segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Catecismo Jovem no Brasil tem nova página na internet


Rio de Janeiro, 28 jan (SIR) - A equipe do YouCat no Brasil lançou na última quinta-feira, 24 de janeiro, o novo portal do Catecismo Jovem.
O lançamento aconteceu no mesmo dia em que também foi divulgada a mensagem do Papa Bento XVI para o 47º Dia Mundial das Comunicações. Segundo a equipe, o intuito é ser a rede oficial do YOUCAT no Brasil e um novo ambiente de evangelização, de comunicação e interação dos jovens sobre a verdade e a fé. O portal apresenta algumas curiosidades, como a história detalhada de como surgiu e como foi ilustrado o YOUCAT, explicações sobre sua estrutura e material de apoio para o estudo em grupo ou pessoal.
A iniciativa, no Brasil, está em comunhão com o “Youcat Center” da Alemanha, de onde se administra todas as atividades do Catecismo Jovem no mundo.  De acordo com o membro da equipe do Catecismo Jovem no Brasil, Jerônimo Laurício, “o trabalho será, também, de divulgar todas as bonitas iniciativas e experiências que se têm feito com essa ferramenta pelo Brasil”. A principal novidade do site é o espaço “Christian Question – a Igreja responde”, onde os jovens poderão apresentar suas dúvidas sobre diversos temas que abarcam a fé cristã e debatê-las. Para responder às dúvidas dos jovens, estarão disponíveis alguns assessores e diretores espirituais, como Padre Hélio Luciano – Arquidiocese de Florianópolis (SC), Padre Demétrio Gomes – Arquidiocese de Niterói (RJ) e professor Felipe Aquino – Diocese de Lorena (SP).
Outra novidade é a seção “Debate do Mês”, em que, todo mês, um tema diferente será refletido, a fim de que os jovens partilhem seus pensamentos, opiniões e questões. Os “Webcards”, publicados no Twitter e no Facebook do Catecismo Jovem, estão todos disponíveis no site, seguindo a divisão do Youcat.
De acordo com a Equipe do Youcat no Brasil, outras novidades ainda surgirão, em resposta à exortação do Santo Padre. “Assim que o YOUCAT chegou ao Brasil, de norte a sul do país, encontramos jovens de diferentes expressões, movimentos, pastorais e comunidades dando uma bonita resposta ao desejo do Santo Padre. Os números apontam que mais de 600 mil jovens brasileiros possuem esse importante instrumento da ‘Nova Evangelização’. Vale a pena conhecer e deixar-se contagiar com algumas dessas experiências”, afirmou Jerônimo.

Índia: Encontro internacional sobre Concílio Vaticano II


Bangalore, 28 jan (SIR) - “Revisitar o Concílio Vaticano II: 50 anos de renovação”, é o tema da Conferência Internacional a ser realizada em Bangalore, na Índia, pelo Pontifício Ateneu ‘Dharmaram Vidya Kshetram’ de Filosofia, Teologia e Direito Canônico.
O encontro reunirá, de 31 de janeiro a 3 de fevereiro, mais de 300 especialistas e bispos para uma profunda reflexão crítica sobre o impacto do Concílio na Igreja Universal, com particular atenção às Igrejas da Ásia. Serão nove sessões plenárias, acompanhadas de mesas-redondas e apresentações de vários trabalhos, que partirão dos contextos históricos, culturais, filosóficos, teológicos e pastorais em que foi convocado o Concílio.
Também serão aprofundados os estudos sobre os diversos documentos conciliares, as respostas que estes deram à expectativa de renovação na Igreja e no mundo, desde o final do Concílio até os nossos dias.

Os trabalhos serão abertos pelo Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski; pelo Arcebispo sírio-malabarense Georg Alencherry e pelo Arcebispo de Bangalore, Bernard Moras. Os trabalhos conclusivos terão a participação do Presidente da Conferência Episcopal Indiana e Secretário Geral das Conferências Episcopais da Ásia, Cardeal Oswald Gracias.
O encontro foi organizado em colaboração com o Pontifício Comitê de Ciências Históricas, com a Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Louvein, na Bélgica, com a Universidade de Tubinguen, na Alemanha, com a Fundação para as Ciências Religiosas “João XXIII”, de Bolonha, o “Institut Catholique”, de Paris, o “Augustines College”, de Johanesburgo e a Diocese de Rottenburg-Stuttghart, na Alemanha.

Incêndio: CNBB e arcebispo de Santa Maria (RS) solidários


Brasília, 27 jan (CNBB/SIR) - O cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, se une ao arcebispo de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rupert, que manifestou nesta manhã solidariedade às famílias das vítimas de um incêndio em uma casa noturna da cidade.
“Como Igreja de Santa Maria lastimamos este acidente e manifestamos a nossa solidariedade às famílias e a toda a sociedade. Não se perca a esperança: olhemos para Jesus Cristo, fonte da vida, o nosso Salvador. Oramos pelos falecidos e seus familiares e toda a sociedade que sofre esta tragédia”, afirmou dom Hélio.
O incêndio, ocorrido durante a madrugada deste domingo, 27 de janeiro, provocou a morte de 180 pessoas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Porém o número total de vítimas ainda é incerto. Há centenas de feridos sendo atendidos em hospitais da cidade, e uma campanha pede doações de sangue. Entre as vítimas estão muitos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.

O papel da teologia e o estatuto dos teólogos(as) hoje


A análise é do teólogo italiano Rosino Gibellini, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e em filosofia pela Universidade Católica de Milão.


Punição para teólogo pesquisador; diálogo com os conservadores cismáticos. (Foto: Lefebvrianos)
A historiografia de assinatura católica se faz a pergunta: qual teologia antecipou e preparou o Vaticano II? Entre as primeiras fontes, evidencia-se o artigo de Yves Congar, Uma conclusão teológica para a Investigação sobre as Razões Atuais da Incredulidade, que apareceu na La Vie Intellectuelle (1935), na conclusão da Investigação promovida pela mesma revista, La Vie Intellectuelle, em 1933-1934, sobre as razões da incredulidade nos diferentes ambientes da sociedade francesa.
Congar falava no seu comentário de "fé desencarnada": "A fé, por assim dizer, se desencarnou, esvaziada do seu sangue humano". A resposta-avaliação de Congar começou a introduzir "uma linguagem encarnacionista", para superar o "divórcio" entre Igreja e mundo. Está posto aí, nos anos 1930, com cerca de 30 anos de antecipação, um dos principais temas do futuro concílio do século XX, que entusiasmou os espíritos: Igreja e mundo.
Naqueles anos 1930 – na primeira metade do século, e depois da atormentada crise modernista –, a teologia católica (ou católico-romana) se desenvolveu em duas linhas: a linha repetitiva de uma neoescolástica, que procedia em geral por teses e conclusões teológicas, que Congar chamada de "teologia barroca"; e uma teologia inovadora, que era desqualificada como nouvelle théologie, mas que o historiador de Louvain Roger Aubert, que escrevia depois do Concílio Vaticano II, assim avaliava: "Se tentássemos, em um breve epílogo, fazer o ponto sobre o movimento teológico tal qual se manifestava na sua efervescência um pouco exuberante por volta de 1950, quando a encíclica Humani Generis era o início da curva descendente que caracterizou os últimos anos do pontificado de Pio XII, se poderia dizer que esse movimento teológico, sustentado por uma dupla preocupação, a do retorno às fontes e a da abertura ao mundo moderno, se situava exatamente na linha diretriz que sempre deve ser a da teologia e da Igreja […]".
Podem aqui ser lembradas algumas obras teológicas, que, embora na conjuntura eclesial desfavorável, foram editadas na década 1950-1959 (entre a publicação da encíclica Humani Generis e o anúncio do Concílio Vaticano II) e que documentam como as forças da renovação, mesmo que em ordem dispersa e com a necessária cautela, estão em ação:
- renovação da eclesiologia com as obras de Congar, Verdadeira e falsa reforma na Igreja (1950) e Pontos-base para uma teologia do laicato (1953), com Derrubar os bastiões (1952), de von Balthasar, e com as Meditações sobre a Igreja (1953), de De Lubac; teologia da história e das realidades terrenas com o Ensaio sobre o mistério da história (1953), de Daniélou, e com Por uma teologia do trabalho (1955), de Chenu;
- reviravolta antropológica na teologia com os Escritos sobre a teologia, de Rahner, que começam a aparecer a partir de 1954;
- nova atitude com relação ao mundo com as obras de Teilhard de Chardin, que começam a ser publicadas, postumamente, a partir de 1955;
- nova fronteira do ecumenismo com “A justificação” (1957), do jovem teólogo suíço Hans Küng. Assim, citamos somente algumas das maiores obras teológicas dos anos 1950.
O pontificado de João XXIII (1958-1963) rapidamente mudaria essa situação. Escreve Congar no prefácio à segunda edição de 1968 de “Verdadeira e falsa reforma na Igreja” (um livro cuja primeira edição caiu mal, tendo sido publicado em novembro de 1950, apenas poucos meses depois da encíclica Humani Generis, mas que, segundo o teólogo francês Jean-Pierre Jossua, discípulo de Congar, era lido e anotado pelo núncio de Paris, Dom Roncalli, e que teve "uma importância decisiva para a ideia de um concílio de reforma da vida da Igreja, o ´concílio pastoral´ de João XXIII)": "João XXIII, em menos de algumas semanas, e após o concílio, criou um clima eclesial novo. A maior abertura veio de cima. De repente, forças de renovação que custavam a se manifestar abertamente podiam se desenvolver".
Não só os teólogos anteciparam com a sua reflexão e com as suas obras temas do futuro concílio, a partir da "germinação dos anos 1930" (como Chenu a chama), mas estiveram presentes e participaram do concílio como teólogos conciliares.
Estavam presentes como peritos, expressão não totalmente clara para indicar teólogos, canonistas e outros especialistas, ou mais claramente teólogos conciliares, e desempenharam "um serviço essencialmente oculto" (Karl Heinz Neufeld), não facilmente documentável. Um historiador, falando da contribuição de um teólogo como Karl Rahner, escreve: "Se explorarmos os arquivos buscando contribuições por escrito durante o concílio, não encontraremos nem um único texto redigido por Rahner ´sozinho´".
Como se tornava teólogo do concílio? Havia um regulamento, embora imperfeito, mas se tornava "perito" por chamado direto do papa ou do presidente de comissão, ou também somente por chamado de um Padre do concílio, que inseria o teólogo na sua comissão, com a confirmação do papa. Nesse sentido, lembram-se o cardeal de Colônia, Frings, acompanhado pelo perito Joseph Ratzinger; o cardeal de Viena, König, com o perito Karl Rahner; o cardeal de Milão, Montini, com o perito Carlo Colombo.
Quantos eram os peritos? No início, em 1962, haviam sido chamados 201 peritos; em abril de 1963, antes da segunda sessão, o seu número havia chegado até 348; e a lista das Atas do concílio inclui 480 nomes.
Caprile, na La Civiltà Cattolica 1/1965, em uma retrospectiva sobre a 3ª sessão, escreve: "Neste ano há 434 peritos, embora nem todos estejam sempre presentes na Sala do concílio. Há entre eles nomes prestigiosos, homens que são famosos pelo seu ensinamento e pela sua atividade, pela experiência no compromisso e pelo seu enquadramento. Eles fizeram ao concílio uma contribuição constante, eficaz, desinteressada e sem clamor. Sobre os seus ombros pendia, em grande parte, a tarefa fatigante da redação, revisão, correção e reelaboração dos textos. [...] Em uma palavra, ´os intrépidos pioneiros do concílio´".
Esta recordação por escrito (de 1984) do Pe. Congar, referente a uma reunião do primeiro mês do Concílio, pode dar uma ideia da informalidade e da colaboração entre os Padres do concílio e os teólogos:
"Sexta-feira, 19 de outubro de 1962, cerca das 16h, na casa ´Mater Dei´, na Via delle Mura Aurelie, 10, reunião de alguns bispos alemães e franceses e de alguns teólogos alemães e franceses convocados pelo Bispo Volk. Estavam presentes: os Bispos Volk, Reuß, Bengsch (Berlim), Elchinger, Weber, Schmitt, Garrone, Guerry e Ancel, os padres Rahner, De Lubac, Daniélou, Grillmeier, Semmelroth, Rondet, Labourdette, Congar, Chenu, Schillebeeckx, os professores Feiner e Ratzinger, Mons. Philips, padre Fransen e o professor Küng. Assunto: Discutir e fixar uma tática no que se refere ao comportamento a se ter diante dos esquemas teológicos. Em uma discussão que durou quase três horas, vieram à luz, naturalmente, todas as possíveis nuances...".
Também se revelaram dificuldades, por causa da crescente influência dos peritos, como aflora destas linhas (datadas de 5 de novembro de 1964) do famoso correspondente do jornal parisiense Le Monde, H. Fesquet:
"Os especialistas do Concílio Vaticano II (...) certamente são padres conciliares que se tornaram homens perigosos. Assim se compreende por que esses especialistas (...) são muito influentes. Elaboram os posicionamentos dos bispos e influenciam o desenvolvimento do pensamento. Quem são? Algumas centenas de teólogos (…). Da França, os especialistas são, por exemplo, os padres De Lubac, Daniélou, o Rev. René Laurentin e outros, sem contar os teólogos conselheiros sem bispo, como os padres Chenu, Liégé e outros".
Mas também devemos lembrar que Paulo VI havia comunicado ao concílio, no dia 13 de novembro de 1965, que, "para testemunhar a sua benevolência com relação aos especialistas, dentre os quais muitos haviam trabalhado com o maior amor pela Igreja e com verdadeiro zelo, às vezes, porém, no mais completo silêncio", ele convidaria alguns deles para a concelebração da missa por ocasião da promulgação da constituição dogmática sobre a Revelação Divina e do decreto sobre o apostolado dos leigos.
Sintetiza o teólogo da Gregoriana Karl Neufeld, que estudou o assunto: "Juntamente com os bispos que, ao longo do concílio, não haviam conseguido dar à sua missão um novo significado, os peritos também haviam adotado um modo de colaborar que correspondia melhor à complexidade das tarefas fixadas e à necessidade de uma elaboração teológica competente, diligente e convincente".

O estatuto dos teólogos e das teólogas hoje
Reconhece-se que o entusiasmo do concílio havia favorecido uma colaboração ativa entre bispos e teólogos, que não precisou de uma teorização. Chegamos aqui ao segundo ponto sobre o estatuto dos teólogos e das teólogas hoje. Não se trata aqui de definir abstratamente, sob o perfil canônico e teológico, tal estatuto, nem de percorrer a história das tensões entre magistério e teologia no pós-concílio (ainda não existe uma história bem documentada a propósito), mas sim propor algumas reflexões orientadoras no espírito da memória do Concílio Vaticano II, que se celebra e se celebrará nestes anos.
Na constituição dogmática Dei Verbum (18 de novembro de 1965), lê-se no n. 23 uma afirmação muito repetida pelos defensores de uma teologia magisterial: "É preciso, porém, que os exegetas católicos e os demais estudiosos da sagrada teologia, trabalhem em íntima colaboração de esforços, para que, sob a vigilância do sagrado magistério, lançando mão de meios aptos, estudem e expliquem as divinas Letras de modo que o maior número possível de ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao Povo de Deus o alimento das Escrituras, que ilumine o espírito, robusteça as vontades, e inflame os corações dos homens no amor de Deus".
O texto parece definir uma teologia magisterial, mas está situado em um documento do concílio, que teve uma complexa história redacional, que o teólogo perito conciliar Joseph Ratzinger assim sintetizou no seu "iluminado comentário" (Otto Hermann Pesch) de 1966-1968. Escreve o teólogo Ratzinger:
"Um pedaço decisivo da história do concílio encontra assim [com a promulgação da constituição sobre a Revelação] um resultado conciliatório. O texto que, naquele dia, foi solenemente proclamado pelo papa traz consigo naturalmente os traços da sua sofrida história é expressão de inúmeros compromissos. Porém, o compromisso de fundo que o sustenta é mais do que um compromisso, é uma síntese de grande importância: o texto conecta a fidelidade à tradição eclesial com o consentimento à ciência crítica e descerra desse modo, de uma nova maneira, o caminho para a fé no mundo de hoje. Ele não renuncia a Trento e ao Vaticano I, mas também não mumifica o que aconteceu então, dado que é consciente de que a fidelidade nas coisas espirituais só é realizável mediante uma sempre nova assimilação. Olhando para o conjunto do resultado alcançado pode-se, portanto, afirmar sem reservas que o esforço daquela disputa que durou quatro anos não havia sido em vão".
Aqui se constata que o documento sobre a Revelação (e em geral os documentos conciliares) são o fruto de um compromisso, que é síntese de três instâncias: fidelidade à tradição eclesial, reconhecimento da teologia como ciência crítica, responsabilidade pelo anúncio do Evangelho no mundo.
Mas o teólogo Otto Hermann Pesch, que na sua História do Concílio Vaticano II identifica e cita como relevante o texto do comentário de Ratzinger à Dei Verbum, olhando para a situação presente, escreve (nos anos 1990), com uma certa amargura: "No ´núcleo duro´, no entanto, evita-se o aviso de que não existe uma real comunhão, em certos casos até mesmo uma forma de disputa, entre o magistério e a teologia, mas que há aqui o anúncio e lá a teologia, que é forçada a uma obediência interior e exterior diante do ensino oficial – embora ainda não formalmente dogmatizado – da Igreja. Na realidade, com essa visão não é nem sequer respeitado o laborioso compromisso alcançado pela constituição sobre a revelação". Assim, evidencia-se a passagem da cooperação no concílio a uma justaposição entre Magistério e teologia nas décadas seguintes.
Cito – para concluir – um recente documento oficial sobre a Teologia hoje, assinado pela Comissão Teológica Internacional de 2012, que se mostra consciente dos problemas existentes e se situa na linha de uma desejada cooperação entre bispos e teólogos. Escreve o recente documento vaticano no n. 42: "Inevitavelmente, às vezes, poderá haver tensões no relacionamento entre os teólogos e bispos. Em sua análise profunda da interação dinâmica, no organismo vivo da Igreja, (…) o Beato John Henry Newman reconheceu a possibilidade de tais ´colisões crônicas ou contrastes´, e é bom lembrar que ele via isso como ´de acordo com a natureza das coisas´".
E a Tese 9 do documento Magistério e Teologia, de 1975, continua citando: "Com relação às tensões entre teólogos e Magistério, a Comissão Teológica Internacional assim se expressou em 1975: ´Onde há verdadeira vida, ali também há uma tensão. Esta não é inimizade nem verdadeira oposição, mas sim uma força vital e um estímulo a desempenhar comunitariamente e de modo dialógico o ofício próprio de cada um".
Talvez seja preciso recuperar, em nome de uma nova evangelização, essa capacidade de síntese, da qual nasceram laboriosamente, na real comunhão e colaboração entre Magistério e teologia, os documentos do Concílio Vaticano II.
O texto foi publicado no blog Teologia@Internet, 25-01-2013.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 28/01/2013



Jesus fala em parábolas
Leitura Orante


Mc 3,22-30

Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se. Se uma família se divide internamente, ela não consegue manter-se. Assim também, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, ele não consegue manter-se, mas se acaba. Além disso, ninguém pode entrar na casa de um homem forte para saquear seus bens, sem antes amarrá-lo; só depois poderá saquear a sua casa. Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um 'pecado eterno'". Isso, porque diziam: "Ele tem um espírito impuro".


Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante rezando, com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo,
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida
seja sinal da tua caridade.
Amém.


1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 3,22-30, e observo pessoas, o que pensam e o que esperam de Jesus.
Os mestres dizem que Jesus está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a ele para expulsar demônios. Jesus os questiona: como Satanás vai expulsar a si mesmo? Como o Reino de Satanás vai se dividir? Se for assim, será destruído.
E Jesus afirma que dizer que a ação de Deus é obra de Satanás é blasfemar contra o Espírito de Deus. E ainda, as blasfêmias contra o Espírito Santo não serão perdoadas.


2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Sinto que promovo a comunhão na minha família, no meu trabalho, na Igreja?
Os bispos, em Aparecida, na V Conferência, falaram do Espírito Santo, guia dos seguidores de Jesus: "Jesus nos transmitiu as palavras de seu Pai e é o Espírito que recorda à Igreja as palavras de Cristo (cf. Jo 14,26). Desde o princípio, os discípulos haviam sido formados por Jesus no Espírito Santo (cf. At 1,2) que é, na Igreja, o Mestre interior que conduz ao conhecimento da verdade total formando discípulos e missionários. Esta é a razão pela qual os seguidores de Jesus devem se deixar guiar constantemente pelo Espírito (cf. Gl 5,25), e tornar a paixão pelo Pai e pelo Reino sua própria paixão: anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os enfermos, consolar os tristes, libertar os cativos e anunciar a todos o ano da graça do Senhor (cf. Lc 4,18-19)." (DAp 152).
Deixo-me guiar pelo Espírito?


3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com os bispos em Aparecida:
"Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:"Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina" (Lc 24,29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu tens ressuscitado e que nos tem dado a missão de ser testemunhas de tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.
Fica em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza.
Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural.
Fica, Senhor, com aqueles que em nossas sociedade são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade.
Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos!
Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!"( DAp 554).


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é iluminado pelo Espírito Santo. 


Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

28 de janeiro

São Tomás D'Aquino
Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás d'Aquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo.

Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, freqüentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da Humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior.

Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de "boi mudo", por ser também, gordo, contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.

Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica.

Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a "Summa Teológica", foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: "Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu". É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.

No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de "doutor da Igreja", e logo passou a ser chamado de "doutor angélico", pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas.

A sua festa litúrgica é celebrada no dia 28 de janeiro ou no dia 07 de março. Seus restos mortais estão em Tolouse, na França, mas a relíquia de seu braço direito, com o qual escrevia, se encontra em Roma.

Mensagens




Diante de ti ponho a vida e ponho a morte
Mas tens que saber escolher
Se escolhes matar, também morrerás
Se deixas viver, também viverás
Então vive e deixa viver!

Não mais rios poluídos
Não mais este lixo nuclear
Não mais o veneno que se joga
No campo nos rios e no mar!

Não mais estas mortes sem sentido!
Não poluirás e não matarás!
A terra é pequena e limitada
Se a terra morrer, também morrerás!
Também morrerás!

Não mais a tortura, nem a guerra
Não mais violência nem rancor
Não mais o veneno que se joga
Na mente do povo sofredor

Não mais este medo sem sentido!
Não destruirás nem oprimirás!
a vida é pequena e entrelaçada
Se o homem morrer, também morrerás!
Também morrerás!

Pe. Zezinho, scj