sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Fazenda da Esperança recebe doação de R$ 50 mil da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes



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A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes doou R$ 50 mil para a construção da Fazenda da Esperança. O recurso foi fruto da arrecadação gerada pela festa de Réveillon promovida pela cidade na praia de Candeias. O Instituto Jaboatão Criança mantido pelo governo municipal também recebeu doação no valor de R$ 200 mil.
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, agradeceu o gesto do prefeito e a parceria que tem sido feita entre a instituição e a cidade. “Ficamos felizes com a doação e agradecemos a atitude e sensibilidade do prefeito que tem contribuído com a concretização desse sonho. A Prefeitura de Jaboatão tem sido nossa parceira desde a doação do terreno para a instalação da unidade que tratará de dependentes químicos. Recebemos um terreno de 30 hectares no bairro de Muribequinha”, afirmou o religioso.
Elias Gomes assinou o Projeto de Lei fazendo a doação do valor e o enviará, em caráter de urgência, para a aprovação dos vereadores. “Este é um aporte inicial. Nós vamos ajudar a arquidiocese durante todo o processo de construção”, garantiu.
Dom Fernando falou ainda do Show da Esperança que será realizado no dia 15 de fevereiro no Polo Pina, Zona Sul do Recife.  O evento terá o show do padre Reginaldo Manzotti e de artistas locais e a celebração da Missa. Não serão cobrados ingressos, mas quem quiser contribuir poderá adquirir as camisas promocionais, que deverão chegar na próxima semana às paróquias.  As camisas serão vendidas por R$ 20.
DSCN0209O prefeito se comprometeu a colaborar na venda das camisas do show. Inicialmente, solicitou mil camisas e pediu o apoio do pastor da Igreja Batista de Cavaleiro, Valter Amorim, que também se empenhará em contribuir com a causa.
Balanço - Na tarde desta quinta-feira, 2 de janeiro, o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, apresentou à imprensa o balanço das festividades. A coletiva foi realizada no auditório da Livraria Cultura, bairro do Recife. De acordo com o prefeito, cerca de 700 mil pessoas participaram do evento que ocorreu sem ocorrências graves e contou também com o investimento de patrocinadores e venda de ingressos.
O arcebispo presidiu a Missa de Ano Novo às 18h na Praia de Candeias. Durante a celebração, as pessoas puderam comprar as camisas e contribuir com a construção da Fazenda da Esperança também através da coleta feita durante o ato litúrgico. Foram arrecadados R$ 2,4 mil através da venda de camisas e R$ 3.270 com a oferta feita pelos fiéis.
Quem quiser ajudar na construção da primeira unidade da Fazenda da Esperança na arquidiocese, pode fazer doação de qualquer valor através de depósito bancário.
Banco do Brasil
Agência: 3108-9
Conta Corrente: 32892-8

Da Assessoria de Comunicação AOR

Dom Eduardo Pinheiro envia carta aos responsáveis pela evangelização da juventude




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O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Eduardo Pinheiro, enviou carta aos párocos e responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil, na qual recorda o Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil. Na carta, dom Eduardo faz um apelo para que  ”todos os que apostam sua vida, seu ministério, sua consagração, seus sonhos na juventude: leiam, conheçam, estudem, divulguem e busquem aplicar as conclusões deste Encontro de Revitalização”. Confira, na íntegra, o texto:
Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“Quem tiver ouvidos, ouça!”
(Mt 13, 8-9)
Um novo ano se descortina a nossa frente! Agradeçamos a Deus por mais este presente!
Depois de um ano intenso de atentos olhares, bons sentimentos, fortes esperanças com relação aos jovens agora entramos em 2014 confiantes de que nossa Igreja do Brasil, além do muito que já realizou a favor deles, sente-se mais animada para abraçar com criatividade novas formas de incrementar a evangelização da juventude. Ainda sentindo ressoar em nossos ouvidos as palavras do nosso Papa Francisco, queremos fazer valer, para o mundo juvenil, a “cultura do encontro, da acolhida, da ternura, da solidariedade”. Os jovens se sentem tocados por esta provocação profética e estão abertos a operacionalizá-la! Nós, adultos acompanhantes da juventude, nos sentimos responsabilizados a proporcionar espaços e ocasiões para que este ideal se torne realidade; e que esta realidade, construída e vivida sob o exercício do protagonismo juvenil, perpasse nossas comunidades, tornando-as, cada vez mais, fonte de vida para todos.
No final de 2013, de 11 a 15 de dezembro, como encerramento do Ano da Juventude e abertura de um novo tempo, realizamos um significativo e histórico encontro nacional em vista da Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil. Foram quatro dias intensos, com palestras, reuniões de grupo, convivência e celebrações. Éramos mais de 350 pessoas representando 160 dioceses e diversas expressões juvenis ligadas às Pastorais da Juventude (67 pessoas), aos Movimentos Eclesiais (50 pessoas), às Novas Comunidades (40 pessoas), às Congregações Religiosas (38 pessoas). Lideranças adultas e jovens se debruçaram para celebrar os acontecimentos juvenis de 2013 e escutar a voz de Deus para os novos rumos aos quais Ele convida a nos voltarmos. O espírito de unidade e o desejo de acertar foram abençoados por Deus que nos concedeu sérias reflexões e crescimento no ardor pastoral.
O eixo pelo qual caminhamos no encontro foi o Documento 85, Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas Pastorais, lançado em 2007 e que tem sido a base principal das atividades pastorais de todos aqueles e aquelas que acreditam na Igreja jovem e nos jovens de nossa Igreja e da sociedade. Mais especificamente, nos apoiamos nas 8 Linhas de Ação, apresentadas no terceiro capítulo do referido documento, e ali enriquecemos os grandes sonhos com as novidades que o Espírito Santo tem nos provocado nos últimos tempos.
E aqui faço um forte apelo a todos os que apostam sua vida, seu ministério, sua consagração, seus sonhos na juventude: leiam, conheçam, estudem, divulguem e busquem aplicar as conclusões a que chegamos, juntos, neste Encontro de Revitalização! A metodologia dos trabalhos do encontro nos conduziu a três grandes momentos decisivos à luz das 8 Linhas de Ação. Primeiramente, foram definidas, em espírito de comunhão, as PISTAS DE AÇÃO que valham para todas as expressões juvenis, Dioceses e Regionais do Brasil. Depois, a partir delas, tanto os Regionais da CNBB quanto os quatro grandes grupos (Novas Comunidades, Congregações Religiosas, Movimentos Eclesiais, Pastorais da Juventude) se dedicaram em destacar suas prioridades para os próximos anos (conferir Anexos). Riqueza adquirida que não pode ser escondida, muito menos, perdida no encontro do mês passado!
A síntese dos trabalhos e o rico material utilizado durante todo o encontro, inclusive com vários eslaides que poderão servir para o trabalho pastoral local, encontram-se disponibilizados no site www.jovensconectados.org.br . Acessem e divulguem esta fonte que iluminará os seus trabalhos destes próximos anos. Infelizmente, nem todos os líderes adultos e juvenis pertencentes às Dioceses, Congregações Religiosas, Movimentos Eclesiais, Pastorais da Juventude, Novas Comunidades, puderam participar. Seria uma pena se alguém que aceitou assumir com coragem e disponibilidade o trabalho de evangelização da juventude em nosso país não conhecesse nem se esforçasse em aplicar o que, juntos, sonhamos e elaboramos a favor dos jovens do Brasil! Vale a pena também iluminar-se pelo texto recém-publicado pela Seção Juventude do CELAM: “Civilização do Amor: Projeto e Missão”. Uma vez lançado na versão portuguesa durante o encontro de dezembro, pode ser adquirido pelo site das Edições CNBB.
Alegres por constatar tantas coisas bonitas que já vêm sendo realizadas em prol da juventude, ousamos dar mais alguns passos em conjunto. O reconhecimento do valor da diversidade de nossas expressões e a força da unidade, purificarão nossos projetos, fortalecerão nossos ideais, preencherão nossos sentimentos, provocarão ainda mais nossa vocação de discípulos missionários de Jesus Cristo. Ele nos chama, nos consagra, nos envia, caminha conosco e nos desafia, no interno de nossas organizações e na sociedade a qual somos enviados, a sermos, com os jovens, profetas da paz e promotores de vida em abundância.
Com estima e orações, desejo a todos e todas um FELIZ ANO NOVO de muitas boas colheitas! As bênçãos que Deus derramou em nosso chão brasileiro nos últimos anos a favor da juventude continuem encontrando corações abertos para o favorecimento da beleza e da força destas sagradas sementes! Sementes que vieram para dar frutos, pois “caíram em terra boa” e, por isso, devem render “cem, sessenta e trinta frutos por um. Quem tiver ouvidos, ouça!” (Mt 13, 8-9).
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Fonte: CNBB

Evangelho do dia

Ano C - 03 de janeiro de 2014

João 1,29-34

Aleluia, aleluia, aleluia.
A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 29 No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30 É este de quem eu disse: ‘Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim’.
31 Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.
32 (João havia declarado: “Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele”.)
33 Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: ‘Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo’.
34 Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O MESSIAS RECONHECIDO
A atividade frenética do Batista, às margens do Jordão, não o fez perder a consciência de sua missão. No afluxo de penitentes à procura do batismo, ele se deu conta da presença do Messias Jesus. Por isso, advertiu a multidão para a presença do Cordeiro de Deus, enviado para abolir o pecado do mundo.
A situação do batismo de Jesus estava carregada de evocações. Sua exclamação lembrava o cordeiro pascal. As águas do Jordão recordavam o mar Vermelho. A eliminação do pecado do mundo aproximava Jesus de Moisés, condutor do povo de Israel para a terra prometida. Tudo isso servia para alertar a multidão acerca da presença do Messias.
João só reconheceu Jesus, por que movido pelo Pai, uma vez que já tinha declarado, por duas vezes, não ter um conhecimento prévio do Messias. Para não se enganar na identificação do Messias, João colocou-se numa atitude de contínuo discernimento. Teria sido desastroso um falso reconhecimento e a conseqüente atribuição do título de Cordeiro de Deus à pessoa indevida. João, ao contrário, não titubeou quando viu Jesus diante de si. Seu testemunho foi firme, pois estava certo de não ter sido induzido ao erro. Diante dele, estava, realmente, o Filho de Deus. Foi o Pai quem lhe revelara a identidade do Filho, e o movera a reconhecê-lo publicamente.

Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer tua presença libertadora de nossa humanidade, desejosa de salvação.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 João 2,29-3,6
Leitura da primeira carta de são João.
2 29 Se sabeis que ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é.
3 E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.
4 Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei.
5 Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado.
6 Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu.
Palavra do Senhor.
Salmo 97/98
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!
Oração
Ó Deus, sede a luz dos vossos fiéis e abrasai seus corações com o esplendor da vossa glória, para reconhecerem sempre o Salvador e a ele aderirem totalmente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

'Não desejemos feliz 2014'


Desejar Feliz Ano Novo é fácil, mas fazer os outros felizes ao longo do ano exige muita dedicação.


O Ano Novo é um tempo de viver, ser feliz e fazer muita gente feliz. (Foto: Arquivo)
Por Dom Messias dos Reis Silveira*
O que mais se ouve nestes dias são pessoas expressando votos de Feliz Ano Novo. É sempre assim em todo final de ano. Eu já usei e abusei muito desta expressão. O que acontece é que o ano começa e tudo segue o seu ritmo dinamizado por homens e mulheres com corações velhos. Não  desejemos feliz ano novo, mas vivamos de  tal modo que  possamos ser felicidade para as pessoas que as encontrarmos, ou que conseguirmos avistar, ou que nossa voz chegar aos seus ouvidos, ou ainda que nossas mensagens entrarem para dentro de suas vidas.

Desejar Feliz Ano Novo é muito fácil, mas fazer os outros felizes ao longo do ano exige muita dedicação. Queiramos fazer felizes os pobres, os enfermos, os que não têm casa, aos desempregados, aos desestruturados, aos dependentes, aos machucados, aos nossos familiares, as pessoas do novo convívio, as pessoas que encontramos mesmo que seja por pouco tempo, as pessoas que atendemos, que cumprimentamos... São muitas as pessoas que podemos levar a elas a felicidade.

Vivendo de um jeito novo, com Cristo crescendo em nossas vidas, podemos contribuir para que as pessoas sejam mais felizes. Li certa vez que a alegria que causamos aos outros retorna a nós. Fazer alguém feliz não custa nada, basta ter um coração muito humano iluminado pela fé.

Estou sem jeito para desejar Feliz Ano Novo, mas tenho como projeto de vida viver e agir contribuindo para sejam felizes os presbíteros, os diáconos, os religiosos, os seminaristas, os consagrados, os diocesanos, os irmãos bispos, a minha família e especialmente a categoria de pessoas dos “sem”, ou seja aqueles que lhes falta algo. Desejo a todos ser causa de alegria e felicidade. Até mesmo quando a dor for necessária, como faz um cirurgião, não seja essa dor um sofrimento sadista, mas seja ela como o germinar de paz, alegria e felicidade.

Jesus foi a felicidade de muitas pessoas. Ele viveu para os outros e por isso foi causador de felicidades. Sua maior alegria e realização foi na Cruz quando ele sentindo-se  que tudo estava consumado (Jo 19,30) entregou- se plenamente nas mãos do Pai.

Agradeçamos a Deus por este tempo que se finda e acolhamos o novo pedaço de tempo chamado  2014 que é dádiva a nós. O Ano Novo é um tempo de viver, ser feliz e fazer muita gente feliz. Aspiro que nossa vivência seja causadora de alegria e felicidade a muitas pessoas e Deus mesmo se alegrará com nosso projeto de felicidade. Não desejemos feliz ano novo, mas façamos um grande esforço para fazer a felicidade acontecer sempre que encontrarmos alguém.
CNBB, 02-01-2014.
*Dom Messias dos Reis Silveira é bispo da diocese de Uruaçum (GO).

Seguindo a estrela


Reis Magos seguem a estrela de Belém: “Os povos caminham à tua luz e os reis, ao clarão de tua aurora”.
Por Dom José Alberto Moura*
Ver os sinais de Deus nos acontecimentos exige atenção e visão de fé. Sem fé a pessoa tropeça nos próprios limites. Deus nos dá o desejo do encontro com Ele. Quem procura o porquê de suas inquietações analisa o sentido da vida e vai perceber que, sem a razão de ser da vida, o próprio Criador, não vislumbra o objetivo da existência.

Os Magos do Oriente, quando do nascimento do Emanuel, estavam atentos para o encontro com Ele. A estrela foi o sinal. Estudiosos que eram, não se contentaram com os próprios pensamentos. Foram em direção do astro luminoso para saberem onde se encontrava o esperado das nações. Consultaram até autoridades da região, pois, o sinal estelar lhes desaparecera da vista. Encontraram a explicação e viram, em Belém, o Menino-Deus (Cf. Mateus 2,1-12).

Muitos seguem lideranças que só conduzem ao passa tempo da vida, sem resultado para a sua realização. É preciso sabermos do valor ou da qualidade da estrela a seguir e aonde ela nos leva. O ideal de vida buscado no efêmero não realiza ninguém. A felicidade não acontece só na busca de prazeres. Esses são muito transitórios. Precisam ser repetidos para a pessoa encontrar satisfações por pedaços de tempo. Eles são oportunos quando dosados com seus conteúdos que levem a um objetivo maior de vida. Podemos até nos privar de determinados prazeres para obtermos o maior deles, que é um ideal elevado de vida alcançado. Só a matéria, a sensibilidade, o uso dos sentidos e da projeção pessoal conquistados como finalidade não saciam nossa sede de infinito.

Com a revelação de Deus, através do seu Filho nascido entre nós, percebemos que não estamos sozinhos para construir nossa história, com a certeza da consecução de seu objetivo maior. A construção do tempo presente, com o uso dos dons recebidos por Deus para o serviço ao semelhante, usando a justiça, a ética, a moral, a solidariedade e a oblatividade, tem êxito. Encontramos  a razão de ser de nossa caminhada existencial. O futuro eterno depende do tempo presente. Construir o mundo novo com os critérios do Filho de Deus, que nos revela o projeto do Pai, enche-nos de entusiasmo, seguindo os passos da criança humano-divina, nascida em Belém e encontrada pelos sábios do Oriente.

Mais:  como esses  Reis,  tornamo-nos adoradores de Deus presente em nossa história, superamos a idolatria dos falsos deuses, que são engodos passageiros,  anunciamos aos outros o valor de seguir o verdadeiro Deus e praticamos seus ensinamentos. Tornamo-nos explicadores aos demais do caminho para encontrá-Lo e percebermos que a vida tem jeito e sentido, pois, Deus caminha conosco e nos dá o direcionamento da vida realizadora.

Já fora anunciado antes da vinda de Jesus: “Os povos caminham à tua luz e os reis, ao clarão de tua aurora” (Isaías 60,3).
CNBB, 02-01-2014.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo metropolitano de Montes Claros.

Férias da espiritualidade ou espiritualidade das férias?

Por Dom Roberto Francisco Ferreira Paz*

O homem urbano atual tem muitas dificuldades em lidar com o tempo de repouso, e considerá-lo não um tempo vazio, mas de crescimento e harmonia espiritual. Parece que férias fosse o tempo de não fazer nada, ou fugir da mecânica por vezes estafante do trabalho. Assim facilmente se cai no tédio e na monotonia de programações que podem ser mais danosas que o cansaço da tarefa laboral.

Para o cristão o tempo de repouso é um tempo sabático de festa e lazer com o Senhor do tempo, que nos ensina a repousar no Espírito.  Estar em férias é abrir-se para o inédito, deixar-se surpreender pela beleza e colorido da vida que não temos as vezes na rotina para contemplar e simplesmente desfrutar em silêncio. Viver outra vez a presença de cada minuto como dádiva e dom divino, para despertar e iluminar todo nosso ser. Desembaçar o nosso olhar e as nossas narinas para experimentar a diversidade e criatividade do Deus criador na exuberante natureza.

Cultivar a ternura, afetos e sentimentos adormecidos ou até brutalizados, aprendendo a escutar e acolher o outro. Saborear a meditação como encontro gratuito e pleno com a Palavra, descendo ao núcleo mais profundo da interioridade e do coração.

Visitar, viajar, caminhar percorrendo rotas e jornadas espirituais de um turismo místico voltado para o absoluto e transcendente. Parar, recolher-se, unir-se resgatando a unidade perdida, refocalizando toda a nossa pessoa, assumindo com mais consciência o nosso projeto de vida. Desobstruir os canais de comunicação na família, compartilhar jogos, saídas, ter tempo para brincar e participar plenamente das alegrias e buscas de cada integrante do grupo parental.

Fazer as coisas sem pressa, procurando não só cumprir com uma tarefa, mas realizando-as com prazer e capricho, lembrando aquela frase de São José Maria Escrivá: "Estai no que fazes e fazei o que deves". Relaxar sentindo o corpo, a respiração, as pulsações, inovando em dietas e culturas alimentares, menos tóxicas, e agressivas, readquirindo o gosto pela irmã água, pelos legumes e pelas frutas.

Escutar com delicadeza o gorjear dos passarinhos, os sons da criação e ter novamente a experiência fascinante de ver o sol nascer ou o crepúsculo do mesmo astro rei. Desta maneira as férias se tornarão num momento de graça, de profunda alegria, e nos trarão a felicidade de redescobrir o sentido e a paixão de viver. Deus seja louvado!
CNBB, 02-01-2014.
*Dom Roberto Francisco Ferreira Paz é bispo diocesano de Campos (RJ).

Mensagem do papa Francisco



(Foto: Reprodução)
Em sua primeira mensagem de 2014, no Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco trata de um tema importante: “Fraternidade, fundamento e caminho da paz”.  O texto é fruto de um zelo apostólico que desenha um horizonte luminoso para a humanidade, em busca de rumos novos para a história. A partir de preocupações pastorais, e balizado por sensibilidade missionária, o Papa Francisco argumenta sobre a importância fundamental da fraternidade como condição insubstituível para a construção da paz. Resgata e indica o anseio irreprimível pela fraternidade que se hospeda no coração de cada homem e de cada mulher. Um anseio que, em razão de desgastes e de dinâmicas na contramão da solidariedade - como os cenários de violência e corrupção - fica sepultado no mais recôndito dos corações. E nessa condição, impede que cada pessoa seja instrumento da paz pela força do amor fraterno.

Por sua constituição própria, o coração humano possui um dinamismo que conduz ao caminho da comunhão, superando o sentido inaceitável de ver o outro como concorrente ou inimigo.  Imprescindível e prioritário é recuperar a fraternidade como dimensão essencial de cada pessoa, cultivando cotidianamente o exercício que reforça, em cada um, o sentido relacional que define o ser humano. Assim, desenvolve-se a capacidade de tratar cada pessoa como verdadeiro irmão e irmã.  Esse exercício, o Papa sublinha, se faz primeiramente no seio da família, graças, sobretudo, às funções responsáveis e complementares de cada um dos seus membros, particularmente do pai e da mãe.

Na mensagem, o Papa Francisco afirma categoricamente que “a família é a fonte de toda fraternidade, sendo, por isso mesmo, também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com seu amor”. Esse entendimento é um convite irrecusável a cada membro de cada família, sobretudo para o pai e a mãe, a pensar muito seriamente em seu papel, seu modo de conduzir a vida em família. Não se pode querer construir a paz sem compreender e sem se comprometer com o próprio núcleo familiar.  Cada família tem um papel decisivo na configuração da fraternidade universal. Todos precisam investir nesse núcleo celular, convencidos de que daí vem uma força notável, decisiva na formação da consciência relacional que é condição para se alcançar a paz.

O Papa Francisco cita Bento XVI que, em certa oportunidade, lembrou que a globalização torna cada um vizinho do outro sem, necessariamente, converter essa proximidade em sentimentos fraternos. Há uma permanente luta a ser travada contra ideologias que reforçam o individualismo, egocentrismo e o consumismo materialista, que debilitam laços sociais e alimentam a mentalidade do descartável. Essas ideologias conduzem ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que, nessa distorcida visão de mundo, “são considerados como inúteis”.

É urgente, portanto, multiplicar, pela célula familiar, experiências - pequenas, grandes, simples, cotidianas - de práticas que permitam a aprendizagem e a criação do gosto por uma ética que capacite cada pessoa a produzir e a manter vínculos. Sem essa prioridade, nem mesmo com outras ações, projetos e programas, não se poderá desenhar um cenário de paz. As lamentações aumentarão, os absurdos hediondos de todo tipo continuarão a acontecer, o medo vai empurrar todo mundo cada vez mais para dentro de guetos de segregação, desconfiança e preconceitos. Comprometida estará, cada vez mais, a fraternidade universal. Não se alcançará um nível razoável de solidariedade, com força para mudar o que faz parte de uma “ladainha” interminável de reclamações, necessidades e reinvindicações.

Esse exercício de se construir vínculos pode  começar  por uma interrogação que deve interpelar a consciência de cada um - aquela pergunta de Deus a Caim, querendo saber de Abel: “Onde está teu irmão?” Uma pergunta que, respondida, reforça a convicção que salvará o mundo e fará dele um lugar de paz. “Somos todos irmãos”, ensina a mensagem do Papa Francisco.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.