terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pastoral Carcerária realiza Assembleia Nacional em Brasília



Os coordenadores e vice-coordenadores estaduais da Pastoral Carcerária reuniram-se no último fim de semana (23 e 26/11) em Brasília (DF) para um Encontro Nacional, que teve como tema: “Qualificar e organizar a Pastoral Carcerária em busca da dignidade e da paz” com o lema iluminador “Eu vi, ouvi e desci para libertar meu povo”.

A assessoria do evento foi de Lourival Rodrigues da Silva, Mestre em Ciências da Religião e que atua na Casa da Juventude de Goiânia. Baseado num trabalho prévio de resgate da historia e da caminhada da Pastoral, o Encontro teve como objetivo geral rever e dar continuidade à sua proposta de Formação e Organização, considerando sua identidade, missão e objetivos para possibilitar uma evangelização que promova a dignidade, a vida, a cidadania e os direitos humanos da pessoa encarcerada.

A partilha das experiências de vida, o debate das grandes linhas mestras da Pastoral Carcerária, os levantamentos das prioridades para a ação pastoral levaram os presentes a denunciar numa carta aberta alguns fatos preocupantes para a vida futura do povo brasileiro, como a volta do militarismo e o fantasma da soberania nacional; o investimento nas obras da copa acompanhado pela limpeza étnica e o encarceramento em massa; a construção de novos presídios em detrimento das políticas sociais; o aumento da tortura e a impunidade dos torturadores; a ineficácia do ministério público, da defensoria e a prevalência do interesse político partidário acima do bem público.

“A conclusão destes dias os participantes voltam para seus respectivos estados reanimados para continuar a caminhada e renovando o compromisso de serviço aos mais pobres entre os pobres e aos mais excluídos entre os excluídos”, afirma padre Gianfranco Graziola, coordenador da Macro Região Norte da Pastoral Carcerária.

Fonte: CNBB

Projeto Missão Continental propõe Paróquia Missionária



O 3º Encontro Nacional da Missão Continental encerrou seus trabalhos na sexta-feira, 23 de novembro, com propostas para intensificar a animação missionária na Igreja local. O evento organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial, da CNBB, em parceria com o Centro Cultural Missionário (CCM) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM) reuniu, desde o dia 19, em Brasília, 60 pessoas de todo o país para refletir sobre a paróquia em estado permanente de missão.

As contribuições dos assessores motivaram propostas para dinamizar a evangelização no interior das paroquiais e lançar a comunidade na missão além-fronteiras. Criar e fortalecer os Conselhos Missionários Paroquiais e Diocesanos (COMIPAs e COMIDIs), realizar as Santas Missões Populares e outras experiências semelhantes, planejar a pastoral de conjunto e implementar a setorização das paróquias, foram algumas das propostas indicadas.

Outra preocupação é a formação missionária das lideranças para que as paróquias se abram à missão além-fronteiras de forma organizada e articulada.

Segundo padre Sidnei Ferreira, assessor da CNBB para a Missão Continental, este 3º Encontro deu um salto de qualidade nos trabalhos. “Conseguimos reunir representantes de todos os Regionais da CNBB. Com isso, além de realizarmos reuniões com os bispos da Comissão fizemos um encontro de partilha com representantes dos Regionais o que nos deu uma ideia geral do trabalho em todo o Brasil”, avaliou.

O assessor destacou ainda a importância da paróquia missionária. “Com relação a esse tema existe uma sensibilidade muito grande nas igrejas locais. Dioceses como Vitória da Conquista (BA), Itapetininga (SP) e Toledo (PR), por exemplo, enviaram vários representantes pensando em como implantar a paróquia missionária dentro do Plano Pastoral da diocese”.

Para dom Adriano Ciocca Vasino, bispo da prelazia de São Félix (MT), a cada encontro realizado se evidenciam com maior clareza os objetivos, os meios e os métodos da Nova Evangelização. O bispo destaca ainda o envolvimento das dioceses no compromisso missionário. “O encontro foi muito positivo com muita participação e partilha de experiências. Creio que é necessário continuar a traduzir as ideias em práticas para que as dioceses assumam esse rosto missionário. A colaboração entre as POM, o CCM e a Comissão para a Missão da CNBB é um testemunho de comunhão. Parece uma equipe só trabalhando em setores diferentes. Precisamos fortalecer essa comunhão”, sublinhou.

Rosângela de Souza Urt representou o Regional Oeste 1 da CNBB (Mato Grosso do Sul) onde coordena o COMIRE. “O Encontro ajudou a esclarecer sobre o que é a Missão Continental. Vimos como trabalhar esse projeto em todos os âmbitos, principalmente na paróquia. Estou voltando para o meu regional entusiasmada”, destacou.

Padre Guido Labonté explicou que na arquidiocese de Manaus (AM), em 2010, realizou um Ano Missionário com várias iniciativas de evangelização. “Trabalhamos com o conhecido método Ver, Julgar e Agir. Primeiro procuramos entender o que é Missão, depois veio o tempo da análise e em seguida, do agir que foi o Congresso Missionário”. Em nível regional, padre Guido informou que algumas Prelazias priorizaram o trabalho nas comunidades ribeirinhas. As comunidades do centro urbano enviam pessoal para acompanhar essas comunidades do interior.

O próximo Encontro Nacional da Missão Continental está programado para o mês de setembro de 2013.

Fonte: CNBB

Abertura do II Encontro Preparatório: A caminho da JMJ Rio2013


Rio de Janeiro, 27 nov (SIR)- Na festa solene de Cristo Rei do Universo, 206 representantes de 75 países de todas as partes do mundo, se reuniram na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro do Rio de Janeiro, para a missa de abertura do II Encontro Preparatório para a JMJ Rio2013.
“A providência nos conduziu a essa data, por um lado agradecemos a Deus por todos os dons todas as graças neste ano e por outro lado estaremos esta semana vendo as perspectivas para o próximo, que nos trará a Jornada”, disse o arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local (COL), Dom Orani João Tempesta, que presidiu a cerimônia. Concelebraram o Cardeal Stanislaw Rylko, presidente do PCL, dom Joseph Clemens, secretário do PCL e o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, junto aos demais bispos e sacerdotes presentes.
Os delegados internacionais participam de uma série de atividades e painéis sobre a sobre os preparativos do encontro do Papa Bento XVI, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. Ao falar da importância desse encontro, pouco antes da missa, Cardeal Rylko, ressaltou que este encontro, para muitos dos delegados, será o primeiro contato com a cidade do Rio de Janeiro. “Tenho certeza que dará a eles mais entusiasmo de empenhar-se ainda mais para animar os jovens de todos os continentes para que digam ‘sim, vou ao Rio’”, disse.

Sob o Senhorio de Jesus

“Creio que o contexto dessa festa solene nos indica também a missão da JMJ”, destacou Dom Orani durante a homilia ao falar do papel dos jovens, chamados a ser sinal de presença e de transformação no mundo e “da missão primeira de deixar que em suas mentes, vida e coração haja o reinado de Jesus”. Para Dom Orani é a “esperança que nos move e que nos faz enxergar além do horizonte” e “junto com o nosso trabalho, Senhor também realizará maravilhas no coração dos jovens”.
O arcebispo destacou ainda o papel e a importância do leigo no mundo, recordado neste domingo pela Igreja no Brasil. “O Senhor, que realizou maravilhas na vida de Maria, também realizará maravilhas nas vidas dos jovens durante a JMJ”, disse Dom Orani, ao pedir a intercessão da Mãe, na Igreja dedicada à ela, antiga catedral do Rio de Janeiro. O Núncio Apostólico, Dom Giovanni d’Aniello, saudou os presentes e falou da alegria de participar no Brasil da preparação para a Jornada e assegurou a dedicação e o empenho de toda a Arquidiocese do Rio em acolher da melhor forma possível os jovens no próximo ano. Ao final da celebração Dom Orani recebeu uma carta dos pais de Chiara Luce Badano. Maria Teresa e Ruggero Badano falaram na carta da alegria de sua filha ter sido escolhida entre os intercessores da JMJ Rio2013. “Somos gratos pela decisão”, escreveram.
“Acreditamos que, de alguma forma, Chiara vai operar para proteger e sustentar a multidão de jovens que virão ao Rio em julho do próximo ano. Essa escolha nos alegra, não por orgulho familiar, mas esperamos que poderá contribuir para tantos jovens darem um sentido mais completo a suas vidas. A Chiara saberá inspirar jovens de sua idade. Ela sempre repetia: ‘Temos apenas uma vida e vale a pena gastá-la bem’. Estamos em comunhão nestas etapas preparatórias para a JMJ Rio2013”, afirmaram.

Não ficará pedra sobre pedra. Evangelho do Dia

“Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’.


(Foto: )
Lucas 21,5-11
A imponência do templo de Jerusalém não impressionava Jesus. As belas pedras e os ex-votos que o adornavam, não passavam de exterioridade. Seu fim se aproximava.

A pregação de Jesus contra o templo situava-se na tradição dos antigos profetas de Israel, que o desmitificaram, anunciando-lhe a destruição. O templo podia vir a baixo, pois havia perdido sua finalidade, passando a acobertar as injustiças cometidas contra o povo. O Deus de Israel fora substituído pelos ídolos. Não tinha sentido acobertar com a capa da fé uma idolatria desenfreada, com sérias conseqüências para a vida do povo pobre.

A situação não era muito diferente no tempo de Jesus. O templo e o sacerdócio estavam sob o domínio de uma aristocracia pouco preocupada com os pobres do País. O templo não era mais a casa do Deus verdadeiro, e sim, de falsos deuses que não questionavam a injustiça cometida contra os indefesos, nem a marginalização em que se encontrava grande parte da população. Eram os deuses dos privilegiados e beneficiados pelo sistema. Portanto, não era o Deus do Reino anunciado por Jesus.

A destruição do templo eliminaria a falsa segurança religiosa de muita gente. E evitaria que se servissem do nome de Deus para acobertar maldades cometidas em nome da fé. É blasfêmia fazer o Deus verdadeiro compactuar com a injustiça.
Oração
Senhor Jesus, destrói todas as falsas seguranças religiosas às quais, porventura, eu esteja apegado, e faze-me acolher as exigências do Deus verdadeiro.

Evangelho do dia

Ano B - Dia: 27/11/2012



As aparências passam. Importante é vigiar
Leitura Orante


Lc 21,5-11

Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Perseguições e sofrimentos
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.

Leitura Orante

Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra.
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Lc 21,5-11.Leio atentamente o texto, na Bíblia.
O templo de Jerusalém, construído por Herodes, era de uma grandeza e magnitude sem igual. Jesus não se impressiona. As belas pedras e as ofertas não passavam de exterioridade, aparências. E afirma: "tudo isto será destruído". O templo viria abaixo. Sua finalidade havia sido desviada. Não era mais o templo do Deus verdadeiro. Em nome da fé eram acobertadas maldades, exploração e idolatrias.
E Jesus fala de catástrofes, sinais vindos do céu, terremotos, epidemias. Estes sinais podem confundir. Alguns dirão que o final está próximo. Jesus diz que isto não quer dizer que o fim está perto, mas, ele chegará de repente .

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O texto diz que as aparências passam e que chegará o fim. Importante é vigiar e aceitar Jesus Cristo.
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Quem aceita a Cristo: Caminho, Verdade e Vida, em sua totalidade, tem garantida a paz e a felicidade, nesta e na outra vida!"(DAp 246).
E eu me interrogo: Tenho garantida a minha paz e a felicidade pela aceitação de Jesus Cristo?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

Bem-aventurado Tiago Alberione

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Meu olhar será iluminado pela presença de Jesus Cristo, rompendo com tudo aquilo que é mera aparência ou ostentação.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

27 de novembro

São Virgílio
Foi um dos grandes missionários irlandeses do período medieval e um dos maiores viajantes da importante ilha católica, ao lado dos santos Columbano, Quiliano e Gallo.

Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgilio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou.

Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve, que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas políticos surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino para enviar Virgilio para a Abadia de São Pedro de Salzburg, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgilio como bispo daquela diocese.

Ocorre que, na época, são Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgilio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgilio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzsburg.

Mas Virgílio era homem de fé fortalecida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de "o Geômetra" em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburg com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.

Em 755, um ano após a morte de são Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburg. Continuou evangelizando a Áustria de norte a sul, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos.

Morreu e foi sepultado na Abadia de Salzburg, Áustria, em 27 de novembro de 784, em meio à forte comoção dos fiéis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburg. Em 1233, foi canonizado, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburg.

Estação das perdas

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio.
Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido.
Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente:
As perdas do ser humano.

Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero.
Estamos, a partir de então, por nossa conta.
Sozinhos.
Começamos a vida em perda e nela continuamos.
Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem.
Ao perdermos o aconchego do útero,
ganhamos os braços do mundo.
Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta,
nos eleva e nos destrói.

E continuamos a perder e seguimos a ganhar.
Perdemos primeiro a inocência da infância.
A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair...
E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar.
Por que? Perguntamos a todos e de tudo.
Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.

Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer,
envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns
direitos e conquistando outros.
Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade.
Perdemos o direito de dizer absolutamente
tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres.
Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda
tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da
bermuda ridícula do vizinho ou puxar as
pelanquinhas do braço da vó com a
maior naturalidade do mundo e ainda
falar bem alto sobre o assunto.
Estamos crescidos e nos ensinam que não
devemos ser tão sinceros. E aprendemos.

E vamos adolescendo
ganhamos peso, ganhamos seios,
ganhamos pelos, ganhamos altura,
ganhamos o mundo.
Neste ponto, vivemos em grande conflito.
O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos,ah ! os sonhos!!!
Ganhamos muitos sonhos.
Sonhamos dormindo, sonhamos acordados,
sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real!
Estamos amadurecendo, todos nos admiram.
Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados.
Perdemos a espontaneidade.
Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.
Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima dos outros animais?
A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma.
E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer. Mas perdemos peso !!!
Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos - lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos,
ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias,
títulos honorários e a chave da cidade.
E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos.
Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos,
deixamos de sorrir, perdemos a esperança.
Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno,
que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie.
Que tenhamos rugas e boas lembranças.
Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia.
Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos,
sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo?
Não é nada em relação a nossa grande missão.
E que missão!
Fique em Paz!


Autor desconhecido

"PAIXÃO, MORTE, RESSURREIÇÃO e APARIÇÕES"


dezembro 2012

Marcos, como todos os demais evangelistas, termina o seu Evangelho com as narrativas da paixão, morte, ressurreição e as aparições de Jesus Cristo. eLE traçou o seu Evangelho tentando, na primeira parte, responder À pergunta quem é Jesus, cuja resposta foi dada por Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Foi muito feliz, revelando a sua essência. Na segunda parte, a preocupação de Marcos, volta-se para o discípulo. Quem é de fato, o verdadeiro discípulo de Jesus? Desde o primeiro anúncio da paixão, quando Jesus diz que o Filho do Homem deve sofrer muito, e será rejeitado e entregue nas mãos dos anciãos, dos chefes de sacerdotes e dos escribas, é repreendido severamente por Pedro. Mas Jesus tem consciência do projeto do Pai, e coloca Pedro no seu lugar de discípulo no seguimento do Mestre.
Um discípulo que foi capaz de fazer a máxima proclamação de fé sobre Jesus, em seguida tornou-se pedra de tropeço, para impedí-lo de seguir o seu caminho? O que dizer? Jesus tem uma missão árdua e intensa na formação dos seus discípulos. Logo após este primeiro anúncio da Paixão, Marcos colocou as condições para seguir Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar sua vida, a perderá; mas, o que perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará...”
Mesmo com toda esta clareza, veja como os discípulos reagiram ao segundo anúncio da paixão de Jesus. Durante o caminho, estavam discutindo sobre qual deles era o maior. Com toda a paciência, Jesus sentou-se e ensinou-lhes: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos... (Mc 9,35). A cada passo Jesus foi dando um ensinamento: “Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele... (Mc 10,15). “Como é difícil, a quem tem riquezas, entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” (Mc 10,23.25). Marcos afirma que os discípulos ficaram muito espantados e se perguntavam quem poderia se salvar. Acharam a proposta do seguimento muito exigente e Pedro chegou a lhe perguntar: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”, para dizer: a troco de quê? Jesus entendeu a preocupação de Pedro e disse: “Em verdade eu lhes digo que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba cem vezes mais desde agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mãe e filhos e terras, com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros.” (Mc 10,28-31).
Como se isso não fosse suficiente, após o terceiro anúncio da Paixão, dois dos discípulos estavam preocupados com o lugar que ocupariam no Reino de Deus e lhe pediram: “Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos”. Ele perguntou: “ Que quereis que eu faça? ”Disseram: “Concede-nos, na tua glória, sentarmo-nos, um à tua direita, outro à tua esquerda”. E dessa experiência nasce um novo ensinamento, a partir dos chefes das nações que dominam e tiranizam o povo, mas entre vós não deve ser assim “aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,41-45). Depois desse ensinamento, Jesus cura o cego de Jericó e se dirige à Betânia e depois realiza o seu ministério em Jerusalém.
Na cidade de Jerusalém, Jesus com os discípulos frequentam o templo. Ele profere muitos outros ensinamentos aos seus seguidores. Constata a esterilidade do templo e das autoridades religiosas. Começa os preparativos para a festa da Páscoa: a unção em Betânia, a traição de Judas, a predição da negação de Pedro, a ceia, a oração no Getsêmani, a prisão de Jesus, a traição de Pedro, o julgamento e a condenação de Jesus, a fuga dos discípulos e a morte de Jesus. Quem permaneceu com ele no calvário? As mulheres. Foi, também a uma mulher que ele apareceu, Maria Madalena e lhe confiam a missão de anunciá-lo aos discípulos, dizendo-lhes que os precederá na Galiléia. Lá Jesus lhes confere a missão: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). E Marcos conclui assim o seu evangelho: “E eles saíram a pregar por toda a parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Agora sim, são discípulos, de verdade e, segundo a tradição cristã, todos eles entregaram as suas vidas pela causa de Jesus, a Boa Nova do Reino.

Questões para o aprofundamento
1. O que chamou sua atenção, neste texto, sobre Jesus e os seus discípulos?
2. Que tipo de discípulo ou discípula de Jesus, você é?
3. Alguma vez falou de Jesus e de seus ensinamentos a alguém?