Dia 11 de Fevereiro - Terça-feira
V SEMANA DO TEMPO COMUM
*
(Verde – Ofício do Dia)
Antífona da entrada: Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s).
Oração do dia
Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e,
como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Reis 8,22-23.27-30)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
8 22 Em seguida, pôs-se Salomão diante
do altar do Senhor, em presença de toda a assembléia de Israel, estendeu
as mãos para o céu e disse:
23 “Senhor, Deus de Israel, não há Deus semelhante
a vós, nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo, na terra; vós sois
fiel à vossa misericordiosa aliança com os vossos servos, que caminham
diante de vós de todo o seu coração.
27 Mas, será verdade que Deus habite sobre a
terra? Se o céu e os céus dos céus não vos podem conter quanto menos
esta casa que edifiquei!
28 Entretanto, Senhor Deus meu, atendei à oração e às súplicas de vosso servo; ouvi o clamor e a prece que hoje vos dirijo.
29 Que vossos olhos estejam dia e noite abertos
sobre este templo, sobre este lugar, do qual dissestes: ‘O meu nome
residirá ali’. Ouvi a oração que vosso servo vos faz neste lugar.
30 Ouvi a súplica de vosso servo e de vosso povo
de Israel, quando orarem neste lugar. Ouvi-os do alto de vossa morada no
céu, ouvi-os e perdoai!”
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 83/84
Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
Minha alma desfalece de saudades
e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam
e exultam de alegria no Deus vivo!
Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa,
e a andorinha ali prepara o seu ninho
para nele seus filhotes colocar:
vossos altares, ó Senhor Deus do universo!
Vossos altares, ó meu rei e meu Senhor!
Felizes os que habitam vossa casa;
para sempre haverão de vos louvar!
Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção,
vede a face do eleito, vosso ungido!
Evangelho (Marcos 7,1-13)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me a vossa lei como um presente valioso! (Sl 118,36.29).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 1 Os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno dele.
2 E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar.
3 (Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos;
4 e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito
abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como
lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.)
5 Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: “Por que não
andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o
pão com as mãos impuras?”
6 Jesus disse-lhes: “Isaías com muita razão profetizou de
vós, hipócritas, quando escreveu: ‘Este povo honra-me com os lábios, mas
o seu coração está longe de mim.
7 Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos’.
8 Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens”.
9 E Jesus acrescentou: “Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição.
10 Pois Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’; e: ‘Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto’.
11 Vós, porém, dizeis: ‘Se alguém disser ao pai ou
à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban,
isto é, oferta’,
12 e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe,
13 anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O PERIGO DA EXTERIORIDADE
Os escribas e fariseus criticavam o comportamento dos discípulos de
Jesus, interpretado como desrespeito às tradições religiosas do povo. Em
última análise, culpavam o mestre Jesus, que levava seus discípulos a
agirem de maneira leviana e irresponsável. A tradição, no parecer deles,
merecia mais respeito. E ficavam escandalizados.
Jesus os desmascarou, pois, atrás da veneração pela tradição,
escondia-se uma enorme hipocrisia. O respeito pela Lei era pura
exterioridade, máscara para a hipocrisia deles. Isso era pior do que a
liberdade dos discípulos de comerem sem lavar antes as mãos.
A habilidade dos escribas e fariseus para encobrirem sua falta de
consideração pela tradição foi posta às claras. Eles eram hábeis para se
eximirem de seu cumprimento, quando isto lhes convinha. Sua submissão à
tradição, portanto, carecia de radicalidade.
Os discípulos de Jesus eram formados de maneira diversa. Ao invés de se
perderem em detalhes e se escravizarem a interpretações meticulosas,
eram exortados a se orientarem pelo espírito da Lei. Isso não invalidava
a letra da Lei, mas os obrigava a ir fundo na busca do seu sentido,
aquele correspondente à mente do Pai. O respeito pela tradição, neste
caso, não se resumia a ações previamente determinadas. Antes, abria um
espaço imenso para a criatividade. Era sempre possível encontrar formas
novas de vivenciar a Lei.
Oração
Senhor Jesus, afasta para longe a hipocrisia que não deixa tua
mensagem criar raízes em mim e viver o projeto do Reino com
autenticidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Senhor nosso Deus, que criastes o pão e o vinho para
alimento da nossa fraqueza, concedei que se tornem para nós sacramento
da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Demos graças ao Senhor pó sua bondade, por suas maravilhas em favor dos
homens; deu de beber aos que tinham sede, alimentou os que tinham fome
(Sl 106,8s).
Depois da comunhão
Ó Deus, vós quisestes que participássemos do mesmo pão e do
mesmo cálice; fazei-nos viver de tal modo unidos em Cristo, que
tenhamos a alegria de produzir muitos frutos para a salvação do mundo.
Por Cristo, nosso Senhor.
MEMÓRIAS FACULTATIVAS
NOSSA SENHORA DE LOURDES
(Branco – Ofício da Memória)
Oração do dia: Ó
Deus de misericórdia, socorrei a nossa fraqueza para que, ao celebrarmos
a memória da virgem imaculada, mãe de Deus, posamos, por sua
intercessão, ressurgir de nossos pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas:
Celebrando a memória da mãe de Jesus, nós vos pedimos, ó Deus, que este
sacrifício nos torne, pela vossa graça, uma oferenda perfeita. Por
Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão:
Fazei, ó Deus, que, participando da redenção eterna ao celebrarmos a
memória da mãe de Jesus, recebamos da plenitude de vossa graça e vejamos
crescer em nós a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (NOSSA SENHORA DE LOURDES):
No dia 11 de fevereiro de 1858, três
meninas saem da humilde casa de um desempregado, o moleiro Soubirous, e
vão apanhar lenha às margens do rio Gave. São elas: Bernadete, uma irmã
e uma amiga.
O tempo está nublado, faz frio e elas precisam atravessar um riacho raso
para chegar ao penhasco rochoso de Massabielle. Bernadete sofre de
asma, detém-se ao longo da margem, enquanto as outras duas atravessam o
rio.
Nisso, um súbito sussurro entre as árvores desperta a atenção de
Bernadete, que ergue o olhar e vê na cavidade da rocha uma “Senhora”
jovem, belíssima, vestida de branco, que lhe sorri. A menina encontra-se
com as duas companheiras e conta-lhes o que viu.
Os pais, informados pela irmãzinha, proíbem Bernadete de voltar à gruta;
depois, vendo-a em lágrimas, cedem e, no domingo, 18 de fevereiro, 20
pessoas para lá se dirigem em companhia da vidente.
A “Senhora” já está esperando por ela. Sorri quando Bernadete borrifa a
rocha com água benta: “Tu me queres fazer o favor”, disse-lhe, “de vir
aqui a cada 15 dias? Não te prometo a felicidade neste mundo, mas no
outro”.
No dia 21 de fevereiro, entre a multidão, acham-se disfarçados três
policiais e alguns funcionários do governo. De repente, o rosto de
Bernadete se ilumina e os homens descobrem a cabeça quando dos lábios da
menina ouvem sair este grito: “Penitência!”
No dia seguinte a Senhora manda beber da fonte... que naquele momento
esguicha aos pés da pedra. É a fonte milagrosa!
No dia 27 de fevereiro convida a menina a beijar a terra como sinal de
penitência pelos pecadores. E diz: “Tu mandarás o sacerdote construir
aqui uma capela”. Mas o padre Peyramale não é amável com Bernadete:
“Pergunta àquela Senhora como se chama”.
Na noite entre 24 e 25 de março, Bernadete transmite à Senhora o pedido
do pároco. “Eu sou a Imaculada Conceição”, responde a Senhora. Uma
resposta inesperada, ao menos nessa formulação, e o pároco, tocado, crê.
Quatro anos antes, Pio IX proclamara solenemente o dogma da Imaculada,
mas Bernadete — “a mais ingênua” dentre as adolescentes da paróquia, que
não sabia nem ler nem escrever — o ignorava.
Lourdes torna-se o centro para onde convergem os doentes de corpo e
alma, à procura do milagre mais cobiçado: a serenidade. A Bernadete
ficou reservado, entre as quatro paredes do convento de Nevers, o
privilégio do sofrimento, como penhor da conversão dos pecadores.