terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Terra Santa: chamados a testemunhar Jesus Cristo diante da violência


Jerusalém, 04 dez (SIR) - Custódio da Terra Santa, P. Pierbattista Pizzaballa, afirmou que a oração é o último recurso ante tanta violência e por isso as comunidades cristãs se esforçam para ser um sopro de oxigênio em meio da destruição que foi deixada pelo novo conflito entre Israel e Hamas.
"Mais uma vez, a violência, a morte e a destruição são a linguagem comum. Não tem sentido começar discutindo quem começou, fazer a conta dos mortos e atribuir responsabilidades. Sabemos simplesmente que não se chegou a nenhuma solução e que será só uma questão de tempo, antes que tudo volte a começar de novo, como um inútil círculo vicioso. Por desgraça, a solução, complexa, parece ainda estar muito longe", expressou. Em uma declaração publicada no site da Custódia da Terra Santa, o sacerdote franciscano assinalou que a oração "é necessária assim como o ar que respiramos porque nos permite olhar tudo o que está ocorrendo com um olhar de fé".
"O cristão deve olhar o mundo com os olhos de Deus, que é Pai, justo e misericordioso; é a única forma de não cair na lógica da violência e da rejeição do próximo, algo que este enésimo conflito é testemunha. Temos necessidade, apesar de tudo o que está ocorrendo, de acreditar ainda no outro. Sem Deus, é impossível", explicou. Sobre o papel das comunidades religiosas, o P. Pizzaballa disse que "deverão esforçar-se, ainda mais, nas distintas e pequenas iniciativas de diálogo e de paz. Não mudarão o mundo na Terra Santa, mas serão um sopro de oxigênio que nos fará constatar que, apesar de tudo, há ainda muitas pessoas que rejeitam esta lógica e que estão dispostas a trabalhar séria e concretamente. Corresponde sobretudo às instituições que trabalham com os jovens, pois a eles está confiado o nosso futuro, adotar iniciativas de diálogo". "
Tanto na Terra Santa como no Oriente Médio, as comunidades cristãs estão chamadas a dar testemunho, a transmitir confiança e não dar espaço para o desespero. Judeus, cristãos e muçulmanos foram chamados aqui, a esta Terra, pela Providência para viver juntos. Queremos demonstrar com a vida que esta vocação é possível e realizável. E com esta certeza vamos recomeçar", expressou.

França: Diálogo islâmico-cristão


Lyon, 04 dez (SIR) – Uns cinquenta líderes cristãos (católicos e evangélicos) e islâmicos se reuniram neste último fim de semana em Lyon durante o 2º Fórum islâmico-cristão. “As tentações extremistas” foi o tema escolhido para os debates numa França fortemente chocada este ano pelos atentados de Toulouse e Montauban.
O Fórum de Lyon é uma iniciativa assumida pelo delegado diocesano para o Diálogo com os Islâmicos, Vincent Feroldi e pelo imã Azzedine Gaci, mas que envolveu imãs de várias cidades da França, líderes espirituais, reitores de mesquitas bem como delegados diocesanos, pastores evangélicos. Participou dos trabalhos também dom Michel Dubost, presidente do Conselho para as relações inter-religiosas da Conferência episcopal francesa. “Também este ano – lê-se na mensagem escrita aos participantes pelo cardeal de Lyon, Philippe Barbarin – destes prova de coragem escolhendo refletir juntos sobre as tentações extremistas e fundamentalistas que ameaçam e dividem as nossas comunidades. Elas provocam formas de violência, às vezes homicida, que é causa de grande escândalo para os não crentes e para todos nós.
Estes atos violentos também fazem nascer medos que podem paralisar nossos encontro e o nosso diálogo. È preciso, portanto, denunciar todo tipo de violência fundamentalista com grande firmeza de modo que nunca possam alterar a qualidade das nossas relações”.
“2012 – explicou Vincent Feroldi – foi marcado por dramáticos aconteciment6os”. “Neste contexto, é urgente para todos nós, responsáveis pelas comunidades islâmicas e cristãs, comprometidos na França no diálogo inter-religioso, continuar nossos encontros, nossas relações e nossas trocas de opiniões”. Após os atentados de Montauban e Toulouse que atingiram de maneira particular a comunidade hebraica, “o medo novamente tomou conta da França”, afirmou o imã Gaci que também denunciou uma campanha de difamação sem precedentes contra os islâmicos.
E acrescentou: “os muçulmanos devem responder a estes inquietações dos franceses com dignidade e clareza. Devem defender a dignidade humana, combater toda forma de racismo” e “promover a cultura da paz e da convivência, favorecendo o diálogo entre as culturas e os crentes sem medo de cari no relativismo”. O Fórum terminou com a publicação de uma declaração final em que os responsáveis islâmicos e cristãos se comprometem em “testemunhar a alegria de crer em Deus e reconhecer Sua obra no crente de outra fé, acreditando que é um nosso irmão na humanidade”.

Preparação para a vinda do Senhor


 
 
Somos chamados a crescer até estarmos na altura de receber Deus; mas, neste crescimento, a força que nos anima é o próprio fato de Deus se voltar para nós. O que faz um aluno crescer é a atenção que o professor lhe dedica. O que faz uma criança andar é a mão estendida de sua mãe. Por isso, nosso crescimento para a perfeição se alimenta da contemplação do Deus que vem até nós.

A felicidade de ver o messias. Evangelho do Dia

“Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado."


(Foto: )
Lucas 10,21-24
Os discípulos foram declarados felizes por terem visto e reconhecido o Messias Jesus. Esta felicidade foi ansiada, ao longo da história de Israel, por "muitos profetas e reis" que nutriam a esperança de vê-lo. O desejo deles, porém, não foi realizado.

Entretanto, a graça de ver o Messias tem dois pressupostos. O primeiro diz respeito à ação divina como propiciadora desta experiência. Só pode reconhecer o Messias, Filho de Deus, aquele a quem o Pai o quiser revelar. A simples iniciativa ou a curiosidade humana são insuficientes.
O máximo que se poderá alcançar é a visão da realidade humana do Messias, seu aspecto exterior e suas características secundárias. Sua verdadeira identidade de Filho de Deus só pode ser conhecida por aqueles a quem o Pai revelar. Privado deste dado fundamental, esse conhecimento da pessoa do Messias Jesus esvazia-se e perde toda a  sua relevância.

O segundo pressuposto refere-se à postura espiritual de quem recebe a graça de reconhecer o Messias. Somente os simples e pequeninos, os não contaminados pelo espírito de soberba próprio dos sábios e entendidos deste mundo, é que terão acesso a este conhecimento elevado. O que os sábios em vão buscam conseguir, aos pequeninos é revelado diretamente por Deus. Estes têm a felicidade de ver e ouvir o Messias e predispor-se a acolher o Reino proclamado por ele.
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda de tua graça.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 04/12/2012



Jesus agradece ao Pai
Leitura Orante


Lc 10,21-24

Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse:
- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.
Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles:
- Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.

Leitura Orante

? Iniciamos com uma saudação alegre a todos os internautas:
- Graça e Paz!
- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet,
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto:
Lc 10,21-24, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.

Este é um momento de especial alegria. Pelo "poder do Espírito Santo", o Mestre fica "muito alegre" porque os discípulos voltaram da missão que lhes confiara e contam as maravilhas que Deus realizou através deles. Jesus agradece ao Pai , Senhor do Céu e da terra. Os sábios a quem se refere são os chefes dos judeus. Os sem instrução são os discípulos, os que têm necessidade de aprender. Diz ainda: "Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo". Os discípulos são felizes, testemunhas privilegiadas dessa revelação do Mestre.

2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje? Como Jesus, pelo poder do Espírito, tenho algo a agradecer ao Pai.
O que o texto me diz no momento? Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram os motivos da nossa alegria: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe e cada um de seus habitantes." (DAp, 18).

3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus? Faço minha oração pessoal e depois, ofereço o meu trabalho do dia:
Oferecimento do trabalho
Jesus Mestre, eu vos ofereço o meu trabalho com as mesmas intenções com que pregastes o Evangelho.
Seja tudo, só e sempre, para a glória de Deus e a paz dos homens
Jesus Verdade, que todas as pessoas vos conheçam!
Jesus Caminho, que as pessoas sigam vossas pegadas!
Jesus Vida, que todos vivam em vós!
Jesus Mestre, inspirai-me com a vossa sabedoria
para que eu possa transmitir palavras de salvação.
Que meus pensamentos se inspirem no Evangelho, e se tornem fontes de vossa luz
a iluminar as pessoas, nossos irmãos.
São Paulo, guiai-me!
Maria, Mãe e Rainha dos Apóstolos, que destes ao mundo o Verbo encarnado
abençoai esta minha missão. Amém.
(Bv. Alberione)

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver meu diz com o coração agradecido ao Pai e na alegria de poder testemunhá-lo.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

4 de dezembro

São João Damasceno
João Damasceno é considerado o último dos santos Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou.

Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.

Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.

Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.

Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.

Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.

Natal de luz

No princípio, criando o céu e a terra, Deus começou sua ação; vencendo as trevas criou a luz.
Terminará sua obra eliminando as trevas, inundará tudo de luz.

A luz de Deus já está chegando, chega como o sol, projeta sua claridade antes de nascer.
A alvorada antecipa a luz do dia.
A alvorada de Deus é Jesus cristo.
Ele nos antecipa a chegada de Deus.

Jesus é a vida humana nascido de Deus.
Ensinou querer bem, servir ao irmão, saber-se amado por um grande amor, capaz de nos realizar e dar sentido à vida.

Esta é a luz que Jesus nos trouxe. Ele á a luz do mundo.
O amor é a luz que faz da terra a morada de Deus, possibilita a vida, traz alegria e indica o caminho.
A falta de amor, - o nosso egoísmo - retarda o dia, nos envolve em trevas, as trevas da ausência de Deus.
Elas fazem de Deus um estranho na terra, impedem a vinda da alvorada.

A luz do dia vem sem nós.
A luz de Deus vem por nós.
Nada fazemos para o sol nascer.

Precisamos tudo fazer para Deus aparecer.
E Deus virá como luz.
A luz de Deus é o querer bem, alegria dos olhos, presença tranquila, a bondade amiga a valorizar o irmão.
Onde há amor e caridade a luz vence as trevas, lá Deus vem chegando para a festa final.
Feliz Natal!


Frei Carlos Mesters

"PAIXÃO, MORTE, RESSURREIÇÃO e APARIÇÕES"


dezembro 2012

Marcos, como todos os demais evangelistas, termina o seu Evangelho com as narrativas da paixão, morte, ressurreição e as aparições de Jesus Cristo. eLE traçou o seu Evangelho tentando, na primeira parte, responder À pergunta quem é Jesus, cuja resposta foi dada por Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Foi muito feliz, revelando a sua essência. Na segunda parte, a preocupação de Marcos, volta-se para o discípulo. Quem é de fato, o verdadeiro discípulo de Jesus? Desde o primeiro anúncio da paixão, quando Jesus diz que o Filho do Homem deve sofrer muito, e será rejeitado e entregue nas mãos dos anciãos, dos chefes de sacerdotes e dos escribas, é repreendido severamente por Pedro. Mas Jesus tem consciência do projeto do Pai, e coloca Pedro no seu lugar de discípulo no seguimento do Mestre.
Um discípulo que foi capaz de fazer a máxima proclamação de fé sobre Jesus, em seguida tornou-se pedra de tropeço, para impedí-lo de seguir o seu caminho? O que dizer? Jesus tem uma missão árdua e intensa na formação dos seus discípulos. Logo após este primeiro anúncio da Paixão, Marcos colocou as condições para seguir Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar sua vida, a perderá; mas, o que perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará...”
Mesmo com toda esta clareza, veja como os discípulos reagiram ao segundo anúncio da paixão de Jesus. Durante o caminho, estavam discutindo sobre qual deles era o maior. Com toda a paciência, Jesus sentou-se e ensinou-lhes: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos... (Mc 9,35). A cada passo Jesus foi dando um ensinamento: “Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele... (Mc 10,15). “Como é difícil, a quem tem riquezas, entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” (Mc 10,23.25). Marcos afirma que os discípulos ficaram muito espantados e se perguntavam quem poderia se salvar. Acharam a proposta do seguimento muito exigente e Pedro chegou a lhe perguntar: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”, para dizer: a troco de quê? Jesus entendeu a preocupação de Pedro e disse: “Em verdade eu lhes digo que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba cem vezes mais desde agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mãe e filhos e terras, com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros.” (Mc 10,28-31).
Como se isso não fosse suficiente, após o terceiro anúncio da Paixão, dois dos discípulos estavam preocupados com o lugar que ocupariam no Reino de Deus e lhe pediram: “Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos”. Ele perguntou: “ Que quereis que eu faça? ”Disseram: “Concede-nos, na tua glória, sentarmo-nos, um à tua direita, outro à tua esquerda”. E dessa experiência nasce um novo ensinamento, a partir dos chefes das nações que dominam e tiranizam o povo, mas entre vós não deve ser assim “aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,41-45). Depois desse ensinamento, Jesus cura o cego de Jericó e se dirige à Betânia e depois realiza o seu ministério em Jerusalém.
Na cidade de Jerusalém, Jesus com os discípulos frequentam o templo. Ele profere muitos outros ensinamentos aos seus seguidores. Constata a esterilidade do templo e das autoridades religiosas. Começa os preparativos para a festa da Páscoa: a unção em Betânia, a traição de Judas, a predição da negação de Pedro, a ceia, a oração no Getsêmani, a prisão de Jesus, a traição de Pedro, o julgamento e a condenação de Jesus, a fuga dos discípulos e a morte de Jesus. Quem permaneceu com ele no calvário? As mulheres. Foi, também a uma mulher que ele apareceu, Maria Madalena e lhe confiam a missão de anunciá-lo aos discípulos, dizendo-lhes que os precederá na Galiléia. Lá Jesus lhes confere a missão: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). E Marcos conclui assim o seu evangelho: “E eles saíram a pregar por toda a parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Agora sim, são discípulos, de verdade e, segundo a tradição cristã, todos eles entregaram as suas vidas pela causa de Jesus, a Boa Nova do Reino.

Questões para o aprofundamento
1. O que chamou sua atenção, neste texto, sobre Jesus e os seus discípulos?
2. Que tipo de discípulo ou discípula de Jesus, você é?
3. Alguma vez falou de Jesus e de seus ensinamentos a alguém?

ADVENTO




Entramos no mês de dezembro. E no calendário litúrgico, seguido por nós católicos, estamos no Advento, palavra derivada do latim Adventus, que significa uma época de espera. Época de preparar a vinda de Jesus para a terra.
Esse período que antecede as festas de Natal e pede de nós, enquanto cristão, uma preparação espiritual, pode ser utilizado também para uma avaliação profissional, social e pessoal. É portanto hora de encontrarmos com nossa consciência e assumirmos, perante nós mesmos, os erros e acertos praticados no dia-a-dia do ano que está terminando.
A vida tem que ser um movimento de ascensão no seu conjunto total e, principalmente no seu conjunto humano.
É necessário saber se a experiência acumulada em mais um ano de vida, contribuiu para melhorarmos nossas atitudes, nossos julgamentos, nossa maneira de agir.
A experiência ficaria sem sentido se nós não nos propuséssemos a uma meta que nos levasse a superar nossas deficiências a cada ano que passa. E uma das metas que merece grande empenho e deve ser conquistada por todos nós é a solidariedade.
Sobre este item devemos refletir muito para saber se crescemos nesse “Caminhar juntos” nesse “mãos dadas” que tanto pregamos.
Vamos aproveitar este mês para repensar nossas vidas. Não podemos deixar que o verdadeiro espírito do Natal se apague e seja transformado numa festa apenas comercial. O advento é uma época de espera de melhoria de vida. É a esperança de renovação. O nascimento de Cristo é a realidade da renovação. Interiormente todos nós temos que ter um Natal para podermos dizer: Amanhã seria melhor.
A coroa do Advento é toda verde como se pode ver exposta no altar.
Lembra a forte esperança do povo de Deus pela vinda do Messias.
As velas simbolizam os 4 domingos do Advento que precedem o Natal.
No 1º domingo do Advento acendemos a 1ª vela (verde) que recorda o profeta Isaías que suspirava pela vinda do salvador.
No 2º domingo acendemos a 2ª vela (roxa) que simboliza João Batista que mandou preparar o caminho do Senhor, com o batismo de penitência.
No 3º domingo acendemos a 3ª vela (branca) que lembra a Virgem Maria. Ela é porta que liga a antiga e a nova aliança.
A 4ª vela (vermelha) simboliza Cristo. A grande luz que brilhou na noite de Natal, fazendo desaparecer a tristeza e surgir a alegria da libertação.

                             Carlos Queiroz - Pastoral da Comunicação