sexta-feira, 17 de outubro de 2014

49ª Assembleia Pastoral Regional: Assessores iniciam reflexões com base no Documento 100 da CNBB


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A 49ª Assembleia Pastoral Regional iniciou a quinta-feira (16), com uma Celebração Eucarística presidida pelo bispo de Caicó (RN), Dom Antônio Carlos Cruz.
Os trabalhos envolvendo as temáticas do Documento 100 da CNBB começaram com as intervenções do professor doutor em Teologia Sérgio Sezino Douets e do Padre João Paulo de Araújo Gomes da Diocese de Caruaru, ambos assessores da Assembleia.
Para o professor Sérgio Sezino, a partilha de experiências a partir da leitura do Documento 100 da CNBB, criará novas possibilidades de estratégias para a Ação Evangelizadora partindo de uma renovação paroquial. Ele ainda aponta como grande desafio descrito no Doc 100, a necessidade da paróquia atingir os espaços subjetivos que encontramos nos dias de hoje. Tais espaços segundo ele, afastam as pessoas da vivência em comunidade.
Após as intervenções dos assessores, os participantes foram divididos em grupos para discutirem possibilidades de ações concretas, a partir do que lhes foram colocado, bem como, das realidades do NE 2. Os resultados dos trabalhos em grupo foram partilhados em plenária com todos os participantes.
Os estudos em grupo continuarão ao longo de toda a sexta-feira (17) e no final da tarde, teremos as considerações finais dos assessores.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNBB NE2

Família e políticas


A partir de temas importantes da atualidade e da consideração de diferentes campos - político, acadêmico, econômico e religioso - a Igreja Católica, por convocação do Papa Francisco, debate e estuda a situação da família humana. A 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, em Roma, sobre esse tema, congrega representantes de todo o mundo. Contribui para o avanço e compreensão de aspectos cruciais de tudo o que se refere à família na contemporaneidade. O Sínodo indica a preocupação central da Igreja sobre a vida familiar. Sua organização começou há muito tempo e, certamente, esse significativo processo de escuta e reflexão deve continuar até a sessão ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser realizada em outubro de 2015.

Família humana é tema central, emoldurado por grande complexidade, principalmente quando se considera aspectos do presente e do futuro da sociedade. A atenção às famílias, sua compreensão e a definição de políticas emancipatórias em seu favor não podem se reduzir a aportes financeiros mínimos, de caráter compensatório. É preciso avançar na direção da justiça, além de compreender melhor o significado humanístico e o sentido ético-moral de família, uma insubstituível escola de humanidade. Trata-se de ambiente onde cada pessoa vive as experiências mais determinantes em sua trajetória. O sucesso de outras escolas tem íntima relação com as significativas experiências familiares. E as lacunas nestas experiências provocam prejuízos, atrasam processos e inviabilizam avanços culturais.

A família tem um evangelho próprio, que é sua maior riqueza. Compreendê-la inclui, pois, não apenas as definições sobre sua dimensão funcional e de sua sustentabilidade. Assim, quando se pensa a família, explicita-se a exigência importante de não apenas tratá-la como adjetivação de programas sociais. Evidentemente, ao reconhecer o seu amplo papel, deve-se empenhar na criação de condições mínimas para sua sobrevivência. Mas, além disso, governantes e gestores são desafiados a construir, de modo criativo, estratégias capazes de configurar garantias mais amplas aos grupos familiares. Passou aquele tempo em que grande era o bombardeio contra a família, praticado por setores importantes da sociedade. Contudo, apesar de ter amainado a “guerra” contra essa instituição, continua desafiador o seu tratamento no atual contexto sociocultural, caracterizado por muitas nuances.

Exigente, pois, é a escuta e reflexão do evangelho da família, tesouro que guarda valores determinantes para a educação afetiva e humanística de cada pessoa, fonte do insubstituível sentido moral que a consciência cidadã não pode dispensar.  Abdicar-se dessa tarefa é contribuir para processos degradantes, como a desumanização, que pode ser até irreversível. Sem dúvida, o ideal de família é um horizonte inspirador.

A compreensão de família cristã, por exemplo, inclui o balizamento de um desígnio de Deus. Constitui um complexo de relações interpessoais, em referência à vida conjugal, paternidade, maternidade, fraternidade, filiação, configurando a “pertença” à família humana e à família de Deus. Esta compreensão tem o seu nascimento no sacramento do Matrimônio. O contexto sociocultural, no entanto, desafia entendimentos e distinções que apontam no sentido de se considerar muitas exigências e necessidades humanitárias. O certo é que a importância global da família não dispensa, visando seu bem maior e a fecundidade de sua insubstituível tarefa na vida da sociedade, a abordagem das dimensões espiritual, humanística, educativa e social. Nesse sentido, as Igrejas têm, no seu serviço à família humana, uma tarefa própria. Também possuem atribuições nesse âmbito as diferentes instituições e instâncias da sociedade pluralista.

É pertinente, por exemplo, que empresas, ao definirem suas políticas de responsabilidade social, considerem investir nas famílias que sofrem com a miséria, falta de moradia, educação e saúde. No campo político, por que não instituir uma legislação, semelhante a que já existe, para incentivar projetos culturais, que estimule as empresas a investirem no amparo às famílias mais pobres?  Talvez fosse um caminho para superar a dependência de alguns grupos familiares das ajudas esporádicas, com alcance muito limitado. No calor dos debates e programas eleitorais, entre outros anseios, espera-se dos candidatos a apresentação de propostas mais ousadas, com força de comprometimento social e político, para as famílias, especialmente as que necessitam de moradia, educação, saúde, lazer e tudo que represente um direito de todos. Não basta apenas dizer “que vai continuar” ou “dar uma melhorada” no que já é feito.

O momento eleitoral decisivo de agora não requer propagandas e debates caracterizados pelos ataques pessoais e promessas sem a indicação dos caminhos para sua concretização. É hora de escolher quem, de fato, é propositivo, capaz de mostrar o caminho real das mudanças. Exige-se um perfil com a competência para articular, em rede, a educação, a saúde, a segurança, o respeito aos direitos fundamentais, indo além de questões meramente partidárias. Especialmente, almeja-se que inovadoras políticas voltadas para a família sejam construídas, reconhecendo sempre a centralidade da instituição familiar para a vida em sociedade.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

Ser professor, vocação e missão


'Os que educaram a muitos para a justiça brilharão como estrelas para sempre' (Dn 12,3).
No último dia 15 de outubro, dia de Santa Teresa de Jesus, grande mestra da vida espiritual, e exatamente por isso, é comemorado o dia do professor. Deixo aqui consignada a minha saudação e gratidão a todos os que se dedicam a essa nobre e benemérita carreira, difícil, mas nem sempre reconhecida e condignamente gratificada. Mais do que uma profissão, educar é uma arte, uma vocação e uma missão: formar, conduzir crianças, jovens e adultos no caminho da verdade, sugerindo opiniões conscientes, aconselhando e tornando-se amigos e irmãos dos seus alunos. Que Deus os abençoe e lhes dê coragem, paciência e perseverança.

Ser professor é ser educador e mestre. E ser mestre é muito mais do que ensinar matérias, como bem escreveu o nosso ilustre poeta Antônio Roberto Fernandes, de saudosa memória: “Ser mestre não é só contar a história/ de um certo Pedro Álvares Cabral/ Mas descobrir, de novo, a cada dia,/ um mundo grande, livre, fraternal. - Ser mestre não é só mostrar nos mapas/ onde se encontra o Pico da Neblina/ Mas é subir, guiando os alunos,/ à montanha da vida que se empina... Ser mestre é ser o pai, a mãe, o amigo,/ mostrando sempre a direção da luz,/ pois a palavra Mestre – sobretudo –/ também é um dos nomes de Jesus.”

A melhor definição de educação nós a encontramos no Direito Canônico, conjunto de normas da Igreja (cânon 795): é a formação integral da pessoa humana, dirigida ao seu fim último e, ao mesmo tempo, ao bem comum da sociedade, de modo que as crianças e jovens possam desenvolver harmonicamente seus dotes físicos, morais e intelectuais, adquirir um sentido mais perfeito da responsabilidade e um uso correto da liberdade, preparando-se para participar ativamente da vida social.

Que missão nobre, sublime e difícil a do professor-educador! Indicando aos alunos o sentido da vida, ele vai ajudá-los a dominar seus instintos e a dirigi-los pela razão, a desenvolver o conjunto de suas faculdades, a combater as más paixões e desenvolver as boas, a adquirir o domínio de si e a orientar seus sentimentos, levando em conta as diversas fases da vida e as características do seu temperamento, formando assim sua personalidade e seu caráter. Sendo assim, o mestre é cooperador da Graça de Deus, que, como Pai, só quer o bem dos seus filhos.

Mas, será que vale a pena tanto esforço por tão pouco reconhecimento e tão pouco salário? “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa). Se o professor trabalha por vocação, sentir-se-á recompensado pelos frutos do seu trabalho, mesmo que não apareçam imediatamente.

A você, portanto, caro professor e querida professora, a nossa homenagem por ter recebido de Deus tão nobre e importante missão e a nossa gratidão reconhecida pelo seu trabalho, que não se mede pela produção imediata, mas por frutos, muitas vezes escondidos, que só vão aparecer ao longo da vida e que estarão escritos no livro da eternidade. “Os que educaram a muitos para a justiça brilharão como estrelas para sempre” (Dn 12,3).
CNBB, 15-10-2014.

Agricultura familiar, um estilo de vida


Segundo a ONU, modo de produção pode combater a pobreza e ajudar a proteger o ambiente.
Por Gloria Schiavi

Embora não esteja nas manchetes, 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar (Aiaf), um modo de produção e um estilo de vida que são o tema principal do Dia Mundial da Alimentação, celebrado hoje e promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Se levamos a sério a luta contra a fome, devemos promover a agricultura familiar como uma forma de produção e também como uma forma de vida. É muito mais do que um modo de produção agrícola”, garantiu Marcela Villarreal, diretora do Escritório para as Associações, Promoções e Desenvolvimento de Capacidades da FAO.

A agricultura familiar, que é a principal fonte de trabalho do mundo, pode ajudar a combater a fome e a pobreza e contribuir com sistemas alimentares saudáveis, segundo a agência da ONU. Também pode proteger o ambiente e a gestão dos recursos naturais de maneira sustentável.

Não existe uma definição oficial para agricultura familiar, que às vezes substitui o termo “pequenos agricultores”, mas suas principais características são a propriedade familiar da terra e o emprego de mão de obra não assalariada, que é proporcionada pelos membros da família. Calcula-se que a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos produzidos no mundo, mantém 40% das famílias e é duas vezes mais eficaz na redução da pobreza do que os demais setores produtivos.

Um documento de trabalho da FAO, que utiliza números do Censo Agropecuário Mundial, calcula que “há mais de 570 milhões de áreas produtivas no mundo e que mais de 500 milhões delas pertencem a famílias”. O informe também assinala que 84% dos empreendimentos agrícolas ocupam menos de dois hectares e trabalham com 12% das terras cultiváveis do mundo. Os 16% restantes ocupam mais de dois hectares e representam 88% das terras.

A Ásia oriental e austral, junto com a região do Pacífico, contam com 74% dos 570 milhões de áreas produtivas. Desse total, China e Índia têm, respectivamente, 35% e 24%. Apenas 3% das propriedades estão localizadas no Oriente Médio e no Norte da África, enquanto América Latina e Caribe têm 4% cada.

Organizações agropecuárias de África, América, Ásia, Europa e Oceania se reuniram em Abu Dhabi em janeiro, no início do Aiaf, e acordaram cinco pontos para que a agricultura familiar seja a “pedra angular do desenvolvimento rural sustentável, concebida como parte integral do desenvolvimento global e harmônico de cada nação e cada povo, já que preserva o ambiente e os recursos naturais. Também pediram estratégias para atrair os jovens e prevenir a migração, criando as condições para que cuidem das propriedades de seus pais ou instalem novas.

Quanto à igualdade de gênero, denunciaram como inaceitável a discriminação relativa às leis sobre herança e os salários, dizendo que as mulheres são a coluna vertebral do setor agropecuário e desempenham uma função fundamental na melhoria da nutrição mediante a preparação dos alimentos e a educação das crianças. As organizações de produtores também pediram aos governos que financiem a criação de cooperativas e garantam o acesso a mercados e créditos para os pequenos agricultores.

Segundo José Antonio Osaba, coordenador do Programa da Sociedade Civil do Aiaf-2014, do Fórum Rural Mundial, todos os países, em especial os do Sul em desenvolvimento, “têm o direito de proteger sua agricultura para poderem se alimentar e comercializar em condições equitativas. Mas agora acontece o contrário: um punhado de grandes países exportadores com altos níveis de produtividade e subsídios consideráveis dominam o mercado mundial de alimentos.

Ranja Sengupta, pesquisadora da Rede do Terceiro Mundo na Índia, compartilha da posição de Osaba. No contexto do Fórum dos Povos da Ásia e Europa, realizado na cidade italiana de Milão, entre os dias 10 e 12 deste mês, disse à IPS que os tratados de livre comércio representam um grave problema para que os países em desenvolvimento possam manter sua população.

"Creio que em países como a Índia, extensos, com uma grande população que sofre fome, não há outra alternativa que não seja o fortalecimento das pequenas explorações agrícolas baseadas na família”, ressaltou Sengupta. "Não podemos depender dos alimentos importados. Se temos que prover alimentos ao nosso povo, temos que adquiri-los de nossos produtores e garantirmos que sejam capazes de produzir. Por isso temos que conceder subsídios essenciais, pelo menos por agora", acrescentou.

"É algo que não deveria ser negociável para nenhum governo de um país em desenvolvimento e nenhum tratado internacional deveria poder dizer 'não' a isso", destacou Sengupta.
Envolverde/IPS, 16-10-2014.

Decálogo para a educação dos filhos


Pais devem ajudar os filhos a acreditar em si mesmos e a ter uma autoestima saudável.
Por Henry Vargas Holguín

A prioridade de um pai de família, mais do que dar aos filhos o necessário (nem mais nem menos) para que tenham uma vida digna, é formá-los e educá-los para a vida, dando-lhes sólidos fundamentos para que sejam pessoas de bem e oferecendo-lhes ferramentas para que sejam felizes.

A melhor herança que um pai de família pode deixar para os seus filhos neste mundo é a boa educação. Tal educação poderia ser centrada em 3 eixos:

. Educação da consciência: para que, desde pequenos, os filhos saibam distinguir o que é bom e o que é ruim.

. Educação do caráter: para que fortaleçam sua vontade e saibam rejeitar o mal, ainda que seja convidativo ou aparentemente inofensivo.

. Educação do coração com senso de transcendência: para que apreciem os valores positivos e rejeitem os valores negativos. Recordar que as crianças observam o comportamento dos pais. Mais que educar com palavras, é preciso educar com o exemplo. Que os pais reforcem o que dizem com o que fazem.

Parte desta missão se cumpre, entre outros, com os seguintes pontos:

1. Incentivar a responsabilidade nos filhos, dando-lhes pequenas missões ou tarefas. Que conheçam o valor do sacrifício. Isso lhes ensinará o quanto podem oferecer e os fará ver que são responsáveis pelos seus atos, mas não pelo que ocorre ao seu redor.

2. Servir de exemplo diante das circunstâncias adversas, para que os filhos vejam como superá-las corretamente. É importante que os pais lhes transmitam uma forma construtiva de reagir e manter o controle diante do estresse.

3. Ajudá-los a encontrar seus pontos fortes. Poder desenvolver tais pontos é a base da força pessoal de cada um. Ajudá-los a acreditar em si mesmos e a ter uma autoestima saudável.

4. Que os filhos vejam os problemas como desafios a serem resolvidos, e não como ameaças; e que aprendam tanto a preveni-los e administrá-los quanto a tirar deles uma lição de vida. Ajudá-los a descobrir as coisas boas de cada dia e saber que não estão sozinhos, ou seja, dar-lhes apoio emocional.

5. Permitir que os filhos encarem seus problemas, pois “resgatá-los” dessas pequenas circunstâncias difíceis não lhes permite aprender estratégias para enfrentar e resolver suas dificuldades presentes e futuras. Fazer-lhes ver que são responsáveis pelas suas vidas.

6. Deixar que gradualmente vão tomando decisões. Irão aprendendo da experiência para o futuro.

7. Pais de família: não pretendam ser como seus filhos, não se infantilize. Seus filhos precisam ser guiados por adultos sérios e maduros.

8. Criar um clima de comunicação no qual a criança se sinta à vontade. Que os filhos tenham a confiança de contar suas coisas; que não tenham medo da reação dos seus pais.

9. Fazer-lhes saber que eles têm deveres na sociedade, e se não entendem a palavra “sociedade”, por ser um pouco abstrata, é preciso explicar-lhes que têm deveres com relação a pessoas concretas.

10. Estabelecer limites e disciplina. Os filhos precisam saber o que acontece quando não fazem o que lhes é pedido. O castigo, que deve ser proporcional e compatível com a idade da criança, precisa ser sempre cumprido. Nunca pode ser violento em palavras ou ações, e precisa visar à correção. As normas devem ser coerentes e claras, e estar acompanhadas por explicações lógicas.
A12/Aleteia

Por que me sinto sozinho na era das redes sociais?


O homem, na sua natureza,nasceu para o encontro e a comunicação.
Por Álvaro Díaz

Talvez após ver este vídeo você tenha a sensação de que a crítica seja um pouco exagerada. Ou pense que fala demais sobre os pontos negativos, sem encontrar nada de bom. Vai contra muitas das coisas normais e do dia a dia, como o uso do celular, da internet e das redes sociais.

Eu me pergunto: É verdade o que ele diz? As redes sociais e as novas formas de comunicação são um instrumento eficaz de comunicação? Tendo a capacidade de aproximar pessoas que se encontram muito distantes fisicamente, como se explica este fenômeno de fechamento de si e solidão por parte de alguns?

1. O homem na sua natureza nasceu para o encontro e a comunicação. Quem não experimenta este anseio de ter amigos, companhia e comunicar com os outros? Não nascemos para estar sozinhos, para viver cada um por sua conta. A nossa realização e a nossa felicidade dependem do ato de compartilhar com os outros. É este o anseio que impulsiona o homem a estabelecer ligações, a buscar formas de comunicar, e com a criatividade humana, dom de Deus, se estabeleceram imensas possibilidades para encurtar as distâncias e ultrapassar as barreiras para comunicar. É este o fim, e para isso deveriam apontar estes instrumentos.

2. Em meio à cultura do desencontro: hoje, porém, experimentamos os paradoxos. Se temos tantos meios de comunicação, por que vivemos com atitudes tão egoístas e individualistas que distanciam? Por que é tão difícil estabelecer diálogos, prestar atenção, fazer silêncio e escutar? Por que experimentamos a frustração de não conseguir saciar este anseio de encontro?

Certamente o desespero da busca de meios faz com que muitas vezes o homem esteja sobrecarregado de informações, ao ponto de não conseguir assimilar. Por outro lado, o valor dado ao consumismo e à produtividade tem feito com que muitas vezes o sucesso, a eficiência e a fama prevaleçam sobre a dignidade humana. Os valores se confundem. Ressaltam os valores daquilo que é cômodo e prático em relação àquilo que é autêntico. Teme-se o sacrifício do compromisso, requisito para ter encontros autênticos. Se enfatiza mais sobre o próprio bem-estar do que o dos outros.

Se estes valores que são, na lógica do mundo, o motor, as consequências se expressam em solidão, individualismo e desconfiança. Os problemas não são os instrumentos, mas as intenções e as motivações que derivam do ser humano que não interpreta adequadamente este anseio a ser feliz que Deus nos deu.

3. O que pensa a Igreja Católica? Talvez algumas pessoas pensam que a Igreja Católica se opõe a todos os progressos da tecnologia e que continua a ser ancorada ao passado com uma visão antiquada. A visão da Igreja em relação a isso sempre foi compreensiva, concreta, reconciliada e equilibrada: não é “tudo errado”, mas não é preciso nem mesmo ser ingênuo e permitir tudo aquilo que é novo como se fosse melhor. Neste aspecto, contará muito a maneira como se usarão estes meios, as motivações e as finalidades.

Por exemplo, não se deve usar as redes sociais para enviar conteúdos maliciosos e causar danos aos outros. Por outro lado, porém, estimula-se o uso para construir um conteúdo formativo e edificante, para transmitir a fé e os valores do Evangelho, para aproximar os homens do amor e da verdade.

Dizia já o papa Emérito Bento XVI, sobre as redes sociais: estes espaços, quando usados com equilíbrio, contribuem para favorecer formas de diálogo e de debates que, se realizados com respeito, atenção para com a privacidade, responsabilidade e dedicação à verdade, podem reforçar as ligações de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana.
SIR

Evangelho do Dia

Ano A - 17 de outubro de 2014

Lucas 12,1-7

Aleluia, aleluia, aleluia.
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos! (Sl 32,22)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 1 os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: “Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
2 Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido.
3 Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados.
4 Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer.
5 Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este.
6 Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus.
7 Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
NÃO SE DEIXAR CORROMPER
O mau exemplo tem um terrível poder contaminador. É preciso estar atento para não se deixar levar. Os discípulos de Jesus foram alertados a não imitar o procedimento dos fariseus, cuja hipocrisia era bem conhecida.
O Mestre insistiu na inutilidade de viver uma dupla vida, como acontecia com os fariseus, os quais escondiam sua corrupção interior atrás de uma fachada de piedade. Atitude inútil e ridícula porque quem engana o seu semelhante, não consegue enganar a Deus. Por outro lado, haveria de chegar a hora em que as coisas escondidas seriam reveladas pelo Pai do Céu e, então, apareceria a verdadeira identidade dos fariseus. A hipocrisia, pois, não valia a pena. O exemplo dos fariseus não devia ser seguido. Entretanto, não é fácil manter distância do mau exemplo.
A perseguição virá na certa! É preciso que os discípulos superem o medo da morte, tornando-se livres diante dela. Só Deus merece ser temido, pois em suas mãos está a destino eterno de todas as criaturas. Ele é o Senhor da vida e da morte. O máximo que os inimigos poderão fazer será tirar a vida física dos discípulos. Nada mais!
O discípulo permanece sempre atento. Portanto, quando recusa seguir algum mau exemplo é porque deseja ser fiel ao Pai.

Oração Senhor Jesus, livra-me de seguir os maus exemplos, nem permitas que eu imite quem se comporta de maneira incompatível com a vontade do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Efésios 1,11-14
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
1 11 Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade,
12 para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo.
13 Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho de vossa salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido,
14 que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória.
Palavra do Senhor.
Salmo 32/33
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! 

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Aos retos fica bem glorificá-lo.
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!

Pois reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.

Feliz o povo cujo Deus é o Senhor,
e a nação que escolheu por sua herança!
Dos altos céus o Senhor olha e observa;
ele se inclina para olhar todos os homens.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que ornais a vossa Igreja com o testemunho dos mártires, fazei que a gloriosa paixão que hoje celebramos, dando a santo Inácio de Antioquia a glória eterna, nos conceda contínua proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 17 DE OUTUBRO - SEXTA-FEIRA

SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA
BISPO E MÁRTIR 
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona da entrada: Estou pregado na cruz com Jesus Cristo: já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim. Vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2,19s).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, que ornais a vossa Igreja com o testemunho dos mártires, fazei que a gloriosa paixão que hoje celebramos, dando a santo Inácio de Antioquia a glória eterna, nos conceda contínua proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Efésios 1,11-14)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
1 11 Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade,
12 para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo.
13 Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho de vossa salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido,
14 que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 32/33
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! 

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Aos retos fica bem glorificá-lo.
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!

Pois reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.

Feliz o povo cujo Deus é o Senhor,
e a nação que escolheu por sua herança!
Dos altos céus o Senhor olha e observa;
ele se inclina para olhar todos os homens.
Evangelho (Lucas 12,1-7)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos! (Sl 32,22)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 1 os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: “Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
2 Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido.
3 Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados.
4 Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer.
5 Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este.
6 Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus.
7 Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
NÃO SE DEIXAR CORROMPER
O mau exemplo tem um terrível poder contaminador. É preciso estar atento para não se deixar levar. Os discípulos de Jesus foram alertados a não imitar o procedimento dos fariseus, cuja hipocrisia era bem conhecida.
O Mestre insistiu na inutilidade de viver uma dupla vida, como acontecia com os fariseus, os quais escondiam sua corrupção interior atrás de uma fachada de piedade. Atitude inútil e ridícula porque quem engana o seu semelhante, não consegue enganar a Deus. Por outro lado, haveria de chegar a hora em que as coisas escondidas seriam reveladas pelo Pai do Céu e, então, apareceria a verdadeira identidade dos fariseus. A hipocrisia, pois, não valia a pena. O exemplo dos fariseus não devia ser seguido. Entretanto, não é fácil manter distância do mau exemplo.
A perseguição virá na certa! É preciso que os discípulos superem o medo da morte, tornando-se livres diante dela. Só Deus merece ser temido, pois em suas mãos está a destino eterno de todas as criaturas. Ele é o Senhor da vida e da morte. O máximo que os inimigos poderão fazer será tirar a vida física dos discípulos. Nada mais!
O discípulo permanece sempre atento. Portanto, quando recusa seguir algum mau exemplo é porque deseja ser fiel ao Pai.

Oração Senhor Jesus, livra-me de seguir os maus exemplos, nem permitas que eu imite quem se comporta de maneira incompatível com a vontade do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, aceitai esta nossa oblação como acolhestes santo Inácio de Antioquia, trigo do Cristo, transformado pelo martírio em pão sem mistura. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu sou o trigo de Cristo, serei moído pelos dentes das feras para tornar-me um pão sem mistura.
Depois da comunhão
Sejamos revigorados, ó Deus, pelo pão celeste que recebemos na festa de santo Inácio de Antioquia, para que não tenhamos apenas o nome de cristãos, mas realmente o sejamos por nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA)
No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo.

Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé.

Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu.

A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus.

Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião.

Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre.

Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.