quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Evangelho do dia

Ano C - 05 de dezembro de 2013

Mateus 7,21.24-27

Aleluia, aleluia, aleluia.
Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto está perto! (Is 55,6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 21 "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.
25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha.
26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia.
27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
QUEM ENTRARÁ NO REINO?
O Messias Jesus detectou dois tipos de comportamento nos discípulos que aderiram a ele. Por isso é que os alertou a respeito da atitude correta de quem deseja entrar no Reino. Seria uma conduta equivocada limitar-se a dizer "Senhor, Senhor", como se isto significasse uma real adesão ao Reino. O equívoco consiste em contentar-se com um palavreado vazio, muito distante das exigências do Reino. Enquanto a boca fala uma coisa, a vida pauta-se por outros parâmetros. Esta incongruência é incompatível com o Reino.
A atitude correta consiste em assimilar os ensinamentos de Jesus, de maneira tão profunda que leva o discípulo a pautar por eles a sua ação. Isto corresponde a fazer a vontade do Pai, e deixar-se guiar por ele.
Estas duas atitudes foram ilustradas com a parábola das duas casas. Conduta equivocada é a daquele que constrói a casa sobre a areia, sem alicerces profundos. Já na primeira tempestade (os revezes da vida) ela desaba não restando nada de pé. Atitude correta é a daquele que constrói a sua casa sobre a rocha. Por mais forte que possa ser a tempestade, será incapaz de destruí-la, porque bem alicerçada.
A profundidade da experiência de encontro com o Messias Jesus revela-se na reação desencadeada na vida do discípulo. Entra no Reino quem se posicionar diante dele de maneira adequada, dispondo-se a fazer a vontade do Pai.

Oração
Pai, livra-me de reduzir minha adesão a Jesus a mero palavreado. Ajuda-me a transformar os ensinamentos dele em norma de vida. Assim estarei fazendo a tua vontade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Isaías 26,1-6
Leitura do livro do profeta Isaías.
26 1 Naquele tempo será cantado este cântico na terra de Judá: "Nós vimos uma cidade forte, em que se pôs por proteção muro e antemuro.
2 Abri as portas, deixai entrar um povo justo, que respeita a fidelidade,
3 que tem caráter firme e conserva a paz, porque tem confiança em vós.
4 Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o rochedo perene.
5 Ele derrubou os que habitavam nas alturas e destruiu a cidade soberba; derrubou-a por terra e ao nível do chão a reduziu.
6 Ela é calcada aos pés pela plebe, sob os passos dos indigentes".
Palavra do Senhor.
Salmo 117/118
Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor!

Daí graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”
É melhor buscar refúgio no Senhor
Do que pôr no ser humano a esperança;
É melhor buscar refúgio no Senhor
do que contar com os poderosos deste mundo!”

Abri-me vós, abri-me as portas da justiça;
Quero entrar para dar graças ao Senhor!
“Sim, esta é a porta do Senhor,
Por ela só os justos entrarão”!
Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes
E vos tornastes para mim o Salvador!

“Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação;
Ó Senhor, dai-nos também prosperidade!”
Bendito seja, em nome do Senhor,
Aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos.
Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
Oração
Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Lourdes - 2011


O Advento

O Advento (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a")1 é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.

Origem
A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Península Ibérica, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal. Na Gália, Perpétuo, bispo de Tours, instituiu seis semanas de preparação para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do século V.
Há relatos de que o Advento começou a ser observado entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal.
No final do século IV, na Gália (atual França) e na Península Ibérica (actualmente Portugal e Espanha), tinha caráter ascético com jejum, abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecumenos para o batismo na festa da Epifania.
Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor, passando a ser celebrado durante 5 domingos.
Surgido na Igreja Católica, este tempo passou também para as igrejas reformadas, em particular a Anglicana, a LuteranaMetodista e a Batista dentre várias outras. A igreja Ortodoxa tem um período de quarenta dias de jejum como preparação para o Natal.
O tempo do advento e suas características
O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.
O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Esse tempo possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de Dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa. Uma das expressões desta alegria é o canto das chamadas "Antífonas do Ó".
O início do advento é conhecido tradicionalmente como o dia certo para montar a árvore de natal.
Teologia do advento
O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo.
Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor, Jesus, que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15).
O Advento recorda também o Deus da Revelação. Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos.
O caráter missionário do Advento manifesta-se na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da vida missionária de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.
A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referência e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.
Espiritualidade do advento
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão. Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia (volta) do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus!
O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.
No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos. Pobreza que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.
As figuras do advento
Isaías é o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim os exilados.
As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos. Ele que no capítulo 7 do seu livro já anuncia a vinda do Senhor
É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).
A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento. Por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profetisas do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.


Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".
José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.
A celebração do advento
O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.
Os paramentos litúrgicos(casulaestoladalmáticapluvialcíngulo, etc) são de cor roxa, bem como o véu que recobre o ambão, a bolsa do corporal e o véu do cálice; como sinal de recolhimento e conversão em preparação para a festa do Natal. A única exceção é o terceiro domingo do Advento, Domingo Gaudete ou da Alegria, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do Salvador que está bem próxima. Também os altares são ornados com rosas cor-de-rosa. O nome de Domingo Gaudete refere-se à primeira palavra do intróito deste dia, que é tirado da segunda leitura que diz: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto"(Fl 4, 4). Também é chamado "Domingo mediano", por marcar a metade do Tempo do Advento, tendo analogia com o quarto domingo do Tempo da Quaresma, chamado Laetare.
No dia do início do Advento são montados o Presépio, a Árvore de Natal e a Coroa do Advento. Tradicionalmente este é o dia correto para montagem do Presépio e da Árvore de Natal,2 3 apesar de o dia de montar as decorações natalinas variar em alguns países.4

Símbolos do Advento
Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser, colocada ao lado do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo Salvador e Luz do Mundo, brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:
círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.
As ramas verdes
Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta. O ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como os cristãos devem manter fé e a esperança apesar das tribulações da vida.
A fita vermelha
A fita e o laço vermelho que envolvem a grinalda simbolizam o Amor de Deus ou o próprio Espírito Santo a embalar toda criação que é remida com a chegada de Jesus.
As bolas
As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.
As quatro velas
As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento5 . No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador. O mais adequado é que todas as velas da coroa do Advento sejam roxas, com exceção de uma que pode ser rosa para lembrar o Domingo Gaudete.
Neste ponto, temos que fazer uma cuidadosa distinção: as velas roxas são usadas na coroa do Advento, mas não fazem partes das velas para celebração do Santo Sacrifício da Missa, uma vez que a coroa do Advento surgiu da piedade popular. O segundo ponto é que as velas para a celebração da Missa não seguem a cor usada pelo celebrante. Portanto, é errado usarmos velas verdes durante o tempo Comum, ou vermelhas no Domingo de Ramos. As velas, como nos orientam os documentos da Igreja, devem ser de cera amarela ou de parafina branca, independente da cor litúrgica do dia. Somente o sacerdote manifesta a cor litúrgica do dia. Outra razão para não serem usadas as velas coloridas é que todos os símbolos da liturgia devem ser naturais, assim como a água, o vinho e etc.
Referências
1.   Ir para cima Advento – Liturgia e espiritualidade. Franciscanos. Página visitada em 22/10/2012.
2.   Ir para cima G1 (23 de novembro de 2008). Dia certo para montar a árvore de Natal é 30 de novembro. Página visitada em 14 de novembro de 2013.
3.   Ir para cima SuaPesquisa.com (12 de abril de 2012). Árvore de Natal. Página visitada em 14 de novembro de 2013.
4.   Ir para cima Velhos Amigos. Quando Montar o Presépio e a Árvore?. Página visitada em 14 de novembro de 2013.
5.   Ir para cima Tempo do Advento. Página visitada em 22/10/2012.


ESCALA NOVENA DE NATAL 2013

PARÓQUIA NOSSA  SENHORA DAS CANDEIAS
ESCALA NOVENA DE NATAL 2013
               
 
15-12
PASTORAL JUVENTUDE,  EJC,  PAST.  COMUNICAÇÃO,  PATRIMÔNIO, ACOLHIDA,  GRUPO DE JOVENS E PASTORAL DA CRIANÇA
16-12
COMUNIDADE CHAMA ,  COMUNIDADE SÃO PEDRO  (ORLA), GRUPO  DE ORAÇÃO E  N. SRA DAS CANDEIAS
17-12
PASTORAL LITÚRGICA,  MINISTÉRIO DE MUSICA, OFICINA DE ORAÇÃO E VIDA
18-12
VICENTINOS,  TERÇO DOS HOMENS,  COMUNIDADE  STA TEREZINHA , APOSTOLADO DA ORAÇÃO.

19-12
MINISTÉRIO DA EUCARISTIA,   LEGIÃO DE MARIA   (CORAÇÃO  IMAC DE. MARIA, RAINHA DOS APÓSTOLOS  E NOSSA SENHORA DA PAZ) E COMUNIDADE  TIMÓTEO
20-12
COMIPA,  MISSÕES,   ENCONTRO  DE NOIVOS,  CATEQUESE,  DíZIMO ,  CRISMA
21-12
ECC,  SOBRIEDADE,  PASTORAL FAMILIAR, GRUPO DE ACOLITOS ,  E  BATISMO
22-12
SÃO JOSE OPERARIO, SENHORA RAINHA,   NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS,  NOVO  HORIZONTE, PASTORAL DA CRIANÇA.  IGREJA STO ANTONIO DE BARRA
23-12
IGREJA   MATRIZ   E TODA AS COMUNIDADES .
       



COMISSÃO  LITÚRGICA.

Creio na ressurreição da carne – o Papa na audiência geral apelou à oração pelas religiosas raptadas na Síria



Uma manhã fria mas cheia de Sol em Roma, com largos milhares de peregrinos na Praça de São Pedro, para a primeira audiência geral de Advento. O Papa Francisco na sua catequese continuou com o tema do Credo, em particular na passagem em que se afirma: «Creio na ressurreição da carne». Segundo o Santo Padre, este artigo do Credo professa uma verdade que, aos nossos olhos, não é fácil nem evidente. A prova de que há ressurreição dos mortos é que Jesus ressuscitou dos mortos.

“Antes de mais, a própria Sagrada Escritura contém um caminho em direção à fé plena na ressurreição dos mortos. Esta exprime-se como fé em Deus Criador de todo o homem – alma e corpo – e como fé em Deus libertador, o Deus fiel à aliança com o seu povo.”

“Jesus, no Novo Testamento, cumpre esta revelação e liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: Eu sou a ressurreição e a vida.”

Mas o que significa ressuscitar? – perguntou o Papa Francisco. A ressurreição acontecerá no último dia, no fim do mundo, por obra da omnipotência de Deus que restituirá a vida ao nosso corpo juntando-o à alma por força da ressurreição de Jesus.

“Esta transformação, esta transfiguração do nosso corpo é preparada nesta vida pelo encontro com Cristo Ressuscitado nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Nós que nesta vida nos alimentarmos do Seu Corpo e do Seu Sangue ressuscitaremos como Ele, com Ele e por meio d’Ele. Como Jesus ressuscitou com o Seu corpo, mas não regressou a uma vida terrena, assim nós ressuscitaremos com os nossos corpos que serão transfigurados em corpos gloriosos, corpos espirituais.”

Desta forma – adiantou ainda o Santo Padre - a nossa ressurreição está intimamente ligada à ressurreição de Jesus. Fomos inseridos na morte e ressurreição de Cristo pelo Batismo; assim, à espera do último dia, temos já em nós uma semente de ressurreição; o corpo de cada um de nós é ressonância de eternidade; por isso mesmo deve ser respeitado e sobretudo deve ser respeitada e amada a vida das pessoas que sofrem para que sintam a proximidade da condição eterna da vida para a qual caminhamos.

“ Por isso também o corpo de cada um de nós é ressonância de eternidade, portanto, deve ser sempre respeitado, e sobretudo deve ser respeitada e amada a vida de todos os que sofrem, para que sintam a proximidade do Reino de Deus, daquela condição de vida eterna em direção à qual caminhamos.”

O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa, em particular os fiéis de Criciuma e Ribeirão Preto no Brasil e os portugueses vindos de Leça da Palmeira na Diocese do Porto.

No final da audiência o Papa Francisco apelou à oração pelas 5 religiosas raptadas na Síria, país dilacerado pela guerra, para o qual o Santo Padre, mais uma vez, apelou para a paz. (RS)

MEB realiza seminário sobre educação popular

1meblogo

“Valorização, desafios e perspectivas para a educação popular” é o título do seminário organizado pelo Movimento de Educação de Base (MEB), marcado para os dias 2 a 4 de dezembro no Centro Cultural de Brasília (DF).  A atividade tem o objetivo de analisar a conjuntura das políticas públicas e da educação popular relacionada à estrutura social, cultural, política e econômica brasileira, bem como a atuação da Igreja, visando à atualização da missão e das ações educativas do MEB.
Dados recentes do IBGE mostram que foram identificados 13,2 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, o equivalente a 8,7% da população total com 15 anos ou mais. A mesma pesquisa mostra ainda que o analfabetismo cresce pela primeira vez desde 1998.
O seminário conta com a presença do presidente do MEB, dom José Ronaldo Ribeiro. Também os membros do conselho deliberativo do movimento, dom Mário Rino Siveri, dom José Gonzáles, dom Ângelo Pignoli e dom Juarez Souza Silva, participarão do seminário. O MEB é um organismo vinculado à CNBB, com mais de 50 anos de trabalho no campo da educação de jovens e adultos e na formação de lideranças.

Fonte: CNBB

Não se pode pensar em uma Igreja sem alegria, diz Papa

A Igreja deve ser sempre alegre como Jesus, disse o Papa Francisco, na Missa celebrada nesta terça-feira, 3, na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que a Igreja é chamada a transmitir a alegria do Senhor aos seus filhos, a qual lhes dá a verdadeira paz.
missa_santa_marta_060513A homilia do Santo Padre concentrou-se no binômio paz e alegria. Da primeira leitura, vinda do Livro do profeta Isaías, ele observou o desejo de paz que todos têm. Trata-se de uma paz que, como diz o profeta, nos levará a Cristo. Do Evangelho, Francisco destacou que se pode ver um pouco da alma de Jesus, do Seu coração alegre.
Este lado de Jesus nem sempre é alvo do pensamento dos fiéis, observou Francisco, dizendo que é comum pensarmos n’Ele rezando, curando, caminhando, mas não há o hábito de pensarmos n’Ele sorrindo, alegrando-se. Mas Cristo era cheio de alegria interior, a mesma que Ele dá a cada um de nós.
“Esta alegria é a verdadeira paz. Não uma paz estática, quieta, tranquila. Não. A paz cristã é alegre, porque o nosso Senhor é alegre. E também é alegre quando fala do Pai: ama tanto o Pai que não pode falar d’Ele sem alegria”.
E sendo alegre, Jesus quis que a Igreja também o fosse. Dessa forma, o Santo Padre disse que não se pode pensar em uma Igreja sem alegria, a qual é, justamente, anunciar o nome de Jesus. Ele recordou as palavras do Papa Paulo VI, que dizia que a alegria da Igreja é evangelizar.
“Mesmo na sua viuvez – porque a Igreja tem uma parte de viúva que espera o seu Esposo voltar –  a Igreja é alegre na esperança. O Senhor dê a todos nós esta alegria de Jesus, louvando o Pai no Espírito. Esta alegria da nossa mãe Igreja na evangelização, no anunciar o seu Esposo”.

Fonte: CNBB

Evangelho do dia

Ano C - 04 de dezembro de 2013

Mateus 15,29-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o Senhor há de vir a fim de salvar o seu povo;
Felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 15 29 Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se ali.
30 Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou,
31 de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel.
32 Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: “Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”.
33 Disseram-lhe os discípulos: “De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão?”
34 Pergunta-lhes Jesus: “Quantos pães tendes?” “Sete, e alguns peixinhos”, responderam eles.
35 Mandou, então, a multidão assentar-se no chão,
36 tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão.
37 Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
ACOLHIDOS PELO MESSIAS
Traço marcante da ação de Jesus foi a sua capacidade de acolher a todos. Os pobres e marginalizados foram os que melhor captaram esta predisposição do Messias. Houve quem o hostilizasse, o rejeitasse e assumisse contra ele postura de inimigo. Neste caso, jamais a iniciativa partiu do Mestre. Ele tinha consciência de ter sido enviado para a salvação de todos.
Os coxos, aleijados, cegos, mudos e toda sorte de gente flagelada por doenças e enfermidades, levados a Jesus para serem curados, retratam a imensa misericórdia contida de seu coração, e seu desejo de comunicá-la à humanidade sofredora. Por seu amor eficaz, os mudos começavam a falar, os aleijados, a sarar, os coxos, a andar, os cegos, a enxergar. Nenhuma necessidade humana passava-lhe despercebida. O Messias Jesus, apesar de sua condição de Filho de Deus, preocupava-se com os problemas materiais do povo, como foi o caso da falta de alimento para os que tinham vindo escutá-lo, numa região bastante afastada.
O episódio da multiplicação dos pães serviu-lhe para ensinar às multidões a lição da solidariedade e da partilha. Este, sem dúvida, foi seu milagre maior: eliminar o egoísmo presente no coração de seus ouvintes, e movê-los a colocar em comum o que cada um possuía para sua própria alimentação, de modo que todos pudessem ser igualmente saciados. Desta forma, a acolhida do Messias estava dando os seus primeiros frutos nos corações dos que o seguiam.

Oração
Pai, a acolhida que teu Filho Jesus me dispensa deve mudar profundamente o meu coração. Que eu seja transformado por ele e me torne mais disponível para ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Isaías 25,6-10
Leitura do livro do profeta Isaías
25 6 O Senhor dos exércitos preparou para todos os povos, nesse monte, um banquete de carnes gordas, um festim de vinhos velhos, de carnes gordas e medulosas, de vinhos velhos purificados.
7 Nesse monte tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações,
8 e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo, porque o Senhor o disse.
9 Naquele dia dirão: “Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por seu socorro”,
10 porque a mão do Senhor repousa neste monte, enquanto que Moab é pisada no seu lugar como pisada é a palha no monturo.
Palavra do Senhor.
Salmo 23/22
Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.

O Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
E restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro
Pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
Nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,
Eles me dão a segurança!

Preparais à minha frente uma mesa,
Bem à vista do inimigo
Com óleo vós ungis minha cabeça,
e o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
Por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor,
Habitarei pelos tempos infinitos.
Oração
Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Para Dom Odilo, 'Exortação aponta rumos da Evangelização’


Em entrevista ao jornal O São Paulo, semanário da Arquidiocese de São Paulo, Odilo refletiu sobre a Exortação Apostólica. Fruto da assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 2012, a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” é a primeira do pontificado do papa Francisco e traz com clareza as impressões pessoais do novo papa.
Nessa entrevista, o cardeal dom Odilo Scherer comenta aspectos do documento, apresentado ao mundo no Domingo de Cristo Rei. O arcebispo recomenda a leitura integral da Exortação durante o Tempo do Advento, como “boa preparação para o Natal”. Confira a íntegra da entrevista:

O SÃO PAULO - No Domingo de Cristo Rei, no dia 21 de novembro, o papa Francisco entregou à Igreja sua Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium - A Alegria do Evangelho". Que vem a ser uma “Exortação Apostólica”?

Dom Odilo Pedro Scherer - Trata-se de um documento em forma de Carta Pastoral dirigida pelo papa a toda Igreja, tratando de um assunto especifico, ou de vários temas. Uma “exortação” equivale a uma orientação forte e insistente. No caso presente, é sobre a evangelização no mundo atual.

O SÃO PAULO - Qual é a relação deste documento do Papa Francisco com a Assembléia do Sínodo dos Bispos de outubro de 2012, cujo o tema foi – "a nova evangelização para transmissão da fé cristã"?

Dom Odilo - A relação é estreita. De fato, depois do Sínodo de 2012, o papa ainda não havia feito, como acontece normalmente, a sua Exortação pós-sinodal sobre o tema tratado. E foi isso que o papa Francisco fez agora. Ao mesmo tempo, porém, Francisco deu, nessa Exortação, a sua grande palavra pessoal sobre a missão evangelizadora nos dias atuais.

O SÃO PAULO - Evangelii gaudium significa “a alegria do Evangelho”. Há algum motivo especial nessa escolha do título?

Dom Odilo - Os documentos pontifícios sempre, tomam o título a partir das primeiras palavras do seu texto em latim. Com este título, o Papa já aponta que o Evangelho é a “Boa Nova”, que traz alegria e, portanto, interessa a todo homem; lembra também que o anúncio do Evangelho só é possível se experimentarmos essa alegria, que brota do encontro com Deus, por meio de Jesus Cristo, no dom do Espírito Santo. Por outro lado, lembra ainda que essa alegria não deve ficar presa em nós, nem ser desfrutada sozinhos. O Evangelho é “Boa Nova” para todo o povo, como o anjo do Natal disse aos pastores. No fundo, o papa, vai dizendo, desde o título, que o Evangelho é um dom de Deus para vida do mundo e nós somos os seus felizes mensageiros.

O SÃO PAULO - Quais são os principais temas tratados?

Dom Odilo - A Exortação Evangelii Gaudium fala dos desafios e necessidades atuais da evangelização. Após uma introdução, vem logo o tema da “transformação missionária da Igreja; neste capítulo o Papa fala da “conversão missionária” que urge fazer na Igreja, para que ela se coloque “em saída” e “em estado permanente de missão”. Nos capítulos seguintes, trata da atual crise do compromisso comunitário e das tentações que os evangelizadores precisam evitar. No capítulo III, trata da evangelização como missão de todo o povo de Deus e dá um destaque especial à homilia e ao anúncio querigmático. No capítulo IV fala da dimensão social da evangelização e dos pobres, como primeiros destinatários do Evangelho. Enfim, no capítulo V fala dos “novos evangelizadores”, que precisam ser animados de espírito novo.

O SÃO PAULO - O que o papa pretende com a "Exortação Evangelii Gaudium"?

Dom Odilo - São vários os objetivos, de acordo com as partes do Documento. Mas o objetivo principal é apontar à Igreja de hoje quais devem ser os rumos e preocupações da evangelização. O papa transmite as grandes preocupações e apelos do Sínodo de 2012 mostra como a Nova Evangelização deve acontecer: fé na força do Evangelho, conversão da vida, alegria de crer, entusiasmo na missão, atenção aos pobres e a transformação do mundo de acordo com “Evangelho da alegria”.

O SÃO PAULO - Muito se divulgou que com este documento, o papa promoveria uma ampla “reforma” na Igreja. É esta a intenção do papa Francisco?

Dom Odilo - Talvez não será a “reforma” que se está imaginando... Porém, a Exortação Apostólica aponta na direção das profundas mudanças necessárias para “renovar” a Igreja. O papa está chamando para mudanças de atitudes e posturas, de convicções e iniciativas, para que a Igreja, entendida como a inteira comunidade dos batizados, recobre a alegria da fé e do empenho missionário.

O SÃO PAULO - É possível perceber traços do Documento de Aparecida na Exortação do papa Francisco?

Dom Odilo - Sem dúvida. Francisco leva consigo a sua experiência eclesial da America Latina e também as intuições da Conferencia do Episcopado da América Latina e Caribe, de 2007, em Aparecida, onde ele esteve presente e atuou como coordenador da Comissão de redação do Documento. Há muitos elementos do Documento de Aparecida na Evangelii Gaudium.

O SÃO PAULO - Como a Exortação Evangelii Gaudium deve ser acolhida pela Igreja?

Dom Odilo - Este precioso documento é um presente de Deus para toda Igreja. Deveria ser lido e estudado por todos, quanto antes. É fácil ter o texto pela Internet e, logo mais, nas livrarias católicas. Sugiro ler durante o Advento; seria uma boa preparação para o Natal! Com a leitura e a reflexão, devem surgir iniciativas de muitos tipos para levar à prática a Exortação vigorosa e paternal do papa Francisco a toda Comunidade eclesial.

Onde está Jesus no Natal?


Por Dom Paulo Mendes Peixoto *
Em tempo de Advento, de preparação para as festividades do Natal, do nascimento de Jesus Cristo, fica uma pergunta, que provoca nos cristãos certa perplexidade: “Onde estás?” (Gn 3, 9). Onde está Jesus Cristo dentro do contexto natalino, se Ele não é mais o foco a ser celebrado. As atenções não se voltam mais para a espiritualidade cristã.

Os dados da cultura revelam, tendo em conta os inúmeros erros cometidos, que as pessoas se escondem de Deus. E fazem de tudo para anulá-Lo, porque sua presença implica responsabilidade, cobrança e seriedade na realização das coisas. A presença de Deus é entendida como aquilo que dificulta o uso da liberdade, por não poder agir de qualquer jeito.

Não é muito diferente no Natal. Jesus Cristo tem sido menos conhecido e menos citado como o “Menino de Nazaré” do que a imagem comercial do “Papai Noel”. Não importa o coração, a transformação interior e uma espiritualidade renovada. Importa o envolvimento do comércio, o faturamento e o presente material como preocupação primeira.

Eliminando Jesus Cristo do Natal, aumentamos a distância entre o Criador e a criatura. Com isto as pessoas se tornam donas de si mesmas, tendendo a se tornar deusas para si mesmas. Assim pode cair por terra toda dimensão ética, o senso de responsabilidade em relação aos outros e à própria natureza. É a perda de referenciais.

Deus, onde estás? Era a preocupação dos antepassados, vendo Nele a realização de um projeto, tendo as pessoas como seus colaboradores. É um projeto que continua hoje, que reflete nas ações da cultura, da ciência e no desenvolvimento da sociedade. Mas o autor do projeto tem sido pouco percebido e até forçado a estar distante para não dificultar.

No espírito do Natal, todos nós somos chamados a um caminho de perfeição, de sintonia com aquilo que é capaz de proporcionar felicidade completa. Isto dificilmente vai acontecer sem assentimento e confiança em Deus. É uma conquista, com grande determinação, seguindo o exemplo de muitos na doação de vida.
CNBB, 03-12-2013.
* Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).

Os católicos e o individualismo liberal

Bispos e os padres são chamados a se tornarem novamente pastores, ao invés de 'ideólogos'.

Embora invasiva e indiscutível para os indivíduos, a realidade liberal é fundamentalmente flexível.
Por Jean-Louis Schlegel
A partir dos anos 1960, uma nova configuração social e cultural se delineou, cujas palavras problemáticas eram e ainda são: individualismo, afirmação da subjetividade até a livre disponibilidade do próprio corpo, pluralismo, relativização, desejo de autorrealização, interrupção da tradição e da memória...

A sociedade do consumo permite a muitos a realização de inúmeros desejos materiais (e também espirituais!). Seria possível estender infinitamente a lista dos ingredientes da mudança: é preciso, pelo menos, lembrar o impacto das descobertas da pesquisa médica que muda radicalmente o dado do nascer, da procriação, da longevidade humana, do morrer; e também o papel das mídias, da internet, dos meios de comunicação, na vida cotidiana dos indivíduos e como filtro para toda informação...

Do ponto de vista político, essa nova situação se traduziu, nas democracias liberais, em particular em novos direitos concedidos aos indivíduos, por meio de "leis que permitem" (mais liberdade), estendidas a novas categorias de indivíduos (mais igualdade).

Evidentemente, as religiões, e mais particularmente a Igreja Católica, instituição solidamente estruturada, com uma doutrina, uma cultura e fortes tradições, no entanto, não ficaram indenes; foram marcadas e abaladas por uma "nova onda" de secularização. Além de forte refluxo nos números e na influência (também sob o pontificado totalmente na ofensiva de João Paulo II, a práticas religiosa continuou recuando), a própria Igreja Católica viu se desenvolver os fenômenos bem conhecidos que são a "religião à la carte", a crença sem pertença, a "bricolagem", o "zapping", a demanda (e muitas vezes a oferta) religiosa de terapias, de cuidado, de saúde para o corpo, não para além, mas para aquém, sem esquecer a crescente ignorância da tradição – e não somente junto aos mais jovens.

Os movimentos evangélicos de tipo pentecostal, porém, demonstraram que o corpo podia fazer parte da festa das religiões, por exemplo nas reuniões de oração e nas liturgias, ou também mediante a reabilitação, oficial e pública, do tema da cura, incluindo a milagrosa. Para melhor ou para pior, a Igreja Católica, embora pouco propensa a esse tipo de ritualidade, seguiu o movimento, sobretudo durante as grandes assembleias (como as Jornadas Mundiais da Juventude e outros grandes encontros), mas também em certos tipos de acompanhamento espiritual. Ela também passa a reconhecer a legitimidade de uma diversidade litúrgica.

A lei e a moral

Não se pode dizer o mesmo no plano ético, onde o fosso não deixou de aumentar entre a doutrina da Igreja e a evolução da sociedade e do direito. Na França, antes do episódio do casamento para todos, a Conferência Episcopal manifestou publicamente a sua oposição categórica em ao menos duas ocasiões: durante a autorização legal da IVG (interrupção voluntária da gravidez), em 1974, e no momento da introdução dos PaCS (Pactos Civis de Solidariedade), em 1998.

Lembremos que a legalização da IVG foi proposta e realizada sob um governo de direita, tradicional aliado da Igreja... Nos dois casos (IVG e PaCS), ela conheceu uma derrota amarga, na lei e também in loco. Fora desses momentos de crise, os apelos éticos, particularmente em matéria de moral sexual, foram muito numerosos, tanto na França quanto em outros lugares.

Mas, mesmo dentro da Igreja, se expressou uma oposição fundamental, maciça e durável: em 1968, depois da condenação da encíclica Humanae vitae a qualquer forma de contracepção não "natural" (portanto, meios artificiais, principalmente a pílula), inúmeros católicos à época – particularmente mulheres – acharam insuportável o veto da Igreja e explicitaram isso. Um divórcio durável começou a partir daquele tempo: ainda hoje, enquanto a proibição permanece, junto aos católicos praticantes, a pílula, ao que parece, é amplamente utilizada para impedir os nascimentos indesejados...

No entanto, diante das evoluções da sociedade e as dos próprios católicos, colocar-se em uma posição de resistência resoluta e contínua diante das "legislações liberais" continua sendo muito perigoso. A Igreja não tinha e não tem mais os meios para tal oposição: na conjuntura atual, em que a obediência às autoridades políticas e morais instituídas depende da capacidade de se legitimar, de se "autorizar", por assim dizer, a resistência intransigente corre o risco principalmente de afastar a sociedade e os indivíduos secularizados ainda mais da Igreja (fala-se de um "êxodo das mulheres" para fora da Igreja).

Prioridades evangélicas

Sem contar que uma rigidez totalmente improdutiva (a rejeição do preservativo, por exemplo) ou escândalos internos (como a pedofilia dos padres) desacreditaram essa posição sem compromissos. Afinal de contas, o "paladino" da resistência moral, João Paulo II, embora superstar na opinião pública, não incidiu em nada naquela Europa que ele queria reconquistar para a fé e os valores cristãos: ao contrário, imputou duradouramente à Igreja Católica uma imagem de pregadora da moral, uma imagem que acabou ocultando a sua mensagem espiritual.

Portanto, pode-se compreender o papa atual quando ele se recusa a continuar nesse caminho: ele não quer mais reafirmar constante e prioritariamente (embora sem renunciar a ela) a mensagem moral – bem conhecida ou, melhor, demasiadamente – e restaura o primeiro lugar às prioridades evangélicas: o perdão do pecador, a misericórdia pela ovelha perdida, a pobreza que nos torna bem-aventurados, a solidariedade com quem sofre, a vida interior, o discernimento das situações.

Os bispos e os padres são chamados a se tornarem novamente pastores, ao invés de "ideólogos" (especialistas e pregadores da doutrina). Os leigos, a fazer o bem e a testemunhar o evangelho como leigos (e não como pseudorreligiosos bem visíveis, brandindo a cruz e recitando o catecismo sem discernimento).

Embora invasiva e indiscutível para os indivíduos, a realidade liberal é fundamentalmente dúctil, flexível, fluida, múltipla e inclui também os aspectos positivos da verdadeira liberdade e da verdadeira igualdade: ao invés da resistência intransigente de um suposto totalitarismo em nome de um anunciado apocalipse antropológico, é importante a memória da beleza do mundo que a euforia liberal não consegue arranhar e a memória do sofrimento dos homens que ela não consegue eliminar.
Témoignage Chrétien, n. 3564, 28-11-2013.

Solenidade da Imaculada Conceição de Maria


Nossa Senhora Imaculada Conceição.
Por João Batista Nunes Coelho*
Celebrar a Imaculada Conceição de Maria é algo de especial significado para a Igreja. Vejamos o que ela nos ensina através do Catecismo da Igreja Católica.

Que significa "Imaculada Conceição"?  Significa que Deus escolheu Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho. Desde toda eternidade!  Consegue imaginar?

Aqui entra um outro ponto: Quem se encarnaria seria o Filho, que também é Deus! Como poderia um Deus ser concebido como ser humano, numa pessoa qualquer? Não poderia. Teria que ser concebido em alguém com uma dignidade especial. Pensando nisso, a Igreja Católica entendeu que Maria foi concebida imaculada. Que significa esta afirmação? Significa que, pela graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, ela foi preservada do pecado original desde a sua concepção. Por isso celebramos sua Imaculada Conceição e a concepção de Jesus numa virgem.

Que significa a conceição virginal de Jesus? Significa que Jesus foi concebido por Maria, sem intervenção de homem, apenas pelo poder do Espírito Santo. Lembra que Jesus tem a natureza humana e a natureza divina? Exatamente. Ele é o Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a natureza humana. Contudo, ele é uma só pessoa, uma pessoa divina. A pessoa divina que veio conhecer de perto nossa natureza humana, para nos ensinar o caminho da salvação. Até que ponto valeu para mim e para você esse gesto divino?

Em que sentido Maria é "sempre Virgem"? No sentido de que  "permaneceu Virgem na concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem grávida, Virgem mãe, Virgem perpétua" (Santo Agostinho). Maria, como virgem, significa que ela não dividiu seu coração entre Deus e outros interesses. Viveu para Jesus, antes, durante e depois de  tê-lo concebido. Ela foi sempre virgem. Não teve outro filho. Portanto, quando os Evangelhos falam de "irmãos e irmãs de Jesus", trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na Sagrada Escritura. Ela é alguém que ocupa lugar especial na história da salvação.

Colaboradora

Durante toda a sua existência, por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo pecado pessoal. Nós também recebemos a graça, mas pecamos; ela não pecou. Ela é "cheia de graça" (Lc 1,28) e foi fiel a este dom. Diferentemente de nós, que nem sempre somos fiéis.

Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz "o Filho do Altíssimo" (Lc 1,32), ela manifesta  livremente  o seu assentimento com a "obediência da fé" (Rm 1,5). Abraça o projeto de Deus para a salvação das pessoas. Um gesto do qual ainda temos muito a aprender.

Que a Imaculada Conceição interceda por nós, para que consigamos diminuir nossas  máculas. Elas nascem de nossas desobediências à vontade de Deus. Exatamente o contrário daquilo que Maria mais soube fazer: realizar a vontade divina.

(Baseado no Catecismo da Igreja Católica, perguntas 96 a 99).
* Reflexão para o Dia da Imaculada Conceição de Maria (8 de dezembro).