segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Doutrina Social da Igreja é uma luz para a sociedade atual


Porto, 26 nov (SIR/Ecclesia) – O coordenador da Semana Social da Diocese do Porto, Joaquim Azevedo, disse à Agência ECCLESIA que a Doutrina Social da Igreja é uma “lâmpada e fonte inspiradora muito importante, sobretudo neste contexto de crise”.
Ao fazer o balanço dos três dias (sexta a domingo) da Semana Social que decorreu no Porto (Casa de Vilar), Joaquim Azevedo considera que é essencial “parar e refletir” sobre a situação atual e acrescenta que “foi importante perceber [na Semana Social] que a reflexão sobre o Estado social é oportuna, mas é pena que esteja atrelada a uma redução da despesa pública” e “não, necessariamente, a uma reflexão mais ponderada”. Com o tema «Estado Social e Sociedade Solidária» - congregou mais de 300 participantes – esta iniciativa deixou – nas palavras do coordenador – um conjunto de análises e considerações que podem ser “importantes nos próximos tempos”. Na ação de repensar o Estado social, Joaquim Azevedo defende que devem entrar “as várias áreas da sociedade portuguesa, não só a administração pública e os líderes políticos, mas também o setor social e solidário e o setor privado”.
Para o presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa (UCP) “não se pode pensar” numa reforma do Estado social “sem envolver muito fortemente a sociedade”. As manifestações, realizadas nos últimos tempos, são – segundo Joaquim Azevedo – um “sinal da insatisfação e, essa vontade de vir para a rua, é também um sinal da disponibilidade para participar”. A sociedade portuguesa tem “de evoluir mais” e a ação da administração pública “devia provocar não o clientelismo – é o que ela sabe fazer muito bem e cada vez melhor -, mas a autonomia e a responsabilidade das pessoas e das instituições que o Estado apoia”.
Em Portugal “alimentou-se, até hoje, um clientelismo baseado na subsidiodependência”, alertou e acrescenta: “Quem alimentou a subsidiodependência foi o Estado para perpetuar a sua lógica clientelar”. As semanas sociais são promovidas de três em três anos pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a coordenação de um grupo presidido por Guilherme d´ Oliveira Martins, e composto, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.

Pio XII e os cardeais sem cauda

Na manhã do último sábado, Bento XVI realizou o seu quinto consistório criando seis novos cardeais, dos quais nenhum era italiano ou europeu.

A ocasião das novas púrpuras me faz lembrar de um breve documento de Pio XII, publicado há 60 anos, no dia 30 de novembro de 1952. Trata-se do motu proprio Valde solliciti, com o qual o Papa Pacelli simplificava as vestes cardinalícias e, sobretudo, pedia que os purpurados cortassem pela metade a cauda da capa magna cardinalícia (que, então, tinha cerca de 12 metros), estabelecendo também que, a partir daquele momento, ela não fosse mais desenrolada, mas fosse sempre mantida enrolada no braço.
"O papa corta a cauda dos cardeais", intitularam-se os jornais. É interessante notar as motivações postas claramente pelo pontífice para justificar a redução da pompa e do luxo nas vestes. O papa pedia que, mais do que pelas caudas desmedidas, os padres cardeais fossem admirados pela sua solicitude para com as necessidades das pessoas.
Essas regras nunca foram abolidos, mesmo que o sucessor de Pio XII, o beato João XXIII, concedeu aos purpurados que desenrolassem de novo a cauda, sem, porém, fazê-la voltar às dimensões anteriores. Portanto, chama a atenção que, em um certo revival tradicionalista, não tenham se limitado a desenterrar as capas magnas com exibições de toda a cauda, mas também fabricaram novas caudas, sem levar em conta as observações de bom senso estabelecidas pelo Papa Pacelli, como demonstram estas imagens nas quais se vê um cardeal da Cúria Romana fazendo o seu ingresso em uma igreja de Washington, onde estava para celebrar a missa exibindo uma capa magna fora dos padrões, que lhe foi posta por cima, de um comprimento dobrado, ou seja, como era admitido antes do corte decidido por Pio XII.
Não tenho nada contra as capas magnas nem contra aqueles que gostam de usá-las com freqüência, embora, pessoalmente, não as considere tão indispensáveis para a nova evangelização, ainda mais que não se trata de vestes litúrgicas (mas essa é apenas uma opinião pessoal). Já prevejo algumas objeções por parte daqueles que me lembrarão dos abusos litúrgicos e do desleixo dos hábitos do clero pós-conciliar, considerando as capas magnas como uma reação.
Apenas me pergunta por qual motivo há tradicionalistas mais tradicionalistas do que a tradição, que não se contentam em desenterrar as vestes de sabor renascentista, mas também parecem ignorar as leis estabelecidas nessa matéria pela autoridade eclesiástica.
A nota é de Andrea Tornielli, publicada no blog Sacri Palazzi, 24-11-2012.

Bento XVI vai traçando o perfil de seu sucessor

Uma Praça de São Pedro lotada de fiéis dos países emergentes é uma profecia da Igreja "global" do terceiro milênio. Com o miniconsistório do último sábado, Bento XVI indica o caminho para sair do Vatileaks, "purifica" a hierarquia eclesiásticas corroída pelos escândalos, traça o perfil do seu sucessor: extraeuropeu e pastor de comunidades perseguidas.


O novo cardeal eleito John Olorunfemi Onaiyekan, da Nigéria. (Foto: )
O cardeal filipino em lágrimas, as religiosas nigerianas em oração com as mãos levantadas, os peregrinos indianos ajoelhados em torno do obelisco com o terço nas mãos. Emoções e fragmentos de um dia especial, sem precedentes na história. Pela primeira vez, entrou em cena uma "fornada" de púrpuras sem prelados europeus.
Em suma, ele renova a cúpula e muda o rosto do seu "senado". A Igreja "é católica porque Cristo abraça na sua missão de salvação toda a humanidade", e o messianismo cristão indica "uma missão destinada a toda a pessoa e a toda pessoa, superando todo particularismo étnico, nacional e religioso", explica o pontífice na homilia do consistório para a criação de seis novos cardeais, seus principais colaboradores no governo da Igreja. É justamente seguindo Jesus, destacou Bento XVI, "no deixar-se atrair para a sua humanidade e, portanto, na comunhão com Deus que se entra nesse novo reino, que a Igreja anuncia e antecipa, e que vence a fragmentação e a dispersão".
O Colégio Cardinalício, enfatizou o papa, "apresenta uma variedade de rostos, ao expressar o rosto da Igreja universal". Através desse consistório, de modo particular, Joseph Ratzinger deseja "destacar que a Igreja é a Igreja de todos os povos e portanto se expressa nas várias culturas dos diversos continentes". É a Igreja de Pentecostes que, "na polifonia das vozes, eleva um único canto harmonioso ao Deus vivo.
No início do caminho da Igreja, indica o papa teólogo e pastor, "os apóstolos e os discípulos partem sem nenhuma segurança humana, mas com a única força do Espírito Santo, do Evangelho e da fé". É o fermente que "se espalha no mundo, entra nos diversos eventos e nos múltiplos contextos culturais e sociais, mas que continua sendo uma única Igreja". Ao redor dos apóstolos, "florescem as comunidades cristãs", mas elas são "a Igreja, que, em Jerusalém, em Antioquia ou em Roma, é sempre a mesma, una e universal".
O rito para a criação de novos cardeais "expressa o supremo valor da fidelidade". Seis novos cardeais, de três continentes. O barrete vermelho que os purpurados receberam indica que lhes é pedida também "fortaleza, até o derramamento do sangue". Os novos cardeais, que "representam várias dioceses do mundo", disse o papa depois de saudar as delegações presentes na basílica, "são a partir de hoje agregados, de modo totalmente especial, à Igreja de Roma e reforçam assim os laços espirituais que unem a Igreja inteira, vivificada por Cristo e reunida em torno do Sucessor de Pedro".
Os cardeais que o papa criou durante o consistório desse sábado vêm dos Estados Unidos, Líbano, Índia, Nigéria e Colômbia. Trata-se de James Harvey, 63 anos; do patriarca de Antioquia dos maronitas, o libanês Boutros Raï, 72 anos; do arcebispo de Trivandrum dos siro-malabarenses, o indiano Baselios Cleemis Thottunkal, 53 anos; do arcebispo de Abuja, o nigeriano John Olorunfemi Onaiyekan, 68 anos; do arcebispo de Bogotá, Colômbia, Ruben Salazar Gómez, 70 anos; do arcebispo de Manila, Filipinas, Luis Antonio Tagle, 55 anos.
Os seis novos cardeais pronunciaram o juramento e depois receberam das mãos do papa o barrete vermelho púrpura. Eles também receberam o anel e o "título", isto é, a indicação da igreja de Roma na qual estão incardinados. Esse foi o coração do rito na Basílica de São Pedro para o quinto consistório do Papa Ratzinger, a poucos meses de distância do de fevereiro.
Em seguida, houve o abraço entre os velhos e os novos cardeais, enquanto na basílica se difundia o som do órgão. Alguns aplausos das delegações nacionais e uma lágrima no rosto do neocardeal Luis Antonio Tagle. O papa havia explicado pessoalmente o sentido dos gestos que se fazem nesse rito da Igreja, enfatizando o renovado vínculo de "fidelidade".
"Eu prometo e juro – são as palavras pronunciadas por cada purpurado – permanecer, a partir de agora e para sempre enquanto tiver vida, fiel a Cristo e ao seu Evangelho, constantemente obediente à Santa Apostólica Igreja Romana". A cada purpurado que recebia o barrete foi lembrado: "Vocês devem estar prontos para se comportar com fortaleza, até o derramamento do sangue, para o incremento da fé cristã, para a paz e a tranquilidade do povo de Deus". Após a entrega do anel, cada novo cardeal ouviu a advertência: "Saibam que, com o amor do Príncipe dos Apóstolos, fortalece-se o teu amor pela Igreja".
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 24-11-2012.

A oferta do pobre. Evangelho do Dia

"Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que faziam as suas ofertas no cofre do templo. Viu também uma viúva pobrezinha doar duas pequeninas moedas."

Lucas 21,1-4
É inútil querer fazer bela figura diante de Deus, pensando que ele se deixa impressionar pelas grandezas humanas. O Reino de Deus subverte as categorias humanas. Assim, o que é grande aos olhos humanos, é desprezível para Deus. E vice-versa: o que o mundo desvaloriza, encontra valor aos olhos de Deus.

Quando os ricos colocavam no cofre do templo generosas ofertas, acreditavam estar fazendo um gesto altamente louvado por Deus, e com isso, crescendo em mérito diante dele. A atitude deles humilhava a quem pouco possuía para oferecer e causava inveja e espírito de competição. Era uma exibição de generosidade, com um detalhe: davam do seu supérfluo e não teriam de sofrer na pele os efeitos de sua esmola.

Em contraposição, as duas moedinhas lançadas pela pobre viúva tinham um valor inestimável para Deus. Oferecendo aquilo que lhe restava para viver, a mulher colocava-se toda nas mãos do Pai e fazia sua vida depender totalmente dele.
Ela se recusava buscar segurança nos bens materiais, nem acreditava que o acúmulo de bens, qualquer que fosse, pudesse trazer-lhe alegria e felicidade. Reconhecia que tudo, em sua vida, era dom de Deus. Por isso, com toda a liberdade e sem a ânsia de possuir, foi capaz de arriscar tudo.

Esta é a oferta que tem valor diante de Deus.
Oração
Senhor Jesus, liberta meu coração da ânsia de possuir e acumular. Faze-me, antes, compartilhar, com toda a liberdade, todos os meus bens.

Evangelho do dia

Ano B - Dia: 26/11/2012



A viúva pobre doou tudo
Leitura Orante


Lc 21,1-4

Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. Então ele disse:
- Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que circulam neste ambiente
virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Leio atentamente o texto: Lc 21,1-4. A oferta da viúva pobre
Nesta passagem do Evangelho Jesus chama a atenção para o perigo das aparências, alerta para o egoísmo e a vaidade que colocam o "eu" em primeiro lugar. Muitos ricos davam muito dinheiro. Os que depositam sua oferta diziam em voz alta o valor depositado. Era uma forma de se fazerem reconhecidos, avaliados como pessoas generosas, ricas. A viúva pobre pôs duas moedinhas de pouco valor. Era já discriminada por ser mulher, pobre e viúva. No entanto, aos olhos de Deus, deu mais do que todos os outros. "Deu tudo o que tinha para viver". Os valores para Jesus não são medidos pela quantidade, mas pela qualidade, pelo gesto. É diferente dar uma esmola e dar tudo. Os que deram esmolas, deram o que lhes era supérfluo e não os fazia carentes, nem o dinheiro lhes fazia falta. A viúva sim, pode sentir a insegurança material, mas sua confiança em Deus era muito maior do que o que tinha. Não são os valores econômicos que contam, mas a capacidade de crer, de partilhar.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "A Igreja católica na América Latina e no Caribe, apesar das deficiências e ambigüidades de alguns de seus membros, tem dado testemunho de Cristo, anunciado seu Evangelho e oferecido seu serviço de caridade principalmente aos mais pobres, no esforço por promover sua dignidade e também no empenho de promoção humana nos campos da saúde, da economia solidária, da educação, do trabalho, do acesso à terra, da cultura, da habitação e assistência, entre outros". (DAp 98).
E eu me interrogo: Vivo esta solidariedade da Igreja? Ou vivo um sentimento de bem-estar egoísta?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração do bem-aventurado Alberione,
Oração a Jesus Mestre
Jesus Mestre, quero
pensar com a tua inteligência
e com a tua sabedoria.
Amar com o teu Coração...
Ver sempre com os teus olhos.
Falar com a tua língua.
Ouvir somente com teus ouvidos.
Saborear aquilo que tu gostas.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés sigam os teus passos.
Quero rezar com as tuas orações.
Tratar as outras pessoas como Tu as trata.
Celebrar como tu te imolaste.
Quero estar em ti e que tu estejas em mim.

(Bem-aventurado Tiago Alberione)

4. Contemplação (Vida/Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus?
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, e pela sua proposta de solidariedade e reconhecimento dos valores dos mais pobres. Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus e Maria, dai-me a vossa bênção:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Santo do dia

26 de novembro

Bem-aventurado Tiago Alberione
Na noite da passagem do século, 31 de dezembro de 1900 para 1o de janeiro de 1901, o jovem seminarista permanece quatro horas em oração na catedral de Alba (Itália). Uma luz vem do Tabernáculo e o envolve.

- "Fazer alguma coisa por Deus e pelas pessoas do novo século, com as quais conviveria!" Sente fortemente o convite e o apelo de Deus.

O mundo passava por profundas mudanças sociais e tecnológicas, era necessário utilizar as novas descobertas, as novas forças do progresso para fazer o bem, para evangelizar.

O jovem seminarista, com apenas dezesseis anos, era Tiago Alberione, futuro fundador da Família Paulina, que nunca deixou que essa chama luminosa se apagasse em sua vida.

Alberione nasceu em 4 de abril de 1884, em São Lourenço de Fossano, norte da Itália, de uma família de camponeses simples e laboriosos. Vinte quatro horas após o nascimento, foi batizado e recebeu o nome de "Tiago".

Buscando melhores terras para a lavoura, a família Alberione mudou para a cidade de Cherasco, onde Tiago passou sua infância e adolescência. Foi lá que se manifestou a vocação para o sacerdócio.

- Quero ser padre! foi a resposta que deu à professora, Rosina Cardona, que perguntava aos seus oitenta alunos o que queriam ser quando crescessem.

A resposta, que poderia parecer impensada, veio de um menino de bom coração e piedoso. Com o passar do tempo, a vocação fortificou-se e ele foi encaminhado para o seminário, onde não perdia tempo e procurava aprender de todos e de tudo. Inquietavam Alberione as transformações que aconteciam na sociedade e os apelos do papa, Leão XIII, para que todos se voltassem para Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, salvação da humanidade.

Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1907, com vinte e três anos de idade. Todas as organizações de renovação existentes, então, na Igreja foram acolhidas por padre Alberione, que participou, ativamente, dos movimentos: missionário, litúrgico, pastoral, social, bíblico, teológico e, mais tarde, do movimento ecumênico. Em todos os movimentos Alberione-profeta vislumbrava espaços carentes de evangelização e atualização.

Impulsionado pelo Espírito Santo, tornou realidade sua intuição carismática com a fundação de várias congregações e institutos para, juntos, anunciar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, com os meios da comunicação social. Padres e irmãos Paulinos em 1914; Irmãs Paulinas em 1915; Discípulas do Divino Mestre em 1924; Irmãs Pastorinhas em 1938; e Irmãs Apostolinas em 1957. Fundou, também, os institutos seculares de Nossa Senhora da Anunciação e São Gabriel Arcanjo em 1958; os institutos Jesus Sacerdote e Sagrada Família em 1959; além da Associação dos Cooperadores Leigos em 1917. Hoje, os membros dessas fundações estão presentes em todos os continentes mostrando que é possível santificar-se e comunicar, a todas as pessoas, Jesus Cristo com os meios técnicos e eletrônicos.

Após a fundação dos dois primeiros ramos - Paulinos e Paulinas - a vida de Alberione fundiu-se com suas obras nascentes. Acompanhava de perto a vida de seus filhos e filhas da Itália e do exterior com numerosas e prolongadas viagens. Preocupava-se não só com fundações e organizações, mas principalmente com a formação e a vida religiosa de seus seguidores, apesar do conturbado contexto histórico em que viveu: duas grandes guerras, revolução industrial, conflagrações nacionalistas e sociais, emancipação dos operários e da mulher, além de crises institucionais na família e na Igreja.

Padre Tiago Alberione, jamais esmoreceu, continuou firme na sua fé, acreditando que a obra que realizava era querida e abençoada por Deus. Com humildade e coragem, o fundador da Família Paulina, o profeta e o apóstolo de uma evangelização moderna chegou ao fim de seus dias em 26 de novembro de 1971, aos oitenta e sete anos.

O reconhecimento da santidade de Alberione já acontecera antes da declaração oficial da Igreja, especialmente com algumas declarações de dois papas seus amigos: o bem-aventurado João XXIII e Paulo VI. "Padre Alberione, veio ao meu encontro" - dizia o "papa bom". "Parecia-me ver a humildade personificada. Ele, sim, éi um grande homem!" E Paulo VI, na audiência concedida aos Paulinos em 27 de novembro de 1974, recordava: "Lembro-me do encontro edificante com padre Alberione, ajoelhado, em profunda humildade. Este é um homem, direi, que está entre as maravilhas do nosso século".

O processo de beatificação percorreu um longo caminho. Após a morte de Alberione, foram apresentados à Igreja documentos sobre sua vida, sua missão apostólica e suas fundações, assim como documentos sobre sua santidade.

Baseados em um meticuloso exame desses elementos e reconhecidas as virtudes praticadas em grau heróico pelo servo de Deus, padre Tiago Alberione, o papa João Paulo II, em 25 de junho de 1996, declarou-o "venerável".

Passaram-se sete anos à espera de um milagre que fosse reconhecido como autêntico pela Igreja. E o milagre chegou.

A cura milagrosa atribuída ao padre Tiago Alberione, que o conduziu à beatificação, salvou Maria Librada Gonzáles Rodriguez, uma mexicana de Guadalajara. Em 1989, ela foi internada por causa de uma insuficiência respiratória provocada por uma tromboembolia pulmonar, com muitas crises. Pedindo a Deus a cura por intercessão de padre Alberione, doze dias depois teve alta. A cura foi reconhecida pela Congregação das Causas dos Santos, após a declaração da comissão médica que considerava a recuperação de Maria rápida, completa, duradoura e não-explicável à luz da ciência.

E o dia da beatificação chegou: 27 de abril de 2003. Padre Tiago Alberione é proclamado "bem-aventurado" num reconhecimento oficial da Igreja àquele homem que foi um santo, um profeta e o pioneiro na evangelização eletrônica.
Festa litúrgica do bem-aventurado Tiago Alberione

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente
virtual. Rezo, em sintonia com o Bem-aventurado Tiago Alberione, sacerdote e fundador da Família Paulina.

Tiago Alberione nasceu a 4 de Abril de 1884, em São Lourenço de Fossano (Itália). Quando ainda era jovem seminarista, na noite da passagem do século XIX para o século XX, durante uma longa Adoração Eucarística, viveu uma intensa experiência de Deus. Nela compreendeu claramente qual devia ser a sua missão: viver e dar ao mundo Jesus Cristo, Verdade, Caminho e Vida. Para esse fim, usar todos os meios mais rápidos e eficazes que o progresso humano oferece para a comunicação entre as pessoas. Para realizar esta missão, fundou a «Família Paulina», composta por cinco Congregações religiosas, quatro Institutos agregados e uma Associação de leigos. Terminou a sua existência terrena no dia 26 de Novembro de 1971, depois de ter recebido a visita do Papa Paulo VI.
Foi proclamado bem-aventurado no dia 27 de abril de 2003, pelo papa João Paulo II.
A Família Paulina é constituída de cinco congregações religiosas: Sociedade de São Paulo (fundação 20/8/1914), Filhas de São Paulo (fundação 15/6/1915), Discípulas do Divino Mestre (fundação 10/2/1924), Irmãs de Jesus Bom Pastor (7/10/1938), Irmãs de Maria Santíssima Rainha dos Apóstolos ou Apostolinas (8/9/1959) e quatro Institutos agregados (8/4/1960): "Jesus Sacerdote" (para sacerdotes diocesanos), "São Gabriel Arcanjo" (para jovens e homens), "Anunciatinas (para moças) e "Santa Família" (para cônjuges e famílias). E também, a Associação dos Cooperadores Paulinos.
"Tudo nos vem de Deus. Tudo nos leva ao Magnificat", dizia Alberione

Mensagens


Prece da Herança
Bem-aventurado Tiago Alberione

Senhor, sou um, entre milhões de seres humanos, e me apresento diante de ti.
Venho falar-te de uma herança que recebi de ti.
Venho dizer que me sinto pequeno diante do que me pedes e, às vezes, não me sinto capaz.
Mas quero dizer também que amo o que me propuseste.
Compreendo que não devo ser florista, nem vendedor de sal, mas sim, jardineiro e sal.
Preciso trabalhar, cada dia, para poder fazer a minha parte.
Vejo que ninguém vai construir aquilo que eu devo construir.
Percebo que sou uma parcela importante.
Gostaria de ser um artista a trabalhar este mundo cheio de tantas coisas belas.
Dá-me, Senhor, a consciência de que o mundo precisa de minhas mãos.
Dá-me coragem para me preparar bem e assim poder levar adiante a herança gloriosa que me deixaste.
Quero trabalhar como alguém significativo para o mundo.
Ajuda-me a ser uma fonte de água viva e uma fonte de tua luz.
Amém!

(texto de padre Tiago Alberione, fundador da Família Paulina),

Dicas Bíblicas


"PAIXÃO, MORTE, RESSURREIÇÃO e APARIÇÕES"
dezembro 2012

Marcos, como todos os demais evangelistas, termina o seu Evangelho com as narrativas da paixão, morte, ressurreição e as aparições de Jesus Cristo. eLE traçou o seu Evangelho tentando, na primeira parte, responder À pergunta quem é Jesus, cuja resposta foi dada por Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Foi muito feliz, revelando a sua essência. Na segunda parte, a preocupação de Marcos, volta-se para o discípulo. Quem é de fato, o verdadeiro discípulo de Jesus? Desde o primeiro anúncio da paixão, quando Jesus diz que o Filho do Homem deve sofrer muito, e será rejeitado e entregue nas mãos dos anciãos, dos chefes de sacerdotes e dos escribas, é repreendido severamente por Pedro. Mas Jesus tem consciência do projeto do Pai, e coloca Pedro no seu lugar de discípulo no seguimento do Mestre.
Um discípulo que foi capaz de fazer a máxima proclamação de fé sobre Jesus, em seguida tornou-se pedra de tropeço, para impedí-lo de seguir o seu caminho? O que dizer? Jesus tem uma missão árdua e intensa na formação dos seus discípulos. Logo após este primeiro anúncio da Paixão, Marcos colocou as condições para seguir Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar sua vida, a perderá; mas, o que perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará...”
Mesmo com toda esta clareza, veja como os discípulos reagiram ao segundo anúncio da paixão de Jesus. Durante o caminho, estavam discutindo sobre qual deles era o maior. Com toda a paciência, Jesus sentou-se e ensinou-lhes: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos... (Mc 9,35). A cada passo Jesus foi dando um ensinamento: “Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele... (Mc 10,15). “Como é difícil, a quem tem riquezas, entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” (Mc 10,23.25). Marcos afirma que os discípulos ficaram muito espantados e se perguntavam quem poderia se salvar. Acharam a proposta do seguimento muito exigente e Pedro chegou a lhe perguntar: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”, para dizer: a troco de quê? Jesus entendeu a preocupação de Pedro e disse: “Em verdade eu lhes digo que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba cem vezes mais desde agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mãe e filhos e terras, com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros.” (Mc 10,28-31).
Como se isso não fosse suficiente, após o terceiro anúncio da Paixão, dois dos discípulos estavam preocupados com o lugar que ocupariam no Reino de Deus e lhe pediram: “Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos”. Ele perguntou: “ Que quereis que eu faça? ”Disseram: “Concede-nos, na tua glória, sentarmo-nos, um à tua direita, outro à tua esquerda”. E dessa experiência nasce um novo ensinamento, a partir dos chefes das nações que dominam e tiranizam o povo, mas entre vós não deve ser assim “aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,41-45). Depois desse ensinamento, Jesus cura o cego de Jericó e se dirige à Betânia e depois realiza o seu ministério em Jerusalém.
Na cidade de Jerusalém, Jesus com os discípulos frequentam o templo. Ele profere muitos outros ensinamentos aos seus seguidores. Constata a esterilidade do templo e das autoridades religiosas. Começa os preparativos para a festa da Páscoa: a unção em Betânia, a traição de Judas, a predição da negação de Pedro, a ceia, a oração no Getsêmani, a prisão de Jesus, a traição de Pedro, o julgamento e a condenação de Jesus, a fuga dos discípulos e a morte de Jesus. Quem permaneceu com ele no calvário? As mulheres. Foi, também a uma mulher que ele apareceu, Maria Madalena e lhe confiam a missão de anunciá-lo aos discípulos, dizendo-lhes que os precederá na Galiléia. Lá Jesus lhes confere a missão: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). E Marcos conclui assim o seu evangelho: “E eles saíram a pregar por toda a parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Agora sim, são discípulos, de verdade e, segundo a tradição cristã, todos eles entregaram as suas vidas pela causa de Jesus, a Boa Nova do Reino.

Questões para o aprofundamento
1. O que chamou sua atenção, neste texto, sobre Jesus e os seus discípulos?
2. Que tipo de discípulo ou discípula de Jesus, você é?
3. Alguma vez falou de Jesus e de seus ensinamentos a alguém?