terça-feira, 30 de julho de 2013

Seguir Jesus, desafio que exige compromisso (2ª parte)


Subida de Jesus e do seu Movimento para Jerusalém, um Caminho de libertação
1 – Introdução

“Jesus toma a firme decisão de partir para Jerusalém.” (Lc 9,51). “Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém.” (Lc 13,22). Esses dois versículos emolduram a 1ª grande parte da Caminhada de Jesus e do seu movimento para Jerusalém (Lc 9,51-13,21). Muitas narrativas compõem essa parte imprescindível do Evangelho de Lucas. Vamos interpretar essas narrativas, não todas, observando como elas podem nos inspirar no Seguimento de Jesus e no compromisso com seu Projeto. Veremos os apelos de Jesus, suas exigências e o compromisso necessário para se seguir o Profeta da Galileia.

1.1 – Não se instalar nem olhar para trás (Lc 9,51-62)

Seguir Jesus é o coração da vida cristã. Em três pequenas cenas, Jesus sacode a consciência dos discípulos. Não busca aumentar o número de seguidores e nem de “adoradores”, mas quer seguidores comprometidos que o acompanhe sem reservas. Seguir Jesus é viver a caminho, sem nos instalarmos no bem-estar e sem buscar religião como refúgio. Jesus desconcerta: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu vais anunciar o reino de Deus” (Lc 9,60). Há “mortos” ainda de pé sem viver o sentido mais profundo da vida. Estão alucinados pelo projeto do mercado endeusado. Não é possível seguir Jesus olhando para trás. Trabalhar no projeto do Pai exige dedicação total, confiança no Deus da vida, audácia para seguir os passos de Jesus e se comprometer com seu projeto.

Seguir Jesus exige uma dinâmica de permanente movimento. A sociedade capitalista nos leva a buscar segurança, o que é uma farsa. É hora de aprendermos a seguir Jesus de forma humilde e vulnerável, porém autêntica e real. Não se distrair com costumes e obrigações que provêm do passado, mas não ajudam a construir uma sociedade justa, solidária e sustentável ecologicamente.

Concordamos com o teólogo José Antônio Pagola ao dizer: “Em tempos de crise é grande a tentação de buscar segurança, voltar a posições fáceis e bater novamente às portas de uma religião que nos proteja de tantos problemas e conflitos”  (p. 166). Cuidado com a busca de segurança religiosa. Hoje devemos viver “com a atmosfera de Jesus” e não “ao sabor do vento que mais sopra”. Há muita gente afundando em “água benta” e busca individual por cura, consolo. Isso é auto-ajuda, é amuleto, não é seguimento de Jesus.

Seguir Jesus implica andar na contramão, remar contra a correnteza de tantos fundamentalismos e da idolatria do consumismo. Exige também rebeldia, coragem, audácia diante de costumes que entortam o queixo e de modas que aniquilam o infinito potencial humano existente em nós.

2.2 - Discípulos identificados com Jesus (Lc 10,1-12.17-20)

Ao longo da viagem para Jerusalém, as pessoas vão se definindo a favor ou contra o processo de libertação, aderindo a Jesus ou fazendo parte dos grupos que o rejeitam e o condenam à pena de morte. Todos são chamados a participar do projeto de libertação (Lc 10,1). O número 72 (setenta, segundo alguns manuscritos) é emblemático. Recorda os setenta anciãos de Israel (cf. Nm 11,16-30). Lembra, ainda, a tábua das nações de Gênesis 10. O apelo a participar no anúncio do Reino é feito a todos, sem exceção.

Qual a identidade dos discípulos de Jesus? A partir de Lc 10,2-12 percebemos sete características que identificam os discípulos e discípulas de Jesus:

1. são pessoas que rezam/oram porque percebem a urgência do projeto de Deus (Lc 10,2);

2. são pessoas que anunciam o Reino em uma sociedade de classes com interesses antagônicos e não empregam os métodos violentos da classe dominante que vai matar e perseguir seus discípulos. Anunciam o Reino de Deus despojados do poder e se regendo pela lógica do amor (Lc 10,3);

3. são pobres (Lc 10,4a) e a mensagem é urgente (Lc 10,4b);

4. são construtores da paz, que é a plenitude dos bens da nova sociedade (Lc 10,5-6);

5. são pessoas que não visam a  lucro (Lc 10,7);

6. são precursores na missão, são pessoas que se preocupam em defender os injustiçados (Lc 10,8-9);

7. são pessoas que não fazem média com a sociedade que rejeita o projeto de Deus (Lc 10,10-11).

Importante observar que há outro envio dos discípulos no Evangelho de Lucas, em Lc 22,35-38, que trata da hora do combate, da luta. No primeiro envio, Jesus indicou aos discípulos que fossem despojados e desarmados. Assim deve ser todo início de missão: conviver, estabelecer amizades, cativar, assumir a cultura do outro, tornar-se um irmão entre os irmãos para que seja reconhecido como “um dos nossos”, estabelecer proximidade, como nos ensina o papa Francisco. Mas, durante a evolução da missão, chega a hora em que não basta esbanjar ternura, graciosidade e solidariedade. È preciso partir para a luta, pois as injustiças precisam ser denunciadas. Ao tomar partido e “dar nomes aos bois”, irrompem-se as divisões e desigualdades existentes na realidade. Os incomodados tendem naturalmente a querer calar quem os está incomodando. É a hora das perseguições que exigem resistência. Por isso “pegar bolsa e sacola, uma espada – duas no máximo.” (Lc 22,36-38).

Resistir não é violência, é legítima defesa. Diante de qualquer tirania e de um Estado violentador, vassalo do sistema capitalista, que sempre tritura vidas e pratica injustiças, é dever das pessoas cristãs resistirem contras as opressões perpetradas contra os empobrecidos, os preferidos de Jesus. Lucas, em Lc 22,35-38, sugere desobediência civil – econômica, política e religiosa. Em uma sociedade desigual, esse é “um outro caminho” a ser seguido por nós, discípulos e discípulas de Jesus, o rebelde de Nazaré.

1.3 - Sejam universais e ecumênicos!

A narração de Lucas, no evangelho, está cheia de prefigurações de uma futura abertura para reconhecer que o Reino de Deus está também no meio dos não judeus, o que se confirma em Atos dos Apóstolos com a abertura “aos de fora”. Já no início do evangelho aparece o tema do universalismo, ao dizer que Jesus será “luz para as nações” (Lc 2,30-32). Ainda antes da missão pública de Jesus já se assinala que “toda carne verá a salvação...” (Lc 3,6), anunciando que a ação de Jesus virá trazer a salvação de Deus, superará barreiras, transporá fronteiras, romperá limites. Como exemplo do universalismo e do ecumenismo defendido por Lucas podemos citar a inegável prioridade que Lucas dá aos samaritanos.

No caminho de subida para Jerusalém, Jesus cura dez leprosos (Lc 17,11-19). Nesse relato, Lucas faz questão de dizer que o único que voltou dando graças a Deus era um samaritano (Lc 17,16), um estrangeiro (Lc 17,18), colocado como paradigma a ser seguido pelos discípulos, porque apresentou fé crítica e criativa, nascida da esperança (Lc 17,12-13), foi dócil à Palavra de Jesus (Lc 17,14), revelou gratidão (Lc 17,16). Com isso, ele não só recebe a cura, mas é salvo.

1.4 - Seja compassivo e misericordioso! Tenha coração aberto e mãos solidárias! (L 10,25-37)

Uma das colunas mestras da teologia de Lucas é a compaixão-misericórdia, a bondade, o amor de Jesus pelos pecadores, marginalizados, pobres e os excluídos (Lc 19,10), explicitados no discurso programático na sinagoga em Nazaré (Lc 4,14-27). No evangelho de Lucas, compaixão e misericórdia verificam-se em ser amigo de pecadores e publicanos (Lc 7,34), na solidariedade com a viúva de Naim (Lc 7,11-17), nas parábolas da misericórdia (Lc 15,4-7.8-10.11-32), no episódio-parábola do Bom Samaritano (Lc 10,29-37), na experiência de Zaqueu (Lc 19,1-10) e no convite para ser misericordioso (Lc 6,36). E mais: ternura, cuidado, compaixão e misericórdia estão disseminadas em todas as páginas do evangelho de Lucas como um tempero que permeia, penetra e perpassa todo o ensinamento e práxis de Jesus de Nazaré.

Gilvander Moreira é frei e padre carmelita. Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), do Serviço de Animação Bíblica (SAB) e Via Campesina. Autor de alguns livros: Compaixão-misericórdia, uma espiritualidade que humaniza (Ed. Paulinas, 1996), Lucas e Atos, uma teologia da História (Ed. Paulinas, 2004) e co-autores de vários livros do CEBI. 

Jovens: protagonistas da História


Para a professora Mariza Rios, JMJ e recentes manifestações comprovam o potencial da juventude brasileira.

Jovens na JMJ: chama da mudança já estava presente
Por Alexandre Vaz
Repórter Dom Total
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada na última semana no Rio de Janeiro, deixou uma lembrança positiva na mente de todos os católicos que estiveram presentes ou acompanharam pelos meios de comunicação os sete dias de encontro. Além de ficar marcada como a primeira viagem do papa Francisco, pontífice que vem propondo novos rumos para a Igreja Católica, a jornada serviu de palco para as manifestações de fé e consciência da juventude brasileira, que se uniu a jovens católicos de diversas partes do mundo para refletir sobre os rumos da sociedade e demonstrar que a fé e a solidariedade são a saída para os diversos dilemas impostos pelo mundo contemporâneo.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio ao Ensino Personalizado (NAEP) e Apoio ao Trabalho de Conclusão de Curso da Escola Superior Dom Helder Câmara, professora Mariza Rios, a participação dos jovens brasileiros na JMJ e nas recentes manifestações nas capitais do país refuta a tese de que a juventude é alienada e distante das questões sociais. Segundo Mariza Rios, o engajamento sempre existiu, porém era visto com descrédito pelos demais setores da sociedade.

“Em minha opinião, os jovens não estão se tornando mais conscientes, nós é que, somente agora, passamos a observar o crescimento do potencial da juventude. É uma planta que vem sendo cultivada por muita gente, ao longo da historia nacional, mas o descrédito depositado nessa camada da população dá-nos a impressão de que tudo começou agora”, ressalta.

Para a professora, mesmo equivocadamente associada ao consumo, à futilidade e ao apego ao supérfluo, a juventude vem demonstrando que ainda pode ser a janela para uma nova perspectiva de futuro, como bem disse o papa Francisco. Para o pontífice, "o jovem que não protesta, não o agrada".
Segundo Mariza Rios, nas palavras e gestos de Francisco, os jovens encontram o estímulo para que tenham fé e assumam seu lugar como atores da História. “O pontífice encoraja os jovens a serem protagonistas das lutas sociais. Dessa forma, rejuvenesce a Igreja de Cristo em pensamento e atitude. Sem obras, a fé carece de vida. Faz, com isso, a unidade entre o sagrado, a qualidade da vida e a justiça social. Nessa paisagem santa, a violência não tem vez, a corrupção representa a obra do mal e a luta desenfreada pelo poder não encontra lugar”, finaliza.
Redação Dom Total

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Dom Fernando celebra Missa de Lançamento do XVI Congresso da Região Nordeste do ECC


Cartaz_Lançamento do CongressoA Arquidiocese de Olinda e Recife sediará em agosto de 2014 o XVI Congresso da Região Nordeste do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Para marcar a preparação e contagem regressiva para o evento, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, preside Missa de Lançamento no dia 3 de agosto. A celebração será às 19h, no Convento São Félix de Cantalice no bairro do Pina.
O congresso deverá reunirá cerca de 500 participantes entre diretores espirituais,  casais (arqui)diocesanos e regionais do ECC dos nove estados e de 62 dioceses do Nordeste. O evento terá como sede o Teatro Tabocas e alguns espaços do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Serão realizados 15 painéis, 3 palestras e  15 círculos de estudos.
Realizado a cada dois ano, o congresso regional já teve o Recife como sede em 1988. O encontro, que será realizado entre os dias 29 e 31 de agosto de 2014, tem como tema “Família: Berço para a vida, protagonista da fé”. O lema é bíblico e foi escolhido a partir do livro de Felipenses: “Lutando juntos numa só alma pela fé do Evangelho”.
O casal coordenador regional Nordeste 2 do ECC, Marcelino e Eliane ressalta que o encontro segue os pilares deste Serviço-Escola da Igreja Católica. “Envolvidos no Espírito de Comunhão e tendo como base os princípios da Doação, Pobreza, Simplicidade, Alegria e Oração, o evento proporcionará momentos de evangelização, formação e reflexão, contribuindo no crescimento espiritual e humano”, afirmaram os coordenadores.

Missa de Lançamento do XVI Congresso da Região Nordeste do Encontro de Casais com Cristo (ECC)
Local: Convento São Felix de Cantalice
Rua Elias Gomes, 72 – Pina – Recife
Dia: 3 de agosto de 2013
Horário: 19h
Da Assessoria de Comunicação AOR

Íntegra do discurso do Papa em Copacabana


papa_discursa_em_copacabana
Veja a íntegra do discurso do Papa Francisco em Copacabana, na Cerimonia de Acolhida:
“Querido jovens, boa tarde!
Vejo em vocês a beleza do rosto jovem de Cristo e meu coração se enche de alegria! Lembro-me da primeira Jornada Mundial da Juventude a nível internacional. Foi celebrada em 1987 na Argentina, na minha cidade de Buenos Aires.
Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa.”
Guardo vivas na memória estas palavras do Bem-aventurado João Paulo II aos jovens: “Tenho muita esperança em vocês! Espero, sobretudo, que renovem a fidelidade de vocês a Jesus Cristo e à sua cruz redentora”.
Antes de continuar, queria lembrar o trágico acidente na Guiana Francesa, no qual a jovem Sophie Morinière perdeu a vida, e que deixou outros jovens feridos. Convido-lhes a fazer um minuto de silêncio e dirigir ao Senhor nossa oração por Sophie, pelos feridos e pelos familiares.
Este ano, a Jornada volta, pela segunda vez à América Latina. E vocês, jovens, responderam numerosos ao convite do Papa Bento XVI, que lhes convocou para celebrá-la. Agradecemos-lhe de todo coração! O meu olhar se estende por esta grande multidão: vocês são muitíssimos!
Nesta semana, o Rio se torna o centro da Igreja, o seu coração vivo e jovem, pois vocês responderam com generosidade e coragem ao convite que Jesus lhes fez de permanecerem com Ele, de serem seus amigos.Vocês vêm de todos os continentes! Normalmente vocês estão distantes não somente do ponto de vista geográfico, mas também do ponto de vista existencial, cultural, social, humano. Mas hoje vocês estão aqui, ou melhor, hoje estamos aqui, juntos, unidos para partilhar a fé e a alegria do encontro com Cristo, de ser seus discípulos.
O “trem” desta Jornada Mundial da Juventude veio de longe e atravessou toda a Nação brasileira seguindo as etapas do projeto “Bote Fé”. Hoje chegou ao Rio de Janeiro. Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa. Olhando para este mar, para a praia e todos vocês, me vem ao pensamento o momento em que Jesus chamou os primeiros discípulos a segui-lo nas margens do lago de Tiberíades.
Hoje Jesus ainda pergunta: Você quer ser meu discípulo? Você quer ser meu amigo? Você quer ser testemunha do meu Evangelho? No coração do Ano da Fé, estas perguntas nos convidam a renovar nosso compromisso de cristãos. Suas famílias e comunidades locais transmitiram a vocês o grande dom da fé; Cristo cresceu em vocês.
Hoje, vim para lhes confirmar nesta fé, a fé no Cristo Vivo que mora dentro de vocês; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da fé de vocês!”
Saúdo a todos com muito carinho. A vocês, aqui congregados dos cinco continentes e, por meio de vocês, a todos os jovens do mundo, particularmente aqueles que não puderam vir ao Rio de Janeiro, mas estão em ligação conosco através do rádio, televisão, internet, digo: Bem-vindos a esta grande festa da fé!
Em várias partes do mundo, neste mesmo instante, muitos jovens estão reunidos para viver juntos este momento: sintamo-nos unidos uns com os outros, na alegria, na amizade, na fé.
E tenham certeza: o meu coração de Pastor abraça a todos com afeto universal. O Cristo Redentor, do alto da montanha do Corcovado, lhes acolhe na Cidade Maravilhosa.
Quero saudar o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, estimado cardeal Estanislau Rylko, e todos aqueles que com ele trabalham. Agradeço a Dom Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, pela cordialidade com que me recebeu e pelo grande trabalho realizado para preparar esta Jornada Mundial da Juventude, junto com as diversas dioceses desse imenso Brasil.
Agradeço a todas as autoridades nacionais, estaduais e locais, além de outros envolvidos, para concretizar esse momento único de celebração da unidade, da fé e da fraternidade. Obrigado aos irmãos no Episcopado, aos sacerdotes, seminaristas, pessoas consagradas e fiéis que acompanham os jovens de diferentes partes do nosso planeta, na sua peregrinação rumo a Jesus.
A todos e a cada um meu abraço afetuoso no Senhor.
Irmãos e amigos, bem-vindos à vigésima oitava Jornada Mundial da Juventude, nesta cidade maravilhosa do Rio de Janeiro”.

Fonte: Jovens Conectados

Em discurso duro, papa critica bispos e pede reforma da Igreja


Em encontro com o Celam, Francisco atacou o abuso de poder na Igreja, a mentalidade de 'príncipes' entre os cardeais, o carreirismo e a distância imposta pelos bispos aos fiéis

Papa com os bispos: Igreja 'atrasada' e com 'estruturas caducas'
Por Jamil Chade

Um ataque ao abuso de poder na Igreja, à mentalidade de "príncipes" entre os cardeais, à inclusão de ideologias sociais no Evangelho - tanto marxista como liberal - e uma denúncia frontal contra o carreirismo e contra a distância imposta pelos bispos aos fiéis. Em um duro e longo discurso, considerado o principal de seu pontificado até agora, no encontro com o Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o papa Francisco apelou por uma Igreja "atual" e apresentou um raio X dos problemas da Igreja que, segundo ele, estão impedindo seu crescimento e fazendo proliferar sua "imaturidade".

Sem meias-palavras, Francisco alerta: a Igreja está "atrasada" e mantém "estruturas caducas". Para ele, chegou o momento de a Igreja entender que precisa se modernizar e deixar de viver de tradições ou apenas de vender esperanças para o futuro. A ocasião escolhida para apresentar seu "programa de governo" para tentar reconstruir a Igreja foi a reunião que manteve com os cardeais latino-americanos, neste domingo (28), no Rio. "Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no ‘hoje’", declarou. "O ‘hoje’ é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o ‘hoje’ é uma centelha de eternidade. No ‘hoje’, se joga a vida eterna", insistiu.

"O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade", declarou, lembrando que isso "exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade". "O discipulado-missionário é o caminho que Deus quer para a Igreja ‘hoje’”.
Francisco, porém, ao apresentar essa estratégia como forma de reconquistar fiéis e retomar a posição de influência da Igreja, alertou justamente para vícios e tentações que a instituição atravessa e que precisa abandonar para poder retomar sua credibilidade.

 "A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações", alertou. "É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas", disse. Para ele, essas tentações ameaçam "deter e até fazer fracassar" a ação pastoral.

Uma delas seria a "ideologização da mensagem evangélica", numa primeira referência direta contra tendências que ganharam força na América Latina nos anos 70 e que foram combatidas pelo Vaticano com dureza. "Essa é uma tentação que se verificou na Igreja desde o início e, em alguns momentos, foi muito forte", disse. Para o papa, uma dessas ameaças de ideologização é o "reducionismo socializante". O argentino, porém, faz questão de atacar não apenas a Teologia da Libertação, mas também tendências liberais. "A tentação engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até a categorização marxista", declarou.
O resultado disso tudo, segundo o papa, é uma Igreja com "falta de maturidade adulta e de liberdade cristã". "Ou essa Igreja não cresce ou se abriga sob coberturas de ideologizações", atacou.
Príncipes

A superação dessa crise, segundo o papa, exigirá bispos com novas atitudes. Para ele, são pessoas que devem "guiar", não comandar. "O perfil do bispo deve ser de pastores, próximos das pessoas, homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida.

"Homens que não tenham ´psicologia de príncipes´", disse, numa referência aos termos que são usados em Roma para descrever os cardeais. "Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra", insistiu.

Francisco alertou que não está criando nada novo ao pedir que os bispos se aproximem dos fiéis. Mas criticou abertamente a Igreja latino-americana. "Na América Latina e no Caribe, existem pastorais ‘distantes’, pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais... obviamente sem proximidade, sem ternura, nem carinho. Há pastorais posicionadas com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro: encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos", disse.
O Estado de S. Paulo, 29-07-2013.

Francisco, mensageiro de alegria e esperança


Presença do papa no Brasil marca um novo tempo para a Igreja Católica, que busca estar sintonizada com a 'mudança de época'

Por Faustino Teixeira
Num dos mais bonitos e sensíveis documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965), sobre a Igreja no mundo de hoje (Gaudium et Spes), encontramos uma chave importante para entender o pontificado de Francisco: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (GS 1). A viagem de Francisco ao Brasil traduz maravilhosamente essa busca de sintonia com o tempo, de testemunho evangelizador, de compromisso com o outro e de abertura dialogal.
O papa, que em sua chegada ao país pede licença para acessar o povo brasileiro, conquistou, de fato, o seu coração. É um encanto e sedução generalizados, que não se reduz ao circuito da Igreja católica. Dizia em sua chegada que o objetivo de sua viagem era o de “alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração”. Esse objetivo foi realizado com sucesso, e por várias razões: pelo carisma de Francisco, pelo seu sorriso despojado, pelo seu testemunho de humildade, por sua atenção e generosidade, bem como sua coragem de anunciar um jeito novo de ser Igreja. Mas também acrescentaria, talvez como um segredo maior, sua linda experiência de Deus. Trata-se de alguém que se deixa “surpreender por Deus”, pelo toque inusitado de seu amor, e isso se irradia como fragrância sedutora por todo canto.

Passos importantes de sua presença no Brasil já foram bem destacados, como a profética mensagem para a comunidade de Varginha, no complexo de favelas de Manguinhos. Ali pôde sinalizar que o traço de solidariedade é a grande lição que a gente simples do Brasil tem a oferecer ao mundo inteiro. E, curiosamente, foi esse o traço singular que envolveu a dinâmica das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e seu projeto de Igreja que ecoou por toda parte. Francisco busca resgatar vivamente essa lição.

Na continuidade de sua peregrinação ao Brasil, a data de 27 de julho fica também marcada com os traços de sua presença acolhedora e profética. Uma parte importante do dia dedicou sua fala aos ministros da Igreja católica, seja no início da manhã, em missa realizada na catedral metropolitana do Rio de Janeiro, como no almoço oferecido no Palácio São Joaquim. Nos dois espaços, o tema da evangelização ganhou um lugar de destaque. Em sua homilia durante a missa, Francisco sublinha os três aspectos que devem animar os ministros na sua tarefa de anúncio evangelizador: a consciência do chamado de Deus, o compromisso do anúncio do Evangelho e a promoção da cultura do encontro. Enfatizou a importância de um anúncio animado pela coragem e ousadia. Como bem sinalizou Paulo VI na Exortação Apostólica, Evangelii Nuntiandi, evangelizar é “tornar nova a própria humanidade” (EN 18). Assim também o entende o papa Francisco. Mas adverte que o “permanecer” em Cristo não significa ensimesmamento ou entrincheiramento eclesial, mas “um permanecer para ir ao encontro dos demais”.

No discurso mais longo de sua viagem, dedicado aos cardeais do Brasil, presidência da CNBB e os bispos da região, novamente esse tema da evangelização. Como de costume, faz recurso a uma passagem do evangelho – o episódio de Emaús ( Lc 24,13-15), para animar sua reflexão. Sublinha que hoje em dia há muitas pessoas que, como os dois discípulos de Emaús, encontram-se em dissintonia ou desafeição com a Igreja, seja na busca de “novos e difusos grupos religiosos”, seja numa vida distanciada de Deus. A passagem de Emaús serve como mote para uma reflexão mais ousada sobre o distanciamento eclesial da vida concreta das pessoas. Junto com essa consciência, a advertência em favor de um novo posicionamento.
“Serve uma Igreja que, na sua noite, não tenha medo de sair. Serve uma Igreja capaz de interceptar o caminho deles. Serve uma Igreja capaz de inserir-se na sua conversa. Serve uma Igreja que saiba dialogar com aqueles discípulos que, fugindo de Jerusalém, vagam sem meta, sozinhos, com o seu próprio desencanto, com a desilusão de um cristianismo considerado hoje um terreno estéril, infecundo, incapaz de gerar sentido”.

O desafio que se apresenta nesse tempo atual, marcado por uma crise eclesial sem precedentes, é o de uma Igreja que se faz presença. Na visão de Francisco, urge uma “Igreja capaz de fazer companhia, de ir para além da simples escuta; uma Igreja que acompanha o caminho pondo-se em viagem com as pessoas”. Para Francisco, a solução não está numa Igreja encastelada mas numa comunidade que seja “capaz de aquecer o coração”. E isso exige sintonia com o compasso do outro, para além da lógica da eficácia: de “tempo para ouvir”, de “paciência para costurar novamente e reconstruir”, de “saber sintonizar o passo com as possibilidades dos peregrinos, com os seus ritmos de caminhada”. Na noite anterior, ao discursar após a Via Sacra, esse tema já havia sido abordado, e de forma ousada, quando tratou da situação de tantos jovens “que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e ministros do Evangelho”.

Ao discursar no Teatro Municipal para segmentos da sociedade civil e lideranças religiosas, no dia 27 de julho, o bispo de Roma volta a falar na “cultura do encontro” e o no desafio de um “diálogo construtivo”. O diálogo é a opção certeira contra a “indiferença egoísta” ou o “protesto violento”. E um diálogo que seja amplo, envolvendo partilha com as diversas gerações, com o povo, com as culturas e religiões. Não há saída feliz para o horizonte da humanidade a não ser pelo diálogo: “É impossível imaginar um futuro para a sociedade sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos”. Francisco mostra mais uma vez seu estado de atenção ao ritmo das ruas, às “energias morais” que animam a juventude brasileira em seus protestos em favor de uma sociedade distinta e de uma democracia em tom maior. Reconhece ainda que as tradições religiosas têm um papel importante na construção desse futuro de paz, e que também o Estado atua positivamente em favor de uma laicidade mediadora, ou seja, de uma laicidade “que sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religiosa na sociedade, favorecendo suas expresses concretas”.
Ao final do dia 27, em seu discurso durante a Vigília de Oração, o papa Francisco fala explicitamente nos protestos protagonizados pela juventude brasileira desde o mês de junho. Indica estar acompanhando com atenção toda essa movimentação em favor de mudanças no país. E sua palavra não é em favor de uma omissão da juventude católica, mas de incentivo à participação nas ruas: “Os jovens nas ruas, vocês têm de ser protagonistas, vocês têm de superar a apatia e oferecer uma resposta cristã para as inquietações sociais. Que se envolvam em um trabalho pelo mundo melhor. Não sejam covardes, se metam, saiam às ruas, como fez Jesus”.
A presença de Francisco no Brasil marca um novo tempo na vida da Igreja católica, que busca estar sintonizada com a “mudança de época”. No espírito aberto do Vaticano II, convoca toda a comunidade para um real aggiornamento. Imbuído da mesma sensibilidade de João XXIII, sublinha a ousadia de novos passos para a Igreja, contra todos aqueles “profetas de desventura”, que se fixam numa lógica de mera continuidade com o passado ou que buscam acentuar sua prática pastoral com o reiterado exercício do “não”: não mudar a fé da Igreja, não mudar a doutrina, não mudar a prática pastoral etc. Os jovens mostram com energia e vitalidade sua expectativa numa Igreja que se firma num fermento evangelizador que propicia mudanças, para além de uma Igreja que só consegue fornecer “palavras seguras” mas desencantadas.
O que Bergoglio nos apresenta não é apenas um “estilo diferente” de exercício papal, mas “um outro modelo de Igreja”. É o que diz com acerto o vaticanista Marco Politi, em entrevista publicada no jornal O Globo (28/07/2013). Para ele, Francisco “abriu uma revolução” no âmbito da comunidade ecclesial. Como no Vaticano II, a primavera volta a mostrar seu rosto iluminado na Igreja, e a nova música que se apresenta tem os toques da acolhida, do serviço e da colegialidade.
Instituto Humanitas Unisinos

Em entrevista, papa fala sobre perda de fiéis e reforma da Cúria


Rio de Janeiro – O papa Francisco concedeu a primeira entrevista do seu pontificado, na qual reafirmou a sua exigência de “simplicidade” e de uma Igreja próxima das pessoas. “Deus pede-nos neste momento maior simplicidade”, declarou em entrevista a uma emissora de televisão brasileira, durante a viagem ao Brasil, que se concluiu este domingo (28). A entrevista foi transmitida após a partida do papa para Roma, depois de uma visita de sete dias ao país. "Penso que temos de dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza", observou.
Francisco foi questionado sobre a diminuição da percentagem de católicos no Brasil e levantou "uma hipótese" para explicar o “drama da fuga”: a falta de proximidade. “Para mim é fundamental a proximidade da Igreja, porque a Igreja é mãe”, explicou. O papa adverte que “quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só comunica com documentos, é como uma mãe que comunica com o seu filho por carta. A mãe beija, cuida, acaricia e alimenta (o seu filho). Não por correspondência”, acrescentou.
Reforma da Cúria
Francisco comentou os casos de fuga de documentos reservados (vatileaks), as questões ligadas ao chamado Banco do Vaticano e outros “escândalos”. “A Cúria Romana sempre foi criticada”, começou por dizer, elogiando os “muitos santos” que trabalham nos organismos centrais do Vaticano e admitindo que “isso não se vê”. “Ouve-se o ruído dos escândalos. Agora estamos com um, um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de um monsenhor (Núncio Scarano). Belo favor faz esse senhor à Igreja, não?", assinalou.
O primeiro papa latino-americano da história da Igreja recordou que, antes do conclave, os cardeais falaram "claramente sobre os problemas". "Também se falou se certas reformas funcionais que era preciso fazer”, precisou.
Nesse sentido, Francisco adiantou que a comissão de oito cardeais representantes dos cinco continentes que nomeou para o aconselharem no governo da Igreja e também para estudarem o documento que regulamenta a Cúria Romana vai reunir-se pela primeira vez entre 1 e 3 de outubro. “Não acredito que saiam daí decisões definitivas, porque a reforma da Cúria é muito séria e as propostas, se são muito sérias, precisam de amadurecer”, adiantou.
Francisco estima que sejam necessárias “mais duas ou três reuniões” antes de ser visível qualquer reforma. “A Igreja tem sempre de ser reformada, para não ficar para trás. Isso é importante não só pelos escândalos do vatileaks, que todo o mundo conhece, mas porque a Igreja precisa sempre de reformar-se”, explicou.
Segurança
Francisco admitiu que é “indisciplinado” em relação à segurança, frisando que não sente “medo”, consciente de que “ninguém morre de véspera”. “Eu não poderia vir ver este povo, que tem um grande coração, detrás de uma caixa de vidro”, explicou, valorizando a necessidade de “comunicação humana”. Segundo o Papa, esta decisão não nasce da vontade de fazer figura de ‘enfant terrible’, mas do desejo de “tratar as pessoas como pessoas”.
O Papa agradeceu o acolhimento caloroso dos brasileiros e gracejou com a tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina. “Negociamos bem: o papa é argentino e Deus é brasileiro”, brincou. Em relação aos protestos dos jovens brasileiros, que se têm manifestado nas últimas semanas, Francisco destacou a importância de "oferecer-lhes lugares para se expressarem e ter cuidado para que não sejam manipulados".
SIR

sábado, 27 de julho de 2013

PROCLAMAS MATRIMONIAIS

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS
ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE

 

PROCLAMAS MATRIMONIAIS


27 e 28 de julho de 2013


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:

·         JOÃO ALBERTO MARTINS COSTA
E
ALICE ALEXSANDRASANTOSVIEIRA


·         PEDRO GERMANO ALVES COELHO
E
IARA DE LIMA DO NASCIMENTO


·         DIORGENES COSTA
E
KATHARYNE LIMA OLEGÁRIO


·         EZEQUIEL AVELINO BARROS NETO
E
CARINE CERQUEIRA SILVA


·         LENILDO OLIVEIRA ARAÚJO
E
MARIA RAFAELA GOMES DE ARAÚJO


·         RAPHAEL QUEIROZ DA SILVA
E
RAFAELLY PADILHA DEQUEIROZ


·         MANUEL ALEJANDRO BULL CORDOVA
E
NAYARA TENÓRIO


  Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado, em  consciência a declarar.

domingo, 21 de julho de 2013

PROCLAMAS MATRIMONIAIS


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS
ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE

 

PROCLAMAS MATRIMONIAIS


20 e 21 de julho de 2013


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:




·         JEFFERSON RAPOSO LUNA LINS
E
MARIA EDJANE ELOY SOARES

·         SEVERINO TAVARES DA SILVA
E
LÚCIA DE FÁTIMA SILVA

·         RAFAEL CORRÊA DE OLIVEIRA NETO
E
ALEXANDRA PATRÍCIA VON KOSTRISCH

·         TADASHI OHASHI  JUNIOR
E
FABÍOLA PEREIRA DE LIMA

·         CARLOS ALBERTO CIDADE NUVENS SILVEIRA
E
MARÍLIA GABRIELA LACERDA PEREIRA NUVENS

·         JOÃO ALBERTO MARTINS COSTA
E
ALICE ALEXSANDRASANTOSVIEIRA

·         PEDRO GERMANO ALVES COELHO
E
IARA DE LIMA DO NASCIMENTO

·         DIORGENES COSTA
E
KATHARYNE LIMA OLEGÁRIO

·         EZEQUIEL AVELINO BARROS NETO
E
CARINE CERQUEIRA SILVA

·         PAULO SERGIO COSTA MORAES DE ALBUQUERQUE
E
ANGELA BARBOSA CORREDOURA

·         LENILDO OLIVEIRA ARAÚJO
E
MARIA RAFAELA GOMES DE ARAÚJO




                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado, em consciência a declarar.

sábado, 20 de julho de 2013

Semana Missionária mostra aos jovens peregrinos projetos de evangelização

SM18072013







Viver e ministrar o acolhimento restaurador como fundamento do anúncio de Jesus. Esse é o carisma da Comunidade Católica Santos Anjos, localizada em Itaipu, no município de Niterói (RJ). A Nova Comunidade, que tem o reconhecimento diocesano, foi fundada em 1993. Ao celebrar 20 anos de missão, a Obra reúne cerca de 100 membros em seis cidades na arquidiocese de Niterói.
Nesta terça-feira (16), os cerca de 40 jovens membros da Juventude Missionária (JM), ligados às Pontifícias Obras Missionárias (POM) do Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, e Angola, que participam da Semana Missionária na cidade de São Gonçalo (RJ), fizeram uma visita à Comunidade Santos Anjos para conhecer o seu carisma e missão.
“Eu e minha esposa Lívia éramos da pastoral familiar. Encontramos a Renovação Carismática, a parte missionária, e começamos a trabalhar em missões em alguns lugares e situações”, explica Paulo Diniz, fundador da comunidade. “Com isso, sentimos a necessidade de começar uma Nova Comunidade. Fazemos um trabalho de evangelização nas paróquias, vamos ao encontro das pessoas e as próprias pessoas vêm ao nosso encontro”.
Após a visita, os jovens peregrinos, seguiram até a paróquia São Sebastião de Itaipu, que acolhe 70 poloneses. Segundo o padre Casimiro Pac, a paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro, estava esperando 1.200 peregrinos para a JMJ. “Não importa a quantidade, mas a qualidade. Esperamos que esta Semana Missionária deixe a marca em nós de como trabalhar, evangelizar e sofrer juntos”, afirma padre Casimiro.
A última etapa da programação do dia foi um passeio pelas praias de Niterói onde os peregrinos tiveram um momento de lazer e interação. De volta a São Gonçalo, a celebração Eucarística na igreja Matriz encerrou mais um dia.
A Semana Missionária acontece em quase todas as dioceses do Brasil como preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013), que acontece de 23 a 28 de julho. A programação inclui três momentos: atividades culturais, espiritualidade e solidariedade missionária; e é realizada também nas dioceses que não têm a presença de jovens estrangeiros. Os peregrinos estrangeiros foram acolhidos em mais de 150 cidades do Brasil.

Milhares de católicos renovam a fé e tomam as ruas do Recife e Olinda na Festa do Carmo


Renata Gabrielle 1304

A fé que cruza cidades, rios, pontes. A fé que arrasta multidões. A fé que supera distâncias e obstáculos. A fé que não tem idade, idioma ou nacionalidade. A fé que emociona. Foi com esta fé que um mar de católicos percorreu cerca de 7,5 Km na procissão de encerramento da Festa de Nossa Senhora do Carmo, co-padroeira do Recife e do Estado de Pernambuco.
A devoção celebrada há mais de 300 anos retornou às origens. Este ano o percurso uniu as cidades do Recife e de Olindam tendo como elo o amor à Virgem do Carmelo. Os fiéis seguiram atá a Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Olinda, primeiro templo carmelita da América Latina. A distância e o cansaço deram lugar ao louvor e à gratidão a Mãe de Deus.
Renata Gabrielle 1229
Na ocasião, o coordenador da Semana Missionária na Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Gimesson Silva, abriu oficialmente o evento preparatório para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013). “Primeiramente, nós tivemos um momento de louvor e acolhida da juventude, com o hino da Jornada Mundial da Juventude”, explicou padre Gimesson.
Duzentos peregrinos vindos da França, Alemanha, Espanha, Polônia, México e Estados Unidos conheceram uma das mais tradicionais e grandiosas festas do Estado. Padres e seminaristas franceses, além dos bispos Jean- François Crozier (Diocese de Rodez – FRA) e Guy André Marie de Kerimel (Diocese de Grenoble Vienne- FRA). Os franceses destacaram a alegria dos pernambucanos e a forma de rezar com gestos e cânticos.

Confira a reportagem exibida na Rede Vida de Televisão
Renata Gabrielle 1362

O arcebispo metropolitano, Dom Fernando Saburido, salientou a presença dos jovens de outros países nas festividades. “Nós nos alegramos muito com isso. Deu uma característica especial à festa. Nós pedimos a Deus que a Festa do Carmo deste ano motive ainda mais as pessoas a um compromisso com a missão. Sobretudo, que toque no coração dos jovens para que eles se sintam movidos pela Palavra de Deus para viver com mais intensidade a missão de anunciar o Reino de Deus”, ressaltou o religioso.
Os devotos tomaram a colina onde fica a Igreja do Carmo de Olinda. Da janela do templo, Dom Fernando concedeu a Bênção do Santíssimo Sacramento.



Da Assessoria de Comunicação AOR 

Dom Fernando recebe grupos de sacerdotes franceses que participam da Semana Missionária


Renata Gabrielle 958

Um intercâmbio. Assim, pode ser definido o encontro do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, com bispos os bispos Dom Jean- François Crozier (Diocese de Rodez – FRA) e Dom Guy André Marie de Kerimel (Diocese de Grenoble Vienne- FRA) e padres franceses. A audiência ocorreu nesta quarta-feira, 17, na Sede da Cúria Metropolitana, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
Os religiosos fazem parte de duas delegações que vieram participar da Semana Missionária na Arquidiocese. Eles foram acolhidos pelas paróquias de Peixinhos e Casa Forte, onde participam de atividades missionárias, sociais e culturais.
Renata Gabrielle 943
Os franceses ficaram admirados com a alegria e quantidade de fiéis presentes na Festa de Nossa Senhora do Carmo, na terça-feira, 16. “Tocou-me a expressão das pessoas que é bem exteriorizada e ao mesmo tempo elas estão concentradas na celebração. A França é mais pudica e expressamos menos os nossos sentimentos”, destacou Dom Guy de Kerimel. Um sacerdote da mesma delegação afirmou: “Aqui vocês rezam como vocês são. É importante rezar com toda a dimensão do ser. Isso é bem brasileiro mesmo.”
Dom Fernando apresentou um breve histórico da arquidiocese composta por cerca de 4 milhões de habitantes e a estrutura organizacional. Relembrou fatos religiosos marcantes e do ex-arcebispo Dom Helder Camara.
Entre os assuntos debatidos no encontro estiveram as vocações tão escassas na Europa e a dificuldade de viver a fé na França. Dom Guy afirmou que a falta de vocações, sobretudo, nas dioceses rurais é uma preocupação para os bispos. “Temos muitos padres idosos e as vocações não aumentaram nos últimos anos. A cultura é muito secularizada. É quase proibido falar de Deus nas ruas”, disse.
Ao perguntarem sobre o número de seminaristas em Olinda e Recife, os peregrinos ficaram surpresos com a resposta e afirmaram “Vocês têm uma Igreja feliz”. Hoje, há 72 jovens nos seminários diocesanos desde o propedêutico até à Teologia.
Renata Gabrielle 951
Dom Jean- François revelou que os jovens franceses têm dificuldade em carregar consigo as questões da fé e dos valores cristãos. “Muitos deles afirmam que quando se é cristão, você se sente sozinho. Para os jovens, vir para encontros como a Jornada Mundial da Juventude é uma forma deles respirarem, refletirem sobre a fé e interagir com jovens de diversas partes do planeta.”
Mas há semelhanças entre a forma de evangelização dos dois países. Os franceses também estão fazendo missão no país. “Hoje, é necessário uma ação pastoral missionária. Temos que ir ao encontro das pessoas e levar o Evangelho. Não podemos mais ficar nas igrejas esperando que venham até nós”, destacou Dom Guy.
Dom Fernando relatou as experiências da arquidiocese nesta área, as visitas pastorais e as prioridades pastorais. “Procuramos reacender o espírito missionário de uma Igreja em estado permanente de missão”, disse.
Renata Gabrielle 945
Semana Missionária- As duas delegações que se encontraram com Dom Fernando estão participando de intensa programações nas paróquias em que foram acolhidos. Os eventos seguem os três pilares sugeridos pela coordenação: espiritualidade, ação social e cultura.
A Semana Missionária foi aberta na última quarta-feira, 16, durante a Festa de Nossa Senhora do Carmo, e segue termina neste sábado, 20, com a Missa de Encerramento. A Celebração de Envio será na Igreja Catedral, Sé de Olinda, a partir das 16h. Já às 18h, os jovens participam na Igreja Nossa Senhora do Carmo do Tríduo. O show Bote Fé na Juventude está marcado para às 20h, na Praça do Carmo, em Olinda.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Multidão participa de caminhada pela Jornada Mundial da Juventude


ipojucaA poucos dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontecerá pela primeira vez no Brasil, a ansiedade toma conta dos católicos. Em Ipojuca, cerca de 500 pessoas, a maioria jovens, participaram de uma caminhada realizada pela Paróquia Nossa Senhora do Ó.
O objetivo foi transformar toda essa expectativa em louvor e orações pelos milhões dos peregrinos e voluntários que estão chegando ao Rio de Janeiro, e claro pelo papa Francisco que chegará na próxima segunda-feira (22).
Na última sexta-feira (18), um trio elétrico com o apoio de alguns carros de som conduziram o grupo pelas principais ruas de Nossa Senhora do Ó, passando pelo centro econômico e histórico.
Os jovens levaram as réplicas da Cruz Missionária e do Ícone de Nossa Senhora. Logo a alegria contagiou toda a cidade. Para marcar o término do evento uma grande louvor foi realizado em frente à Igreja Matriz.
Da Assessoria de Comunicação AOR com informações de Otávio Alves

Encontro Latino-Americano discute linhas de atuação das pastorais universitárias


Belo Horizonte, MG, 20 jul (CNBB) - O Encontro Latino-Americano de Pastorais Universitárias foi aberto na manhã de quinta-feira, 18 de julho, em Belo Horizonte, com a presença de 300 particpantes, entre bispos, jovens, leigos e representantes de dioceses do Brasil, Chile, Argentina, Venezuela, Equador, México, Bolívia e Uruguai.
Vinculado à programação do Congresso Mundial de Universidades Católicas (CMUC), o evento teve o objetivo de refletir sobre as linhas gerais da pastoral universitária e os desafios para se conseguir um novo rosto para a América Latina. O principal destaque do Encontro foi a mesa temática Os novos sentidos e significados na América Latina, com a participação do bispo auxiliar de São Salvador, dom Gregório Saez e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB, dom Joaquim Mol.
Entre os temas em debate, estavam a relação do jovem universitário com a Igreja, a importância da presença de homens e mulheres de fé no ambiente acadêmico e os novos desafios para a Igreja diante dos novos tempos, como sugere a temática do CMUC: Novos Tempos, Novos Sentidos. Dom Joaquim Mol refletiu que as novas tecnologias geram perplexidade e adesão no meio social e, diante das demandas atuais, a Igreja carece de regras e também de pessoas para que seja, também, contemporânea. “É preciso encontrar uma causa comum para estimular uma presença viva no meio universitário. Faz-se necessário buscar um rosto comprometido para a melhoria desse mundo, uma busca por uma educação de qualidade”, pontuou.
O bispo também citou uma reflexão anunciada publicamente pelo papa Francisco: um cristão que não é revolucionário nesse tempo não é cristão. Dom Gregório refletiu o ideal da missão da Igreja, a partir da experiência deixada por Jesus Cristo. "Que seja autenticamente pobre, autêntica e pastoral", instigou.

Experiências de evangelização
“O Encontro Latino-Americano não pode estar desvinculado do CMUC, porque reflete o papel da Igreja na construção de um mundo mais justo e fraterno que divulgue os valores do Evangelho”, pontuou a assessora do Setor Universidades da CNBB e organizadora do evento, irmã Eugênia Lloris Aguado.
 Um encontro similar foi realizado em 2011, na Espanha, e a partir daquela experiência, surgiu a ideia de aprofundar as discussões e propor novas soluções para a construção de uma unidade pastoral latino-americana. “É preciso sair dos muros da universidade, ir além fronteiras e dar visibilidade às experiências bonitas de evangelização no meio universitário”, complementou.
Atividades culturais, animação e relatos de experiências marcaram a programação do Encontro que foi uma porta de entrada para o CMUC, que foi aberto na noite de quinta-feira, 18, durante solenidade na PUC Minas. O CMUC terminará no domingo, 21, com mesas-redondas, palestras, oficinas, atividades culturais e apresentação de trabalhos científicos nas arenas temáticas. O Encontro também foi prestigiado pelo presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, que fez uma reflexão sobre o protagonismo do jovem no ambiente social onde vive. "É importante que o acadêmico dê testemunho da sua fé no meio universitário, uma vez que a universidade prepara cidadãos para assumir responsabilidades profissionais e também sociais. Nos preocupamos com sua formação cultural,espiritual e humana", avaliou.
SIR

Papa Francisco e Dom Helder, exemplos que revigoram a fé cristã


Arcebispo metropolitano de BH ressalta a contribuição do patrono da ESDHC para a sociedade

Francisco e Dom Helder: a força das atitudes cristãs
Por Alexandre Vaz
Repórter Dom Total
Com seu estilo simples e gestos e palavras edificantes, o papa Francisco vem trazendo alegria a milhares de fieis de todo o mundo, que veem nele um exemplo de homem cristão,  genuinamente inconformado com as injustiças sociais e preocupado em difundir a solidariedade entre as pessoas, cada vez mais individualistas e distantes dos valores humanos. Nesse sentido, o papa Francisco mostra a importância que as atitudes, mais do que as palavras, são importantes para a disseminação dos ensinamentos de Jesus, como a tolerância, a humildade e o amor ao próximo.

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e colunista do Dom Total, Dom Walmor de Oliveira Azevedo, ressalta o exemplo que Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife e patrono da Escola Superior Dom Helder Câmara, deu em vida. Trata-se, segundo Dom Walmor, de uma grande referência para a Igreja Católica, uma vez que lutou, com coragem, contra as injustiças e pelos mais pobres.  “Seu exemplo ensina que todo cristão deve se comprometer com o exercício da cidadania, buscando sempre o bem comum”, ressalta o arcebispo, em entrevista exclusiva ao Dom Total.

A visita do papa ao Brasil, em função da Jornada Mundial da Juventude, reacende a esperança de milhares de admiradores, que esperam que a beatificação de Dom Helder Câmara seja tratada durante a passagem de Francisco pelo país. Segundo o arcebispo Fernando Saburido, da Arquidiocese de Olinda e Recife, o processo ainda não foi aberto oficialmente. Mas ele confirmou que já existe uma movimentação, por parte de um grupo de presbíteros, com o objetivo de entregar ao pontífice um abaixo-assinado solicitando o aval do Vaticano para que se iniciem os estudos sobre o assunto.

Sobre a beatificação de Dom Helder, Dom Walmor de Oliveira Azevedo afirma que não foi informado sobre o processo, mas lembra da contribuição que o religioso deu e continua dando para a propagação da fé cristã. “Era uma figura notável, exemplo para todos que desejam edificar um mundo de mais justiça e fraternidade”, afirma.

João XXIII e João Paulo II

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte também ressalta a canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, notícia que, segundo ele, “enche de júbilo o coração da Igreja, dos devotos e de todos aqueles que reconhecem estes admiráveis homens como instrumentos de Deus”.

“O bem aventurado Joao XXIII - bom, simples e sábio - abriu com o Concilio Vaticano II um novo e grande horizonte, contemporâneo, cumprindo sua missão evangelizadora com destemor e profecia. O bem aventurado João Paulo II - jovial, apaixonado por Cristo, consagrado a Maria Mãe de Deus - preparou e localizou a Igreja nos limiares deste terceiro milênio. Ambos, por seus gestos proféticos, escritos, pregações e vidas íntegras, são referências na escola dos santos”, afirma.

Segundo Dom Walmor, os dois novos santos irão ajudar, ainda mais, a propagar os ensinamentos de Deus, “convidando-nos ao bem, à luta pela justiça e à santidade de vida”.
SAIBA MAIS SOBRE DOM HELDER CÂMARA

Veja quem foi Dom Helder Câmara

Veja imagens de Dom Helder Câmara

Leia também: Arcebispo confirma que beatificação de Dom Helder será tratada durante visita do papa

Leia o artigo “Dom Helder Câmara: um Santo Rebelde na Era dos Direitos Humanos”

Leia também “Belo Horizonte celebra aniversário de Dom Helder Câmara”

Leia ainda “Ajuda de Dom Helder Câmara muda vida de maestro”

Simplicidade de Francisco inspira os jovens, afirma Dom Walmor
Redação DomTotal