quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Liturgia Diária

Dia 20 de Fevereiro - Quarta-feira

I SEMANA DA QUARESMA
(Roxo – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Lembrai-vos de vossa misericórdia e de vosso amor, pois são eternos. Nossos inimigos não triunfem sobre nós; libertai-nos, ó Deus, de toda angústia! (Sl 24,6.3.22)
Oração do dia
Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Jonas 3,1-10)
Leitura da profecia de Jonas.
3 1 A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos:
2 "Vai a Nínive, a grande cidade, e faze-lhe conhecer a mensagem que te ordenei".
3 Jonas pôs-se a caminho e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era, diante de Deus, uma grande cidade: eram precisos três dias para percorrê-la.
4 Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída".
5 Os ninivitas creram (nessa mensagem) de Deus, e proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior até o menor.
6 A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
7 Em seguida, foi publicado pela cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: Fica proibido aos homens e aos animais, tanto do gado maior como do menor, comer o que quer que seja, assim como pastar ou beber.
8 Homens e animais se cobrirão de sacos. Todos clamem a Deus, em alta voz; deixe cada um o seu mau caminho e converta-se da violência que há em suas mãos.
9 Quem sabe, Deus se arrependerá, acalmará o ardor de sua cólera e deixará de nos perder!
10 Diante de uma tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 50/51
Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!
Evangelho (Lucas 11,29-32)
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 11 29 quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas.
30 Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração.
31 A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.
32 Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
UMA CHANCE PERDIDA
Os contemporâneos de Jesus não fizeram muito caso de sua pregação. Quando confrontados com a exigência de conversão, colocavam em dúvida a pessoa de Mestre, exigindo dele sinais que comprovassem sua autoridade.
No fundo, a geração perversa daquele tempo não estava disposta a abrir mão de seus esquemas, e a acolher a proposta que lhe era apresentada. As exigências de Jesus eram vistas com desprezo por quem se sentia seguro, apegado às próprias idéias, e convencido da própria salvação; por quem havia reduzido Deus aos limites da própria mentalidade, um Deus que já não tinha mais força para questionar; por quem cultuava a tradição, apegando-se ao passado.
A censura de Jesus a seus contemporâneos evidencia que eles tinham perdido uma grande chance oferecida por Deus. Até mesmo os habitantes de Nínive, apesar de serem pagãos, deram ouvido a Jonas; e fizeram penitência, após a pregação do profeta. Mesmo a rainha de Sabá, vinda de longe, fora ter com o rei Salomão - homem extraordinariamente sábio -, a fim de ser instruída por ele. A geração do tempo de Jesus, ao invés disso, fechou-se, decididamente, diante do convite que lhe era feito, chegando até a suspeitar do Mestre.
A prudência nos recomenda a estarmos atentos aos apelos de Deus, para que não tenhamos de lamentar a chance perdida. Diante do convite de Jesus, é necessário converter-se, sem demora.

Oração
Espírito de prudência, faze-me acolher, sem demora, o convite de Jesus, de modo que eu não perca a chance de converter-me ao Evangelho da salvação.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Nós vos ofertamos, o Deus, estes dons que nos destes para oferecer-vos. E, assim como os tornais para nós um sacramento, sejam também remédio para a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Senhor, alegrem-se todos os que em vós confiam e exultem eternamente aqueles que protegeis (Sl 5,12).
Depois da comunhão
Senhor nosso Deus, que não cessais de nos alimentar com os vossos sacramentos, concedei que esta refeição nos alcance a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Cáritas agradece ao Papa por ter colocado «a caridade no coração da Igreja»

Lisboa, Portugal, 20 fev (SIR) – O presidente da Cáritas Internacional (CI) agradeceu hoje o empenho que Bento XVI colocou ao longo do seu pontificado na defesa da “caridade” e da “justiça social”, através da sua oração, das suas encíclicas e viagens pastorais.
Numa mensagem publicada na página da Cáritas Portuguesa, o cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga enaltece a forma firme como o Papa colocou “a caridade no coração da Igreja” e “do mundo”, denunciou “o sofrimento das pessoas em perigo” e “falou de amor e compaixão” como valores a promover e preservar. “Ainda antes de fazer um ano desde o início do seu pontificado, o Papa Bento já tinha claramente delineado o papel essencial de amar os outros e ajudar os pobres e vulneráveis na encíclica Deus Caritas Est”, recorda o líder da organização católica tutelada pelo Vaticano.
“Quatro anos mais tarde”, acrescenta o prelado hondurenho, Joseph Ratzinger “deu” ao mundo a encíclica “Caritas in Veritate”, reflexão “que enfatizou a necessidade de tornar a economia global num sistema mais ético”. Em maio de 2011, num encontro no Vaticano com 300 delegados da CI, vindos de todo o mundo, Bento XVI referiu-se aquele organismo pontifício como expressão do “coração” da Igreja. “Estar no coração da Igreja, e ser capaz, de certo modo, de falar e agir em nome dela para o bem comum, implica certas responsabilidades no âmbito da vida cristã, tanto ao nível pessoal como comunitário” salientou o Papa, durante uma sessão que assinalava os 60 anos da chamada "Caritas Internationalis".
D. Oscar Rodríguez Maradiaga destaca o desafio deixado por Bento XVI, e garantiu que “este coração feito de caridade na forma de amor para com os menos afortunados vai continuar a crescer e a bater ainda mais forte”. Na missiva, assinada também pelo secretário-geral da CI, Michael Roy, o arcebispo de Tegucigalpa oferece “oração e apoio ao Papa” cessante “e também à Igreja universal, neste momento de mudança”.
A Cáritas Internacional foi fundada em 1951 pelo Papa Pio XII, num período em que o sofrimento causado pela Segunda Guerra Mundial estava ainda bem vivo na memória dos povos, e assumiu-se ao longo dos anos como o principal órgão coordenador da ação solidária da Igreja Católica. Dela fazem parte 165 organizações humanitárias, que atuam em mais de 200 países, entre os quais Portugal.
A intervenção do Vaticano, nesta área, concretiza-se, sobretudo, através do Conselho Pontifício Cor Unum, também conhecido como “Conselho da Caridade”, criado pelo Papa Paulo VI em 1971.

A vela que se apaga

A decisão de papa Ratzinger imprevista, mas até certo ponto. Os tantos sinais indicadores. A análise é de Marco Tosatti, Vatican Insider.

CIDADE DO VATICANO - Nestes dias se fala muito de complôs e de documentos, e tudo relacionado com a renúncia de Bento XVI. Tudo possível, naturalmente.
Mas nestes dias foi revendo uma série de apontamentos, que andei fazendo ao longo dos anos e dos meses, sobre a saúde do Papa. Informações recebidas de pessoas que lhe são próximas, e que tinha prometido não revelar até que ficasse no cargo.
A renúncia dele me libertou deste compromisso. E examinando aqueles papéis, o quadro é o de uma progressiva deterioração de sua saúde e de suas energias; um quadro que justifica plenamente a decisão difícil que o Papa tomou.
Dois anos atrás: “O Papa não consegue dormir de noite, e não quer tomar tranquilizantes. Por isso apresenta, muitas vezes, um ar cansado. E quem gosta dele insiste para que, na parte da tarde, não seja agendado nenhum compromisso antes das 17h, de maneira que tenha tempo para descansar, especialmente durante as viagens. Mas, no entanto, marcam compromissos logo após o almoço, às 15h30 e assim por diante. O médico, dr. Polisca afirma que pode ir para frente, se conseguir se manter tranquilo e se for controlada a pressão. Este, no momento, é o problema principal, porque a pressão está tendo mudanças repentinas. Polisca disse: sobretudo atenção aos aviões. Insiste para que passe menos tempo possível no avião, porque os perigos estão aí”.
E, com efeito, parece que o Pontífice tenha expressamente afirmando que a viagem intercontinental até o Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude, deveria ser excluída. 
Ainda dois anos atrás: “Outro problema, durante as viagem é que cai da cama, se é um pouco pequena. No Vale de Aosta, quando quebrou o braço, é porque parece que caiu da cama. Assim em Malta lhe prepararam um quarto muito bonito, cheio de objetos de arte e de móveis de época, com uma cama do tempo napoleônico, com cortinas, muito bonita, mas apertada. Não conseguiu dormir a noite inteira com medo de cair. E na manhã seguinte, durante a missa, pegou no sono, e um dos assistentes teve que acordá-lo, tocando o braço. ‘Não preguei o olho a noite toda’ lhe disse Bento XVI desculpando-se”. 
O biógrafo de Bento XVI, Peter Seewald, confirmou nestes dias o que encontrei num apontamento de um ano e meio atrás: “Está confirmado que com o olho esquerdo já não enxerga quase nada; e isto cria problemas quando deve subir degraus, e particularmente durante as missas solenes quando deve rodear o altar com o turíbulo”.
“Cansa com grande rapidez”: esta afirmação a encontramos com mais frequência à medida que nos aproximamos do presente. “Tem uma enorme dificuldade para se levantar de manhã: às vezes dorme até nove horas seguidas. Porque necessita de descanso”. E chegamos aos últimos meses: o verão e o outono de 2012. “Sente-se fraco, e o fala, enquanto antes não se queixava”. Anda de bengala também em seu apartamento, porque o quadril e o joelho doem. Provavelmente lhe dão a cortisona, para aliviar a dor. Mas também quem notava antes que no passeio à tarde caminhava tranquilamente, olhava as flores recém-plantadas pelos jardineiros, agora dá alguns passos e depois se senta no assento mais próximo; como se não tivesse mais nem a energia, nem o estímulo, nem a curiosidade de ver.
Se agora os problemas da péssima-ótima saúde de Bento XVI são conhecidos (o íctus  de 1992, o marca-passo, a insônia,a vista, o caminhar), são menos conhecidos os de seu braço-direito, o Secretário de Estado que também parece ter algum problema nas vistas, e que, com toda discrição, como se fala na cidade de Gênova, se submeteu a uma intervenção ortopédica de certa gravidade alguns tempos atrás numa clínica administrada por religiosas naquela cidade.
Marco Tosatti, Vatican Insider - 19/02/13.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 20/02/2013



Jesus é o grande sinal
Leitura Orante


Lc 11,29-32

Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas".

Leitura orante
Preparo-me para a Leitura Orante,
orando com Santo Agostinho:

Tarde vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova.
Tarde vos amei !
Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora procurando-vos !
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo, e eu não estava convosco !

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio atentamente o texto de hoje: Lc 11,29-32.
Jesus denomina de "más" as pessoas que pedem um milagre como sinal da aprovação de Deus. Afirma que o Filho do Homem é o sinal para as pessoas de hoje. Não é um sinal espetacular que deve levar as pessoas à conversão, mas à adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

2. Meditação(Caminho)
O que a Palavra diz para mim?
Como é a minha fé? Fico à procura de milagres, sinais especiais em meu favor?
Ou acredito em Deus, independentemente dos sinais?
Os bispos, em Aparecida, apontam para um sinal muito importante na vida de todo cristão - o anúncio do amor de Deus:
"Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas." (DA 29).


3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja a Oração oficial da CF 2013
Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para...
4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou hoje, descobrir a presença e os sinais de Deus em tudo que me acontecer.

Santo do dia

20 de fevereiro

Santo Euquério
O bispo francês Euquério foi um grande defensor da Igreja em seu tempo. Defensor não só de seus conceitos e dogmas, mas também dos seus bens, que tanto atraíam os poderosos.

Euquério nasceu em Órleans, na França, e recebeu disciplina e educação cristã desde o berço. Assim que a idade o permitiu, entrou para o mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de atuação ali foram marcados pela autopenitência que, de tão severa, chegava a lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde, Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.

Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina. Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei, apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção. Entretanto, tramou a transferência do bispo, para afastá-lo de sua querida cidade de Órleans.

Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, aonde também conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège. Ele viveu seis anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom. O bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão. Sua festa litúrgica se dá no dia de sua morte.

Mensagens


3


Ouvi uma antiga parábola.
Deve ser muito velha mesmo,
pois naquela época Deus costumava morar na Terra:

"Um dia, um velho fazendeiro veio a Deus e disse-lhe:
- Olha, você pode ter criado o mundo, mas preciso lhe dizer uma coisa.
Você não é fazendeiro. Não sabe nem o bê-a-bá da agricultura.
Você tem muito o que aprender.

Ao que Deus respondeu:
- O que você sugere?
- Dê-me um ano e permita que as coisas sejam de acordo com a minha vontade. E veja o que acontecerá: não haverá mais pobreza!

Deus concordou e um ano foi dado ao fazendeiro. Naturalmente, ele pedia e pensava somente no melhor.
Nada de trovões, de ventos fortes, nenhum perigo para a safra.
Tudo confortável, aconchegante.
O fazendeiro estava muito feliz.

O trigo crescia tanto!
Quando queria sol, havia sol.
Quando queria chuva, havia chuva,
o tanto que quisesse.
Nesse ano, tudo estava certo.
Matematicamente preciso.

O trigo estava crescendo muito.
O fazendeiro procurava Deus e dizia:
- Olhe! Desta vez a safra será tão grande que, por 10 anos, mesmo que as pessoas não trabalhem, haverá comida suficiente!

Mas quando fizeram a colheita, não havia grãos. O fazendeiro ficou surpreso e perguntou a Deus:
- o que aconteceu! O que saiu errado?

E Deus respondeu-lhe:
- Por não existir desafio, conflito, fricção, já que você evitou tudo de ruim, o trigo permaneceu impotente.
Uma pequena fricção é uma necessidade. As tempestades, os trovões e os raios são necessários.
Eles agitam a alma dentro do trigo". (Osho)

É, nada fácil! Há momentos em que daríamos tudo por uma chance de pedir a Deus para não corrermos riscos. Mas o risco é necessário.
É importante poder enfrentar as dificuldades, o desconhecido e o incerto. Percebemos que algumas pessoas fazem opção pelo porto seguro das certezas, mas outros acolhem a alma agitada e constróem o novo.

Mas como enfrentar essas turbulências? O auto conhecimento, a vontade de crescer, evoluir e progredir são decisivos.
A sensibilidade, a criatividade e a ética são nossos maiores aliados.
É preciso também termos paciência, pois uma boa colheita necessita de tempo e espera. Necessita também de tempestades, trovões e raios.
Afinal, "eles agitam a alma dentro do trigo!".


Ana Paula Carvalho Pereira