sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Papa aos “mejistas”: saber distinguir a verdadeira paz de Jesus

Ana Carolina: "O Papa me perguntou quem é melhor: Pelé ou Maradona? Pelé!" - REUTERS
07/08/2015 12:36
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu, na manhã desta sexta-feira (7/8) cerca de 2 mil jovens “mejistas” do mundo inteiro. Reunidos em Roma para comemorar os 100 anos do Movimento Eucarístico Jovem, eles puderam fazer perguntas diretamente a Francisco – que as respondeu de maneira espontânea e sincera.
Uma delegação brasileira também marcou presença na audiência com o Papa. Ana Carolina Santos Cruz, 19 anos, de São Paulo (SP), fez uma das perguntas ao Pontífice. 
– Qual foi o maior desafio ou dificuldade que o senhor Papa enfrentou na Missão como religioso?
“Saber distinguir a verdadeira paz de Jesus”, respondeu o Papa.
“A verdadeira paz vem sempre de Jesus. Mesmo se, às vezes, embrulhada em uma cruz. Mas, é Jesus que te dá a paz naquela prova. Ao contrário, a paz superficial, aquela que te deixa 'um pouco contente', vem do inimigo, do diabo”.
Tensão e conflito
Destacando a questão da tensão e do conflito colocados por outros jovens, o Papa disse que as tensões desenvolvem a coragem e fazem crescer. “Um jovem deve ter a virtude da coragem. Um jovem sem coragem é um jovem aguado, um jovem velho. Às vezes quero dizer, e já disse, aos jovens: por favor, não se aposentem”.
O Papa então recordou que as tensões se resolvem com o diálogo e que a elas o jovem não deve se apegar muito porque, no final, fazem mal. “Um jovem que só sabe viver na tensão está doente”, afirmou o Papa.
Sobre os conflitos culturais, Francisco voltou a pedir respeito pela diversidade, verdadeira riqueza de um povo. “Uma cultura com tantas culturas diferentes dentro, deve procurar a unidade mas com o respeito a cada uma das identidades. O conflito se resolve com o respeito à identidade”, reiterou o Papa.
Por fim, Francisco recordou que a memória de Jesus está presente e nos salva na Eucaristia. “Não é um ritual somente, uma cerimônia. É uma outra coisa. É ir até o Calvário, onde Jesus deu sua vida por mim. Cada um deve dizer isso”, finalizou o Papa. (RB)


Semana Nacional da Família


Família: Amor e Missão


O casamento é a entrega sem volta, um amor que supera tudo e que não se fecha para a vida.
Por Dom Canísio Klaus*
Na segunda semana de agosto, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da Família. Neste ano ela cresce em importância na medida em que serve para motivar as comunidades a entrarem em sintonia com a Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos em Roma, nos dia 4 a 25 de outubro, com a finalidade de aprofundar “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
Ao que tudo indica, o acento do Sínodo vai ser, ao mesmo tempo, a afirmação da beleza do matrimônio indissolúvel e o convite ao uso da misericórdia para com as famílias feridas e frágeis. “Trata-se de partir das situações concretas das famílias, acompanhando com atenção e cuidado os seus filhos mais frágeis, marcados pelo amor ferido e confuso, restituindo-lhes confiança e esperança”. Por isso, “a Igreja convida a reconhecer os valores presentes nas uniões civis e pré-matrimoniais” e intensificar o acompanhamento pastoral aos “casais separados, aos divorciados e aos abandonados”. Igualmente pede às comunidades que sejam “acolhedoras para os casais em dificuldade e em risco de separação”.
Mesmo propondo o uso da misericórdia, a igreja afirma a indissolubilidade do matrimónio, como “ideal de vida apesar de todas as dificuldades sociais e culturais, para comunicar a esperança”. Igualmente rejeita o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pedindo, no entanto, respeito “à dignidade de todas as pessoas, independente da sua tendência sexual”.
O tema da Semana Nacional da Família de 2015 - O amor é a nossa missão: a família plenamente viva -, é o mesmo tema do 8° Encontro Mundial das Famílias com o Papa, previsto para os dias 22 a 27 de setembro, na Filadélfia, Estados Unidos.
Em uma das homilias de sua recente viagem ao Equador, o Papa Francisco declarou que “o mundo de hoje não entende por que os sentimentos românticos não são suficientes para um verdadeiro casamento”. Um padre, presente ao ato, comentou que “o casamento é o ápice do romance: são duas pessoas totalmente unidas, tão totalmente que elas consagram a vida uma à outra, com tamanha força que elas geram nova vida uma com a outra. É a entrega sem volta, um amor que supera tudo e que não se fecha para a vida”.
Espero que as celebrações da Semana Nacional da Família, que tem início com as comemorações do Dia dos Pais, ajudem a fortalecer os laços de amor e fidelidade entre as famílias das nossas comunidades. Igualmente espero que elas ajudem a motivar os jovens a bem se prepararem para a constituição de famílias que sejam “casas de comunhão e oração em busca da verdade, vivendo no amor de Deus”.
Parabéns aos pais e que Deus abençoe as nossas famílias!
CNBB
* Dom Canísio Klaus é bispo de Santa Cruz do Sul (RS).