terça-feira, 25 de junho de 2013

Dom Leonardo afirma que “os jovens que saem às ruas também participarão da JMJ”


DomLeo21062013 (1)Em entrevista concedida à Rádio Vaticano na manhã desta segunda-feira, 24 de junho, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner falou sobre as manifestações populares que tem ocorrido em todo o Brasil. “A situação é cada vez mais tranquila, calma, pois começam a se distinguir as manifestações pacíficas das violentas, e os próprios movimentos começam a insistir para que não haja violência. Um dos atos, por exemplo, é que quando começam o vandalismo e a violência, eles convidam todos a se sentar na rua, ou mesmo insistir para que ninguém vá encapuçado, ou com o rosto escondido. Nas redes sociais há um movimento para que todas essas manifestações sejam pacíficas e sem violência”.
Dom Leonardo enumerou os principais pontos de reivindicações apresentados nas manifestações. “Todo esse movimento visa melhorias importantes para a nossa sociedade, e penso que a mais importante seja a transparência nas contas públicas e o fim da corrupção na política. Além disso, há manifestações contrárias à PEC 37, que deseja retirar o poder de investigação do Ministério Público. A CNBB já se pronunciou contrária a ela”.
O secretário geral da CNBB também falou na entrevista sobre o encontro que a presidência da CNBB teve com a presidente da República, Dilma Roussef, na última sexta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). “Dom Raymundo, Dom Belisário e eu tratamos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e também de outros assuntos que nos preocupam, como a questão indígena e quilombola. Foi um diálogo muito tranquilo e muito bom”.
Em relação à Jornada Mundial da Juventude, o secretário geral fez questão de reafirmar que a programação está confirmada. “Tenho certeza que ela caminhará bem. As manifestações contam também com jovens das nossas comunidades, que tem entrado em contato com a secretaria geral da CNBB e que participam ativamente dessas manifestações”.
Fonte: CNBB

“O que quer dizer ‘Povo de Deus’”? – Papa Francisco


Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral dessa quarta-feira.

ROMA, 12 de Junho de 2013 (Zenit.org) – Publicamos a seguir a catequese do Papa Franscisco durante a Audiência Geral da Quarta-feira, na Praça de São Pedro:
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Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de concentrar-me brevemente sobre um dos termos com o qual o Concílio Vaticano II definiu a Igreja, aquele do “Povo de Deus” (cfr. Const. Dog. Lumen Gentium, 9; Catecismo da Igreja Católica, 782). E o faço com algumas perguntas, sobre as quais cada um poderá refletir.
1. O que significa dizer ser “Povo de Deus”? Antes de tudo quer dizer que Deus não pertence propriamente a algum povo; porque Ele nos chama, convoca-nos, convida-nos a fazer parte do seu povo, e este convite é dirigido a todos, sem distinção, porque a misericórdia de Deus “quer a salvação para todos” (1 Tm 2, 4). Jesus não diz aos Apóstolos e a nós para formarmos um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: ide e fazei discípulos todos os povos (cfr Mt 28, 19). São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, “não há judeu nem grego… pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gal 3, 28). Gostaria de dizer também a quem se sente distante de Deus e da Igreja, a quem está temeroso ou indiferente, a quem pensa não poder mais mudar: o Senhor chama também você a fazer parte do seu povo e o faz com grande respeito e amor! Ele nos convida a fazer parte deste povo, povo de Deus.
2. Como tornar-se membros deste povo? Não é através do nascimento físico, mas através de um novo nascimento. No Evangelho, Jesus diz a Nicodemos que é preciso nascer do alto, da água e do Espírito para entrar no Reino de Deus (cfr Jo 3, 3-5). É através do Batismo que nós somos introduzidos neste povo, através da fé em Cristo, dom de Deus que deve ser alimentado e crescer em toda a nossa vida. Perguntamo-nos: como faço crescer a fé que recebi no Batismo? Como faço crescer esta fé que eu recebi e que o povo de Deus possui?
3. Outra pergunta. Qual é a lei do Povo de Deus? É a lei do amor, amor a Deus e amor ao próximo segundo o mandamento novo que nos deixou o Senhor (cfr Jo 13, 34). Um amor, porém, que não é estéril sentimentalismo ou algo vago, mas que é o reconhecer Deus como único Senhor da vida e, ao mesmo tempo, acolher o outro como verdadeiro irmão, superando divisões, rivalidades, incompreensões, egoísmos; as duas coisas andam juntas. Quanto caminho temos ainda a percorrer para viver concretamente esta nova lei, aquela do Espírito Santo que age em nós, aquela da caridade, do amor! Quando nós olhamos para os jornais ou para a televisão tantas guerras entre cristãos, mas como pode acontecer isso? Dentro do povo de Deus, quantas guerras! Nos bairros, nos locais de trabalho, quantas guerras por inveja, ciúmes! Mesmo na própria família, quantas guerras internas! Nós precisamos pedir ao Senhor que nos faça entender bem esta lei do amor. Quanto é belo amar-nos uns aos outros como verdadeiros irmãos. Como é belo! Façamos uma coisa hoje. Talvez todos tenhamos simpatias e antipatias; talvez tantos de nós estamos um pouco irritados com alguém; então digamos ao Senhor: Senhor, eu estou irritado com esta pessoa ou com esta; eu rezo ao Senhor por ele e por ela. Rezar por aqueles com os quais estamos irritados é um belo passo nesta lei do amor. Vamos fazer isso? Façamos isso hoje!
4. Que missão tem este povo? Aquela de levar ao mundo a esperança e a salvação de Deus: ser sinal do amor de Deus que chama todos à amizade com Ele; ser fermento que faz fermentar a massa, sal que dá o sabor e que preserva da corrupção, ser uma luz que ilumina. Ao nosso redor, basta abrir um jornal – como disse – e vemos que a presença do mal existe, o Diabo age. Mas gostaria de dizer em voz alta: Deus é mais forte! Vocês acreditam nisso: que Deus é mais forte? Mas o digamos juntos, digamos juntos todos: Deus é mais forte! E sabem por que é mais forte? Porque Ele é o Senhor, o único Senhor. E gostaria de acrescentar que a realidade às vezes escura, marcada pelo mal, pode mudar, se nós primeiro levamos a luz do Evangelho sobretudo com a nossa vida. Se em um estádio, pensemos aqui em Roma no Olímpico, ou naquele de São Lourenço em Buenos Aires, em uma noite escura, uma pessoa acende uma luz, será apenas uma entrevista, mas se os outros setenta mil expectadores acendem cada um a própria luz, o estádio se ilumina.  Façamos que a nossa vida seja uma luz de Cristo; juntos levaremos a luz do Evangelho a toda a realidade.
5. Qual é a finalidade deste povo? A finalidade é o Reino de Deus, iniciado na terra pelo próprio Deus e que deve ser ampliado até a conclusão, até a segunda vinda de Cristo, vida nossa (cfr Lumen gentium, 9). A finalidade então é a comunhão plena com o Senhor, a familiaridade com o Senhor, entrar na sua própria vida divina, onde viveremos a alegria do seu amor sem medidas, uma alegria plena.
Queridos irmãos e irmãs, ser Igreja, ser Povo de Deus, segundo o grande desígnio do amor do Pai, quer dizer ser o fermento de Deus nesta nossa humanidade, quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus neste nosso mundo, que muitas vezes está perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, que dêem esperança, que dêem novo vigor no caminho. A Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um possa sentir-se acolhido, amado, perdoado, encorajado a viver segundo a vida boa do Evangelho. E para fazer o outro sentir-se acolhido, amado, perdoado, encorajado, a Igreja deve estar com as portas abertas, para que todos possam entrar. E nós devemos sair destas portas e anunciar o Evangelho.
Tradução Jéssica Marçal / Canção Nova

Liturgia Diária

DIA 25 DE JUNHO - TERÇA-FEIRA

XII SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE - OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Oração do dia
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Gênesis 13,2.5-18)
Leitura do livro do Gênesis.
13 2 Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro.
5 Lot, que acompanhava Abrão, possuía também ovelhas, bois e tendas,6 e a região não lhes bastava para aí se estabelecerem juntos. 7 Por isso houve uma contenda entre os pastores dos rebanhos de Abrão e os dos rebanhos de Lot. Os cananeus e os ferezeus habitavam então naquela terra. 8 Abrão disse a Lot: “Rogo-te que não haja discórdia entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos. 9 Eis aí toda a terra diante de ti; separemo-nos. Se fores para a esquerda, eu irei para a direita; se fores para a direita, eu irei para esquerda.”
10 Lot, levantando os olhos, viu que a toda a planície de Jordão era regada de água (o Senhor não tinha ainda destruído Sodoma e Gomorra) como o jardim do Senhor, como a terra do Egito ao lado de Tsoar. 11 Lot escolheu toda a planície do Jordão e foi para o oriente. Foi assim que se separam um do outro. 12 Abrão fixou-se na terra de Canaã, e Lot nas cidades da planície, onde levantou suas tendas até Sodoma.13 Ora, os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor.
14 O Senhor disse a Abrão depois que Lot o deixou: “Levanta os olhos, e do lugar onde estás, olha para o norte e para o sul, para o oriente e para o ocidente. 15 Toda a terra que vês, eu a darei a ti e aos teus descendentes para sempre. 16 Tornarei tua posteridade tão numerosa como o pó da terra: se alguém puder contar os grãos do pó da terra, então poderá contar a tua posteridade. 17 Levanta-te, percorre a terra em toda a sua extensão, porque eu te hei de dar.” 18 Abrão levantou as suas tendas e veio fixar-se no vale dos carvalhos de Mambré, que estão em Hebron; e ali edificou um altar ao Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 14/15
Senhor, quem morará em vosso monte santo? 
“Senhor, quem morará em vossa casa?”
É aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
quem pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.

Que em nada prejudica o seu irmão
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

Não empresta o seu dinheiro com usura
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!
Evangelho (Mateus 7,6.12-14)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 6 "Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
12 Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.
13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram.
14 Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A REGRA DE OURO
Jesus estabeleceu uma regra preciosa para o trato mútuo entre os discípulos do Reino. Cada um deveria fazer para o outro tudo quanto gostaria que o outro lhe fizesse. É o desafio de dar aquilo o que se gostaria de receber.
Esse princípio tem conseqüências bem práticas. O discípulo faz o bem ao próximo independentemente de retribuição, agindo com um amor gratuito e de qualidade. Ele dá o melhor de si. Procura sempre formas novas de fazer o bem. Não mede esforços quando se trata de ser útil ao irmão. É sempre solícito e serviçal. Tudo isso porque gostaria de ser tratado assim. Não lhe importa o reconhecimento alheio. Esta é sua opção de vida.
Toda Lei e os Profetas, ou seja, toda a Escritura, se resumem nesta regra de ouro do comportamento do discípulo. Não é preciso ir além dela, se se pretende viver um amor entranhado a Deus e ao próximo. O amor a Deus está aí presente porque, a opção do discípulo é uma opção de fé. Ele age assim porque acredita no Senhor e sabe que sua ação é um caminho para o Pai. Por outro lado, este modo de agir só tem sentido quando se transforma em manifestação de amor ao próximo. O trato cordial e amigo, em última análise, não se baseia na lei da retribuição nem acontece por mera formalidade. Ele é sinal do bem desejado ao outro e da solidariedade que sua presença desperta.

OraçãoSenhor Jesus, ensina-me a fazer a todos o bem que eu gostaria que me fizessem, como forma de expressar minha fé em ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, este sacrifício de reconciliação e louvor e fazei que, purificados por ele, possamos oferecer-vos um coração que vos agrade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu sou o bom pastor e dou a vida por minhas ovelhas, diz o Senhor (Jo 10,11.15).
Depois da comunhão
Renovados pelo Corpo e Sangue do vosso Filho, nós vos pedimos, ó Deus, que possamos receber um dia, resgatados para sempre, a salvação que devotamente estamos celebrando. Por Cristo, nosso Senhor.

Modelo de sociedade e de mundo está esgotado, diz bispo


Fátima  – O bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, desafiou este domingo (23) no Santuário os católicos a serem promotores de "um mundo melhor" apoiado na "esperança" que é Jesus Cristo. Segundo a assessoria de imprensa do local de culto mariano, o prelado sublinhou que o atual “modelo de sociedade e de mundo está esgotado” e que cabe às comunidades cristãs mostrarem que é possível viver uma “vida em plenitude”, que existem alternativas.
Dom António Marto pediu aos fiéis para “darem testemunho” da “salvação” que vem de Cristo, “a começar em casa e na família”. O bispo reforçou esta mensagem no final do Simpósio Teológico-Pastoral que o Santuário de Fátima promoveu, integrado na preparação para a celebração do Centenário das Aparições (1917-2017) de Nossa Senhora na Cova da Iria. Na sua intervenção, o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa salientou que as palavras de conforto e motivação que Maria deixou aos três pastorinhos são “as mesmas que ela dirige” hoje a todas as pessoas, para mostrar que “Deus não abandona” a sociedade nem a Igreja, “no meio das tempestades do mundo”.
“Faço votos que este simpósio tenha ajudado a tornar o nosso Santuário de Fátima um lugar e uma fonte de esperança e que possa ajudar a desenvolver uma pastoral da esperança”, acrescentou D. António Marto. Com o tema “Não tenhais medo. Confiança – Esperança – Estilo Crente”, o Simpósio Teológico-Pastoral reuniu no Centro Pastoral Paulo VI cerca de 350 pessoas e também mereceu transmissão em direto através da internet.
O bispo de Coimbra e antigo reitor do Santuário de Fátima, Dom Virgílio Antunes, foi um dos oradores da iniciativa que arrancou na última sexta-feira. Para aquele responsável católico, Fátima afirmou-se desde 1917 como ponte “para Deus caminho da humanidade e como uma mensagem de alcance universal”. “Apesar de ser uma revelação privada, aponta para a centralidade da mensagem evangélica e, portanto, é portadora de um dinamismo intemporal, pois foca, por um lado, Deus e a fé cristã e, por outro, o Homem e a sua salvação no tempo e na eternidade”, sustentou.
Por outro lado, mais do que um ponto de peregrinação e encontro para católicos de todo o mundo, o Santuário é também “lugar de passagem para muitos buscadores de Deus, pessoas que se interrogam acerca da vida, do princípio e do fim, do sofrimento e da morte, que ainda não chegaram ao conhecimento da fé”, concluiu.
SIR

Igreja e sociedade: o projeto do papa Francisco

Francisco esclareceu seu projeto da seguinte forma: 'uma Igreja que dê testemunho do Reino de Deus'


Papa Francisco, entre a multidão: "a Igreja deve enfrentar esta crise antropológica, deve sair de si mesma"
Por Sérgio Ricardo Coutinho
O historiador italiano Daniele Menozzi, que dedicou um importante estudo sobre as relações entre a Igreja e a sociedade contemporânea (“A Igreja Católica e a Secularização”. SP: Paulinas, 1999), afirmava que apesar dos juízos tão dispares vindos do magistério católico e dos diversos grupos do mundo católico (neo-integristas, conservadores e progressistas) sobre o processo de secularização, havia entre eles uma convicção comum: não se poderia conceder ao agir político e social do homem uma plena autonomia em relação à religião cristã. Segundo esta premissa, entregue a si mesmo, o homem, na construção da cidade terrena, acabaria por se enveredar pelas vias de uma crise que conduziria à destruição ou dissolução da sociedade civil.
Pois bem, passados os primeiros 100 dias de pontificado do papa Francisco, temos já um bom material de análise, a partir de seus pronunciamentos, sobre qual deveria ser a missão e o papel da Igreja na atual sociedade contemporânea. Qual é o projeto de “Igreja” sonhado por Francisco para atuar junto à sociedade e responder aos desafios postos?
Nestes últimos 35 anos a Igreja, sob os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, construiu um projeto eclesiológico bem claro para enfrentar estes desafios: uma Nova Evangelização.
De fato, a secularização transformou-se no grande desafio do mundo contemporâneo em relação à Igreja, causa determinante da diminuição da prática religiosa, da redução das vocações, da perda dos valores éticos do catolicismo na vida individual e familiar, e ainda, em particular, por tender à meta de uma organização de vida coletiva que prescinde dos valores cristãos, reduzindo ou anulando a importância social da Igreja.
Contra esta tendência o papa João Paulo II convocou os católicos para a necessidade de uma “nova evangelização” que restaurasse, em primeiro lugar, a Europa cristã na qual a sociedade recebesse da Igreja seus valores fundamentais. O cardeal Joseph Ratzinger, quando ainda prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em polêmica com as correntes teológicas contemporâneas que defendiam o abandono de uma ordem social cristã como a via de purificação da Igreja, sustentou que só a tradução para o plano legislativo dos valores dos quais a Igreja é depositária poderia permitir à Europa um retorno na rota dos desvios morais por onde enveredou a modernidade. De certo modo, este projeto também se fez chegar com força aqui em nosso continente americano.
Desta forma, e em larga medida, o mundo católico sob a forma do projeto de “nova evangelização” ainda se baseia nos pressupostos dos líderes da reação contrarrevolucionária, típicas do século XIX: não haverá verdadeira civilização nem autêntica convivência humana fora da “cristandade”, ou seja, fora de uma sociedade onde a Igreja dite as regras e valores do viver social.

O papa Francisco iniciou seu pontificado expressando seu desejo e seu projeto eclesiológico aos jornalistas, que tinham feito a cobertura do Conclave: “como gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres”.
Este projeto foi sendo explicitado ao longo destes 100 primeiros dias de pontificado e melhor delineado em pronunciamento feito aos Movimentos e Associações laicais no dia 18/05, véspera de Pentecostes, festa litúrgica eminentemente eclesiológica.
O papa Francisco foi provocado pela seguinte questão: “Que contribuição podemos nós todos, enquanto movimentos e associações laicais, dar concreta e eficazmente à Igreja e à sociedade para enfrentar esta crise que toca a ética pública, o modelo de desenvolvimento, a política, em suma, um novo modo de ser homens e mulheres?”
Francisco esclareceu seu projeto da seguinte forma: “uma Igreja que dê testemunho do Reino de Deus”. A Igreja, para ele, não é um movimento político, uma estrutura bem organizada, nem uma ONG; ela é chamada fundamentalmente a viver o Evangelho e dar testemunho dele como “sal da terra e luz do mundo”: “é chamada a tornar presente na sociedade o fermento do Reino de Deus; e a faz, antes de tudo, por meio do seu testemunho: o testemunho do amor fraterno, da solidariedade, da partilha”.
Chamou a atenção também para o fato de estarmos atravessando uma crise, não só cultural e econômica, mas de uma profunda “crise do homem”, uma crise antropológica. Por isso, para a Igreja enfrentar esta crise antropológica, deve sair de si mesma. Sair de uma “doença grave” que tomou conta da Igreja nos últimos anos: a mundanidade espiritual (Henri de Lubac) que a invadiu.
O diagnóstico desta doença, feita por ele ainda enquanto cardeal e explicitada durante as reuniões pré-conclave: “Os males que, ao longo do tempo, se dão nas instituições eclesiais têm raiz na autorreferencialidade, uma espécie de narcisismo teológico. A Igreja autorreferencial quer Jesus Cristo dentro de si e não o deixa sair”. Simplificando: há duas imagens de Igreja, segundo ele: a Igreja evangelizadora que sai de si, ou a Igreja mundana que vive em si, de si e para si.
Por isso insiste: “Neste tempo de crise, não podemos preocupar-nos só com nós mesmos, fecharmo-nos na solidão, no desânimo, numa sensação de impotência face aos problemas. Não se fechem, por favor!”.
Este fechamento leva a problemas graves no interior da Igreja, verdadeiras heresias, e que a impede ser missionária: o pelagianismo e o gnosticismo. O pelagianismo aparece na forma de uma Igreja elitista restauracionista, com práticas disciplinares pré-conciliares e ciosos de si mesmos. A outra corrente é de uma Igreja, também elitista, “mas de uma elite mais formada”, gnóstica-panteísta. Esta corrente preocupa porque “pula a encarnação de Cristo”. Ambas correntes são autossuficientes, egocêntricas, preconceituosas, exclusivistas.
O critério para superar este mal na Igreja (a mundanidade) é “sair de si mesma” e ir em direção às “periferias existenciais” e lá poderá encontrar Jesus Cristo verdadeiramente encarnado: o pobre.
Disse ele aos membros da direção da Conferência Latino-americana de Religiosos (CLAR): “O Evangelho não é a regra antiga, nem esse panteísmo. Se você olhar para as periferias, os indigentes, os drogados, o tráfico de pessoas... Esse é o Evangelho. Os pobres são o Evangelho...”. Respondendo novamente aos leigos disse: “Este é o problema: a carne de Cristo, tocar a carne de Cristo, assumir este sofrimento pelos pobres. A pobreza, para nós cristãos, não é uma categoria sociológico, filosófica ou cultural. Não! É uma categoria teologal. Diria que esta é talvez a primeira categoria, porque aquele Deus, o Filho de Deus, humilhou-se, fez-se pobre para caminhar conosco ao longo da estrada. E esta é a nossa pobreza: a pobreza da carne de Cristo, a pobreza que nos trouxe o Filho de Deus com a sua Encarnação. A Igreja pobre para os pobres começa pelo dirigir-se à carne de Cristo”.
Para realizar esta prática, serão necessárias reformas para muito além da Cúria romana, a começar pelo clero.
Para os padres, Francisco sinalizou com a seguinte imagem: a do “sacerdote ungido com óleo” que escorre pela barda até a “orla de suas vestes” (Salmo 133). Disse que o sacerdote que sai pouco de si, que unge pouco os seus fiéis “perde o melhor de nosso povo,  e isso é que é capaz de ativar o mais profundo de seu coração presbiteral”. “Quem não sai de si, em vez de mediador, vai se convertendo pouco a pouco em intermediário, em gestor. Todos conhecem a diferença: o intermediário e o gestor ‘já têm seu pagamento’, e como não colocam em jogo a própria pele, nem o coração, também não recebem um agradecimento afetuoso que nasce do coração”. Por isso, alguns sacerdotes “acabam tristes e convertidos em uma espécie de colecionadores de antiguidades [pelagianos-restauracionistas] ou, então, de novidades [gnósticos-panteístas], em vez de serem pastores com ‘cheiro de ovelha’, pastores no meio do seu rebanho e pescadores de homens”.
O mesmo foi dito aos bispos. Falando ao episcopado italiano, fez um forte apelo à radicalidade evangélica e estabelecendo como uma “regra” a de ser capaz de “inclinar-se sobre as pessoas” e não um administrador preocupado com a organização. “Nós não somos expressão de uma estrutura – explicou – ou de uma necessidade organizativa”. Ao centrar-se somente nas estruturas, torna o pastor “morno”, “distraído, esquecido e até mesmo impaciente; o seduz com a perspectiva da carreira, a tentação do dinheiro e os compromissos com o espírito do mundo; o deixa preguiçoso, transformando-o em um funcionário, um clérigo de Estado preocupado mais consigo mesmo, com a organização e com as estruturas, do que com o verdadeiro bem do Povo de Deus”.
Alertou aos Núncios apostólicos para os critérios em vista de uma boa escolha para o episcopado: que sejam pastores capazes de “caminhar no meio e atrás do rebanho: capazes de ouvir o silencioso relato de quem sofre e de manter o passo de quem teme que não irá conseguir; atentos a reerguer, a tranquilizar e a infundir esperança. Do compartilhamento com os humildes, a nossa fé sai sempre reforçada: deixemos de lado, portanto, toda forma de presunção, para nos inclinarmos” sobre as pessoas. Os candidatos ao episcopado devem amar “a pobreza interior como liberdade no Senhor e também a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida” e não devem ter “uma psicologia de ‘Príncipes’”. “Estejam atentos – assinalou Francisco aos Núncios – para que não sejam ambiciosos, que não persigam o episcopado e que sejam esposos de uma Igreja, sem buscar constantemente outra”. Aqui está uma alusão explícita ao carreirismo na Igreja.
Sem dúvida nenhuma que o modelo de sacerdote-pastor que Francisco tem em mente é Dom Oscar Romero, cuja beatificação ele desbloqueou nestes dias. Isso o faz se colocar próximo à Teologia da Libertação.
Na América Latina, durante um longo período, a hostilidade demonstrada para com a Teologia da Libertação foi um importante fator para favorecer brilhantes carreiras eclesiásticas. De fato, hoje, é muito mais fácil reconhecer que certas veementes mobilizações de alguns setores eclesiais contra a Teologia da Libertação eram motivadas por certas preferências de orientação política mais que pelo desejo de guardar e afirmar a fé dos apóstolos.
Mas Francisco tem plena consciência dos riscos desta “saída de si”: “Entretanto que acontece quando alguém sai de si mesmo? Pode suceder aquilo a que estão sujeitos aqueles que saem de casa e vão pela estrada: um acidente. Mas eu digo-vos: Prefiro mil vezes uma Igreja acidentada, caída num acidente, que uma Igreja doente por fechamento! Ide para fora, saí!”.
Nesta saída para o mundo, Francisco não demonstra qualquer intencionalidade de reconstruir a "Cristandade", onde a Igreja dite regras e valores do viver social. Seu projeto vai noutra linha: ir ao encontro do outro, mesmo que diferente de nós. “Porque a fé é um encontro com Jesus, e nós devemos fazer o mesmo que Jesus: encontrar os outros. Vivemos numa cultura do desencontro, uma cultura da fragmentação, uma cultura na qual o que não me serve jogo fora, a cultura do descartável. Nós, pelo contrário, devemos ir ao encontro e devemos criar, com a nossa fé, uma ‘cultura do encontro’, uma cultura da amizade, uma cultura onde encontramos irmãos, onde podemos conversar mesmo com aqueles que pensam diversamente de nós, mesmo com quantos possuem outra crença, que não têm a mesma fé. Todos têm algo em comum conosco: são imagens de Deus, são filhos de Deus. Ir ao encontro de todos, sem negociar a nossa filiação eclesial”.
Assim, o que podemos vislumbrar é que, pelo que vimos e ouvimos destes 100 dias, a “nova evangelização” empreendida pelo papa Francisco carrega em si um projeto eclesiológico e missionário bem diferente do que se vinha sendo implementado até aqui e que os resultados eram pífios. Vejamos, daqui para frente, quais serão as ações concretas para que o mesmo projeto se realize.
Instituto Humanitas Unisinos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Liturgia Diária

DIA 13 DE JUNHO - QUINTA-FEIRA

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA
PRESBÍTERO E DOUTOR 
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona da entrada: Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, que destes santo Antônio ao vosso povo como insigne pregador e intercessor em todas as necessidades, fazei-nos, por seu auxílio, seguir os ensinamentos da vida cristã e sentir a vossa ajuda em todas as provações.
Leitura (2 Coríntios 3,15-4,1.3-6)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 3 15 Por isso, até o dia de hoje, quando lêem Moisés, um, véu cobre-lhes o coração.
16 Esse véu só será tirado quando se converterem ao Senhor.
17 Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
18 Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor.
4 1 Por isso não desanimamos deste ministério que nos foi conferido por misericórdia.
3 Se o nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem,
4 para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
5 De fato, não nos pregamos, a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos servos vossos por amor de Jesus.
6 Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 84/85
A glória do Senhor habitará em nossa terra.

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para o seu povo e seus amigos.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação hã de seguir os passos seus.
Evangelho (Mateus 5,20-26)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 20 Disse Jesus: “Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus.
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal.
22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: ‘Raca’, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: ‘Louco’, será condenado ao fogo da geena.
23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão.
26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A RECONCILIAÇÃO NECESSÁRIA
A busca do espírito da Lei levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do Decálogo. O mandamento de não matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto material de tirar a vida física do próximo. E comporta a exigência de ter um trato fraterno e respeitoso para com o semelhante. Implica não agredi-lo verbalmente, de forma a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama. Existe, pois, uma maneira de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também abarcada pelo mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranqüilo se, com palavras e gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo.
O mandamento exige também o viver reconciliado com o próximo, como pré-condição para uma correta relação com Deus. Uma oferenda só é agradável a Deus se, quem a oferece, não guarda, em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo. Enquanto a reconciliação não for efetivada, a oferta não pode ser feita, porque Deus não a aceitará.
Por outro lado, o processo de reconciliação não pode ser protelado indefinidamente. Existe um tempo limite para fazê-lo. É preciso agir com prontidão para não acabar nas mãos do juiz, Deus, que pedirá conta da ofensa grave à sua Lei.
A reinterpretação dos mandamentos por parte de Jesus permite ao discípulo tornar-se mais atilado no seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e com o próximo.

Oração

Senhor Jesus, ajuda-me a viver reconciliado com todos, de modo a poder viver reconciliado com o Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Sejam aceitos por vós, ó Deus, os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de santo Antônio, e concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio (Sl 33,9).
Depois da comunhão
Ó Deus, pela força deste sacramento, conduzi-nos constantemente no vosso amor, a exemplo de santo Antônio, e completai, até a vinda de Cristo, a obra que começastes em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA)
Santo Antônio de Pádua é tão conhecido por seu nome de ordenação que chamá-lo pelo nome que recebeu no batismo parece estranho: Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo. Além disso, ele era português: nasceu em 1195, em Lisboa. De família muito rica e da nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá também que se ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de Assis, e os primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal, instalando ali um mosteiro.

Os franciscanos eram conhecidos por percorrer caminhos e estradas, de povoado em povoado, de cidade em cidade, vestidos com seus hábitos simples e vivendo em total pobreza. Esse trabalho já produzia mártires. No Marrocos, por exemplo, vários deles perderam a vida por causa da fé e seus corpos foram levados para Portugal, fato que impressionou muito o jovem Fernando. Empolgado com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, que, diversamente dos outros frades, não viviam como eremitas, mas saiam pelo mundo pregando e evangelizando, resolveu também ir pregar no Marrocos. Entrou para a Ordem, vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de Antônio.

Entretanto seu destino não parecia ser o Marrocos. Mal chegou ao país, contraiu uma doença que o obrigou a voltar para Portugal. Aconteceu, porém, que o navio em que viajava foi envolvido por um tremendo vendaval, que empurrou a nave em direção à Itália. Antônio desembarcou na ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim de encontrar-se com seu inspirador e fundador da Ordem, Francisco. Com pouco tempo de convivência, transmitiu tanta segurança a ele que foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha.

Com apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália. Antônio aceitou o cargo, mas não ficou nele por muito tempo. Seu desejo era pregar, e rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade, catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas. Ele viajou por muitas regiões da Itália e, por três anos, andou pelo Sul da França, principal foco dessas heresias.

Continuou vivendo para a pregação da palavra de Cristo até morrer, em 13 de junho de 1231, nas cercanias de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de idade. Ali, foi sepultado numa magnífica basílica romana. Sua popularidade era tamanha que imediatamente seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações que duram até nossos dias. São milhares os relatos de milagres e graças alcançadas rogando seu nome. Ele foi canonizado no ano seguinte ao de sua morte pelo papa Gregório IX.

Na Itália e no Brasil, por exemplo, ele é venerado por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas perdidas. Há também uma forma de caridade denominada "Pão de Santo Antonio", que copia as atitudes do santo em favor dos pobres e famintos. No Brasil, ele é comemorado numa das festas mais alegres e populares, estando entre as três maiores das chamadas festas juninas. No ano de 1946, foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII.

Projeto promove formação de seminaristas em áreas pobres


Brasília - Comunhão e Partilha: este é o nome do projeto solidário que surgiu da preocupação do episcopado brasileiro com a formação dos seminaristas das dioceses mais pobres. “Temos irmãos bispos que vivem em dificuldades para a manutenção da ação pastoral de sua diocese, e mesmo para a manutenção dos seminários”, relata o presidente da Comissão Episcopal para a Solidariedade entre as Dioceses, dom Alfredo Schaffler (foto).
A Comissão foi criada após a Assembleia Geral dos Bispos em 2012 com a responsabilidade de coordenar o projeto. Desde junho do ano passado, todas as dioceses e prelazias do Brasil destinam 1% de sua receita bruta mensal para um fundo administrado pela CNBB, com o objetivo de colaborar com as dioceses que não tem recursos para custear plenamente a formação de seus seminaristas.
Estas dioceses foram divididas em dois grupos: o primeiro, reúne as dioceses com renda mensal até 10 mil reais, e o outro com renda mensal acima de 10 mil e abaixo de 20 mil reais. “Existem situações muito precárias no Brasil, de bispos que vivem de forma abnegada e pobre, e às vezes até passando necessidade, para poder manter os seminaristas”, explica dom Alfredo.
O fundo de solidariedade já realiza, desde agosto do ano passado, o repasse no valor de dois salários mínimos, em benefício de cada seminarista das 14 dioceses do primeiro grupo. São elas: Marajó (PA), São Félix do Araguaia (MT), Corumbá (MS), Borba (AM), Rui Barbosa (BA), Ponta de Pedras (PA), Paranatinga (MT), São Raimundo Nonato (PI), Zé Doca (MA), Brejo (MA), Carolina (MA), Bom Jesus de Gurguéia (PI), Bagé (RS) e Humaitá (AM). A partir de março deste ano, o fundo iniciou o repasse no valor de 75% de dois salários mínimos em benefício de cada seminarista das 23 dioceses do segundo grupo: Abaetetuba (PA), Barra (BA), Oeiras (PI), Jardim (MS), Lábrea (AM), Cametá (PA), Coroatá (MA), Floriano (PI), Salgueiro (PE), Itabuna (BA), Tefé (AM), Três Lagoas (MS), Irecê (BA), Coari (AM), Cristalândia (TO), Cruzeiro do Sul (AC), Crateús (CE), Coxim (MS), Barra do Garças (MT), São Gabriel da Cachoeira (AM), Almenara (PA), Itacoatiara (AM) e Serrinha (BA).
Até o final de maio, 232 seminaristas foram beneficiados com o projeto. Cada diocese beneficiada deve informar à CNBB o nome do seminarista, bem como enviar um relatório anual da ajuda recebida e sua aplicação.  O projeto “Comunhão e Partilha” terá duração de cinco anos, quando deverá ser avaliado pela Assembleia Geral da CNBB.
SIR

'A Igreja do Evangelho é pobre e gratuita', afirma Francisco



"Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos". O papa Francisco desenvolveu a sua homilia partindo da exortação dirigida por Jesus aos Apóstolos enviados a anunciar o Reino de Deus. Um anúncio, disse, que o Senhor "quer que seja feito com simplicidade". Aquela simplicidade "que abre espaço ao poder da Palavra de Deus", porque, se os Apóstolos não tivessem tido "confiança na Palavra de Deus", "talvez teriam feito outra coisa".

O papa Francisco, portanto, indicou a "palavra-chave" das indicações dadas por Jesus: "Gratuitamente recebestes, gratuitamente dai". Tudo é graça, acrescentou, e "quando nós queremos fazer de um modo em que a graça" seja "deixada um pouco de lado, o Evangelho não tem eficácia".

"A pregação evangélica nasce da gratuidade, do estupor da salvação que vem. E aquilo que eu recebi gratuitamente, eu devo dar gratuitamente. E, desde o início eles eram assim. São Pedro não tinha uma conta no banco e, quando teve que pagar os impostos, o Senhor mandou-o ao mar para pescar um peixe e encontrar a moeda dentro do peixe, para pagar. Filipe, quando encontrou o ministro da economia da rainha Candace, não pensou: ´Ah, bem, façamos uma organização para sustentar o Evangelho...´. Não! Ele não fez um ´negócio´ com ele: ele anunciou, batizado e foi embora".

O Reino de Deus, continuou, "é um dom gratuito". E destacou que, desde as origens da comunidade cristã, essa atitude foi sujeita à tentação. Há, disse, "a tentação de buscar força" em outros lugares do que na gratuidade, enquanto a "nossa força é a gratuidade do Evangelho".

Além disso, ele enfatizou que "sempre, na Igreja, houve essa tentação". E isso cria "um pouco de confusão", advertiu, já que, assim, "o anúncio parece proselitismo, e por esse caminho não se pode ir". O Senhor, acrescentou, "nos convidou a pregar, não a fazer prosélitos".

Citando Bento XVI, ele afirmou que "a Igreja cresce não por proselitismo, mas por atração". E essa atração, continuou, vem do testemunho "daqueles que, a partir da gratuidade, proclamam a gratuidade da salvação".

"Tudo é graça. Tudo. E quais são os sinais de quando um apóstolo vive essa gratuidade? Há muitos, mas eu sublinho apenas dois: primeiro, a pobreza. O anúncio do Evangelho deve ir pelo caminho da pobreza. O testemunho dessa pobreza: eu não tenho riquezas, a minha riqueza é apenas o dom que eu recebi, Deus. Essa gratuidade é a nossa riqueza! E essa pobreza nos salva de nos tornarmos organizadores, empresários... É preciso levar adianta as obras da Igreja, e algumas são um pouco complexas. Mas, com coração de pobreza, não com coração de investimento ou de um empresário, não?".

"A Igreja – acrescentou – não é uma ONG: é outra coisa, mais importante, e nasce dessa gratuidade. Recebida e anunciada". A pobreza, portanto, reiterou, "é um dos sinais dessa gratuidade". O outro sinal, acrescentou o Papa Francisco, "é a capacidade de louvor: quando um apóstolo não vive essa gratuidade, perde a capacidade de louvar ao Senhor". Louvar o Senhor, de fato, "é essencialmente gratuito, é uma oração gratuita: não pedimos, somente louvamos".

"Esses dois são os sinais de que um apóstolo vive essa gratuidade: a pobreza e a capacidade de louvar o Senhor. E quando encontramos apóstolos que querem fazer uma Igreja rica e uma Igreja sem a gratuidade do louvor, a Igreja envelhece, a Igreja se torna uma ONG, a Igreja não tem vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de reconhecer essa gratuidade: ´Gratuitamente recebestes, gratuitamente dai´. Reconhecer essa gratuidade, esse dom de Deus. E também nós seguirmos em frente na pregação evangélica com essa gratuidade".
Radio Vaticana, 11-06-2013.

'Deus é mais forte que o mal'


Em suas palavras papa convida os cristãos a 'acolher o outro como verdadeiro irmão, superando rivalidades e egoísmos'
Cidade do Vaticano – O papa Francisco convidou, na manhã desta quarta-feira (12), os católicos a professarem a convicção de que Deus é "mais forte" do que o mal e colocou as dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro a repetirem essa frase. "À nossa volta, basta abrir um jornal, vemos que há presença do mal, o diabo atua, mas gostaria de dizer em voz alta: Deus é mais forte. Quero acrescentar que a realidade, às vezes sombria, marcada pelo mal, pode mudar, se nós levarmos em primeiro lugar a luz do Evangelho", declarou Francisco, na catequese da audiência pública semanal.
O papa convidou os participantes no encontro a dizer, com ele, "Deus é mais forte", repetindo a frase por diversas vezes. Francisco apresentou uma reflexão sobre a expressão "Povo de Deus", com que se define a Igreja Católica, recordando que “Jesus não disse aos Apóstolos que formasse um grupo exclusivo, um grupo de elite”. "Gostaria de dizer também a quem se sente longe de Deus e da Igreja, a quem tem medo ou é indiferente, a quem pensa que já não pode mudar: o Senhor chama-te para fazer parte do seu povo e fá-lo com grande respeito e amor”, acrescentou.
Neste sentido, o papa defendeu que a Igreja deve ter "portas abertas" para que todos possam entrar. A catequese falou do “amor a Deus e ao próximo” como a lei do Povo de Deus, um amor que "não é estéril, sentimentalismo ou algo de vago” e leva a “acolher o outro como verdadeiro irmão, superando rivalidades, incompreensões, egoísmos".
Francisco falou nas "tantas guerras" entre cristãos, nas famílias, nos bairros, pedindo que todos saibam colocar em primeiro lugar a “lei do amor". "Talvez muitos de nós estejam um pouco zangados com alguém. Então, digamos: Senhor, eu estou zangado com este e esta, rezo-te por ele e por ela. Rezar por aqueles com quem estamos zangados é um bonito passo nesta lei do amor", sugeriu.
Em sua catequese, o papa destacou que Deus “não é posse exclusiva de nenhum povo”, mas é Ele que convida a “pertencer ao seu povo”. “Que a Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um se possa sentir acolhido, amado, perdoado e encorajado a viver segundo a vida boa do Evangelho”, destacou. O papa deixou uma saudação aos peregrinos vindos de países de língua portuguesa: "O Senhor vos chama a ser fermento no mundo, irradiando sua a misericórdia e a sua salvação, com o testemunho de uma vida evangélica. Que o Senhor vos abençoe a todos”.

Após a audiência geral, Francisco publicou uma nova mensagem na sua conta da rede social Twitter: "Quantas pobrezas morais e materiais de hoje se ficam a dever à rejeição de Deus, colocando no seu lugar tantos ídolos!".
SIR

Igreja Católica e OAB fazem parceria para atender dependentes de crack


A ala de internação para dependentes de crack será inaugurada pelo papa Francisco no dia 24 de julho, durante a JMJ.
Por Akemi Nitahara

Rio de Janeiro - Uma parceria inédita entre a Igreja Católica e a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ) vai proporcionar atendimento jurídico a jovens dependentes de crack que tenham problemas com a polícia.

O protocolo de cooperação foi assinado nesta quarta-feira (12) pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, e o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz. O atendimento será a jovens encaminhados para o Hospital São Francisco de Assis, na Providência de Deus, Tijuca, zona norte da cidade, que passa por obras e terá uma ala de internação para dependentes de crack, que será inaugurada pelo papa Francisco no dia 24 de julho, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O vice-presidente da OAB-RJ, Ronaldo Cramer, disse que o problema do crack é uma bandeira importante na JMJ e a OAB vai ajudar "naquilo que ela pode fazer". "A gente sabe que esses jovens que têm problema com o crack, que são usuários, eles são muitas vezes confundidos com traficantes. Então nós vamos prestar assistência jurídica, para impedir que eles sofram algum tipo de perseguição policial ou até mesmo sejam responsabilizados indevidamente sob o ponto de vista do direito criminal".

Também foi assinado um protocolo de colaboração em que a OAB-RJ disponibiliza o seu prédio, no centro do Rio, para ser a sede diplomática da JMJ. Irão se instalar no local as Nações Unidas e as representações de países que não têm consulados na cidade, para atender os jovens estrangeiros.

"O prédio para abrigar consulados, a ONU, e a assessoria para a questão da recuperação dos drogados, pessoas dependentes químicas. É uma parceria dessa entidade respeitabilíssima no Brasil, que junto com a Jornada Mundial da Juventude, presta essa assistência tanto aos jovens internacionais, como também aos jovens que necessitarão, uma coisa que vai continuar depois da jornada, da recuperação das pessoas", disse dom Orani Tempesta.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, a OAB também vai sediar o Encontro Internacional de Jovens Advogados e o encontro de Jovens líderes da ONU, com a presença do secretário internacional de Juventude das Nações Unidas, Ahmad Alhindawi.
Agência Brasil

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Liturgia Diária

DIA 10 DE JUNHO - SEGUNDA-FEIRA

X SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Oração do dia
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Coríntios 1,1-7)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
1 1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, e a todos os irmãos santos que estão em toda a Acaia.
2 A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!
3 Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação,
4 que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia!
5 Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo as nossas consolações.
6 Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se somos consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência em tolerar os sofrimentos que nós mesmos suportamos.
7 A nossa esperança a respeito de vós é firme: sabemos que, como sois companheiros das nossas aflições, assim também o sereis da nossa consolação.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 33/34
Provai e vede quão suave é o Senhor! 

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei,
ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
Evangelho (Mateus 5,1-12)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Alegrai-vos, vós todos, porque grande há de ser a recompensa nos céus que um dia tereis! (Mt 5,12)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 5 1 vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2 Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3 “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
É POSSÍVEL SER SANTO
A santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.

Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para com meu próximo.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês) 
Sobre as oferendas
Senhor nosso Deus, vede nossa disposição em vos servir e acolhei nossa oferenda, para que este sacrifício vos seja agradável e nos faça crescer na caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Sois minha rocha, meu refúgio e salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga! (Sl 17,3)
Depois da comunhão
Ó Deus, que curais nossos males, agir em nós por esta eucaristia, libertando-nos das más inclinações e orientando para o bem a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.

'Temos que levar Deus ao mundo e o mundo a Deus', diz o papa


Cidade do Vaticano - O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Arcebispo de Colônia, Cardeal Joachim Meisner, e ao Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Robert Zollitsch, por ocasião do encerramento, neste domingo (9), do Congresso Eucarístico Nacional sobre o tema "Senhor, a quem iremos"? O evento contou com a participação não somente de católicos alemães, mas também dos países vizinhos.
A mensagem do pontífice foi lida na manhã desse domingo (9) na missa conclusiva do congresso presidida pelo enviado especial do Papa Francisco, Cardeal Paul Josef Cordes. ´Senhor, a quem iremos´? Pergunta o Apóstolo Pedro diante da incompreensão de muitos que ouviam Jesus e queriam se aproveitar dele egoisticamente. "Nós, membros da Igreja devemos nos fazer essa pergunta e embora tal questão seja talvez mais titubeante em nossa boca do que nos lábios de Pedro, a nossa resposta, como a do Apóstolo, pode ser apenas a pessoa de Jesus que viveu dois mil anos atrás. Todavia, nós podemos encontrá-lo em nosso tempo quando ouvimos a sua Palavra e estamos próximos a Ele na Eucaristia", ressalta o Papa na mensagem.
"Que a Santa Missa não caia para nós numa rotina superficial! Que busquemos cada vez mais a sua a profundidade. A Eucaristia nos insere na imensa obra de salvação de Cristo, estimula a nossa visão espiritual para o seu amor. Devemos aprender a viver a missa, como pedia o Beato João Paulo II e a adoração do Senhor na Eucaristia e o Sacramento da Reconciliação nos ajudam nisso", ressalta ainda Francisco.
Essa mesma pergunta fazem-se algumas pessoas do nosso tempo que estão em busca do Pai de Jesus Cristo. "O Redentor quer ir ao encontro delas através de nós que, por meio do Batismo, tornamo-nos seus irmãos e irmãs e na Eucaristia recebemos a força de levar junto com Ele sua missão de salvação", destaca o pontífice. "O nosso testemunho irá motivá-los assim como fomos motivados por Cristo. Todos nós, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos temos o compromisso de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus.
SIR

Papa Francisco usa o Twitter para denunciar 'cultura do lixo'


Cidade do Vaticano - O papa Francisco postou um tweet nesse domingo (9), condenando a "cultura do lixo´, que seleciona os seres humanos em função de sua utilidade para a sociedade de consumo. "Com a ´cultura do lixo´, a vida humana não é mais vista como um valor fundamental a respeitar e proteger", denunciou o papa, em sua conta @pontifex, que tem mais de seis milhões de seguidores em nove idiomas.
Em uma catequese na última quarta-feira, depois da audiência geral na praça São Pedro, o papa havia sido explícito, ressaltando que a pessoa humana não é mais um "valor fundamental a proteger", "especialmente se for pobre e deficiente, se ainda não tem utilidade - como a criança que vai nascer -   ou se não serve mais - como a pessoa idosa".
Aos olhos do papa, a ecologia ambiental e a ecologia humana "vão juntas". Segundo ele, certa "cultura da rejeição" se aplica não apenas à natureza, mas também à pessoa e, mais especialmente, aos fracos. "A pessoa humana é, hoje, sacrificada pelos ídolos do lucro e do consumo", criticou, acrescentando que "a pessoa humana é, muito frequentemente, rejeitada como se fosse um lixo".
SIR

'Sejam pessoas livres'. Mensagem do papa a estudantes jesuítas


Às 11h45 da manhã do dia 7 de junho, na Sala Paulo VI, o Santo Padre Francisco recebeu em audiência os estudantes das escolas geridas pelos jesuítas na Itália e na Albânia, com os seus professores e pais. Também estiveram presentes no encontro inúmeros ex-alunos, representantes dos movimentos juvenis inacianos e de paróquias ligadas aos jesuítas.

Depois dos discursos de alguns professores e alunos, o papa tomou a palavra e, no início da sua intervenção, disse que dava por lido o seu discurso por ele preparado e que o entregaria para publicação. De sua parte, faria espontaneamente uma breve síntese dele e depois ouviria as perguntas dos jovens, a fim de tecer um diálogo com eles.
Confira o texto:

"Queridos filhos, queridos jovens!

Estou contente por receber vocês com as suas famílias, os educadores e os amigos da grande família das Escolas dos Jesuítas italianos e da Albânia. A todos vocês a minha afetuosa saudação: bem-vindos! Com todos vocês eu me sinto verdadeiramente "em família". E é motivo de particular alegria a coincidência deste nosso encontro com a solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Gostaria de lhes dizer, acima de tudo, algo que se refere a Santo Inácio de Loyola, o nosso fundador. No outono de 1537, indo a Roma com o grupo dos seus primeiros companheiros, ele se perguntou: se nos perguntarem quem somos, o que responderemos? Foi espontânea a resposta: ´Diremos que somos a ´Companhia de Jesus´!´ (Fontes Narrativi Societatis Iesu, vol. 1, pp. 320-322). Um nome comprometedor, que queria indicar uma relação de amizade muito estreita, de afeto total por Jesus do qual queriam seguir os passos. Por que eu lhes conto esse fato? Porque Santo Inácio e os seus companheiros haviam entendido que Jesus lhes ensinava a como viver bem, como realizar uma existência que tem um sentido profundo, que doe entusiasmo, alegria e esperança; eles haviam entendido que Jesus foi um grande mestre de vida e um modelo de vida, e que não apenas ensinava a eles, mas também os convidava a segui-lo nesse caminho.

Queridos jovens, se agora eu lhes fizesse a pergunta: por que vocês vão para a escola, o que vocês me responderiam? Provavelmente, haveria muitas respostas, dependendo da sensibilidade de cada um. Mas eu penso que tudo poderia se resumir dizendo que a escola é um dos ambientes educativos em que se cresce para aprender a viver, para se tornar homens e mulheres adultos e maduros, capazes de caminhar, de percorrer a estrada da vida. Como a escola ajuda vocês a crescer? Ela lhes ajuda não apenas desenvolvendo a inteligência de vocês, mas também por meio de uma formação integral de todos os componentes da personalidade de vocês.

Seguindo o que Santo Inácio nos ensina, na escola, o elemento principal é aprender a ser magnânimos. A magnanimidade: essa virtude do grande e do pequeno (Non coerceri maximo contineri minimo, divinum est), que nos faz olhar sempre para o horizonte. O que quer dizer ser magnânimos? Quer dizer ter o coração grande, ter grandeza de alma, quer dizer ter grandes ideais, o desejo de realizar grandes coisas para responder ao que Deus nos pede, e justamente por isso fazer bem as coisas de todos os dias, todas as ações cotidianas, os compromissos, os encontros com as pessoas, fazer as pequenas coisas de cada dia com um coração grande aberto a Deus e aos outros. É importante, então, cuidar da formação humana destinada à magnanimidade. A escola não amplia somente a dimensão intelectual de vocês, mas também humana. E eu penso que, de particularmente, as escolas dos jesuítas estão atentas a desenvolver as virtudes humanas: a lealdade, o respeito, a fidelidade, o compromisso.
Eu gostaria de me deter sobre dois valores fundamentais: a liberdade e o serviço. Acima de tudo: sejam pessoas livres! O que eu quero dizer? Talvez se pense que a liberdade é fazer tudo o que se quer, ou se aventurar em experiências-limite para sentir a embriaguez e vencer o tédio. Essa não é liberdade. Liberdade significa saber refletir sobre o que fazemos, saber avaliar o que é bom e o que é ruim, aqueles que são os comportamentos que fazem crescer, o que significa escolher sempre o bem. Nós somos livres para o bem. E nisso não tenham medo de ir contra a corrente, mesmo que não seja fácil! Ser livres para escolher sempre o bem é comprometedor, mas lhes tornará pessoas que têm a espinha dorsal, que sabem enfrentar a vida, pessoas com coragem e paciência (parresia e ypomoné).
A segunda palavra é serviço. Nas suas escolas, vocês participam de várias atividades que lhes acostumam a não se fechar em si mesmos ou no seu próprio pequeno mundo, mas a se abrir aos outros, especialmente aos mais pobres e necessitados, a trabalhar para melhorar o mundo em que vivemos. Sejam homens e mulheres com os outros e para os outros, verdadeiros modelos no serviço aos outros.

Para ser magnânimos com liberdade interior e espírito de serviço é necessária a formação espiritual. Queridos jovens, amem sempre mais a Jesus Cristo! A nossa vida é uma resposta ao seu chamado, e vocês serão feliz e construirão bem a sua vida se souberem responder a esse chamado. Sintam a presença do Senhor na sua vida. Ele está perto de cada um de vocês como companheiro, como amigo, que sabe ajudar e compreender vocês, que os encoraja nos momentos difíceis e nunca os abandona. Na oração, no diálogo com Ele, na leitura da Bíblia, vocês descobrirão que Ele está realmente próximo de vocês. E também aprendam a ler os sinais de Deus nas suas vidas. Ele sempre nos fala, mesmo através dos fatos do nosso tempo e da nossa existência de cada dia; cabe a nós escutá-lo.

Não quero ser muito longo, mas gostaria de dirigir uma palavra específica também aos educadores: aos jesuítas, aos professores, aos operadores das suas escolas e aos pais. Não se desencorajem diante das dificuldades que o desafio educativo apresenta! Educar não é uma profissão, mas sim uma atitude, um modo de ser; para educar é preciso sair de si mesmo e estar no meio dos jovens, acompanhá-los nas etapas do seu crescimento, colocando ao lado deles. Deem-lhes esperança, otimismo para o seu caminho no mundo. Ensinem a ver a beleza e a bondade da criação e do ser humano, que sempre conserva a marca do Criador.

Mas, acima de tudo, sejam testemunhas com a sua vida daquilo que vocês comunicam. Um educador – jesuíta, professor, operador, pai – transmite conhecimentos, valores com as suas palavras, mas será incisivo sobre os jovens se acompanhar as palavras com o seu testemunho, com a sua coerência de vida. Sem coerência não é possível educar! Sejam todos educadores; não há transferência de competências nesse campo. A colaboração, então, em espírito de unidade e de comunidade entre os diversos componentes educativos é essencial e deve ser favorecida e alimentada. O colégio pode e deve servir de catalisador, ser lugar de encontro e de convergência da comunidade educante inteira, com o único objetivo de formar, ajudar a crescer como pessoas maduras, simples, competentes e honestas, que saibam amar com fidelidade, que saibam viver a vida como resposta à vocação de Deus, e a futura profissão como serviço à sociedade.

Aos jesuítas, depois, gostaria de dizer que é importante alimentar o seu compromisso no campo educativo. As escolas são um instrumento precioso para dar uma contribuição para o caminho da Igreja e da sociedade inteira. O campo educativo, além disso, não se limita à escola convencional. Encorajem-se a buscar novas formas de educação não convencionais segundo ´as necessidades dos lugares, dos tempos e das pessoas´.

Finalmente, uma saudação a todos os ex-alunos presentes, aos representantes das escolas italianas da Rede de Fe y Alegria, que eu conheço bem pelo grande trabalho que realiza na América do Sul, especialmente entre as camadas mais pobres. E uma saudação particular à delegação do colégio albanense de Shkodra, que, depois dos longos anos de repressão das instituições religiosas, a partir de 1994 retomou a sua atividade, acolhendo e educando jovens católicos, ortodoxos, muçulmanos e até mesmo alguns alunos nascidos em contextos familiares agnósticos. Assim, a escola se torna um lugar de diálogo e de sereno confronto, para promover atitudes de respeito, escuta, amizade e espírito de colaboração.

Queridos amigos, agradeço a todos vocês por este encontro. Confio-vos à materna intercessão de Maria e os acompanho com a minha bênção: o Senhor está sempre perto de vocês, os levanta das quedas e os leva a crescer e a fazer escolhas cada vez mais altas ´con grande ánimo y liberalidad´, com magnanimidade. Ad Maiorem Dei Gloriam."
www.vatican.va, 07-06-2013.

Artigo: Evangelização eficaz


Artigo do Pe. João Batista Libanio, SJ, professor da Faculdade Jesuíta de Teologia e Filosofia (FAJE)

O verbo Evangelizar ressoa desde o mandato de Jesus relatado no final dos Evangelhos de Mateus e Marcos. Os discípulos assumiram-no com coragem e denodo até a entrega da própria vida. E assim a fé cristã cresceu no meio de judeus e pagãos por meio da pregação.

O apóstolo Paulo resumiu em poucas palavras a necessidade da evangelização, quando afirma que a salvação vem de crer no nome do Senhor. Mas como crer naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E para proclamar precisamos de enviados. Logo a fé vem pela pregação (Rm 10 13-17).

Essa consciência alimentou durante séculos o fogo evangelizador. Acrescente-se na Igreja Católica a interpretação, no sentido literal, de que “fora da Igreja não há salvação”. Então os missionários saíram dispostos a tudo para converter as pessoas para dentro da Igreja com o batismo e assim arrancá-las da condenação eterna.

Hoje temos uma compreensão mais ampla. A de que a salvação de Deus vai muito além dos limites visíveis da Igreja e da evangelização explícita, conforme afirma o Papa Paulo VI na Exortação Apostóloca Evangelii Nuntiandi (n. 21).

Sabemos, contudo, que a evangelização significa graça para quem acolhe o Evangelho. E nele existem tesouros que só chegam às pessoas pelo seu conhecimento. Daí a responsabilidade de fazer chegá-los a quantos podemos.

Nas últimas décadas soou a expressão Nova Evangelização. Ela tem duas vertentes principais de compreensão. Ainda que muitos não saibam, Medellín já a usou. E depois se tornou muito divulgada por obra de João Paulo II que a empregou em vários momentos de suas viagens apostólicas pela Polônia, Haiti, República Dominicana e Uruguai.

Em Medellín, o termo adquiriu sentido libertador. Analisara-se a evangelização do Continente e percebera-se como ela não tinha considerado, em muitos momentos, as culturas indígenas e, depois da vinda dos escravos, a cultura negra. Impusera-se com o Evangelho a cultura europeia ocidental, como a única verdadeira cultura.

Medellín pensou girar radicalmente o processo evangelizador da América Latina. Propôs pensá-lo a partir da base, em vez de simplesmente plantar em nossas terras o modelo europeu. Neste sentido, ela se realizava por meio das comunidades eclesiais de base, alimentadas pela teologia da libertação. No fundo, portanto, ela visava principalmente aos pobres no sentido libertador, não somente como os destinatários principais, mas como os próprios sujeitos evangelizadores.

João Paulo II encontrava-se em outra perspectiva. Sentia o cansaço da evangelização em nossos países e buscou animar a Nova Evangelização, ao incentivá-la sob três aspectos: “nova em seu ardor, em seus métodos, em sua expressão".  Importa-nos, agora, encontrar a síntese que valorize a tradição de Medellín de enculturação respeitosa das culturas locais. Vale também ouvir o desejo de João Paulo e de Aparecida de que nos entusiasmemos com o encontro pessoal com Cristo para anunciá-lo a todos com novo ardor, novos métodos e expressão, respondendo ao momento e a cultura atual.
SIR

sábado, 8 de junho de 2013

“A CESE é a comunhão das nossas Igrejas a serviço dos pobres”, afirmou dom Leonardo Steiner


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Em comemoração pelos 40 anos da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), foi realizada no dia 6 de maio, um culto celebrativo na Cúria Metropolitana do Bom Pastor, em Salvador (BA). Participaram representantes de diferentes denominações religiosas. Também esteve presente o Secretário Geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
O bispo destacou a missão da CESE. “É uma comunhão das nossas Igrejas a serviço dos pobres. A CESE sempre procurou levar à pessoa humana uma autonomia, lutando para que os direitos sejam preservados, mas também as pessoas tenham acesso aos seus direitos, nos diversos aspectos que o direito propõe”, concluiu.
O evento, que marcou os 40 anos do grupo, incluiu uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia, e a exposição “Direitos Humanos em Imagens”, do artista plástico J. Cunha. Também foi realizado o lançamento do livro “Ecumenismo e Cidadania: a trajetória da Coordenadoria Ecumênica de Serviço”.
A CESE é uma entidade ecumênica, sem fins lucrativos, que já apoiou mais de 10 mil projetos de organizações populares em todo o Brasil. Desta forma, busca beneficiar as populações rurais e urbanas, que convivem com as consequências de extrema desigualdade no país.
Fonte: CNBB

Seminário pretende relembrar a atuação dos cristãos no período da ditadura


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Nos dias 26 e 27 de junho, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), promove o Seminário Internacional Memória e Compromisso. O evento será realizado no Centro Cultural de Brasília (CCB) e tem por objetivo relembrar a atuação dos cristãos no processo de anistia política e de redemocratização do Brasil durante o período de 1964 a 1988.
Para a CBJP, o resgate dessa memória é fundamental para fazer justiça aos que vivenciaram diversas violações de direitos e para alimentar as esperanças em tempo de opressão, bem como para lançar luzes aos desafios da atualidade. Por isso, o evento pretende provocar reflexões a cerca da conjuntura político-social brasileira com discussões que envolvem o modelo atual de Estado e de desenvolvimento adotado pelo país e suas consequências para a sociedade.
A reflexão contará com a presença de nomes como padre Oscar Beozzo, Hamilton Pereira, padre Leonel Narvaez, Maria Clara Bingemer, Maria Vitória Benevides, frei Carlos Mesters, pastor Walter Altmann, dom Celso Queiroz, entre outros.
O encontro será pautado em análises da conjuntura nacional, internacional e eclesial, do período ditatorial. A reflexão será no sentido de entender quais eram os desafios teológicos e institucionais da Igreja nesse período. Os participantes ainda acompanharão falas sobre os cristãos em luta por transição em diversos países; resgate de experiências e memória da atuação dos cristãos e instituições cristãs; e uma reflexão sobre justiça de transição e desafio cristão de reconciliação, entre outros temas.
Memória e Compromisso
O Seminário consiste na primeira fase do projeto Memória e Compromisso. Esse projeto é realizado em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e conta com apoio da Comissão Nacional da Verdade e da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.
O projeto também conta com a participação do padre Zezinho e Frei Betto, que não participarão do Seminário, mas vão colaborar em outras etapas (como a publicação do livro, do DVD e do CD com as conclusões do projeto).
Participação
Podem participar estudantes, pessoas de todas as denominações religiosas, agentes pastorais, membros de organismos, profissionais e militantes da área de direitos humanos, e demais interessados. Será emitido certificado de participação, com as horas correspondentes.
Os interessados devem acessar o site da Comissão Brasileira Justiça e Paz e preencher a ficha de inscrição.
Mais informações: (61) 33238713 ou cbjpagenda@gmail.com
Assessoria de Imprensa: (61) 84802524 ou comunicaçã o.cbjp@gmail.com
Fonte: