domingo, 15 de fevereiro de 2015

Meu Dia com Deus

DIA 15 DE FEVEREIRO - DOMINGO

Ouça: 
Evangelho do Dia: (Marcos 1,40-45)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que se povo visita, seu povo, meu Deus visitou (Lc 7,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 40 Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."
41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."
42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.
43 Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:
44 "Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."
45 Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
Palavra da Salvação.
 
Meditando o Evangelho
A LIBERDADE DE CURAR
            A cura do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
            Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem, de fato, carecia de sua ajuda.
            A moção da vontade, porém, não diminuia o afeto de Jesus. Seu coração se compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
            A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo amor.
 
Oração
Senhor Jesus, mova meu coração para fazer o bem a quem carece de misericórdia. Seja eu tua presença amorosa junto deles.
 

Roteiro Homilético

15 de fevereiro / 2015 – 6º Domingo do Tempo Comum /B

O PODER SOBRE A EXCLUSÃO SOCIAL

 1ª leitura: (Lv 13,1-2.44-46) Os leprosos: marginalizados – As leis de Israel concernentes à lepra são severas. Mesmo sem que se saiba a natureza da doença, quem demonstra seus sintomas deve ser afastado da comunidade, e seus objetos, destruídos. Estas medidas parecem inspiradas pela higiene, mas não deixam de sugerir a presença de uma força maligna nos infelizes. Trata-se de um verdadeiro tabu e discriminação social. * Cf. Dt 24,8-9; Nm 12,10-15.

2ª leitura: (1Cor 10,31–11,1) Fazer tudo para a glória de Deus – Ao fim da discussão sobre os banquetes idolátricos (1Cor 8–10; cf. dom. passado), Paulo tira as conclusões práticas. Que se compre carne destes banquetes no mercado, sem ninguém o saber, não tem importância (10,25). Se, porém, alguém o sabe e se escandaliza, então não se deve comer desta carne, por amor ao fraco na fé (10,28-29), pois não seria possível comê-la agradecendo a Deus (10,30). Daí, a atitude geral: fazer tudo de sorte que seja um agradecimento a Deus, o que acontece quando é para o bem dos outros. Por final, Paulo atreve-se a colocar-se como exemplo, sendo que Cristo é o exemplo dele. * 10,31-32 cf. Cl 3,17; 1Pd 4,11; 1Cor 9,20-22. Rm 15,2 * 10,33–11,1 cf. 1Cor 4,16; Fl 3,17.

Evangelho: (Mc 1,40-45) Jesus cura um leproso – Sempre no exercício da “autoridade” divina sobre as forças do mal e, ao mesmo tempo, levado por uma compaixão humana que não deixa de ser divina também, Jesus quebra o tabu da lepra, toca o leproso e faz desaparecer a lepra. Depois, manda o homem oferecer o sacrifício prescrito, selando assim sua reintegração na comunidade. Jesus lhe proíbe publicar o ocorrido, porque a publicidade não dá acesso à verdadeira personalidade de Jesus (que não apenas cura, mas também assume o sofrimento humano). Mas o homem não é capaz de silenciar o fato... * cf. Mt 8,2-4; Lc 5,12-16; Lv 14,1-32 (1ª leitura). 
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 A lepra era um sofrimento duplamente cruel, em Israel, por causa da doença em si e por causa da exclusão prevista pela Lei (1ª leitura, Lv 13; mas Lv 14 traz prescrições para curar os leprosos e reintegrá-los). Na opinião do povo, a lepra devia ser obra de algum espírito muito ruim. Os leprosos eram intocáveis, tabu! Jesus quebra este tabu (evangelho). O leproso reconhece em Jesus sua misteriosa “autoridade”, seu poder sobre os espíritos maus. “Se quiseres, tens o poder de me purificar” (Mc 6,40). Jesus não pensa nas severas restrições da Lei, mas em compaixão, aquela qualidade divina que ele encarna. Toca no leproso, apesar da proibição. Diz: “Eu quero, sê purificado”, e acontece. Como aos exorcizados, Jesus proíbe ao ex-leproso publicar o que o “poder” nele operou. Mas quem poderia esconder tanta felicidade? O homem, até então marginalizado, encontrou a reintegração e aproveitou-a para contar o que lhe acontecera. Mais: Jesus foi ocupar o lugar do leproso, nos “lugares desertos” (1,45).
Como as narrações precedentes, também esta é concebida como uma revelação velada da personalidade de Jesus. Poder e compaixão: duas qualidades de Deus, dificilmente compatíveis no homem, são as feições que se deixam entrever no agir de Jesus. E também: a superioridade em relação à Lei. Pois a Lei é para o bem das pessoas; se se pode curar alguém pelo “poder”, não é preciso primeiro consultar os guardiães da Lei. Basta que, depois do benefício de Deus, o leproso ofereça o sacrifício de agradecimento a Deus, conforme o rito costumeiro.
Chegamos aqui a um ponto central na atuação de Jesus, e que provocará a crescente e mortal oposição das autoridades religiosas: Jesus sabe melhor que a Lei (na interpretação dos escribas) o que é o bem do homem. Reintegra, por “autoridade” própria, o homem que a letra da Lei marginalizava. Restaura a comunhão com o excomungado (a aclamação ao evangelho é tirada, precisamente, de um dos salmos de reintegração dos excomungados), passando para trás os que tinham o monopólio da reintegração. Aceitar este Jesus significa aceitar alguém que supera as mais altas autoridades religiosas. Neste sentido, a cura da lepra funciona como um sinal: significa que, de fato, Jesus está acima das prescrições legais e pode prescindir delas. Este é o ponto central da revelação velada que se expressa neste milagre.
Este tema convida a uma catequese sobre a reintegração dos que são marginalizados (não necessariamente por causa de lepra). Uma pista: a reintegração baseia-se na “autoridade” que Jesus demonstra; autoridade que neutraliza, por assim dizer, as prescrições da Lei. Em Jesus, temos uma autoridade superior. Para que nós, operando como membros do Cristo, possamos realmente vencer a marginalização, será preciso desenvolver um poder que esteja acima das convenções constrangedoras do sistema em que vivemos. Precisamos demonstrar tal poder, exatamente como Jesus. Precisamos de uma encarnação operante da compaixão reintegradora; precisamos de uma força que neutralize os mecanismos de marginalização. Uma força de origem divina: a força da verdadeira solidariedade, baseada no amor.
A 2ª leitura tira das “questões particulares” dos coríntios uma regra de vida que vale para todas as circunstâncias. Paulo chega ao termo de suas considerações com relação ao participar dos banquetes religiosos pagãos (que eram, ao mesmo tempo, festas civis) (1Cor 8) e com relação ao comer carne sacrificada aos ídolos e depois vendida no mercado (10,23-30). Acha que não convém usar de seu direito em coisas tão secundárias, se isso causa confusão nos “fracos na fé”, que não sabem distinguir o que é idolátrico e o que não o é. Inclusive, as refeições se fazem sob ação de graça; ora, como render graças se o irmão fica na confusão pelo que estou fazendo (10,30)? Daí a regra geral, adaptável a muitas circunstâncias: fazer tudo, comer, beber e tudo o mais, de modo que se possa dar graças e louvor a Deus (10,31). Paulo se coloca a si mesmo como exemplo (cf. dom. passado): o pregador deve ser a ilustração daquilo que ele prega. Paulo quer agradar a todos, não para lograr sucesso pessoal, mas para o bem da maioria, a fim de que todos se deixem atrair por Cristo. Este texto é uma das mais lindas exortações que a Bíblia contém.

Deus e os excluídos
 A exclusão social virou princípio de organização socioeconômica: a lei do mercado, da competitividade. Quem não consegue competir, desapareça. Quem não consegue consumir, deve sumir. Escondemos favelas por trás de paredões ou placares de publicidade para que feios, aleijados, idosos e doentes não poluam os nossos cartões postais!
Em tempos idos, a exclusão muitas vezes provinha da impotência ou da superstição. Assim a exclusão dos cegos e coxos do templo de Jerusalém. Ou a marginalização dos leprosos, ilustrada abundantemente em Lv 13–14 (cf. 1ª leitura). Enquanto não se tivesse constatado a cura por um complicado ritual, o leproso era considerado impuro, intocável. Jesus, porém, toca no leproso – e o cura (evangelho). É um sinal do Reino de Deus. Jesus torna o mundo mais conforme ao sonho de Deus. Pois Deus não deseja sofrimento nem discriminação. O Antigo Testamento pode não ter encontrado outra solução para esses doentes contagiosos que a marginalização; mas Jesus mostra que um novo tempo começou.
Começou, mas não terminou. Reintegrar os marginalizados não foi uma fase passageira no projeto de Deus, como os benefícios que os políticos realizam nas vésperas das eleições. O plano messiânico continua através do povo messiânico, como se concebe a Igreja. Devemos continuar inventando, quando pudermos, soluções contra toda e qualquer marginalização. Pois somos todos irmãos e irmãs.
Seremos impotentes para excluir a exclusão, como os antigos israelitas em relação à lepra? Que fazer com os criminosos perigosos, viciados no crime? Será nosso mundo tão bom que possa reintegrar tais pessoas, sem que se enrosquem de novo? O fato de ter de marginalizar alguém é um reconhecimento da não-perfeição de nossa sociedade. Toda forma de marginalização é uma denúncia contra nossa sociedade, e ao mesmo tempo um desafio. Isso é muito mais ainda o caso em se tratando de pessoas inocentes. A marginalização é sinal de que não está acontecendo o que Deus deseja.
Onde existe marginalização, o Reino de Deus ainda não chegou, pelo menos não completamente. E aonde chega o Reino de Deus, a marginalização não deve mais existir. Por isso, Jesus reintegra os marginalizados, como é o caso do leproso, dos pecadores, publicanos, prostitutas… Essa reintegração está baseada no poder-autoridade que Jesus detém como enviado de Deus: “Se quiseres, tens o poder de me purificar” (Mc 1,40). Jesus passa por cima das prescrições levíticas, toca no leproso e “purifica”-o por sua palavra em virtude da autoridade que lhe é conferida como “Filho do Homem” (= “executivo” de Deus, cf. Mc 2,10.28).
Há quem pense que os mecanismos auto reguladores do mercado são o fim da história e a realização completa da racionalidade humana. E os que são (e sempre serão) excluídos por esse processo, onde ficam? Não será esse raciocínio o de um varejista que se imagina ser o criador do universo? A liturgia de hoje nos mostra outro caminho, o de Jesus: solidarizar-se com os marginalizados, os excluídos, tocar naqueles que a “lei” proíbe tocar, para reintegrá-los, obrigando a sociedade a se abrir e a criar estruturas mais acolhedoras. Mais messiânicas.
 (Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB  e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. 

O Carnaval e os valores cristãos


Está faltando para os cristãos a vivência e a prática de uma espiritualidade da alegria.
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz*

Com a chegada do Carnaval, fica sempre para o fiel cristão o desafio e as possibilidades diante deste evento tão marcante para a cultura brasileira. Uns se preparam para um momento de recolhimento nos chamados retiros de Carnaval ou Rebanhões, aprofundarão a oração e através do louvor e da intercessão renovarão a sua vida espiritual.

Outros menos avisados entrarão de cheio na mística de diversão, pensando que no Carnaval há férias para tudo, e como estava escrito nas cartografias da Renascença não existe pecado debaixo do Trópico. Assim seria lícito cometer toda espécie de exageros e desvios contra a vida e a família. Parece que não haveria outra opção para bem viver o Carnaval como tempo de alegria e festa, embora muito contaminada pelo hedonismo e os apelos para uma sexualidade desenfreada. É pena termos esquecido a origem desta palavra: " a carne vale", para expressar que este tempo que antecipava a Quaresma não era preciso fazer abstinência de comer carne, e todo o povo participava celebrando a paixão e a alegria de viver, valores profundamente evangélicos.

O homem e a mulher bíblica tinham uma dimensão marcadamente festiva como prova a festa do Purim, que celebrava a salvação do povo pela atuação da Rainha Éster. Hoje também é possível como o Rei Davi e João Batista no ventre materno pular com alegria, testemunhando o rosto amável, luminoso e belo do Bom Deus que nos chama a plenitude e a viver com inteireza a condição de filhos amados e sempre acompanhados por sua Presença.

Está faltando às vezes para os cristãos a vivência e a prática de uma verdadeira espiritualidade da alegria, que condiga desvelar e mostrar em quem acreditamos: o Deus da Paz e da Alegria. Uma espiritualidade capaz de apontar no Carnaval onde se encontram a beleza, a completude e a verdadeira festa, partilhando com os carnavalescos, a ginga, os enredos que enobrecem o ser humano, e a espontaneidade generosa e solidária de quem se diverte não prejudicando a saúde nem a felicidade do irmão, mas busca plenificar estes instantes com esperança e desejo da Festa sem fim. Deus seja louvado!
CNBB, 09-02-2015.
*Dom Roberto Francisco Ferreria Paz é bispo de Campos (RJ).

Evangelho do Dia

Ano B - 15 de fevereiro de 2015

Marcos 1,40-45

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que se povo visita, seu povo, meu Deus visitou (Lc 7,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 40 Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."
41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."
42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.
43 Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:
44 "Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."
45 Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
A LIBERDADE DE CURAR
            A cura do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
            Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem, de fato, carecia de sua ajuda.
            A moção da vontade, porém, não diminuia o afeto de Jesus. Seu coração se compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
            A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo amor.
 
Leitura
2 Reis 5,9-14
Leitura do segundo livro dos Reis.
5 9 Naamã veio com seu carro e seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
10 Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: "Vai, lava-te sete vezes no Jordão e tua carne ficará limpa".
11 Naamã se foi, despeitado, dizendo: "Eu pensava que ele viria em pessoa, e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, poria a mão no lugar infetado e me curaria da lepra.
12 Porventura os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar limpo?" E, voltando-se, retirou-se encolerizado.
13 Mas seus servos, aproximando-se dele, disseram-lhe: "Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse ordenado algo difícil, não o deverias fazer? Quanto mais agora que ele te disse: ´Lava-te e serás curado´".
14 Naamã desceu ao Jordão e banhou-se ali sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e sua carne tornou-se tenra como a de uma criança.
Palavra do Senhor.
 
Salmo 31/32
Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio. 

Feliz o homem que foi perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado
e em cuja alma não há falsidade!

Eu confessei, afinal, meu pecado
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”
E perdoastes, Senhor, minha falta.

Regozijai-vos, ó justos, em Deus,
e no Senhor exultai de alegria!
Corações retos, cantai jubilosos!

 
Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 15 DE FEVEREIRO - DOMINGO

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona de entrada:
Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3s).
Oração do dia
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Reis 5,9-14)
Leitura do segundo livro dos Reis.
5 9 Naamã veio com seu carro e seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
10 Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: "Vai, lava-te sete vezes no Jordão e tua carne ficará limpa".
11 Naamã se foi, despeitado, dizendo: "Eu pensava que ele viria em pessoa, e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, poria a mão no lugar infetado e me curaria da lepra.
12 Porventura os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar limpo?" E, voltando-se, retirou-se encolerizado.
13 Mas seus servos, aproximando-se dele, disseram-lhe: "Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse ordenado algo difícil, não o deverias fazer? Quanto mais agora que ele te disse: ´Lava-te e serás curado´".
14 Naamã desceu ao Jordão e banhou-se ali sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e sua carne tornou-se tenra como a de uma criança.
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial 31/32
Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio. 

Feliz o homem que foi perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado
e em cuja alma não há falsidade!

Eu confessei, afinal, meu pecado
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”
E perdoastes, Senhor, minha falta.

Regozijai-vos, ó justos, em Deus,
e no Senhor exultai de alegria!
Corações retos, cantai jubilosos!

 
Leitura (1 Coríntios 10,31-11,1)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
10 31 Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
32 Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus.
33 Fazei como eu: em todas as circunstâncias procuro agradar a todos. Não busco os meus interesses próprios, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos.
11 1 Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
Palavra do Senhor.
 
Evangelho (Marcos 1,40-45)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que se povo visita, seu povo, meu Deus visitou (Lc 7,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 40 Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."
41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."
42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.
43 Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:
44 "Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."
45 Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
A LIBERDADE DE CURAR
            A cura do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
            Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem, de fato, carecia de sua ajuda.
            A moção da vontade, porém, não diminuia o afeto de Jesus. Seu coração se compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
            A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo amor.
 

Oração
Senhor Jesus, mova meu coração para fazer o bem a quem carece de misericórdia. Seja eu tua presença amorosa junto deles.
 

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
 
Sobre as oferendas
Ó Deus, que este sacrifício nos purifique e renove e seja fonte de eterna recompensa para os que fazem a vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Eles comeram e beberam à vontade; o Senhor satisfizera os seus desejos (Sl 77,29s).
Depois da comunhão
Ó Deus, que nos fizestes provar as alegrias do céu, dai-nos desejar sempre o alimento que nos traz a verdadeira vida. Por Cristo, nosso Senhor.

Papa alerta cardeais para perigos da inveja e orgulho


Ele falou durante a cerimônia em que foram investidos 20 novos cardeais
O papa Francisco pediu nesse sábado (14) aos novos cardeais da Igreja Católica que tenham “forte sentido de justiça” e que pratiquem a caridade, alertando para os perigos da inveja e do orgulho. Para Francisco, os cardeais devem ter “forte sentido de justiça, de modo a não aceitar nenhuma injustiça”.

Ele falou durante a cerimônia em que foram investidos 20 novos cardeais (15 eleitores e cinco não eleitores). O papa avisou aos novos cardeais que a caridade tem de pautar o seu trabalho.

Segundo Francisco, a caridade significa ser magnânimo e benevolente: “A magnanimidade é, em certo sentido, sinônimo de catolicidade. É saber amar sem limites mas, ao mesmo tempo, com fidelidade nas situações particulares e com gestos concretos”. Ele advertiu que os cardeais não estão imunes à tentação da inveja e do orgulho. Francisco alertou ainda os cardeais para o perigo da raiva, considerando que é desculpável uma irritação momentânea, mas não o rancor.
Agência Brasil