domingo, 27 de outubro de 2013

Papa Francisco: rezar juntos, em família, é muito bonito e dá muita força!

Cidade do Vaticano (RV) - Mais de cem mil pessoas participaram da missa presidida pelo Santo Padre na Jornada da Família, iniciativa que se insere no âmbito do Ano da Fé.

Em sua homilia, o Pontífice ressaltou que as Leituras deste XXX Domingo do Tempo Comum "nos convidam a meditar sobre algumas características fundamentais da família cristã".

O Papa Francisco fez a sua reflexão em três pontos, desenvolvendo-a justamente a partir destas características fundamentais: a família que reza; a família conserva a fé; e a família que vive a alegria.

Na primeira (a família que reza), frisou que o trecho do Evangelho evidencia dois modos de rezar, um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano.

"O fariseu encarna uma atitude que não expressa o rendimento de graças a Deus por seus benefícios e a sua misericórdia, mas a satisfação de si próprio", observou o Pontífice. O fariseu se sente justo, se orgulha disso "e julga os outros do alto de seu pedestal".

O publicano, pelo contrário, não multiplica as palavras. "A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência da própria indignidade, da própria miséria: este homem – observou o Papa – realmente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus."

A oração do publicano, acrescentou, "é a oração do pobre, é a oração que agrada a Deus que, como diz a primeira Leitura, 'chega às nuvens'", enquanto a do fariseu é ofuscada pela vaidade.

O Papa prosseguiu perguntando às famílias se elas rezam em família, aconselhando-as a fazerem-no, com humildade, deixando-se olhar pelo Senhor e pedindo a sua bondade, que venha a nós.

"É também questão de humildade, disse, reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano!"

"E todas as famílias precisamos de Deus: todas, todas! Necessidade de sua ajuda, de sua força, de sua bênção, de sua misericórdia, de seu perdão. É preciso simplicidade: para rezar em família é preciso simplicidade! Rezar juntos o "Pai-Nosso", em torno da mesa, não é uma coisa extraordinária: é fácil. E rezar junto o Terço, em família, é muito bonito, dá muita força!"

Da segunda Leitura o Santo Padre extraiu a segunda característica fundamental da família cristã: a família conserva a fé. O Apóstolo Paulo, frisou o Papa, no fim de sua vida, faz um balanço fundamental, e diz: "Conservei a fé" (2 Tm 4,7). Mas como a conservou? – perguntou Francisco.

"Não numa caixa-forte! Não a escondeu debaixo da terra, como aquele servo um pouco preguiçoso. São Paulo compara a sua vida a uma batalha e a uma corrida. Conservou a fé porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou, levou-a para longe".

Opôs-se decididamente àqueles que queriam conservar, "embalsamar" a mensagem de Cristo nos confins da Palestina, acrescentou.

"Por isso fez escolhas corajosas, foi a territórios hostis, deixou-se provocar pelos distantes, por culturas diferentes, falou francamente sem medo. São Paulo conservou a fé porque, como a recebeu, a doou, embrenhando-se nas periferias, sem entrincheirar-se em posições defensivas."

Também neste ponto, disse o Papa, podemos perguntar-nos: de que modo nós, em família, conservamos a nossa fé?

"Conservamos para nós, em nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos outros?"

Francisco reconheceu que todos sabemos que as famílias, especialmente as famílias jovens, estão comumente "na correria", muito ocupadas; "mas algumas vezes já pensaram que essa "correria" pode ser também a corrida da fé? – perguntou. As famílias cristãs são famílias missionárias, disse, lembrando o encontro do dia anterior na Praça São Pedro em que se ouviu o testemunho de família missionárias.

"São missionárias também na vida de todos os dias, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Conservar a fé em famílias e colocar o sal e o fermento da fé nas coisas de todos os dias", reiterou.

Por fim, o Papa falou sobre o último aspecto: a família que vive a alegria. A esse ponto, Francisco dirigiu a todos um uma pergunta, pedindo que cada um respondesse a si mesmo. "Como vai a alegria em sua casa? Como vai a alegria em sua família?"

"Caras famílias, vocês bem o sabem: a alegria verdadeira que se tem na família não é algo de superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis... a alegria verdadeira vem de uma harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de suster-nos reciprocamente no caminho da vida. Mas na base desse sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, do seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos. E, sobretudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, em família, a ter esse amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente."

Somente Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos, e a alegria se esvai. Ao invés, "a família que vive a alegria da fé, a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade", observou o Papa.

O Santo Padre concluiu com uma premente exortação: "Caras famílias, vivam sempre com fé e simplicidade, como a santa Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre com vocês!" (RL)




Texto proveniente da página 
do site da Rádio Vaticano

http://pt.radiovaticana.va/news/2013/10/27/papa_francisco:_rezar_juntos,_em_fam%C3%ADlia,_%C3%A9_muito_bonito_e_d%C3%A1_muita/bra-741194

Evangelho do dia

Ano C - 27 de outubro de 2013

Lucas 18,9-14

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra; a palavra da reconciliação, a palavra que hoje, aqui, nos salva (2Cor 5,19).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
18 9 Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros:
10 Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.
11 O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: “Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.
12 Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros”.
13 O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!
14 Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A PIEDADE CORRETA 
A parábola do fariseu e do publicano aponta para dois diferentes tipos de piedade, representando posições extremas. O discípulo do Reino deve decidir-se pela maneira correta de agradar a Deus, evitando os caminhos enganosos.
A piedade farisaica, baseada na prática cotidiana da Lei, em seus mínimos detalhes, tinha seus defeitos: era cheia de orgulho, uma vez que levava a pessoa a olhar com desprezo para os considerados pecadores e incapazes de perfeição; pregava a segregação das outras pessoas, por temor de contaminação. Os fariseus julgavam-se com direito de exigir de Deus a salvação, em vista dos méritos adquiridos com sua vida piedosa.
A piedade do povo simples e desprezado, como o cobrador de impostos, tem outros fundamentos: a humildade e a consciência das próprias limitações e da necessidade de Deus para salvá-lo, a certeza de que a salvação resulta da misericórdia divina, sem méritos humanos, o espírito solidário com os demais pecadores que esperam a manifestação da bondade de Deus.
A oração do fariseu prepotente e egoísta dificilmente será atendida. É uma oração formal, da boca para fora. Já a oração do publicano é totalmente humilde, porque ele reconhece que sua salvação vem de Deus. Só a oração sem estardalhaço é ouvida!

Oração 
Espírito de humildade na oração, ensina-me a rezar, pondo minha confiança totalmente em Deus, pois só sua misericórdia pode salvar-me.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Eclesiástico 35;15-17.20-22
Leitura do livro do Eclesiástico.
35 15 Nada esperes de um sacrifício injusto, porque o Senhor é teu juiz, e ele não faz distinção de pessoas.
16 O Senhor não faz acepção de pessoa em detrimento do pobre, e ouve a oração do ofendido.
17 Não despreza a oração do órfão, nem os gemidos da viúva.
20 Aquele que adora a Deus na alegria será bem recebido, e sua oração se elevará até as nuvens.
21 A oração do humilde penetra as nuvens; ele não se consolará, enquanto ela não chegar (a Deus), e não se afastará, enquanto o Altíssimo não puser nela os olhos.
22 O Senhor não concederá prazo: ele julgará os justos e fará justiça. O fortíssimo não terá paciência com (os opressores), mas esmagar-lhes-á os rins.
Palavra do Senhor.
Salmo 33/34
O pobre clama a Deus e ele escuta:
o Senhor liberta a vida dos seus servos. 


Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem.

Mas ele volta a sua face contra os maus,
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta
e de todas as angústias os liberta.

Do coração atribulado ele está perto
e conforta os de espírito abatido.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,
e castigado não será quem nele espera.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Papa Francisco às famílias: ‘Vos sois o motor do mundo’


Cidade do Vaticano, 27 out (SIR) - Neste fim de semana, sábado e domingo, o Pontifício Conselho organiza a peregrinação das famílias. Ontem (26), as famílias se reuniram na Praça São Pedro para dar testemunho e rezar juntas. Também o Santo Padre participou da segunda parte da grande festa da Família. Em discurso, o pontífice falou descreveu a singularidade da família. Uma “comunidade” onde “se aprende a amar”, composta de rostos e pessoas “que dialogam, se sacrificam pelos outros e defendem a vida”, especialmente “a vida mais frágil”.

O Santo Padre acrescentou ainda que a família é o motor do mundo e da história. A família, continuou o Papa, é o lugar onde “a pessoa toma consciência da sua dignidade”, e “se a educação é cristã”, reconhece “a dignidade de cada pessoa, de modo particular dos doentes, dos fracos e marginalizados”.

Na sexta-feira (25), o Pontífice recebeu, no Vaticano, os participantes da XXI Plenária do Pontifício Conselho para a Família, que tratou do tema: “Os 30 anos da Carta dos Direitos das Famílias” – publicada pelo Papa João Paulo II em 22 de outubro de 1983.

No discurso que pronunciou aos presentes, o Santo Padre se deteve sobre três pontos principais: “família, comunidade de vida, com consistência autônoma”; “família fundada no matrimônio” e “fases da vida familiar: infância e velhice”. A família, disse o Santo Padre, é parte importante da evangelização: os cristãos comunicam a todos a Boa Nova através do testemunho da família. E seu segredo é a presença de Jesus no seio da família humana.

Papa Francisco exortou os participantes que concluíam a Plenária do Pontifício Conselho para a Família, dizendo: “Sejamos solidários, atenciosos e afetuosos, com as famílias em dificuldade e em crise; com as obrigadas a deixar suas terras, as que estão divididas, que não têm casa ou trabalho e as sofredoras”. Enfim, o Santo Padre fez votos de que os trabalhos da Assembleia possam contribuir para a realização do próximo Sínodo extraordinário dos Bispos, que será dedicado precisamente às famílias em 2014.
SIR

Dia Nacional da Juventude é celebrado neste domingo


Brasília, 27 out (SIR) - Todos os anos, a Igreja Católica dedica um dia para lembrar o papel e a importância dos jovens na continuidade da missão religiosa: o Dia Nacional da Juventude (DNJ). Com o tema “Juventude e missão” e o lema, “Jovem: levante-se, seja fermento!”, o DNJ e lembrado no último domingo de outubro.

De acordo com o Assessor da Comissão Episcopal de Pastoral para a Juventude, padre Antônio Ramos do Prado, SDB, conhecido pelos jovens como padre Toninho, o DNJ também quer fazer com que a juventude possa refletir sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2013 e a realidade em que vivem. “A proposta do DNJ é celebrar a caminhada da vida e ações de evangelização que os jovens realizaram ao longo do ano. O segundo enfoque é que durante os meses de setembro, outubro e novembro os jovens se reúnam em torno do subsídio para aprofundar uma temática (a maioria das temáticas estão ligadas a Campanha da Fraternidade)”, afirmou.

O Assessor da Comissão Pastoral para Juventude acrescentou, ainda, que nesse ano a temática está mais ligada a dimensão missionária: “Os jovens são convidados a realizar missões populares nas paróquias, presídios, escolas, hospitais, etc.”.
SIR

Em família, 'os pratos às vezes voam' disse papa Francisco


Cidade do Vaticano, 27 out (SIR) - Às vezes "os pratos voam" em uma família e entre um casal, mas é necessário saber "se desculpar" para poder recomeçar, declarou neste sábado (26) o papa Francisco, ao receber famílias católicas no Vaticano.

"Para poder avançar numa família é preciso usar três palavras: ´posso?´, ´obrigado´ e ´perdão´", disse o Pontífice a milhares de peregrinos reunidos na praça de São Pedro, que chegaram para assistir ao encontro. "São três palavras-chave: pedimos permissão para não sermos invasivos, agradecemos pelo amor", continuou o Papa, de improviso. "Todo mundo pode cometer erros e às vezes alguém se sente ofendido na família ou no casal e pode acontecer de os pratos voarem, palavras fortes são trocadas, mas meu conselho é não terminar o dia sem fazer as pazes, a paz se refaz a cada dia em família e ao pedir perdão se recomeça desde o princípio", disse.

Também convido os jovens presentes na praça a "escutar os avós". "Um povo que não escuta os avós é um povo que morre", declarou. O papa Francisco deve celebrar na manhã de domingo uma missa, na qual também são aguardadas milhares de pessoas de todo o mundo para participar desta peregrinação das famílias.
SIR