. Mas a ressurreição não é, como supõem os saduceus, um retorno ao passado. Pelo contrário, é a entrada em uma outra vida. Ressuscitar não é voltar a ser como antes, é voltar a ser como depois. Não é tornar-se outro, é tornar-se outramente”.

Mas atenção! Não são apenas os saduceus do tempo de Jesus que pensam dessa maneira. Seu raciocínio é o de muitos cristãos de hoje, que imaginam o além como aqui e que se representam a vida após a vida a partir dos conceitos materiais que correspondem à sua realidade e que eles transportam para o além, para o céu. Quantas vezes, sem se dar conta, os cristãos emprestam a Deus os sentimentos que são os seus, os desejos que habitam neles, os pensamentos que os tranquilizam e os julgamentos que fazem a balança pesar a seu favor. A Ressurreição é certamente uma vantagem em relação ao que se vive aqui e agora, e o importante não é saber, mas crer e esperar. No limite, mesmo que não houvesse nada depois da morte, poderíamos continuar a crer e a esperar. É exatamente o que uma mulher jovem com câncer disse a um jornalista que lhe dizia: “Se não há nada após a morte, você acreditou por nada, inutilmente!”. Ela respondeu: “Se a fé meu ajudou a viver bem com o meu marido e os meus filhos, e se ela me ajuda a morrer bem, sem me revoltar, em que terei perdido meu tempo? Uma coisa é certa: eu não terei acreditado inutilmente!”.

Ressurreição pessoal e coletiva

Nós não estamos sozinhos na Terra; somos coletividade, comunidade, humanidade. A nossa vida nós a recebemos uns dos outros. Nós somos seres de relação, de comunicação, de comunhão. Estamos em relação com toda a humanidade. É por isso que a Ressurreição não é somente pessoal; ela também é coletiva. São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, dizia: “Ora, vocês são membros dele, cada um no seu lugar” (1 Cor 12,27). “Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria” (1 Cor 12,26). Em seu livro ‘Céu! Para onde vamos?’, André Myre escreve: “Nós fazemos parte uns dos outros, tanto para o bem como para o mal, para ser salvos ou para nos perdermos sozinhos. Se apenas um está perdido, então todos estão perdidos. Se um só é salvo, então todos são salvos. Ora, Cristo ressuscitou, portanto... Daí a grande serenidade dos primeiros cristãos. Eu contribuo para a salvação dos outros e eles para a minha”.

Portanto, como cristãos, somos responsáveis uns pelos outros. André Myre acrescenta: “Nada do que os outros fazem pode me deixar indiferente. Quando estoura uma guerra, é a minha ressurreição que está ameaçada. Quando eu mato uma pessoa, é a sua ressurreição que está ameaçada. Quando a igualdade entre os homens e as mulheres é afetada, é o corpo da humanidade ressuscitada que é rompido. Quando um povo se liberta ou a democracia progride, é a esperança da minha ressurreição que aumenta. Quando um santo se levanta entre nós, é a nossa salvação que se afirma”.

E o julgamento em tudo isso? É uma realidade importante que precisamos viver desde agora. Nossa humanidade é ferida pelas injustiças, pela opressão, pelas guerras. Nós devemos, pois, trabalhar para restabelecer a justiça e restaurar a paz, para que a Ressurreição ecloda no grande dia. Para chegar lá, precisamos reconhecer nossas falhas e repará-las, nossos erros e perdoá-los. Sem isso, a Ressurreição não pode ser plenamente alcançada. André Myre chama esse tempo de tomada de consciência, de arrependimento, de reparação e de perdão, o purgatório. Ele escreve: “O purgatório só faz sentido sobre o pano de fundo de um grande amor, por parte da grande humanidade reunida em um só corpo e tomando consciência de repente do grande amor de Deus por ela. O mal se pagará, mas o amor vencerá. Enfim.”

A solidão corresponde, na perspectiva da responsabilidade coletiva da Ressurreição, ao que é o inferno: “E o inferno?", escreve André Myre. Ele terá sido uma grande solidão, solidão dos idosos ou dos abandonados, solidão dos drogados, solidão dos políticos felizes por fazerem guerra, solidão dos financistas ou dos homens de negócios sozinhos na cúpula e sem vínculos com ninguém, solidão dos homens religiosos que condenam os outros, em nome de Deus. Há tanta solidão!” Mas o inferno, se realmente existe, não pode ser eterno: “Será possível que um ser humano decide excluir-se eternamente da humanidade? Talvez, se ele foi abandonado à sua solidão. Mas se Deus é Deus, como poderá não intervir? Afinal, essa será a felicidade de todos os outros. Quem já amou ou foi amado ou desejou ser amado jamais estará perdido”. Há matéria para reflexões!

Para terminar, podemos dizer com André Myre: "Morrer não é perder tudo, mas encontrar tudo".
Réflexions de Raymond Gravel, 08-11-2013.

Evangelho do dia

Ano C - 08 de novembro de 2013

Lucas 16,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente (1Jo 2,5). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
16 1 Jesus disse também a seus discípulos: "Havia um homem rico que tinha um administrador. Este lhe foi denunciado de ter dissipado os seus bens.
2 Ele chamou o administrador e lhe disse: ‘Que é que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não poderás administrar meus bens’.
3 O administrador refletiu então consigo: ‘Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.
4 Já sei o que fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando eu for despedido do emprego’.
5 Chamou, pois, separadamente a cada um dos devedores de seu patrão e perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves a meu patrão?’
6 Ele respondeu: ‘Cem medidas de azeite’. Disse-lhe: ‘Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve: cinqüenta’.
7 Depois perguntou ao outro: ‘Tu, quanto deves?’ Respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma os teus papéis e escreve: oitenta’.
8 E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
APRENDENDO DE UM ESCÂNDALO
Um autêntico caso de corrupção ofereceu a Jesus a chance de ensinar aos discípulos, mediante uma parábola, a importância de ser esperto em relação ao Reino de Deus.
Naquele tempo, os gerentes de propriedades alheias agiam com muita liberdade, sem um controle imediato. O patrão confiava na responsabilidade do empregado. Este era recompensado pelo que produzia: quanto mais os bens se multiplicavam, tanto maior era o seu salário.
O Evangelho fala de um administrador que, agindo com irresponsabilidade e imprudência, estava desperdiçando os bens que lhe tinham sido confiados. Quando o patrão começa a cobrá-lo por isso, esse administrador arquiteta um plano para garantir seu futuro e sua segurança. Com uma ação fraudulenta, busca granjear a benevolência dos devedores, prejudicando o patrão. Uma vez despedido, teria quem se sentisse na obrigação de recebê-lo, como sinal de gratidão.
Comparando com o Reino, os discípulos são instruídos a serem tão hábeis e espertos como o administrador desonesto. Este, no trato com as coisas humanas, obstinou-se em buscar caminhos para alcançar os seus objetivos. Do mesmo modo, o discípulo do Reino, com relação às realidades celestes, deve ter claro o fim a ser atingido e a maneira mais conveniente de fazê-lo. Neste caso, basta ser obstinado na prática da misericórdia.

OraçãoEspírito que leva a ser esperto nas coisas de Deus, faze-me sempre mais hábil na prática da misericórdia, único meio de se obter a salvação.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 15,14-21
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
15 14 Estou pessoalmente convencido, meus irmãos, de que estais cheios de bondade, cheios de um perfeito conhecimento, capazes de vos admoestar uns aos outros.
15 Se, em parte, vos escrevi com particular liberdade, foi para relembrar-vos. E o fiz em virtude da graça que me foi dada por Deus,
16 de ser o ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, exercendo a função sagrada do Evangelho de Deus. E isso para que os pagãos, santificados pelo Espírito Santo, lhe sejam uma oferta agradável.
17 Tenho motivo de gloriar-me em Jesus Cristo, no que diz respeito ao serviço de Deus.
18 Porque não ousaria mencionar ação alguma que Cristo não houvesse realizado por meu ministério, para levar os pagãos a aceitar o Evangelho, pela palavra e pela ação,
19 pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito. De maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo desde Jerusalém e suas terras vizinhas até a Ilíria.
20 E me empenhei por anunciar o Evangelho onde ainda não havia sido anunciado o nome de Cristo, pois não queria edificar sobre fundamento lançado por outro.
21 Fiz bem assim como está escrito: Vê-lo-ão aqueles aos quais ainda não tinha sido anunciado; conhecê-lo-ão aqueles que dele ainda não tinham ouvido falar.
Palavra do Senhor.
Salmo 97/98
O Senhor fez conhecer seu poder salvador
perante as nações.


Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vosso filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REUNIÃO DO VICARIATO RECIFE SUL 2

Lembramos a todos a nossa reunião do VICARIATO RECIFE SUL 2 no salão paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. A sua presença é muito importante contamos com todos vocês.
Lembramos aos senhores Administradores Paroquiais levar o dinheiro referente ao pagamento da nove missionária. O valor de cada novena é de R$ 1,00.