quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"Nós nos sentimos Igreja?", interroga-se o Papa




Cidade do Vaticano (RV) – “É inconcebível um cristão sem Igreja”: esta é a afirmação feita pelo Papa Francisco durante a Missa presidida na Casa Santa Marta. Como pilastras da pertença eclesial, o Pontífice citou a humildade, a fidelidade e a oração pela Igreja.

A homilia do Papa se inspirou na pessoa do Rei Davi, apresentada nas leituras do dia: um homem que fala com o Senhor como um filho fala com o Pai, e mesmo quando ouve um ‘não’, o aceita com alegria. “Davi tinha um forte sentimento de pertença ao povo de Deus, e nós devemos nos questionar sobre o nosso sentimento de pertença à Igreja, o nosso sentir com a Igreja e na Igreja”:

O cristão não é um batizado que recebe o Batismo e segue seu caminho. O primeiro fruto do Batismo é a integração com a Igreja, com o povo de Deus. É por isso que o grande Paulo VI dizia que é uma dicotomia absurda amar Cristo sem a Igreja; ouvir Cristo, mas não a Igreja; estar com Cristo, mas à margem da Igreja. Nós recebemos a mensagem evangélica na Igreja e é nela que fazemos nossa santidade. O resto é pura fantasia”, disse Francisco.

O “sensus ecclesiae” – prosseguiu – é justamente sentir, pensar e querer dentro da Igreja. E citou as três pilastras desta pertença, começando pela humildade:

Uma pessoa que não é humilde não pode sentir com a Igreja: sente só que quer e gosta. Não tem a humildade de Davi, que se perguntou ‘Quem sou eu, Senhor? O que é a minha casa?’. A história da Igreja, explicou Francisco, começou antes de nós e continuará depois de nós. Somos uma pequena parte de um grande povo que caminha pela estrada do Senhor”.

A segunda pilastra é a fidelidade, “que é ligada à obediência”:

Fidelidade à Igreja; fidelidade ao seu ensinamento; fidelidade ao Credo; custodiar a doutrina. Nós recebemos a mensagem do Evangelho como um dom e devemos transmiti-la como um dom, e não como uma coisa nossa. Nesta transmissão, temos que ser fiéis”.

A terceira pilastra – disse Francisco – é um serviço especial: rezar pela Igreja, em todas as partes do mundo, nas missas e também em casa. E concluiu: “Que o Senhor nos ajude a prosseguir neste caminho para aprofundar a nossa pertença à Igreja e o nosso ‘sentir’ com a Igreja”.
(CM)




Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Papa destaca a importância do sacramento da Crisma

Cidade do Vaticano – O papa Francisco encontrou-se, na manhã dessa quarta-feira (29), na Praça São Pedro, com numerosos peregrinos e fiéis, de diversas partes do mundo, para a habitual Audiência Geral. Em sua catequese semanal, o Santo Padre continuou a tratar do Sacramento da Confirmação ou Crisma, que deve ser entendido como continuação do Batismo, ao qual está ligado de modo inseparável.

Ambos os Sacramentos, junto com a Eucaristia, formam um único evento salvífico – a iniciação cristã – no qual somos inseridos por meio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, que nos tornam novas criaturas e membros da Igreja.

Eis porque, disse o papa, esses três sacramentos são celebrados em um único momento, ao término do caminho catecumenal, geralmente na Vigília Pascal. Assim era selado o percurso de formação e de gradual inserção na comunidade cristã, que podia durar até alguns anos. Era feito passo a passo até chegar ao Batismo, depois à Crisma e à Eucaristia.

“Geralmente, se fala de sacramento da Crisma, que significa Unção. De fato - explicou o pontífice -, através do óleo do Crisma somos conformados, pelo poder do Espírito, a Jesus Cristo, o único e verdadeiro ungido, o Messias, o Santo de Deus”.

O termo Confirmação recorda-nos também que este Sacramento contribui para um aumento da graça batismal: ele nos une de modo mais sólido a Cristo; leva ao cumprimento a nossa união com a Igreja; dá-nos uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé, confessar o nome de Cristo e jamais termos vergonha da sua cruz. Por isso, é importante que as crianças recebam este sacramento do Batismo, mas também da Crisma, para que seu caminho seja completo e recebam o Espírito Santo.

"Se vocês tiverem em casa, disse o papa, crianças que ainda não receberam estes Sacramentos, façam todo o possível para percorram o caminho da iniciação cristã e recebam a força do Espírito Santo." E o pontífice acrescentou: “Naturalmente, é importante oferecer aos crismandos uma boa preparação, que deve visar uma adesão pessoal à fé em Cristo e a despertar neles o sentido de pertença à Igreja. A Confirmação, como todo Sacramento, não é obra dos homens, mas de Deus, que cuida da nossa vida, de modo a plasmar-nos à imagem do seu Filho, tornando-nos capazes de amar como Ele amou”.

Esse sacramento, afirmou o papa, infunde em nós seu Espírito Santo, cuja ação permeia toda a pessoa e toda a vida, como transparece nos sete dons que a Tradição, à luz da Sagrada Escritura, sempre colocou em evidência. Estes sete dons são: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.

O Santo Padre disse aos presentes na Praça São Pedro que vai dedicar suas próximas catequeses, depois dos Sacramentos, a estes dons do Espírito Santo. O papa Francisco concluiu sua catequese de hoje exortando os fiéis a acolherem o Espírito em nossos corações e a deixá-lo agir. Através de nós, será Ele a rezar, perdoar, infundir a esperança e a consolação, a servir os irmãos, a tornar-se próximo dos necessitados e dos últimos, a criar comunhão, a semear a paz.

Lembremos sempre, afirmou o papa, que por meio do Espírito Santo, Cristo realiza em nós e em meio a nós. Eis a importância de as crianças receberem o sacramento da Crisma.

Ao término da Audiência Geral, o pontífice pediu aos presentes para recordar-se sempre do Sacramento da Confirmação, agradecer a Deus por este dom e pedir-lhe ajuda para viver como verdadeiros cristãos, caminhando sempre com alegria, segundo o Espírito divino.

Por fim, foi feito um resumo da sua catequese em diversas línguas, inclusive em português. Aos presentes de língua portuguesa, o Papa disse: “Queridos peregrinos de língua portuguesa: uma cordial saudação para todos! Lembrai-vos de agradecer o Senhor pelo dom do sacramento da Crisma, pedindo-Lhe que vos ajude a viverdes sempre come verdadeiros cristãos, para confessar por todo o lado o nome de Cristo! Desça sobre vós a Bênção do Senhor!”.

Participaram da Audiência Geral, entre outros, 350 pessoas pertencentes ao mundo do espetáculo itinerante, provenientes do Trivêneto, acompanhados pelo Cardeal Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes. Os circenses, malabaristas, feirantes e agentes de parques de diversão participam da audiência papal por ocasião da festa de São João Bosco, no próximo dia 31 de janeiro, padroeiro do circo e trabalhadores de parques e feiras.

A maioria dos participantes veio da região de Rovigo, nordeste da Itália, conhecida como "a terra dos parques de diversão”, devido à presença de fábricas, Museu de carrosséis, espetáculos populares, e das muitas famílias, que trabalham nos espetáculos itinerantes.
SIR

Papa Francisco é o líder mais citado na internet

Por Iacopo Scaramuzzi
O papa Francisco é a personalidade com o maior número de buscas mensais no Google (1.737.300) e o mais mencionado na rede (mais de 49 milhões), quando comparado com alguns dos líderes mais importantes do planeta, tendo como base 2013, como Barack Obama (1,5 milhão de buscas no Google e 38 milhões de menções) ou Vladimir Putin (246 mil buscas no Google e 8 milhões de menções). Esse é o resultado de um estudo realizado pela sociedade 3rdPlace, por conta da rede católica de informação aleteia.org. Intitula-se “A rede ama o papa Francisco”.

A pesquisa, realizada entre março e novembro de 2013, aponta que em nível global a classificação das buscas no Google é a seguinte: Papa Francisco (1.737.300), Barack Obama (1.500.000), Edward Snowden (673.000), o senador do Texas Ted Cruz (246.000), Vladmir Putin (246.000). Além disso, os resultados das “menções” (blogs, sítios de informação, fóruns de discussão, redes sociais...) são os seguintes: Papa Francisco (49 milhões), Obama (38), Putin (8), Angela Merkel (3,8), o ex-presidente egípcio Mohamed Morsi (3,7).

Por outro lado, a situação muda se, sempre em nível global, considera-se a popularidade virtual do papa Bergoglio em relação não aos líderes do mundo, mas às estrelas do esporte ou do mundo do espetáculo e dos negócios. O bispo de Roma fica em terceiro lugar (com 49 milhões de menções), atrás do grupo One Direction (que tem 78 milhões) e o cantor Justin Bieber (53 milhões). O Papa supera a cantora Miley Cyrus (33 milhões) e o jogador de futebol, também argentino, Lionel Messi (32 milhões de menções). Os lugares onde há o maior número de menções ao nome do papa Francisco são Estados Unidos (10.353.000, equivalentes a 21% do total das menções), Argentina (5.922.000, 12%), Espanha (4.196.000, 9%), México (2.560.000, 5%) e Brasil (1.700.000, 3%).

No Twitter, onde Bergoglio já alcançou os 11 milhões de seguidores, o tuíte mais mencionado foi o que apareceu no dia 17 de março, no perfil de língua inglesa, após a eleição: “Dear friends, I thank you from my heart and I ask you to continue to pray for me. Pope Francis”. Era o primeiro tuíte do novo papa.
Vatican Insider

Apresentando-se como filho de Deus

Quem quer viver a fé não tem medo de se apresentar sempre como seguidor Dele.


A pessoa comprometida com a fé não tem medo de se apresentar como pessoa do bem (Foto: Arquivo)
Por Dom José Alberto Moura*

Costumamos dizer "amém" no final de alguma prece ou mesmo para mostrar nosso assentimento quando alguém nos faz alguma proposta ou uma verdade por nós aceita. O fato de nos apresentarmos a um chamamento para uma reunião, um evento ou um compromisso revela também nossa conduta afirmativa em relação a esse fato.

Era costume no meio judeu levar uma criança para apresentá-la no templo, consagrando-a a Deus, no caso do primeiro filho homem nascido de um casal. Isso aconteceu com o menino Jesus. Sucede conosco também o mesmo  no batismo, fazendo o rito de consagração como entrega a Deus da vida de uma criança ou de um adulto, em base à fé religiosa.

O desafio da fé é justamente o compromisso de fidelidade. Há quem se apresente, oferecendo-se a Deus, numa vida consagrada a seguir o que Ele indica, para nosso próprio bem. Mas, devido às propostas diferenciadas, os limites e entraves pessoais, à fraqueza da fé e outros motivos, começa a voltar atrás na oferta de si. Ao invés de renovar a própria entrega, a pessoa vai tirando de volta o que ofertou a Deus. Às vezes o fingimento de ter fé leva a pessoa e fazer atos religiosos mas não quer seguir os ensinamentos divinos propostos pela comunidade religiosa. Há quem quer religião a seu modo, sem liame com a comunidade de fé, nem com o compromisso pessoal de seguir a ética e a moral, contrariando sua própria fé.

Jesus fala sobre o amor a Deus, que exige o cumprimento de seus mandamentos. S. João Evangelista lembra: ”Quem diz que conhece a Deus, mas não cumpre os seus mandamentos, é mentiroso, e a Verdade não está nele... o amor de Deus se realiza de fato em quem observa a Palavra de Deus” (1 João 2,4.5). Quem quer viver a fé conforme o Mestre não tem medo de se apresentar sempre como seguidor da pessoa dele e de seus ensinamentos. Mais: ensina também aos outros o que Ele indica, conforme a missão dada por Ele.

Depois do ato ou compromisso de fé, caracterizado no batismo, a pessoa vai mostrar sua coerência na fidelidade do seguimento ou discipulado.  Não tem vergonha de testemunhar sua escolha de vida. Em todas as realidades, circunstâncias e vocações  mostra a que veio com sua fé. Baseada nela, mostra a fidelidade na vida honesta, na promoção do bem do semelhante, no compromisso com a proposta de vida cristã aos outros, no encaminhamento da família conforme os ditames do Evangelho, na ajuda à promoção da justiça e da boa política na sociedade. Não tem medo de se apresentar como pessoa do bem, coerente com a verdade e a luta pela dignidade da vida e da pessoa humana.

O Filho de Deus nos mostra que sua apresentação no templo marca sua presença em nossa história como quem resgata a aliança de amor entre o divino e o humano, na oblação do amor, que faz gerar vida plena para todos.
CNBB, 29-01-2014.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo metropolitano de Montes Claros.

Morre, aos 81 anos, o padre jesuíta João Batista Libanio

Mineiro de Belo Horizonte, Teólogo, professor e amigo incondicional da Escola Superior Dom Helder Câmara.

João Batista Libanio era colunista do DomTotal
Faleceu na manhã desta quinta-feira (30) o padre jesuíta João Batista Libanio. Mundialmente reconhecido como um dos mais notáveis teólogos da atualidade, o jesuíta Libanio era professor da FAJE e colunista do DomTotal. Ele sofreu um infarto aos 81 anos em Curitiba, PR (no dia 18 de fevereiro faria 82 anos), enquanto assessorava ums reunião da Irmãs de Nossa Senhora de Sion.

João Batista Libanio também é conhecido como Teólogo da Libertação, sendo considerado um dos fundadores da linha teólogica da opção preferencial pelos pobres.

O religioso era licenciado em Teologia em Frankfurt (Alemanha) e doutor pela Universidade Gregoriana (Roma).
Libanio publicou mais de 125 livros, dos quais 36 de autoria exclusiva e os demais em colaboração com outros autores. No DomTotal, seus artigos eram muito apreciados pelos internautas e tinham grande repercussão. Segundo o reitor da Escola Superior Dom Helder Câmara, Libanio sempre foi um apoiador e um amigo incondicional desta Escola de Direito, tendo sido, inclusive, professor do Curso de Pós-Graduação em Direitos Humanos.

No ano passado, João Batista Libanio recebeu com entusiasmo o fato de Francisco ser escolhido como o primeiro latino-americano a se tornar papa. Em um seminário sobre o primeiro aniversário do Papa Francisco, previsto para acontecer na Escola Superior Dom Helder Câmara, Pe. Libanio teria uma participação no debate do dia 13 de março.
Para o Reitor da Escola Superior Dom Helder Câmara, o referido seminário servirá também para celebrar e agradecer a vida do Pe. Libanio, um dom de Deus vivido a serviço da Igreja e dos mais pobres.
O velório será realizado na manhã de sexta-feira, 31 de janeiro, no auditório da Faje - Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Avenida Dr. Cristiano Guimarães, 2127 - bairro Planalto - BH/MG). No sábado, às 8h, o arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo preside Missa, que será transmitida ao vivo pela TV DomTotal. Em seguida, o corpo segue para velório na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano. O enterro será no sábado, às 17h, no Cemitério Bosque da Esperança.


Clique aqui e e veja os textos de Libanio publicados no DomTotal!
Redação DomTotal

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Evangelho do Dia

Ano C - 29 de janeiro de 2014

Marcos 4,1-20

Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
ACOLHENDO A PALAVRA
Os discípulos foram orientados a respeito de como a pregação seria acolhida. Com isto, Jesus os precavia contra possíveis desilusões, ou mesmo, otimismo ingênuo. Ensinava-lhes, também, a ter suficiente sensibilidade para perceber onde, exatamente, o Reino estava produzindo frutos, e alegrar-se por isso.
Muitos haveriam de escutar a mensagem do Reino, de forma tão superficial, como se a pregação estivesse caindo no vazio. A Palavra perder-se-ia antes de penetrar em seus corações.
Outros dariam ouvido à pregação, mostrando até interesse pela Palavra acolhida. Os discípulos teriam motivos para confiar neles. Entretanto, por não terem consistência, logo na primeira perseguição ou tribulação, abririam mão da escolha feita.
Outro grupo de pessoas tornaria improdutiva a Palavra porque, logo depois de ouvi-la e acolhê-la, não seriam capazes de resistir à fascinação das riquezas e outras veleidades incompatíveis com o projeto de Deus.
Outros, enfim, receberiam a Palavra em corações dispostos a fazê-la frutificar. Esta seria a parte proveitosa da missão.
O discípulo, porém, não teria o direito de escolher as pessoas às quais dirigir a Palavra do Reino. Todas haveriam de ser destinatárias dessa Palavra, mesmo que ela, eventualmente, ficasse infrutífera.

Oração
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
2 Samuel 7,4-17
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6 Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7 E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?’
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15 mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
17 Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação’.
Palavra do Senhor.
Salmo 88/89
Guardarei eternamente para ele a minha graça.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
E por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência,
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.
Oração
ORAÇÃO DO DIA Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

Dia 29 de Janeiro - Quarta-feira

III SEMANA DO TEMPO COMUM *
(Verde – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).
Oração do dia
ORAÇÃO DO DIA Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Samuel 7,4-17)
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6 Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7 E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?’
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15 mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
17 Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação’.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 88/89
Guardarei eternamente para ele a minha graça.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
E por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência,
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.
Evangelho (Marcos 4,1-20)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
ACOLHENDO A PALAVRA
Os discípulos foram orientados a respeito de como a pregação seria acolhida. Com isto, Jesus os precavia contra possíveis desilusões, ou mesmo, otimismo ingênuo. Ensinava-lhes, também, a ter suficiente sensibilidade para perceber onde, exatamente, o Reino estava produzindo frutos, e alegrar-se por isso.
Muitos haveriam de escutar a mensagem do Reino, de forma tão superficial, como se a pregação estivesse caindo no vazio. A Palavra perder-se-ia antes de penetrar em seus corações.
Outros dariam ouvido à pregação, mostrando até interesse pela Palavra acolhida. Os discípulos teriam motivos para confiar neles. Entretanto, por não terem consistência, logo na primeira perseguição ou tribulação, abririam mão da escolha feita.
Outro grupo de pessoas tornaria improdutiva a Palavra porque, logo depois de ouvi-la e acolhê-la, não seriam capazes de resistir à fascinação das riquezas e outras veleidades incompatíveis com o projeto de Deus.
Outros, enfim, receberiam a Palavra em corações dispostos a fazê-la frutificar. Esta seria a parte proveitosa da missão.
O discípulo, porém, não teria o direito de escolher as pessoas às quais dirigir a Palavra do Reino. Todas haveriam de ser destinatárias dessa Palavra, mesmo que ela, eventualmente, ficasse infrutífera.

Oração
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, acolhei com bondade as oferendas que vos apresentamos para que sejam santificadas e nos tragam a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! (Sl 33,6)
Depois da comunhão
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, tendo recebido a graça de uma nova vida, sempre nos gloriemos dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO JOSÉ FREINADEMETZ
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Deus onipotente e misericordioso, vosso Espírito Santo animou e inflamou o santo sacerdote José Freinademetz a anunciar a boa-nova do evangelho aos povos da China. Por sua intercessão, fazei que todos os povos conheçam o poder da cruz e da ressurreição do Senhor para que, pela fé, aceitem Jesus Cristo como redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Amantíssimo Deus, ao colocarmos nossas oferendas sobre o vosso altar, dai-nos aquele afeto de caridade que brilhou no santo presbítero José Freinademetz. Ao celebrarmos esta eucaristia, possamos oferecer um sacrifício que vos seja agradável. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Deus, por este sacramento da eucaristia que recebemos e pelo exemplo e ardor missionário do santo presbítero José Freinademetz, tornai-nos fortes no espírito, para que possamos dar testemunho da verdade do evangelho. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOSÉ FREINADEMETZ):

A melhor solução para cada problema

Só Deus é capaz de olhar para cada filho seu, como se fosse o único ser existente no universo.


O remédio ao pecado está à disposição: é o sacramento da Confissão que limpa os corações (Foto: Arquivo)
Por Aloísio Roque Oppermann*
Os males da humanidade como doenças, distúrbios psicológicos, falta de poder aquisitivo, e outros incômodos persistentes, no decorrer dos séculos receberam respostas diversificadas. Tais problemas infindáveis receberam como tratamento desde atos mágicos, até o uso racional da ciência, e do recurso à divindade. Sobre esse último, é sempre bom lembrar que o Criador colocou em todas as coisas criadas as suas leis, que regem o funcionamento de tudo.

O recurso à intervenção direta do Pai Celeste, deve ser considerado o momento dois. Porque o momento um é fazermos uso dos recursos naturais. Os nossos precursores na fé expressavam isso com um princípio muito prático: “a graça supõe a natureza”. Isso é, o dom divino só vem depois de termos usado as soluções ditadas pela inteligência. “Acheguemo-nos ao trono da graça, para sermos socorridos em momento oportuno” (Heb 14, 16). Só Deus é capaz de olhar para cada filho seu, como se fosse o único ser existente no universo.

Um dos pontos que receberam tratamento melhor, superando soluções milenares de exclusão social, é a hanseníase (antigamente chamada de lepra). Primeiramente, todos os hansenianos, que eram muitos, deviam viver isolados, longe das populações. Posteriormente se criaram – como gesto de consideração – os leprosários. Era uma segregação total, da convivência com a humanidade. Hoje nada mais disso é preciso. Os hansenianos, que hoje são muito menos, fazem o seu tratamento em casa, sem causar problemas a ninguém. “Ele ficou limpo de sua lepra” (Mt 8,3).

O mesmo se diga das dificuldades psicológicas. Para as famílias se libertarem de comportamentos inadequados ou até hostis, os que padeciam de males psíquicos, eram internados em hospícios, de infeliz memória. Na atualidade, com remédios eficazes, tais pessoas podem levar uma vida normal, dentro de suas famílias. E sem incomodar ninguém. O mesmo não se pode dizer das conseqüências do pecado. Ele faz um mal enorme, tira a paz da alma, as pessoas se sentem de fato culpadas perante Deus e a humanidade. O remédio está à disposição: é o sacramento da Confissão que limpa os corações. E quão pouca gente lança mão desse remédio salutar que Jesus nos deixou.
CNBB, 27-01-2014.
*Dom Aloísio Roque Oppermann é arcebispo emérito de Uberaba (MG).

Papa Francisco é capa da revista Rolling Stone



Papa Francisco, na capa da revista Rolling Stone.
Depois de ganhar a capa da revista Time como "personalidade do ano", o papa Francisco conquistou seu espaço na primeira página da Rolling Stone. A nova edição da revista musical leva uma foto do Papa com o título "Os tempos estão mudando". No interior da publicação, uma reportagem reflete sobre a "gentil revolução" levada adiante por Francisco, eleito em março do ano passado para suceder Bento XVI. Em dezembro, o pontífice foi destaque da Time, que o elegeu "personalidade do ano" de 2013. Segundo a revista, Francisco "tirou o papado do palácio para levá-lo às ruas".
O papa é pop
Em 1990, banda de rock Engenheiros do Hawaii lançou a música “O Papa É Pop” do álbum de mesmo nome.  O quinto álbum de estúdio do grupo, é considerado o mais vendido dos Engenheiros, com mais de 400 mil cópias nos primeiros anos. “O Papa É Pop” tocava insistentemente nas rádios, assim como outros singles do álbum como "O Exército de um Homem Só", "Era um Garoto Que, Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones" e "Pra Ser Sincero". A música “O Papa É Pop” é uma referência clara ao papa João Paulo II, muito querido por todos, em especial os católicos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Papa: exultamos por um gol, mas louvamos a Deus com frieza



Cidade do Vaticano (RV) A oração de louvor nos faz fecundos: foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta.

O Papa desenvolveu sua homilia a partir da primeira leitura, extraída do segundo Livro de Samuel, que narra a dança de Davi diante do Senhor.

Todo o povo de Deus estava em festa, porque a Arca da Aliança havia regressado à casa. A oração de louvor de Davi o levou a perder a compostura e dançar diante do Senhor com todas as suas forças. Este trecho, comentou o Pontífice, o levou a pensar em Sara, que dançou de alegria depois de dar à luz. Para nós, comentou Francisco, é fácil entender a oração para pedir uma coisa ao Senhor, ou mesmo para agradecer-Lhe, mas a oração de louvor não nos vem de maneira tão espontânea:

“‘Mas, Padre, isso é para aqueles da Renovação no Espírito, não para todos os cristãos!’. Não, a oração de louvor é uma oração cristã para todos nós! Na Missa, todos os dias, quando cantamos o Santo… Esta é uma oração de louvor: louvamos a Deus pela sua grandeza, porque é grande! E dizemos a Ele coisas belas, porque gostamos disso. ‘Mas, Padre, eu não sou capaz…’ – alguém pode dizer. Mas se é capaz de gritar quando seu time marca um gol, não é capaz de louvar ao Senhor? De perder um pouco a compostura para cantar? Louvar a Deus é totalmente gratuito! Não pedimos, não agradecemos: louvamos!”
Devemos rezar “com todo o coração”, prosseguiu o Papa: “É um ato inclusive de justiça, porque Ele é grande! É o nosso Deus!”.

“Uma boa pergunta que nós podemos nos fazer hoje: ‘Mas como vai a minha oração de louvor? Eu sei louvar ao Senhor? Sei louvar ao Senhor quando rezo o Glória ou o Sanctus, ou movo somente a boca sem usar o coração?’. O que me diz Davi, dançando? E Sara, dançando de alegria? Quando Davi entra na cidade, começa outra coisa: uma festa!”
“A alegria do louvor nos leva à alegria da festa, acrescentou Francisco. A festa da família. Quando Davi entra no palácio, recordou o Papa, a filha do Rei Saul, Micol, o repreende e lhe pergunta se não sente vergonha por ter dançado daquela maneira diante de todos, já que ele era o rei. Micol “desprezou Davi”:

“Eu me pergunto quantas vezes nós desprezamos no nosso coração pessoas boas, que louvam ao Senhor como bem entendem, assim espontaneamente, porque não são cultas, não seguem atitudes formais? Mas, desprezo! E diz a Bíblia que Micol ficou estéril por toda a vida devido a isso! O que quer dizer a Palavra de Deus aqui? Que a alegria, que a oração de louvor nos torna fecundos! Sara dançava no auge da sua fecundidade, aos 90 anos! Aquele homem ou aquela mulher que louva ao Senhor, que reza louvando Ele, que que reza com alegria, é um homem ou uma mulher fecundo”.

Pelo contrário, advertiu Francisco, “os que se fecham na formalidade de uma oração fria, comedida, talvez acabem como Micol: na esterilidade de sua formalidade”. O Papa então convidou a imaginar Davi que dança com todas as suas forças diante do Senhor e concluiu: “Nos fará bem repetir as palavras do Salmo 23 que rezamos hoje: “Levantai, ó portas, os vossos frontões, elevai-vos antigos portais, para que entre o rei da glória!”.

A reportagem em italiano no endereço:





Evangelho do Dia

Ano C - 29 de janeiro de 2014

Marcos 4,1-20

Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
ACOLHENDO A PALAVRA
Os discípulos foram orientados a respeito de como a pregação seria acolhida. Com isto, Jesus os precavia contra possíveis desilusões, ou mesmo, otimismo ingênuo. Ensinava-lhes, também, a ter suficiente sensibilidade para perceber onde, exatamente, o Reino estava produzindo frutos, e alegrar-se por isso.
Muitos haveriam de escutar a mensagem do Reino, de forma tão superficial, como se a pregação estivesse caindo no vazio. A Palavra perder-se-ia antes de penetrar em seus corações.
Outros dariam ouvido à pregação, mostrando até interesse pela Palavra acolhida. Os discípulos teriam motivos para confiar neles. Entretanto, por não terem consistência, logo na primeira perseguição ou tribulação, abririam mão da escolha feita.
Outro grupo de pessoas tornaria improdutiva a Palavra porque, logo depois de ouvi-la e acolhê-la, não seriam capazes de resistir à fascinação das riquezas e outras veleidades incompatíveis com o projeto de Deus.
Outros, enfim, receberiam a Palavra em corações dispostos a fazê-la frutificar. Esta seria a parte proveitosa da missão.
O discípulo, porém, não teria o direito de escolher as pessoas às quais dirigir a Palavra do Reino. Todas haveriam de ser destinatárias dessa Palavra, mesmo que ela, eventualmente, ficasse infrutífera.

Oração
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
2 Samuel 7,4-17
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6 Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7 E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?’
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15 mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
17 Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação’.
Palavra do Senhor.
Salmo 88/89
Guardarei eternamente para ele a minha graça.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
E por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência,
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.
Oração
ORAÇÃO DO DIA Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

O significado de humildade, vaidade e serviço

Na sociedade, a vaidade tem cadeira cativa. Mas a lógica de Jesus Cristo é a do serviço.


Jesus nos ensina que o problema não é ter, mas apegar-se. (Foto: Arquivo)
Por Dom Murilo S. R. Krieger*
Numa passagem de seu Evangelho (Lc 14,1.7-14), Lucas nos faz entrar, com Jesus, na casa de um fariseu. Em defesa dos fariseus, é bom que se diga logo: participavam desse grupo, surgido um século antes de Cristo, pessoas sérias, que tinham normas morais elevadas e observavam com rigor as leis religiosas.

Ao contrário dos saduceus, facção religiosa judaica da mesma época, os fariseus acreditavam na imortalidade da alma e na ressurreição do corpo. O problema é que sua observância rigorosa das leis aos poucos perdeu o sentido, pois suas ações não eram conduzidas pelo amor, mas pela vaidade. Daí as críticas que receberam de João Batista (“raça de víboras”) e de Jesus (“hipócritas”). Voltemos à casa do fariseu que convidou Jesus para o almoço. Não somos os únicos convidados: muitos outros chegaram antes de nós e, com a maior naturalidade, ocuparam logo os melhores lugares. Jesus a tudo observa e, através de uma parábola, dá uma lição: “Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante... Quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar... Quem se exalta, será humilhado e quem se humilha, será exaltado.”

Olhemos ao nosso redor, não para julgar os que nos rodeiam, mas para aprender com o seu comportamento. Na organização da nossa sociedade, a vaidade tem uma cadeira cativa. Para muitos, o importante é aparecer e ser admirado por todos, ocupar postos importantes e manter-se em lugares de destaque. Quantas pessoas constroem a sua vida em função de tais desejos, mesmo que para isso seja necessário passar por cima de outros e cometer injustiças! Para eles, o importante é serem admirados, aclamados e louvados. Isso lhes faz bem; deixa-os satisfeitos. Pior para crianças e jovens que nascem e vivem em ambientes assim! Cedo concluem: o dinheiro dá prestígio e poder; o poder dá “status”; o “status” dá felicidade... A vaidade passa, então, a ser vista como uma virtude; as necessidades dos outros, como “azar”, “resultado da preguiça”, “vagabundagem”...

A lógica de Jesus Cristo é a do serviço. Os dons (talentos), as riquezas e o poder devem ser colocados a serviço dos outros. Ele nos ensina que o problema não é ter, mas apegar-se (claro: quanto mais se tem, maior é a facilidade do apego!). Não é errado ter poder; errado é usá-lo em benefício próprio; não é um mal ter inteligência e boa formação: grave é quando tais capacidades são usadas para dominar os outros, de forma rápida e eficaz.

Voltemos nossa atenção para o almoço na casa do fariseu. Tudo indica que convidaram Jesus para melhor observá-lo: quem sabe, poderiam vê-lo cair em contradição em algum ponto importante de sua doutrina... Teriam, então, uma bela oportunidade para criticá-lo. Seu comentário final deve tê-los deixado surpresos: “Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir”.

Para Jesus, o olhar que dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos é o olhar do Pai. Afinal, o que levamos dessa vida? Prestígio duramente conquistado? Louvores, elogios e palmas? Ações compradas na Bolsa? Dinheiro aplicado em bancos internacionais? Fama e bom nome?

Todos acreditam na morte; talvez o grande problema é que muitos não acreditam em sua própria morte. Ou, então, acham que só morrerão depois de muitas e muitas décadas. Para esses é impensável assumir como norma de vida a observação de Jesus: “Receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

O Evangelho é uma proposta de vida. Sua verdade não depende de nossa aceitação ou não. Isto é, não é porque nele acreditamos que ele passa a ser verdadeiro; não é porque alguém deixa de acreditar nele que o seu conteúdo não o atingirá. O Evangelho tem em seu fundamento em uma pessoa que morreu e ressuscitou: Jesus Cristo, o filho eterno do Pai. Se o aceitarmos, teremos vida abundante; se não o aceitarmos, nossa vida não passará de uma bela (e efêmera!) bolha de sabão...
CNBB, 27-01-2014.
*Dom Murilo S.R. Krieger é arcebispo de Salvador (BA) – Primaz do Brasil.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Evangelho do Dia

Ano C - 24 de janeiro de 2014

Marcos 3,13-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
OS COMPANHEIROS DE JESUS
A escolha dos primeiros companheiros de Jesus foi feita a dedo. Foi chamado quem ele quis. De nada adiantava se oferecer, pedir para ser recebido como discípulo ou apresentar prerrogativas pessoais. Jesus sabia quem deveria tomar parte naquele grupinho mais chegado a ele.
A quantidade dos escolhidos tinha um valor simbólico. O número doze evocava as doze tribos do antigo Israel, libertado da escravidão do Egito. O grupinho de discípulo estava, pois, destinado a ser semente de um povo novo. E tomaria o lugar do Israel do passado, cujas funções na história já haviam se esgotado. Seu sucessor é o grupo formado por Jesus.
Os doze receberam como incumbência dar continuidade à dupla face da missão de Jesus. Eles seriam enviados para ser anunciadores da boa-nova do Reino, destinada a transformar a vida dos indivíduos. A pregação consistiria num chamado insistente à conversão, com seu componente de mudança de vida e de mentalidade. A pregação seria ratificada com a realização de gestos poderosos de expulsão dos demônios. A vitória sobre os demônios seria um sinal da eficácia do Reino no coração das pessoas.
A ação dos discípulos, desta forma, faria a ação de Jesus continuar a dar seus frutos na história. Esta é a tarefa de todo discípulo autêntico.

OraçãoSenhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 Samuel 24,3-21
Leitura do primeiro livro de Samuel.
24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.
Palavra do Senhor.
Salmo 56/57
Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!
Oração
Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

Dia 24 de Janeiro - Sexta-feira

SÃO FRANCISCO DE SALES - BISPO E DOUTOR
(Branco, Prefácio Comum ou dos Pastores – Ofício da Memória)

Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Oração do dia
Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Samuel 24,3-21)
Leitura do primeiro livro de Samuel.
24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 56/57
Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!
Evangelho (Marcos 3,13-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
OS COMPANHEIROS DE JESUS
A escolha dos primeiros companheiros de Jesus foi feita a dedo. Foi chamado quem ele quis. De nada adiantava se oferecer, pedir para ser recebido como discípulo ou apresentar prerrogativas pessoais. Jesus sabia quem deveria tomar parte naquele grupinho mais chegado a ele.
A quantidade dos escolhidos tinha um valor simbólico. O número doze evocava as doze tribos do antigo Israel, libertado da escravidão do Egito. O grupinho de discípulo estava, pois, destinado a ser semente de um povo novo. E tomaria o lugar do Israel do passado, cujas funções na história já haviam se esgotado. Seu sucessor é o grupo formado por Jesus.
Os doze receberam como incumbência dar continuidade à dupla face da missão de Jesus. Eles seriam enviados para ser anunciadores da boa-nova do Reino, destinada a transformar a vida dos indivíduos. A pregação consistiria num chamado insistente à conversão, com seu componente de mudança de vida e de mentalidade. A pregação seria ratificada com a realização de gestos poderosos de expulsão dos demônios. A vitória sobre os demônios seria um sinal da eficácia do Reino no coração das pessoas.
A ação dos discípulos, desta forma, faria a ação de Jesus continuar a dar seus frutos na história. Esta é a tarefa de todo discípulo autêntico.

Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, por este sacrifício de salvação, acendei em nós o fogo do Espírito Santo que inflamava, de modo admirável, o coração terníssimo de são Francisco de Sales. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu vim para que tenham a vida e a tenham cada vez mais, diz o Senhor (Jo 10,10).
Depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos, por esta eucaristia, imitar a caridade e mansidão de são Francisco de Sales, para com ele chegarmos à glória do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO FRANCISCO DE SALES)
Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas.

Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria.

Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto.
Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.

Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte.

Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual.

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

Evangelizar com palavras e ações

A proposta de reflexão da liturgia dominical é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada sob a responsabilidade do Pe. Jaldemir Vitório, professor e reitor da FAJE.


Para ver melhor, vamos recuar um pouco... Sete séculos antes de Cristo, duas tribos de Israel – Zabulon e Neftali – foram deportadas para a Assíria, e povos pagãos tomaram seu lugar. A região ficou conhecida como “Galileia dos pagãos”. Naquele mesmo tempo, o profeta Isaías anunciou que o novo rei de Judá poderia ser uma luz para as populações oprimidas (1ª leitura). Sete séculos depois, Jesus começa sua atividade exatamente naquela região, a Galileia dos pagãos. Realiza-se, de modo bem mais pleno, o que Isaías anunciara. É o que nos ensina o evangelho de hoje.
Jesus anuncia a chegada do reino de Deus. Mas não o faz sozinho. Do meio do povo, chama os seus colaboradores. Dos pescadores do lago da Galileia ele faz “pescadores de homens”. Eles deixam seus afazeres, para se dedicarem à missão de Jesus: anunciar a boa-nova, a libertação de seu povo oprimido. Esse anúncio não acontece somente por palavras, mas também por ações. Jesus e os discípulos curam enfermos, expulsam demônios... Anunciar o reino implica aliviar o sofrimento, pois é a realização do plano de amor de Deus.
Nosso povo anda muito oprimido pelas doenças físicas, mas sobretudo pelas doenças da sociedade: a exploração, o empobrecimento dos trabalhadores etc. Deus é sua última esperança. O povo entenderá o que Jesus pregou (justiça, amor etc.) como boa-nova à medida que se realize algum sinal disso em sua vida (alívio de sofrimento pessoal e social). Um desafio para nós.
Jesus chama seus colaboradores do meio do povo. Ora, na Igreja como tradicionalmente a conhecemos, os anunciadores tornaram-se um grupo separado, um clero, uma casta, enquanto Jesus se dirigiu a simples pescadores que trabalhavam ali na beira do lago. Ensinou-lhes outra maneira de pescar: pescar gente. Onde estão hoje os pescadores de homens, agricultores de fiéis, operários do Reino – chamados do meio do povo? Por que só os intelectuais podem ser chamados, para, munidos de prolongados estudos, ocuparem “cargos” eclesiásticos, a distância do povo?
Não é ruim estudar; oxalá os pescadores e operários também o pudessem fazer. Mas importa observar que a evangelização, o anúncio do Reino, puxar gente para a comunidade de Jesus, não é uma tarefa reservada a gente com diploma. E a Igreja como um todo deve voltar a uma simplicidade que possibilite que pessoas do povo levem o anúncio aos seus irmãos e assumam a responsabilidade que isso implica.

À serviço da dignidade humana

Não vamos mostrar o que é bom para nos mostrar como fôssemos os melhores. Mas vamos mostrar o bem e a maneira de fazê-lo beneficiar principalmente os que não são beneficiados.


Jesus lembra que veio para servir e não buscar interesses para si. (Foto: Divulgação)
Por Dom José Alberto Moura*
Muitos dons e riquezas ficam escondidos ou só para o uso de poucos, qual uma grande hidrelétrica oferecendo energia a poucas pessoas. Deus criou a terra para todos e os carismas para o serviço ao bem comum. Se não são empregados conforme seu objetivo, há lesão de direitos e deveres, prejudicando a grandes parcelas.

Sabemos da fome que graça uma quarta parte da humanidade e de um terço dos alimentos sendo desperdiçados. Da mesma forma, muitos resultados do desenvolvimento da ciência são usados para o interesse e ganho material de minorias, sem um benefício suficiente para maiorias. Muitos têm boa formação intelectual, moral e espiritual, mas nem sempre beneficiam o próximo. Até na esfera religiosa há muita falta de compromisso com o anúncio e a prática do Evangelho! Na política temos grandes cabeças e nem sempre há o benefício de promoção do bem comum! Quanta terra improdutiva ou que beneficia muito poucos e muitos não tendo oportunidade de usá-la!

O profeta, já preanunciando a missão do Messias, fala de seu múnus de servir o povo, mas precisando também iluminar a todos com sua nova proposta de vida para todos: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra! (Isaías 49, 6).

Jesus lembra que veio para servir e não buscar interesses para si. Aliás, como Deus, não precisaria sujeitar-se à pequenez humana, assumindo também nossa natureza frágil. Ensina a simplicidade, o despojamento, o desapego do que é material, a disponibilidade, o baixar-se para servir, o dar a vida pelo bem do próximo... Mais:  tudo isso deve ser sinal luminoso para os outros: “Sejam luz para o mundo... Ninguém acende uma lâmpada para  colocá-la debaixo de uma vasilha e sim para colocá-la  no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa”.(Mateus 5,14).

Não vamos mostrar o que é bom para nos mostrar como fôssemos os melhores. Mas vamos mostrar o bem e a maneira de fazê-lo beneficiar principalmente os que não são beneficiados. Quantos talentos ficam sem favorecer a comunidade por falsas humildades, orgulho e egoísmo! Precisamos de nos apresentar com nossos dotes para evangelizar, para nos unir a causas de benefício social, de promoção humana e de erguimento de pessoas caídas na vida! Nós seremos avaliados e recompensados por Deus, tendo em vista o que fizemos de bem ao próximo e à comunidade e não por termos mais preparação, qualidades e outros atributos pessoais, comunitários e sociais!

O Divino Mestre não veio fundar uma religião humana a mais e sim instituir sua família, sob a orientação apostólica, para ser sinal de amor, compaixão, promoção da justiça, da solidariedade e da fraternidade, sendo sinal forte do caminho que leva à vida plena. Com Ele e sua Grei temos a segurança de andar pelo caminho do respeito e da promoção da dignidade humana. Temos, então, no seu referencial, a base de sustentação da energia vital de seu amor para dar vitalidade e sentido à caminhada existencial para todos!
CNBB, 16-01-2014.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo Metropolitano de Montes Claros.

Fraternidade e pobreza

A solidariedade cristã é pautada pela convicção de que a fraternidade é premissa para vencer a pobreza, como lembra o Papa Francisco na sua primeira mensagem dedicada ao Dia Mundial da Paz. O Papa recorda seu predecessor, Bento XVI que, na Carta Encíclica Caritas in Veritate, apresentou a falta de fraternidade - entre pessoas e nações - como uma das principais causas da pobreza. Trata-se de uma deficiência que inviabiliza a urgente superação da miséria, que castiga considerável parcela da humanidade.

Gestores e executivos, de instituições governamentais e privadas, precisam reconhecer e viver mais o princípio da fraternidade.  Sem essa vivência, correm o risco de se aprisionarem no território do que é cartorial e, assim, tornam-se incapazes de contribuir para as mudanças rápidas e urgentes do atual cenário, que faz crescer a brecha entre ricos e pobres. Bastaria que cada cidadão levasse a sério a indicação secular de São Vicente de Paulo. O Santo afirma que quando alguém vê um irmão na miséria, deveria sentir-se envergonhado. Mas, como diz o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, a globalização da indiferença é um sério problema a ser enfrentado. Esta insensibilidade tranquiliza as consciências e entorpece cidadanias. Desse modo, incapacita pessoas para o exercício do altruísmo. A indiferença impede a superação da pobreza, que pesa sobre os ombros de tantos, e é uma vergonha social.

A falta de fraternidade que perpetua situações lastimáveis de miséria tem também como causa a pobreza relacional, nos contextos familiar e comunitário. Sem o sentido de fraternidade não se avançará adequadamente para se alcançar metas que mudem os quadros. Por isso mesmo, é tão comum ancorar-se em justificativas, contabilizando o que já se fez em detrimento das urgências e necessidades. Aí está um fruto indigesto do modo como se faz política na sociedade brasileira, dando mais importância e força ao partidário e seus “conchavos” do que à meritocracia.

A pobreza origina-se da carência de um sentido humanístico e compreensão ética adequada da dignidade de cada pessoa humana, fazendo surgir situações extremas de riqueza e desperdício de um lado e, do outro, a miséria de muitos, com o peso da fome, da enfermidade e da exclusão social. As desigualdades sociais crescentes em uma determinada região e contexto cultural precisam incomodar mais a consciência cidadã. Assim é possível avançar na busca de soluções e de respostas, em diferentes níveis e condições. Nessa perspectiva está, portanto, um horizonte lúcido para se fazer política. Isto significa um empenho mais efetivo para garantir a todas as pessoas, iguais na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais, o acesso aos serviços, especialmente aos recursos educativos e de saúde, possibilitando a cada pessoa a construção de seu projeto de vida.

O Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz, relembra um importante ensinamento da Igreja, sobre a hipoteca social. Como diz Santo Tomaz de Aquino, é lícito e até necessário que a pessoa tenha propriedade dos bens. Porém, quanto ao uso, “não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também aos outros”. Se assumido como princípio ético, este ensinamento permitirá à cidadania dar um salto de qualidade e produzirá, sem dúvida, uma grande transformação. A globalização da indiferença é responsável por desvios morais que fazem da economia o território da idolatria ao dinheiro. Daí nasce uma séria crise antropológica, ao se negar a primazia de cada pessoa, substituindo-a por outros interesses e lógicas. A perversidade se revela no crescimento que privilegia poucos e castiga muitos, fruto de uma ideologia que defende a absoluta autonomia de mercados e a especulação financeira.

O Papa Francisco, exemplar e coerente, indica um passo primeiro, determinante, com força para fazer a diferença na busca da fraternidade, antídoto para vencer a pobreza. Ele fala do desapego vivido por quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, partilhando as suas riquezas, conseguindo, assim, experimentar a comunhão fraterna com os outros. Não será outro senão este o primeiro compromisso cristão, de quem quer autenticamente seguir Jesus Cristo. É desafiador, gera dúvidas, mas trata-se de um caminho certo para cultivar a fraternidade, eficaz na superação da pobreza. O ponto de partida dessa revolução é a convicção firme de que o relacionamento fraterno com o próximo é o bem mais precioso.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.

30ª Festa de Nossa Senhora das Candeias

A partir desta sexta-feira (24), fiéis católicos de Candeias darão início às festividades em homenagem a Nossa Senhora das Candeias, padroeira do bairro. Até o dia 2 de fevereiro, haverá várias atividades, como Missas, procissões, apresentações culturais, momentos de oração e louvor.
 
A abertura da festa será às 18h, com a reza do terço na orla da praia, seguida da procissão da bandeira, animada pela Comunidade Chama. Ao chegarem na igreja, os paroquianos participarão da Santa Missa e, para fechar a primeira noite, no pátio externo, o ministério de música Chama animará os presentes na quermesse.
 
Além dos grupos musicais ligados à Igreja, artistas da terra também se apresentarão nas noites seguintes. Para arrecadar fundos para as atividades pastorais, equipes estarão em diversas barracas vendendo comidas típicas, roupas seminovas e artigos religiosos.
 
Na programação da festa, já confirmaram presenças o arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido no dia 25/1, o pároco de Santo Amaro (Jaboatão), Frei Damião no dia 1º/02, entre outros.
 
A festa encerra no dia 2 de fevereiro, ocasião que a Igreja celebra a Festa da Apresentação do Senhor no templo. Nesse dia, haverá missa e procissão do andor de Nossa Senhora pelas ruas da comunidade.
 
Neste ano, a festa é baseada na exortação Apostólica "A Alegria do Evangelho", do Papa Francisco, com o tema “Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós”.
Segue programação completa abaixo:
Dia 24 de janeiro (sexta-feira)
“A alegria do Evangelho”
18h – Terço na orla (próximo ao Bompreço)
19h – Procissão da Bandeira (saída: orla)
19h40 – Celebração Eucarística
21h – Cristofolia (Com. Chama)

 Dia 25 de janeiro (sábado)
“A evangelização obedece ao mandato de Jesus: Ide (Mt 28, 19-20)”
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística (presença do arcebispo metropolitano de Olinda e Recife Dom Fernando)
 20h – Show com Tucanos do Forró
 
Dia 26 de janeiro (domingo)
“Evangelizamos, também, procurando enfrentar os diferentes desafios que se nos podem apresentar”
7h – Celebração Eucarística
10h – Celebração Eucarística
16h30 – Grupo Jovem
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística
20h – Show e louvor com DJ Angelus
 
Dia 27 de janeiro (segunda-feira)
“Sim ao desafio de uma espiritualidade missionária”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Louvor Comunidade  Chama
 
Dia 28 de janeiro (terça-feira)
“Não se pode haver verdadeira evangelização sem o anúncio explícito de Jesus como Senhor”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Atração Cultural
 
Dia 29 de janeiro (quarta-feira)
“Uma evangelização para um aprofundamento do querigma”
8h – Manha missionária
18h – Terço
 18h45 – Vésperas
 19h30 – Celebração Eucarística
 20h30 – Atração Cultural
 
Dia 30 de janeiro (quinta-feira)
“O querigma possui um conteúdo inevitavelmente social”
18h – Terço
18h45 – Adoração ao Santíssimo Sacramento e Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Louvor com Comunidade Timóteo
 
Dia 31 de janeiro (sexta-feira)
“Evangelizadores com espírito”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Show com Agravos do Instrumento
 
Dia 1º de fevereiro (sábado)
“O encontro pessoal com o Jesus que salva”
16h30 – Celebração Eucarística com as crianças
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística
20h – Louvor com Frei Damião Silva
 
Dia 02 de fevereiro (domingo)
“Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós”
07h – Celebração Eucarística
8h – Pedalada
10h – Celebração Eucarística com cantos gregorianos (Part. Arautos do Evangelho)
16h30 – Celebração Eucarística
18h – Procissão (Part. Com. Timóteo)
19h – Atração Cultural
 
Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora das Candeias

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Evangelho do Dia

Ano C - 23 de janeiro de 2014

Marcos 3,7-12

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 7 Jesus retirou-se com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão, vinda da Galiléia.
8 E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do além-Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidônia veio a ele uma grande multidão, ao ouvir o que ele fazia.
9 Ele ordenou a seus discípulos que lhe aprontassem uma barca, para que a multidão não o comprimisse.
10 Curou a muitos, de modo que todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a ele para o tocar.
11 Quando os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: Tu és o Filho de Deus!
12 Ele os proibia severamente que o dessem a conhecer.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O FILHO DE DEUS
Causa estranheza o fato de os endemoninhados terem gritado que Jesus era o Filho de Deus, fórmula própria de uma confissão de fé. Jesus reconheceu a verdade da declaração deles e os proibiu severamente de ficarem dizendo quem ele era.
É notável que a exclamação não tenha sido feita pelas multidões, vindas de tantos lugares diferentes, atraídas pela fama dos milagres realizados por Jesus. Era de se esperar que elas proclamassem sua fé em Jesus. Antes, são os possessos os proclamadores da condição divina de Jesus.
A teologia evangélica quer mostrar que Jesus, ao implantar o Reino na história humana, desbancou as forças do mal. Evidentemente, elas não se contentavam de ver seu poder reduzido sem protestar. E quando eram vencidas, sabiam muito bem quem as estava vencendo. A proclamação pública da filiação divina de Jesus, posta na boca dos possessos, indica o nível profundo em que Jesus estava atuando. Sua ação a serviço do Reino deu origem a um autêntico combate onde as forças ocultas do mal foram desmascaradas e confrontadas com um poder muito superior a elas. Não lhes restava senão submeter-se e deixar o senhorio de Jesus acontecer na vida de quem era cativo. A presença libertadora do Filho de Deus expulsava toda sorte de espírito imundo instalado no coração humano.

Oração

Senhor Jesus, Filho de Deus, que a tua presença purifique meu coração de todo espírito mal, que me mantem cativo do egoísmo.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 Samuel 18,6-9; 19,1-7
Leitura do primeiro livro de Samuel.
18 6 Voltando o exército, depois de Davi ter matado o filisteu, de todas as cidades de Israel saíam as mulheres ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, ao som de tamborins e címbalos.
7 E enquanto dançavam, diziam umas às outras: “Saul matou seus milhares, e Davi seus dez milhares”.
8 Saul irritou-se em extremo, e desagradou-lhe tal coisa. “Dão dez mil a Davi”, disse ele, “e a mim apenas mil! Só lhe falta a coroa!”
9 E a partir daquele dia, Saul olhou Davi com maus olhos.
1 Saul falou ao seu filho Jônatas e a todos os servos, ordenando-lhes que matassem Davi. Mas Jônatas, que tinha grande afeição por Davi,
2 preveniu-o disso: “Saul, meu pai, procura matar-te. Está de sobreaviso amanhã cedo; esconde-te.
3 Sairei em companhia de meu pai ao campo onde estiveres. Falar-lhe-ei de ti, para ver o que ele diz, e te avisarei depois”.
4 Jônatas falou bem de Davi ao seu pai, e ajuntou: “Que o rei não faça mal algum ao seu servo Davi, pois que ele nunca te fez mal algum. Ao contrário, prestou-te grandes serviços.
5 Arriscou a sua vida para matar o filisteu, e o Senhor deu uma grande vitória a Israel. Foste testemunha disso e te alegraste. Por que queres pecar contra o sangue inocente, matando Davi sem motivo?”
6 Saul ouviu a voz de Jônatas, e fez este juramento: “Pela vida do Senhor, Davi não morrerá!”
7 Então Jônatas chamou Davi e contou-lhe tudo isso. Levou-o em seguida a Saul, para que ele retomasse o seu lugar como dantes.
Palavra do Senhor.
Salmo 55/56
É no Senhor que eu confio e nada temo.

Tende pena e compaixão de mim, ó Deus,
pois há tantos que me calcam sob os pés
e agressores me oprimem todo dia!
Meus inimigos de contínuo me espezinham,
são numerosos os que lutam contra mim!

Do meu exílio registrastes cada passo,
em vosso odre recolhestes cada lágrima
e anotastes tudo isso em vosso livro.
meus inimigos haverão de recuar
em qualquer dia em que eu vos invocar;
tenho certeza: o Senhor está comigo!

Confio em Deus e louvarei sua promessa.
É no Senhor que eu confio e nada temo:
que poderia contra mim um ser mortal?
Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz
e vos oferto um sacrifício de louvor.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.