segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quatro latino-americanos estão na relação de candidatos à sucessão de Bento XVI


or Renata Giraldi

Brasília - Dez dias após a renúncia do papa Bento XVI, no próximo dia 28, começam as conversas prévias para a escolha do sucessor. Especialistas em temas da Igreja Católica Apostólica Romana apontam pelo menos 12 candidatos. Na relação estão três latino-americanos, além de um brasileiro, dois africanos, dois italianos, dois norte-americanos, um canadense e um filipino.

O conclave, o conselho que reúne os 117 cardeais aptos a votar, vai se reunir em março. A data pode ser antecipada, mas inicialmente está prevista para o período de 15 a 20 de março. A votação segue um rito que inclui o isolamento dos eleitores e que estabelece que a definição só ocorra com o apoio de dois terços dos votos. Do contrário, busca-se o consenso.

A eleição do papa é cercada por mistérios. O padre jesuíta Luís Corrêa Lima, professor da Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), e o professor de direito canônico Paulo Bosco, da Universidade Católica de Brasília (UCB), ressaltaram que é impossível prever o resultado da eleição para a escolha do sucessor de Bento XVI.

Corrêa Lima disse, no entanto, que o crescimento da Igreja Católica Apostólica Romana fora da Europa permite que a escolha do sucessor do papa ocorra também em outros continentes, além do europeu. ´Tudo é possível´, ressaltou. O sucessor de Bento XVI tem de ser uma figura de diálogo, de energia e com capacidade para agregar, ressaltam Corrêa Lima e Bosco.

A seguir, os nomes dos cardeais apontados como mais prováveis à sucessão do papa Bento XVI:

Peter Turkson, 64 anos (ganense) - Chefe da Comissão de Justiça e Paz do Vaticano Laurent Monsengwo Pasinya, 74 anos (congolês) - Arcebispo de Kinshasa, no Congo

Grianfanco Ravasi, 70 anos (italiano) - Presidente do Conselho da Pontifícia de Cultura

Angelo Scola, 71 anos (italiano) - Arcebispo de Milão, na Itália. É defensor do diálogo entre muçulmanos e católicos

Dario Castrillón Hoyos, 83 anos (colombiano) - Presidente emérito da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e prefeito da Congregação para o Clero

Jorge Bergolio, 76 anos (argentino) - Arcebispo de Buenos Aires, capital da Argentina

Óscar Rodrígues Maradiaga, 70 anos (hondurenho) - Arcebispo de Tegucigalpa, capital de Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, que reúne organizações humanitárias ligadas à Igreja Católica Apostólica Romana

Cláudio Hummes, 78 anos (brasileiro) - Ex-arcebispo de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero

Marc Ouellet, 67 anos (canadense) - Ex-arcebispo de Quebec, no Canadá, e prefeito da Congregação para os Bispos.

Charles Chaput, 68 anos (norte-americano) - Arcebispo da Filadélfia, nos Estados Unidos

Arcebispo Timothy Dolan, 63 anos (norte-americano) - Cardeal-arcebispo de Nova York, nos Estados Unidos

Luis Antonio Tagle, 57 anos (filipino) - Arcebispo de Manila, nas Filipinas, e faz parte do Colégio de Cardeais.
Agência Brasil

Cardeal: importância da fé e apoio às artes serão legado de Bento XVI


Agência Estado - 17/02/2013 - O presidente do Conselho da Pontifícia de Cultura do Vaticano, Gianfranco Ravasi, disse nesse domingo (17) que o período de oito anos do papa Bento XVI deverá ser lembrado por sua sabedoria ao apelar pela distinção que deve ser feita entre os valores, pela importância da fé e pelo apoio às artes.
A avaliação de Ravasi ocorre no momento em que começa o período de meditações da Quaresma e que o papa ficará em retiro espiritual até às vésperas de sua renúncia, no dia 28.  “Tivemos eventos significativos [nos oito anos de Bento XVI como papa], como o encontro com os artistas na Capela Sistina”, disse Ravasi. Segundo ele, são elementos que mostram que a Igreja Católica Apostólica Romana quer retornar ainda à grandeza do “diálogo com o belo, não somente com o verdadeiro”.
Em seguida, o cardeal destacou a relação entre fé e razão. “Portanto, a cultura foi um elemento indispensável, creio, para decifrar também o seu Pontificado. Todos esses elementos serão certamente considerados também pelo novo Pontífice em seu plano pastoral, porque são, afinal, o retrato do compromisso eclesial no mundo”. Grianfanco Ravasi, de 70 anos, é italiano e, segundo especialistas, está entre os cotados para suceder Bento XVI.

Evangelho do dia


Ano C - Dia: 18/02/2013


Deus nos "pequenos"
Leitura Orante

Mt 25,31-46

"Quando o Filho do Homem vier em sua glória, [...] ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. O Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou [...]. Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me'. Os justos lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?' O Rei lhes responderá: 'todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, [...] foi a mim que o fizestes!' O Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, [...]. Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; eu era forasteiro, e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-me'. E estes responderão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' O Rei lhes responderá: 'todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!' E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna." 


Leitura Orante 
Graça e Paz 
a todos 
os que se reúnem aqui, 
na web, 
em torno da Palavra. 

Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 

1. Leitura (Verdade) 
- O que a Palavra diz? 
Leio com atenção, na Bíblia, o texto: Mt 25,31-46: 
Esta passagem sobre o julgamento final só é descrita por Mateus. Não aparece nos outros evangelhos. Mateus quer insistir sobre um aspecto da vivência cristã. Qual aspecto? No juízo se manifestará a verdadeira identidade da pessoa, a qual, aliás, o cristão já conhece desde agora: só o amor aos irmãos é o que dá ao homem consistência e salvação; só no amor aos irmãos se encontra concretamente o Senhor. Tiago dirá: "A fé sem obras é morta". (Tg 2,17). 

2. Meditação(Caminho) 
- O que a Palavra diz para mim? 
- Pergunto-me agora: 
- Hoje, na minha realidade, quem são as "mais humilde pessoas" de que Jesus fala no Evangelho? Quais são as pessoas a quem devo amar mais? 
- O Senhor não partiu, mas ficou. Ele disse: "Estarei com vocês todos os dias" (Mt 28,20). É o Deus conosco. Quais são os lugares concretos e os objetivos onde se faz presente? Os bispos, em Aparecida, disseram: "Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." (DAp 138). 

3. Oração (Vida) 
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo a canção inspirada em 
1Cor 13: Hino ao amor 
Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor! 
Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor! 
1. O amor é compassivo, o amor é serviçal, 
o amor não tem inveja, o amor não busca o mal. 
2. O amor nunca se irrita, não é nunca descortês, 
o amor não é egoísta, o amor nunca é dobrez. 
3. O amor desculpa tudo, o amor é caridade, 
não se alegra na injustiça, é feliz, só na verdade. 
4. O amor suporta tudo, o amor em tudo crê, 
o amor guarda a esperança, o amor sempre é fiel. 
5. Nossa fé, nossa esperança, junto a Deus, terminará, 
mas o amor será eterno, o amor não passará. 
Veja também o vídeo Hino ao amor. Acesse: 
http://youtu.be/mCwumbgmDPc 

4. Contemplação(Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? Vou contemplar o mundo de hoje com o olhar de Jesus, na certeza de que o que faz a pobreza ou a nobreza do meu ser é a minha capacidade de amar. Recordo a expressão de são João da Cruz: "No entardecer de nossas vidas, seremos julgados sobre o amor". 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Santo do dia

18 de fevereiro

João de Fiesole ou Fra Angélico
Guido de Pietro, nasceu em 1387, na cidade de Mugelo, na Toscana, Itália. Até o final da juventude foi pintor de quadros na cidade de Florença, quando se decidiu pela vocação religiosa. Em 1417, ingressou na congregação de São Nicolau, onde permaneceu por três anos. Depois, junto com seu irmão Bento, foi para o convento dominicano de Fiesole, no qual se ordenou sacerdote adotando o nome de João.

A ação dos seus dons de santo e de artista, se desenvolveu de forma esplendida no clima de alta perfeição espiritual e intelectual, encontrado no convento. Assim pode fazer da pintura a sua principal obra evangelizadora, ao se tornar um Frade Predicador desta Ordem. Pela singeleza e genialidade de sua figura passou a ser chamado de "Beato Angélico" ou "Fra Angélico", nome que ficou impresso inclusive no mundo das artes.

Este frade-pintor foi um dom magnífico feito por Deus para a Ordem, pois deu também um imenso auxílio financeiro aos co-irmãos, porque, obedecendo ao voto de pobreza, destinou à Ordem todos os seus ganhos como artista, que eram tão expressivos quanto a sua genialidade. A santa austeridade, os estudos profundos, a perene elevação da alma a Deus, mediante as orações contemplativas, apuraram o seu espírito e lhe abriram horizontes ocultos. Com este preparo e com seus mágicos pincéis, pode proporcionar a todos o fruto da própria contemplação, representando o mais sagrado dos poemas, a divina redenção humana pela Paixão de Jesus Cristo. As suas pinturas são uma oração que ressoa através dos séculos. Esta alma de uma simplicidade evangélica, soube viver com o coração no céu, se consagrando num incessante trabalho.

Entre 1425 e1438, viveu retirado, onde retomou o trabalho pintando os afrescos de quase todos os altares da igreja do convento de Fiesole. Depois foi a vez do convento de São Marcos, em Florença, onde deixou suas obras impressas nos corredores, celas, bibliotecas, claustros, ao longo de seis anos. A partir de 1445 foi para Roma, onde trabalhou para dois papas: Eugênio IV e Nicolau V. Este último, tentou consagrá-lo bispo de Florença, mas Fra Angélico recusou com firmeza, indicando outro irmão dominicano.

Retornou para o convento de Fiesole, cinco anos depois, no qual foi eleito o diretor geral. Alí trabalhou com seu irmão Bento, que nomeou inicialmente como seu secretário e depois conseguiu que fosse eleito seu sucessor, em 1452. Frei João de Fiesole, voltou para Roma, onde morreu no dia 18 de fevereiro de 1455.

Fra Angélico, que nunca executou uma obra, sem antes rezar uma oração, foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1982, que indicou sua festa litúrgica para o dia de sua morte. Até porque, muito antes, a sua sepultura no convento de Santa Maria sobre Minerva se tornara o local escolhido pelos peregrinos que desejavam cultua-lo, não tanto devido à sua genialidade artística, que podia ser apreciada nos museus do mundo, como por seu caráter sincero carregado de profunda santidade. Dois anos depois, o mesmo pontífice o declarou "Padroeiro Universal dos Artistas", uma honra pela sua obra evangelizadora que promoveu a arte sacra através dos séculos.

Mensagens



"Eis que estou à porta e bato.
Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele"
(Ap. 3,19)

Essas palavras não pertencem ao texto dos nossos quatro Evangelhos, mas fazendo parte do Apocalipse, pertence ao Evangelho eterno que reúne todas as mensagens que Deus dirige aos homens e mulheres.

Elas não conduzem a um episódio histórico determinado. Exprimem uma experiência que pode ser de ontem, de hoje ou de amanhã, um apelo que, sem cessar, ressoa em meu coração, como em meus ouvidos e me comovem.

"Eu estou à porta..."
Ele andava rapidamente.
Eu sabia, ou melhor, sentia que ele se dirigia à minha casa, e me retirei apressado, da janela, para que ele não me percebesse.
Porque eu não estava seguro de lhe abrir a porta.

Suas visitas provocam em mim uma impressão contraditória.
Nós nos conhecemos há muito tempo.
Houve uma época em que éramos íntimos.
Depois, nossos encontros se espaçaram.
De um lado, eu me sentia honrado e feliz de tê-lo em minha casa.

De outro lado, eu me sentia mal.
Ele provocava em mim questões pessoais inesperadas, que agiam como queimaduras em meu íntimo. Eu tratava de levar o assunto para o domínio das idéias e das doutrinas, mas ele voltava sempre para as coisas íntimas sobre as quais eu temia falar.
Muitas vezes ele veio e eu, ao invés de abrir a porta me escondi, mas não sem remorso e vergonha.

Agora, ele vem à minha porta.
Não à porta principal da minha casa, mas a uma porta lateral, menor.
No começo de nossa intimidade, quando eu não tinha segredos para ele, eu lhe havia pedido para vir sempre por essa porta, deixando a grande porta da frente para os estranhos e as visitas de cerimônia.

Depois, comecei a sentir um mal-estar por ter-lhe oferecido essa porta lateral.
Entrando por ela, ele atravessava os cômodos mais familiares de minha casa, nem sempre arrumados.
Parecia interessar-se por minha sala de jantar, minha cozinha, meu quarto.
Eu temia que ele descobrisse certas coisas que não eram o que deviam ser.

Para cortar de vez suas visitas, condenei a porta lateral, e comecei a fazê-lo entrar pela porta da frente. O tratamento que passei a lhe dar fez com que suas visitas se tornassem frias, formais e cada vez mais raras.

Eis que ele chega hoje à porta lateral.
Ela está fechada. Depois que foi condenada, uma vegetação selvagem começou a cobri-la.
A fechadura ficou toda enferrujada.
Mas ele pára diante da sua porta e olha para ela. Será que vai tocar, mostrando que deseja refazer as relações íntimas de outrora? Ele toca. Será que abro?

Nada está pronto para recebê-lo.
Tudo se encontra em completa desordem.
E onde está a chave dessa porta?
Ele bate de novo. Eu observo de longe, ele toca suavemente, lentamente.
Noto que seu olhar se dirige diretamente em frente, para a porta.

Sua expressão é grave, atenta, mas não impaciente. Parece concentrar-se, não sobre a porta e a resposta que lhe darei, mas sobre a graça que o Pai pode inspirar-me.

Ele continua tocando. "Estou à porta e bato".
Que fazer? Não posso viver sem sua presença, e não posso suportar sua presença. Se abro, será que ele vai me fazer questionamentos? Tentarei desculpar-me?
Só posso abrir, se me decido a entregar-me a ele, sem condições...

Então não haverá problemas... dirijo-me à porta. Abro-a com dificuldades, por causa das plantas parasitas que aí cresceram.

"Senhor, entre, tu sabes..."
Eu ia dizer: "tu sabes, Senhor que, apesar de tudo, eu te amo!"
Mas não ouso continuar a frase, e um soluço me impede a voz. Ele me olha com um sorriso calmo e diz: "eu sei... vou cear com você, hoje".
Eu me assusto: "Senhor, eu não preparei a ceia, não tenho nada do necessário".
Ele responde: "Sou eu que o convido. Eu quero em tua casa celebrar a minha ceia".


Monge oriental