sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Evangelho do Dia

Ano C - 24 de janeiro de 2014

Marcos 3,13-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
OS COMPANHEIROS DE JESUS
A escolha dos primeiros companheiros de Jesus foi feita a dedo. Foi chamado quem ele quis. De nada adiantava se oferecer, pedir para ser recebido como discípulo ou apresentar prerrogativas pessoais. Jesus sabia quem deveria tomar parte naquele grupinho mais chegado a ele.
A quantidade dos escolhidos tinha um valor simbólico. O número doze evocava as doze tribos do antigo Israel, libertado da escravidão do Egito. O grupinho de discípulo estava, pois, destinado a ser semente de um povo novo. E tomaria o lugar do Israel do passado, cujas funções na história já haviam se esgotado. Seu sucessor é o grupo formado por Jesus.
Os doze receberam como incumbência dar continuidade à dupla face da missão de Jesus. Eles seriam enviados para ser anunciadores da boa-nova do Reino, destinada a transformar a vida dos indivíduos. A pregação consistiria num chamado insistente à conversão, com seu componente de mudança de vida e de mentalidade. A pregação seria ratificada com a realização de gestos poderosos de expulsão dos demônios. A vitória sobre os demônios seria um sinal da eficácia do Reino no coração das pessoas.
A ação dos discípulos, desta forma, faria a ação de Jesus continuar a dar seus frutos na história. Esta é a tarefa de todo discípulo autêntico.

OraçãoSenhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 Samuel 24,3-21
Leitura do primeiro livro de Samuel.
24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.
Palavra do Senhor.
Salmo 56/57
Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!
Oração
Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

Dia 24 de Janeiro - Sexta-feira

SÃO FRANCISCO DE SALES - BISPO E DOUTOR
(Branco, Prefácio Comum ou dos Pastores – Ofício da Memória)

Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Oração do dia
Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Samuel 24,3-21)
Leitura do primeiro livro de Samuel.
24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 56/57
Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!
Evangelho (Marcos 3,13-19)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
OS COMPANHEIROS DE JESUS
A escolha dos primeiros companheiros de Jesus foi feita a dedo. Foi chamado quem ele quis. De nada adiantava se oferecer, pedir para ser recebido como discípulo ou apresentar prerrogativas pessoais. Jesus sabia quem deveria tomar parte naquele grupinho mais chegado a ele.
A quantidade dos escolhidos tinha um valor simbólico. O número doze evocava as doze tribos do antigo Israel, libertado da escravidão do Egito. O grupinho de discípulo estava, pois, destinado a ser semente de um povo novo. E tomaria o lugar do Israel do passado, cujas funções na história já haviam se esgotado. Seu sucessor é o grupo formado por Jesus.
Os doze receberam como incumbência dar continuidade à dupla face da missão de Jesus. Eles seriam enviados para ser anunciadores da boa-nova do Reino, destinada a transformar a vida dos indivíduos. A pregação consistiria num chamado insistente à conversão, com seu componente de mudança de vida e de mentalidade. A pregação seria ratificada com a realização de gestos poderosos de expulsão dos demônios. A vitória sobre os demônios seria um sinal da eficácia do Reino no coração das pessoas.
A ação dos discípulos, desta forma, faria a ação de Jesus continuar a dar seus frutos na história. Esta é a tarefa de todo discípulo autêntico.

Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, por este sacrifício de salvação, acendei em nós o fogo do Espírito Santo que inflamava, de modo admirável, o coração terníssimo de são Francisco de Sales. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu vim para que tenham a vida e a tenham cada vez mais, diz o Senhor (Jo 10,10).
Depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos, por esta eucaristia, imitar a caridade e mansidão de são Francisco de Sales, para com ele chegarmos à glória do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO FRANCISCO DE SALES)
Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas.

Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria.

Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto.
Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.

Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte.

Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual.

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

Evangelizar com palavras e ações

A proposta de reflexão da liturgia dominical é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada sob a responsabilidade do Pe. Jaldemir Vitório, professor e reitor da FAJE.


Para ver melhor, vamos recuar um pouco... Sete séculos antes de Cristo, duas tribos de Israel – Zabulon e Neftali – foram deportadas para a Assíria, e povos pagãos tomaram seu lugar. A região ficou conhecida como “Galileia dos pagãos”. Naquele mesmo tempo, o profeta Isaías anunciou que o novo rei de Judá poderia ser uma luz para as populações oprimidas (1ª leitura). Sete séculos depois, Jesus começa sua atividade exatamente naquela região, a Galileia dos pagãos. Realiza-se, de modo bem mais pleno, o que Isaías anunciara. É o que nos ensina o evangelho de hoje.
Jesus anuncia a chegada do reino de Deus. Mas não o faz sozinho. Do meio do povo, chama os seus colaboradores. Dos pescadores do lago da Galileia ele faz “pescadores de homens”. Eles deixam seus afazeres, para se dedicarem à missão de Jesus: anunciar a boa-nova, a libertação de seu povo oprimido. Esse anúncio não acontece somente por palavras, mas também por ações. Jesus e os discípulos curam enfermos, expulsam demônios... Anunciar o reino implica aliviar o sofrimento, pois é a realização do plano de amor de Deus.
Nosso povo anda muito oprimido pelas doenças físicas, mas sobretudo pelas doenças da sociedade: a exploração, o empobrecimento dos trabalhadores etc. Deus é sua última esperança. O povo entenderá o que Jesus pregou (justiça, amor etc.) como boa-nova à medida que se realize algum sinal disso em sua vida (alívio de sofrimento pessoal e social). Um desafio para nós.
Jesus chama seus colaboradores do meio do povo. Ora, na Igreja como tradicionalmente a conhecemos, os anunciadores tornaram-se um grupo separado, um clero, uma casta, enquanto Jesus se dirigiu a simples pescadores que trabalhavam ali na beira do lago. Ensinou-lhes outra maneira de pescar: pescar gente. Onde estão hoje os pescadores de homens, agricultores de fiéis, operários do Reino – chamados do meio do povo? Por que só os intelectuais podem ser chamados, para, munidos de prolongados estudos, ocuparem “cargos” eclesiásticos, a distância do povo?
Não é ruim estudar; oxalá os pescadores e operários também o pudessem fazer. Mas importa observar que a evangelização, o anúncio do Reino, puxar gente para a comunidade de Jesus, não é uma tarefa reservada a gente com diploma. E a Igreja como um todo deve voltar a uma simplicidade que possibilite que pessoas do povo levem o anúncio aos seus irmãos e assumam a responsabilidade que isso implica.

À serviço da dignidade humana

Não vamos mostrar o que é bom para nos mostrar como fôssemos os melhores. Mas vamos mostrar o bem e a maneira de fazê-lo beneficiar principalmente os que não são beneficiados.


Jesus lembra que veio para servir e não buscar interesses para si. (Foto: Divulgação)
Por Dom José Alberto Moura*
Muitos dons e riquezas ficam escondidos ou só para o uso de poucos, qual uma grande hidrelétrica oferecendo energia a poucas pessoas. Deus criou a terra para todos e os carismas para o serviço ao bem comum. Se não são empregados conforme seu objetivo, há lesão de direitos e deveres, prejudicando a grandes parcelas.

Sabemos da fome que graça uma quarta parte da humanidade e de um terço dos alimentos sendo desperdiçados. Da mesma forma, muitos resultados do desenvolvimento da ciência são usados para o interesse e ganho material de minorias, sem um benefício suficiente para maiorias. Muitos têm boa formação intelectual, moral e espiritual, mas nem sempre beneficiam o próximo. Até na esfera religiosa há muita falta de compromisso com o anúncio e a prática do Evangelho! Na política temos grandes cabeças e nem sempre há o benefício de promoção do bem comum! Quanta terra improdutiva ou que beneficia muito poucos e muitos não tendo oportunidade de usá-la!

O profeta, já preanunciando a missão do Messias, fala de seu múnus de servir o povo, mas precisando também iluminar a todos com sua nova proposta de vida para todos: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra! (Isaías 49, 6).

Jesus lembra que veio para servir e não buscar interesses para si. Aliás, como Deus, não precisaria sujeitar-se à pequenez humana, assumindo também nossa natureza frágil. Ensina a simplicidade, o despojamento, o desapego do que é material, a disponibilidade, o baixar-se para servir, o dar a vida pelo bem do próximo... Mais:  tudo isso deve ser sinal luminoso para os outros: “Sejam luz para o mundo... Ninguém acende uma lâmpada para  colocá-la debaixo de uma vasilha e sim para colocá-la  no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa”.(Mateus 5,14).

Não vamos mostrar o que é bom para nos mostrar como fôssemos os melhores. Mas vamos mostrar o bem e a maneira de fazê-lo beneficiar principalmente os que não são beneficiados. Quantos talentos ficam sem favorecer a comunidade por falsas humildades, orgulho e egoísmo! Precisamos de nos apresentar com nossos dotes para evangelizar, para nos unir a causas de benefício social, de promoção humana e de erguimento de pessoas caídas na vida! Nós seremos avaliados e recompensados por Deus, tendo em vista o que fizemos de bem ao próximo e à comunidade e não por termos mais preparação, qualidades e outros atributos pessoais, comunitários e sociais!

O Divino Mestre não veio fundar uma religião humana a mais e sim instituir sua família, sob a orientação apostólica, para ser sinal de amor, compaixão, promoção da justiça, da solidariedade e da fraternidade, sendo sinal forte do caminho que leva à vida plena. Com Ele e sua Grei temos a segurança de andar pelo caminho do respeito e da promoção da dignidade humana. Temos, então, no seu referencial, a base de sustentação da energia vital de seu amor para dar vitalidade e sentido à caminhada existencial para todos!
CNBB, 16-01-2014.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo Metropolitano de Montes Claros.

Fraternidade e pobreza

A solidariedade cristã é pautada pela convicção de que a fraternidade é premissa para vencer a pobreza, como lembra o Papa Francisco na sua primeira mensagem dedicada ao Dia Mundial da Paz. O Papa recorda seu predecessor, Bento XVI que, na Carta Encíclica Caritas in Veritate, apresentou a falta de fraternidade - entre pessoas e nações - como uma das principais causas da pobreza. Trata-se de uma deficiência que inviabiliza a urgente superação da miséria, que castiga considerável parcela da humanidade.

Gestores e executivos, de instituições governamentais e privadas, precisam reconhecer e viver mais o princípio da fraternidade.  Sem essa vivência, correm o risco de se aprisionarem no território do que é cartorial e, assim, tornam-se incapazes de contribuir para as mudanças rápidas e urgentes do atual cenário, que faz crescer a brecha entre ricos e pobres. Bastaria que cada cidadão levasse a sério a indicação secular de São Vicente de Paulo. O Santo afirma que quando alguém vê um irmão na miséria, deveria sentir-se envergonhado. Mas, como diz o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, a globalização da indiferença é um sério problema a ser enfrentado. Esta insensibilidade tranquiliza as consciências e entorpece cidadanias. Desse modo, incapacita pessoas para o exercício do altruísmo. A indiferença impede a superação da pobreza, que pesa sobre os ombros de tantos, e é uma vergonha social.

A falta de fraternidade que perpetua situações lastimáveis de miséria tem também como causa a pobreza relacional, nos contextos familiar e comunitário. Sem o sentido de fraternidade não se avançará adequadamente para se alcançar metas que mudem os quadros. Por isso mesmo, é tão comum ancorar-se em justificativas, contabilizando o que já se fez em detrimento das urgências e necessidades. Aí está um fruto indigesto do modo como se faz política na sociedade brasileira, dando mais importância e força ao partidário e seus “conchavos” do que à meritocracia.

A pobreza origina-se da carência de um sentido humanístico e compreensão ética adequada da dignidade de cada pessoa humana, fazendo surgir situações extremas de riqueza e desperdício de um lado e, do outro, a miséria de muitos, com o peso da fome, da enfermidade e da exclusão social. As desigualdades sociais crescentes em uma determinada região e contexto cultural precisam incomodar mais a consciência cidadã. Assim é possível avançar na busca de soluções e de respostas, em diferentes níveis e condições. Nessa perspectiva está, portanto, um horizonte lúcido para se fazer política. Isto significa um empenho mais efetivo para garantir a todas as pessoas, iguais na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais, o acesso aos serviços, especialmente aos recursos educativos e de saúde, possibilitando a cada pessoa a construção de seu projeto de vida.

O Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz, relembra um importante ensinamento da Igreja, sobre a hipoteca social. Como diz Santo Tomaz de Aquino, é lícito e até necessário que a pessoa tenha propriedade dos bens. Porém, quanto ao uso, “não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também aos outros”. Se assumido como princípio ético, este ensinamento permitirá à cidadania dar um salto de qualidade e produzirá, sem dúvida, uma grande transformação. A globalização da indiferença é responsável por desvios morais que fazem da economia o território da idolatria ao dinheiro. Daí nasce uma séria crise antropológica, ao se negar a primazia de cada pessoa, substituindo-a por outros interesses e lógicas. A perversidade se revela no crescimento que privilegia poucos e castiga muitos, fruto de uma ideologia que defende a absoluta autonomia de mercados e a especulação financeira.

O Papa Francisco, exemplar e coerente, indica um passo primeiro, determinante, com força para fazer a diferença na busca da fraternidade, antídoto para vencer a pobreza. Ele fala do desapego vivido por quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, partilhando as suas riquezas, conseguindo, assim, experimentar a comunhão fraterna com os outros. Não será outro senão este o primeiro compromisso cristão, de quem quer autenticamente seguir Jesus Cristo. É desafiador, gera dúvidas, mas trata-se de um caminho certo para cultivar a fraternidade, eficaz na superação da pobreza. O ponto de partida dessa revolução é a convicção firme de que o relacionamento fraterno com o próximo é o bem mais precioso.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.

30ª Festa de Nossa Senhora das Candeias

A partir desta sexta-feira (24), fiéis católicos de Candeias darão início às festividades em homenagem a Nossa Senhora das Candeias, padroeira do bairro. Até o dia 2 de fevereiro, haverá várias atividades, como Missas, procissões, apresentações culturais, momentos de oração e louvor.
 
A abertura da festa será às 18h, com a reza do terço na orla da praia, seguida da procissão da bandeira, animada pela Comunidade Chama. Ao chegarem na igreja, os paroquianos participarão da Santa Missa e, para fechar a primeira noite, no pátio externo, o ministério de música Chama animará os presentes na quermesse.
 
Além dos grupos musicais ligados à Igreja, artistas da terra também se apresentarão nas noites seguintes. Para arrecadar fundos para as atividades pastorais, equipes estarão em diversas barracas vendendo comidas típicas, roupas seminovas e artigos religiosos.
 
Na programação da festa, já confirmaram presenças o arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido no dia 25/1, o pároco de Santo Amaro (Jaboatão), Frei Damião no dia 1º/02, entre outros.
 
A festa encerra no dia 2 de fevereiro, ocasião que a Igreja celebra a Festa da Apresentação do Senhor no templo. Nesse dia, haverá missa e procissão do andor de Nossa Senhora pelas ruas da comunidade.
 
Neste ano, a festa é baseada na exortação Apostólica "A Alegria do Evangelho", do Papa Francisco, com o tema “Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós”.
Segue programação completa abaixo:
Dia 24 de janeiro (sexta-feira)
“A alegria do Evangelho”
18h – Terço na orla (próximo ao Bompreço)
19h – Procissão da Bandeira (saída: orla)
19h40 – Celebração Eucarística
21h – Cristofolia (Com. Chama)

 Dia 25 de janeiro (sábado)
“A evangelização obedece ao mandato de Jesus: Ide (Mt 28, 19-20)”
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística (presença do arcebispo metropolitano de Olinda e Recife Dom Fernando)
 20h – Show com Tucanos do Forró
 
Dia 26 de janeiro (domingo)
“Evangelizamos, também, procurando enfrentar os diferentes desafios que se nos podem apresentar”
7h – Celebração Eucarística
10h – Celebração Eucarística
16h30 – Grupo Jovem
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística
20h – Show e louvor com DJ Angelus
 
Dia 27 de janeiro (segunda-feira)
“Sim ao desafio de uma espiritualidade missionária”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Louvor Comunidade  Chama
 
Dia 28 de janeiro (terça-feira)
“Não se pode haver verdadeira evangelização sem o anúncio explícito de Jesus como Senhor”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Atração Cultural
 
Dia 29 de janeiro (quarta-feira)
“Uma evangelização para um aprofundamento do querigma”
8h – Manha missionária
18h – Terço
 18h45 – Vésperas
 19h30 – Celebração Eucarística
 20h30 – Atração Cultural
 
Dia 30 de janeiro (quinta-feira)
“O querigma possui um conteúdo inevitavelmente social”
18h – Terço
18h45 – Adoração ao Santíssimo Sacramento e Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Louvor com Comunidade Timóteo
 
Dia 31 de janeiro (sexta-feira)
“Evangelizadores com espírito”
18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h30 – Show com Agravos do Instrumento
 
Dia 1º de fevereiro (sábado)
“O encontro pessoal com o Jesus que salva”
16h30 – Celebração Eucarística com as crianças
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística
20h – Louvor com Frei Damião Silva
 
Dia 02 de fevereiro (domingo)
“Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós”
07h – Celebração Eucarística
8h – Pedalada
10h – Celebração Eucarística com cantos gregorianos (Part. Arautos do Evangelho)
16h30 – Celebração Eucarística
18h – Procissão (Part. Com. Timóteo)
19h – Atração Cultural
 
Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora das Candeias